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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Comunismo e fraturas ideológicas explicam lenda contra Pio XII

MEU CATOLICISMO

18 DE JUNHO DE 2009

Entrevista com o diretor de L'Osservatore Romano


CIDADE DO VATICANO, terça-feira 16 de junho de 2009 (ZENIT.org). - A “lenda negra” sobre o Papa Pio XII (Eugenio Pacelli), que o acusa de proximidade com o nazismo, tem duas causas, segundo o diretor de L’Osservatore Romano: a propaganda comunista e as divisões dentro da Igreja.
Giovanni Maria Vian as expôs em uma entrevista concedida a Zenit por ocasião da publicação de um livro que ele coordenou, intitulado “Em defesa de Pio XII. As razões da história” (In difesa di Pio XII. Le ragioni della storia).

O livro foi apresentado na quarta-feira passada pelo cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, e pelos historiadores Giorgio Israel (Universidade de Roma La Sapienza), Paolo Mieli (Universidade de Milão, diretor em dois períodos do jornal Il Corriere della Sera) e Roberto Pertici (Universidade de Bérgamo).

O diretor do jornal vaticano, historiador, não hesita em utilizar a expressão “lenda negra”, pois, de fato, o Papa Pacelli – que, ao morrer, em 1958, recebeu elogios unânimes pela obra desempenhada durante a 2ª Guerra Mundial – depois foi realmente “demonizado”.

Como foi possível uma mudança tão radical de sua imagem em poucos anos, mais ou menos a partir de 1963?

Propaganda comunista

Vian atribui esta campanha contra o Papa, em primeiro lugar, à propaganda comunista, que se intensificou na época da Guerra Fria.

“A linha assumida nos anos do conf lito pelo Papa e pela Santa Sé, contrária os totalitarismos, mas tradicionalmente neutra, foi, na prática, favorável à aliança contra Hitler e se caracterizou por um esforço humanitário sem precedentes que salvou muitíssimas vidas humanas”, observa.

“Esta linha foi, de qualquer forma, anticomunista e por isso, já durante a guerra, o Papa começou a ser acusado pela propaganda soviética de cumplicidade com o nazismo e seus horrores.”

O historiador considera que, “ainda que Eugenio Pacelli sempre tenha sido anticomunista, nunca pensou que o nazismo pudesse ser útil para deter o comunismo, muito pelo contrário”, e o prova com dados históricos.

Em primeiro lugar, “apoiou, entre o outono de 1939 e a primavera de 1940, nos primeiros meses da guerra, a tentativa de golpe contra o regime de Hitler por parte de círculos militares alemães em contato com os britânicos”.

Em segundo lugar, Vian explica que, após o ataque da Alemanha à União Soviética, em meados de 1941, Pio XII em um primeiro momento se negou a que a Santa Sé se unisse à “cruzada” contra o comunismo – como era apresentada – e depois dedicou suas energias a superar a oposição de muitos católicos americanos à aliança dos Estados Unidos com a União Soviética contra o nazismo.

A propaganda soviética, recorda o especialista, foi recolhida eficazmente pela peça teatral Der Stellvertreter (“O vigário”), de Rolf Hochhuth, representada pela primeira vez em Berlim, no dia 20 de fevereiro de 1963, em que se apresentava o silêncio como indiferença diante do extermínio de judeus.

Já naquele então, constat a Vian, denunciou-se que a obra teatral relança muitas das acusações de Mijail Markovich Scheinmann no livro Der Vatican im Zweiten Weltkrieg (“O Vaticano na 2ª Guerra Mundial”), publicado antes em russo pelo Instituto Histórico da Academia Soviética das Ciências, órgão de propaganda da ideologia comunista.

E uma nova prova da oposição de Pio XII ao nazismo é o fato de que os chefes do Terceiro Reich consideravam o Papa como um autêntico inimigo, segundo demonstram os documentos dos arquivos alemães, que não por acaso haviam sido fechados pela Alemanha comunista e que só puderam ser abertos e estudados recentemente, como mostra um artigo de Marco Ansaldo no jornal italiano La Repubblica, de 29 de março de 2007.

O livro editado por Vian recolhe um texto do jornalista e historiador Paolo Mieli, um escrito póstumo de Saul Israel, biólogo, médico e escritor judeu, artigos de Andrea Riccardi, historiador e fundador da Comunidade de S. Egídio, dos arcebispos Rino Fisichella, presidente da Academia Pontifícia para a Vida, e Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado e, por último, uma homilia e dois discursos de Bento XVI, pronunciados em memória de Pio XII.

Divisão eclesial

Mas a “lenda negra” contra Pio XII também teve promotores dentro da Igreja, por causa da divisão entre progressistas e conservadores, que se acentuou durante e depois do Concílio Vaticano II , anunciado em 1959 e clausurado em 1965, afirma o diretor.

“Seu sucessor, João XXIII – Angelo Giuseppe Roncalli –, foi logo apresentado como o ‘Papa Bom’ e, pouco a pouco, foi contraposto ao seu predecessor: pelo caráter e pelo estilo totalmente diferentes, mas também pela decisão inesperada e surpreendente de convocar um concílio.”

As críticas católicas ao Papa Pacelli haviam sido precedidas, em 1939, pelos interrogantes do filósofo católico francês Emmanuel Mounier, quem repreendeu o “silêncio” do Papa diante da agressão italiana da Albânia.

Pio XII foi criticado também por “ambientes de poloneses no exílio”, que jogavam na sua cara o silêncio frente à ocupação alemã.

Deste modo, quando, a partir dos anos 60, aguçou-se na Igreja a polarização, os católicos que se opunham aos conservadores atacavam Pio XII, dado que ele era visto como um símbolo destes últimos, alimentando ou utilizando argumentos recolhidos da “lenda negra”.

Justiça histórica

O diretor de L’Osservtore Romano sublinha que seu livro não nasce de uma tentativa de defesa prejudicial do Papa, “pois Pio XII não tem necessidade de apologistas que não ajudam a esclarecer a questão histórica”.

No que se refere aos silêncios de Pio XII, não somente diante da perseguição judaica (denunciada sem grandes alardes, mas criticada de maneira inequívoca na mensagem natalina de 1942 e no discurso aos cardeais, de 2 de junho de 1943), mas também diante de outros crimes nazistas,o historiador destaca que esta linha de compor tamento buscava que não se agravasse a situação das vítimas, enquanto o pontífice se mobilizava para ajudá-las nesta situação.

“O próprio Pacelli se perguntou em várias ocasiões por esta atitude. Foi, portanto, uma opção consciente e dura para ele de buscar a salvação do maior número de vidas humanas ao invés de denunciar continuamente o mal com o risco real de que os horrores fossem maiores ainda”, explica Vian.

No livro, Paolo Mieli, de origem judaica, afirma neste sentido: “Aceitar as acusações contra Pacelli implica em levar ao banco dos supostos culpáveis, com as mesmas acusações, Roosevelt e Churchill, acusando-os de não ter pronunciado palavras mais claras contra as perseguições antissemitas”.

Recordando que membros da sua família morreram no Holocaust o, Mieli disse literalmente: “Eu me oponho a responsabilizar da morte dos meus familiares uma pessoa que não tem responsabilidade”.

O livro publica também um texto inédito de Saul Israel, escrito em 1944, quando, com os demais judeus, ele havia encontrado refúgio no convento de Santo Antônio, na Via Merulana de Roma.

Seu filho, Giorgio Israel, que participou da apresentação do livro, acrescentou: “Não foi um ou outro convento ou um gesto de piedade para poucos; e ninguém pode pensar que toda esta solidariedade que as igrejas e conventos ofereceram ocorreu sem que o Papa soubesse, ou inclusive sem o seu consentimento. A lenda contra Pio XII é a mais absurda de todas as que circulam”.

Muito além da “lenda negra”

Vian explica, por último, que o livro que ele editou não p retende centrar-se na questão da “lenda negra”. Mais ainda, “meio século depois da morte de Pio XII (9 de outubro de 1958) e 70 aos após sua eleição (2 de março de 1939), parece criar-se um novo acordo historiográfico sobre a importância histórica da figura e do pontificado do Eugenio Pacelli”.O objetivo do livro é sobretudo contribuir para restituir à história e à memória dos católicos um Papa e um pontificado de importância capital em muitos aspectos que, na opinião pública, continuam sendo ofuscados pela polêmica suscitada pela “lenda negra”.

Cleofas 16/06/2009.

A COXINHA ENVENENADA DE ZÉ DIRCEU E DOS 40 SINDICATOS FOI REJEITADA

BLOG REINALDO AZEVEDO

quinta-feira, 1 de abril de 2010 | 6:01

Quem viu as imagens aéreas do protesto convocado por Zé Dirceu e os 40 sindicatos deu-se conta do naniquismo da “Marcha Sobre São Paulo”. Ninguém quis comer a coxinha daquele que o Ministério Público Federal diz ser “chefe da quadrilha do mensalão” e de Bebel, a sua aliada. Compareceram ao comício ilegal anti-Serra não mais do que 3 mil pessoas. Já juntei 600 num simples lançamento de livro…  Havia lá um espumantezinho… Não dei coxinha pra ninguém. Os cálculos da PM são feitos com base na área ocupada pelos manifestantes. Parte da imprensa acredita que isso também é questão de “lado” e “outro lado”: a PM diz 3 mil, a Apeoesp diz 40 mil, as duas informações são publicadas, e o leitor que decida em quem acreditar… Tudo vira guerra de versões. Em breve, certo jornalismo ainda vai ouvir as pessoas favoráveis, sei lá, à paralisia infantil, ao tétano e à gripe suína… Afinal, todo mundo tem o direito de dar a sua versão…

Os camisas-negras tentavam se espalhar, ocupando a maior área possível, e os claros iam se abrindo, evidenciado que os servidores públicos, especialmente os professores e as professoras, recusaram a coxinha de ilegalidades servida por Bebel; recusaram os seus acepipes eleitoreiros.

Em seu blog, de modo patético, ela fala em mais de 40 mil pessoas, o que é ridículo. Esta senhora não deve saber o que é isso. Quem, em São Paulo, já viu um Pacaembu lotado, com 30 mil pessoas? Para Bebel, a meia-dúzia de gatos pingados lotaria um Pacaembu, e ainda o correspondente a um terço do estádio ficaria de fora. É de morrer de rir! Os números que ela veicula são tão fiéis à realidade quanto aquela foto do seu blog… Ao vivo e em cores, a realidade, nos dois casos, é bem outra. Mas há quem goste de fantasias.

Mas que se note: nunca três mil pessoas renderam tantos títulos no jornalismo online, coisa que vocês puderam constatar. Era o que pretendia o movimento, que vem sendo paparicado há dias. E o maior dos paparicos é não publicar a pauta completa de reivindicações da Apeoesp. O reajuste de 34,3% é mera fachada. O sindicato quer o fim das leis que limitam as faltas, que garantem a promoção por mérito e que premiam com bônus os professores que cumprem metas. A folha de pagamentos da Secretaria de Educação cresceu, entre 2005 e 2009, de R$ 7,8 bilhões para R$ 10,4 bilhões, ou 33%. O nome disso: salário. Não é assim porque eu quero. É assim porque está tudo devidamente registrado. O curioso é que também essa informação é oferecida aos leitores como o “outro lado”, o da Secretaria de Educação… Na versão de Bebel, não há reajuste de salários desde 2005. Vai ver os professores não aderem à greve porque sabem que houve.

A próxima assembléia está marcada para quinta-feira. Bebel vai insistir no “sucesso” do seu movimento. A tentativa do PT é decretar paralisações em outros setores do funcionalismo, de modo a atrapalhar a vida dos paulistanos, e jogar a responsabilidade nos ombros dos adversários do PT.

Isso está “colando”? Tenho a impressão de que não está. Tenho a impressão de que já se pode fazer neste estado o plebiscito entre queimadores de livros e produtores de livros; entre queimadores de livros e leitores de livros; entre queimadores de livros e amantes dos livros.

O “não” dos servidores e dos paulistas como um todo à arruaça promovida pelo petismo é um bom sinal. Parece marcar o repúdio a uma prática detestável das esquerdas, que é fazer a sociedade refém de seus desígnios e da sua militância. Em São Paulo, diga-se, esse tipo de pregação não tem frutificado. A maioria não vê com bons olhos a manipulação de causas que de fato existem — os professores precisam ganhar mais, e, por isso, existe um plano de carreira — em benefício de um partido.

Bebel está naquela de afirmar uma inexistente adesão maciça da categoria à greve na esperança de que a mentira frutifique e acabe se transformando numa verdade. Mas os professores, evidentemente, sabem a realidade de suas respectivas escolas. Nem eles nem os demais servidores parecem dispostos a seguir cegamente uma pauta que é de um partido político e nada tem a ver com a educação.

Desta vez a bruxa não conseguiu passar adiante a sua maçã envenenada.

Até os Padres são pedófilos!

MEU CATOLICISMO

26 DE AGOSTO DE 2009

Como os sacerdotes católicos americanos mudaram suas imagens de sábios, a exemplo de Spencer Tracy em Boys Town e Bing Crosby em Going my Way, para a imagem de “padres pedófilos”?

Em Goodbye, Good Men, o jornalista investigativo Michael S. Rose apresenta respostas chocantes que a grande imprensa tem sistematicamente omitido.

Ele revela como os liberais (leia-se esquerdistas) - aqueles tipicamente encontrados no ambiente universitário - têm se infiltrado na Igreja Católica e tentado derrubar suas crenças, padrões e disciplinas tradicionais – e especialmente seus ensinamentos no âmbito da sexualidade.

Ao trazer a “revolução sexual” para dentro da Igreja, esses revolucionários estão apoiando - e mesmo preferindo - homossexuais ativos para os seminários, tudo em nome da “diversidade” e da “tolerância”. “Tolerância” que agora está sendo exposta como tolerância com atos criminosos.

Aqui está, em envolventes detalhes, a história por trás das manchetes da imprensa – a história que tornou essas manchetes possíveis.
De acordo com Dra. Alice von Hildebrand, Goodbye, Good Men“mostra as razões para o fenômeno que, para muitos, é também um enigma: por que muitos seminários estão vazios? Michael S. Rose tem a coragem – coragem que falta à muitos líderes da Igreja – para fornecer a temerosa mas incontestável resposta: porque o vício tem penetrado em muitos deles e aqueles que não toleram o vício são excluídos.

O bem como instrumento do mal

O bem como instrumento do mal
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 1 de abril de 2010






Que, num mundo degradado pela arrogância da modernidade, os Legionários de Cristo sejam uma organização nominalmente destinada a reviver a experiência do catolicismo tradicional, eis algo que só torna ainda mais graves os crimes praticados tanto pelo seu fundador quanto pelos seus demais líderes.

Entre o tradicionalismo aparente dos Legionários e as deformações modernistas do catolicismo, a relação é exatamente a mesma que Sto. Agostinho enxergava entre o orgulho e os demais pecados capitais: todos os vícios, dizia ele, se apegam ao mal, para realizá-lo; só o orgulho se apega ao bem, para extingui-lo.

Modernistas e esquerdistas em geral pregam o erro e a mentira, deformam a doutrina e a liturgia, fazem tudo às avessas do que a Igreja fez por dois milênios. Marcial Maciel e seus asseclas apregoam a doutrina autêntica, seguem os ritos fielmente e, vistos de fora, se parecem muito com os bons católicos de antigamente -- só que reduzem tudo isso a uma casca, a uma camuflagem a serviço do crime e da maldade. Aqueles atacam a Igreja desde fora, despindo-a ostensivamente de tudo quanto a orna e protege ante os olhos do mundo; estes preservam-lhe a vestimenta e a fisionomia, enquanto a ferem diretamente no coração.

O dano que Maciel e sua quadrilha fizeram ao catolicismo chega até a superar, sob certos aspectos, o efeito global de tantos golpes acumulados ao longo de mais de cem anos. Sob o ataque dos inimigos externos ou dos heréticos e agentes infiltrados, a Igreja não só preservava sua dignidade mas resplandecia ainda mais pela glória do martírio. Agora ela é forçada a humilhar-se ante o mundo, pedindo desculpas pelo mal que inimigos bem camuflados não lhe fizeram desde fora, mas desde o seu círculo mais íntimo, sob a proteção imbecil de um Papa, João Paulo II, que não quis enxergar a verdade em tempo e acabou protegendo os criminosos em vez de socorrer as vítimas.

Se fazer a Igreja pagar pelos crimes de seus traidores já é uma injustiça monstruosa, ainda mais intoleráveis são as tentativas de atenuar o escândalo, reduzindo tudo aos pecados pessoais de um sacerdote e salvando as aparências da organização que ele criou.

O pedido de desculpas distribuído pelo atual superior da ordem, Álvaro Corcuera, é um primor de cinismo e desconversa. De um lado, reduz tudo a delitos sexuais já velhos de quatro décadas, nada dizendo da perseguição judicial movida mais recentemente, sob a liderança do próprio Corcuera, para intimidar e calar as vítimas e resguardar a sacrossanta imagem pública do criminoso. De outro, lança todas as culpas sobre um indivíduo isolado, como se o vasto concurso de crimes que ele praticou tivesse sido possível sem a cumplicidade de seus assessores mais próximos e, mais ainda, sem a peculiar estrutura de que ele dotou a organização, fazendo dela uma perfeita máquina de dominação e acobertamento.

Com toda a evidência, o que diferencia os Legionários de todas as demais ordens religiosas não é apenas a conduta pessoal do seu fundador: é a concepção organizacional inteira da entidade, planejada para servir a objetivos que nada têm a ver com os seus fins nominais, servindo a estes só na medida em que eram úteis àqueles.

Para quê uma disciplina religiosa precisaria acrescentar, aos votos tradicionais de pobreza, obediência e castidade, um herético e extravagante “voto de segredo”, se não fosse para esconder, desde o início, algo que se tencionava fazer escondido?

Para quê uma ordem religiosa católica teria de adotar para seus noviços e fiéis leigos, além dos métodos pedagógicos e disciplinares antigos e consagrados, certas técnicas de controle comportamental originadas no movimento anticristão da “Nova Era” e em laboratórios de engenharia social empenhados em construir a civilização mundial do Anticristo?
Para quê uma ordem religiosa precisaria instituir, além das normas usuais de respeito e obediência, o culto idolátrico de seus líderes, proclamados levianamente “santos” à primeira vista, sem o menor exame crítico, em efusões de emocionalismo histérico coletivo que blasfemam a noção mesma da santidade?

Para quê uma ordem religiosa precisaria praticar em grande escala a imposição de vocações forçadas, supostamente reveladas pelo Espírito Santo aos líderes da organização e em seguida impingidas a jovens atônitos como um mandato dos céus ao qual eles jamais ousariam dizer “não”?

Por que uma ordem religiosa precisaria devotar tanto esforço ao aliciamento de leigos ricos e à constituição velocíssima de um patrimônio bilionário?

Por que uma ordem religiosa teria de se infiltrar em paróquias para dominá-las, desrespeitando as jurisdições dos vigários e constituindo-se ilegitimamente em autoridade superior à das próprias arquidioceses, ao ponto de que algumas destas, nos EUA, se vissem obrigadas a proibir todo contato entre suas paróquias e a organização invasora? Que raio de catolicismo existe numa gramsciana “ocupação de espaços” praticada contra católicos por uma militância soi disant católica?

Não, os Legionários – que mais própriamente se chamariam os Milionários -- não são uma ordem religiosa normal, manchada apenas por um indivíduo maligno que por casualidade, por mera coincidência, aconteceu de ser o seu fundador.

Os Legionários são a própria mentalidade perversa desse fundador, transfigurada em máquina mundial de aliciamento, dominação psíquica, manipulação da conduta e acobertamento de crimes.

A Igreja não tem por que pedir perdão pelo mal que lhe foi infligido desde dentro por um grupo de psicopatas sequiosos de poder e riqueza, mas também não tem por que tentar salvar as aparências de uma organização que fez do bem o instrumento do mal. Esse mal deve ser exposto em toda a sua grandeza sinistra, deixando claro que não foi praticado “pela” Igreja, mas contra ela. Simplesmente não é possível preservar, ao mesmo tempo, a dignidade da Igreja e a reputação dos Legionários. Não creio que seja isso o que Bento XVI quer, mas é claro que tanto entre os inimigos da fé quanto na alta hierarquia da própria Igreja há muita gente interessada em dar a impressão de que ele quer precisamente isso.

***

N. B. -- Para informações mais precisas e até mais contundentes do que as publicadas na grande mídia, leiam Jason Berry e Gerald Renner, Vows of Silence. The Abuse of Power in the Papacy of John Paul II (New York, Free Press, 2004) e J. Paul Lennon, Our Father, who Are in Bed. A Naïve and Sentimental Dubliner in the Legion of Christ (edição do autor, 2008; procurem emwww.bookfinder.com), e examinem o material dos siteshttp://www.vowsofsilencefilm.com/ e http://regainnetwork.org/.

A PÁSCOA E O PAPA

MEU CATOLICISMO

31 DE MARÇO DE 2010


Reproduzo carta que recebi de um amigo (que solicitou para permanecer anônimo) e que é por demais relevante para compreender o espírito desta conturbada quaresma para nós Igreja.
“Porque, eis que te ponho hoje por cidade forte, e por coluna de ferro, e por muros de bronze, contra toda a terra, contra os reis de Judá, contra os seus príncipes, contra os seus sacerdotes, e contra o povo da terra. E pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti: porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar."

Jeremias 1, 18-19.

Nestes últimos meses e, de uma forma peculiar, nesta última semana, por certo que todos fomos arrematados pela brutalidade dos casos de supostos abusos sexuais envolvendo nomes do baixo e do alto clero. Se a incômoda declaração do Pe. Gabrielle Amorth havia dilacerado uma fenda de insegurança ante as colinas da Santa Sé, os escândalos ligados aos abusos tão somente fizeram expandir e majorar o receio, a incredulidade e a descrença. O dissenso somente pode atingir seu zênite quando oThe New York Times afirmou categoricamente que o Santo Padre havia encoberto casos de pedofilia quando prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

Se o fidei defensor estava com as mãos pontualmente envolvidas no lamaçal, o que esperar da Igreja? Onde repousaria, verdadeiramente, a moral tão apregoada pela mesma?

Deve-se, neste momento, tecer uma importante reflexão: a Igreja é, nas atuais circunstâncias, a única instituição a nível global com poder suficiente para deter, ou ao menos retardar, certas correntes. O Papa é seu chefe terreno, o "vice Cristo" nas palavras de São Josemaría Escrivá, a mais elevada autoridade da mesma no plano terrestre. É, por natureza, a vítima perfeita.

Teçamos, agora, uma segunda consideração: o que se pode imaginar ou dizer do bilionário lobby abortista, que anualmente arrecada bilhões pelo mundo como, a Planned Parenthood, ávida pela abertura de novos mercados no terceiro mundo? E a condenação a eutanásia, prática tão interessante e lucrativa para a indústria médica (?) e farmacêutica? E a alta rentabilidade das indenizações por abusos nos Estados Unidos? E a condenação à obsessão doentia pela beleza, que tanto lucra e vende? Estes são apenas alguns pontos, dentre dezenas, muito provavelmente centenas, que trazem a tona e apontam a clara existência de uma articulação global contra Bento XVI enquanto influente autoridade moral.

É preciso que desfaleça a última autoridade, a última voz que ecoa pelo globo e que impede o progresso, o lucro espúrio e a consolidação de uma nova forma de poder e vida assentada em realidades antinaturais e gravemente danosas a dignidade humana. Quão bom seria, entretanto, se tais fatos fossem uma mera teoria da conspiração. Interessante apontar que o semanário alemão Der Spiegel ofereceu, semana passada, um milhão de euros para quem acusasse diretamente Bento XVI.


E o The New York Times, que motivou a manifestação de dezenas de tantos outros jornais pelo mundo, convocando a renúncia de Bento XVI (!)? Curiosamente a mesma mídia omitiu largamente todas as declarações em favor do pontífice, como a do arcebispo de Sidney, do porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lobardi SJ, da CNBB em nível nacional, e as provas contundentes de que o mesmo, enquanto prefeito da já aludida congregação, foi quem mais lutou contra os asquerosos e nojentos desvios de conduta que hoje maculam o clero da Santa Mater.

Mas é fato que esta artimanha, dinheirista e traiçoeira, não triunfará. Não triunfará na medida em que fracassou a tentativa de polemizar com a participação do Santo Padre na Juventude Hitlerista (o que era obrigatório, à época), desfalecerá na proporção em que se tentou criar um diz-que-diz a respeito da Encíclica Dominus Iesus (isso em 2000), que apenas ratificou o pensamento de 21 séculos de Igreja. Para cada centena de opositores haverá outra centena de apoiadores, pois como escreveu Tertuliano: "o sangue dos cristãos é gérmen de novos cristãos".

Por fim, chego onde gostaria: nesta Semana Santa, e especificamente nesta Sexta-feira Santa e Domingo de Páscoa, não poderá haver mais nobre união, mais contundente afetuosidade com Cristo, do que o compartilhamento da tristeza, do sofrimento e da amargura pela qual atravessa a cabeça máxima da Igreja Católica Apostólica Romana.Este ano a Paixão não é apenas a Cristo, mas também de Bento XVI. Rezemos e façamos algo concreto pelo Sumo Vigário, envolto em dificuldades mil em um mundo onde o jejum tornou-se uma oportunidade de dieta, os dias santos simples feriados para a realização de trivialidades quaisquer, e o simbólico chocolate, a máxima redenção. A defesa papal revela-se tão importante quanto na França de Napoleão, quanto na Roma de Nero e na Itália de Vitorio Emanuele II.

Desejo uma reflexiva, abençoada e feliz páscoa sob a piíssima intercessão de Maria, Mãe de Deus e nossa.

Com meus mais sinceros votos,

XX

"Tu es Petrus et super hanc petram ædificabo Ecclesiam meam et portæ inferi non prævalebunt adversus eam".

Iesu Christo in Sancte Matthæus. XVI, 18

"Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela".

Jesus Cristo em São Mateus. XVI, 18

Coalizão internacional protesta contra intervencionismo da ONU no México

JULIO SEVERO

1 de abril de 2010

Matthew Cullinan Hoffman, correspondente na América Latina

CIDADE DO MÉXICO, México, 11 de março de 2010 (
Notícias Pró-Família) — Uma coalizão internacional de organizações pró-vida fez com que a ONU recordasse ontem que a ONU não pode ditar políticas de aborto para países membros soberanos, especificamente destacando o México em sua defesa do direito à vida.

“A ONU foi criada para defender os direitos humanos, e não a morte”, a coalizão disse durante um debate na Assembleia da ONU, conforme citado num comunicado à imprensa nos meios de comunicação do México, os quais deram ampla cobertura ao caso.

Os grupos acrescentaram que a decisão de 18 estados mexicanos de proteger o direito à vida em suas constituições estaduais era seu direito de fazer.

As organizações incluem o Instituto para a Formação, Investigação e Estudo das Mulheres e Família do Chile, o Instituto de Políticas da Família da Espanha, a Vigilância da Dignidade Europeia, a Vigilância da Família e o Projeto para o Desenvolvimento Humano da Nigéria.

O México vem sendo pressionado por organizações pró-aborto internacionais muito bem financiadas para legalizar a matança de bebês em gestação. Tais grupos muitas vezes usam a ONU para pressionar os países membros do mesmo jeito, afirmando que o aborto é um “direito humano” — um conceito que nunca foi endossado em nenhum documento da ONU.

Embora a capital da nação, Cidade do México, tenha legalizado o aborto por qualquer motivo durante as primeiras 14 semanas de gravidez em 2007, 18 estados mexicanos desde então responderam com emendas pró-vida garantindo proteções para os bebês em gestação. Nos próximos meses, mais emendas virão.

O representante do Instituto de Políticas da Família da Espanha observou que não é papel da ONU promover o aborto, e que os países membros “não são obrigados a cumprir” suas recomendações.

A coalizão também anunciou uma 
nova campanha para alertar as mulheres sobre as conseqüências psicológicas e físicas do aborto. A campanha colocará anúncios no metrô de Nova Iorque com a declaração: “O aborto muda você”.

Veja a cobertura relacionada de LifeSiteNews.com:

Traduzido por Julio Severo: 
www.juliosevero.com

Veja também este artigo original em inglês: 
http://www.lifesitenews.com/ldn/2010/mar/10031115.html

Copyright © LifeSiteNews.com. Este texto está sob a licença de Creative Commons Attribution-No Derivatives. Você pode republicar este artigo ou partes dele sem solicitar permissão, contanto que o conteúdo não seja alterado e seja claramente atribuído a “Notícias Pró-Família”. Qualquer site que publique textos completos ou grandes partes de artigos de Notícias Pró-Família ou LifeSiteNews.com em português tem a obrigação adicional de incluir um link ativo para “NoticiasProFamilia.blogspot.com”. O link não é exigido para citações. A republicação de artigos de Notícias Pró-Família o LifeSiteNews.com que são originários de outras fontes está sujeita às condições dessas fontes.

Cavaleiro do Templo atinge 4400 cidades ao redor do mundo em 124 países

Quero comemorar com vocês!!!



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RESSURGE A DEMOCRACIA

RESSURGE A DEMOCRACIA 


Editorial do jornal "O Globo" do Rio de Janeiro, em sua edição de 02 de ABRIL de 1964






Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.

Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem.  Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada
Texto completo

Agora, o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo. Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.

Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo. As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, "são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI.

No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei. Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.

Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras  presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo. A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém.

É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País. Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos. Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto.
Sejamos dignos de tão grande favor.

Publicado no site A Verdade Sufocada

JULGAMENTO DA REVOLUÇÃO

Julgamento da Revolução 


Editorial de autoria do jornalista Roberto Marinho, publicado no jornal “O Globo”, edição de 07 de outubro de 1984
 




"Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada”.



Quando a nossa redação foi invadida por tropas anti-revolucionárias, mantivemo-nos firmes em nossa posição. Prosseguimos apoiando o movimento vitorioso desde os primeiros momentos de correção de rumos até o atual processo de abertura, que se deverá consolidar com a posse do novo presidente. Temos permanecido fiéis aos seus objetivos, embora conflitando em várias oportunidades com aqueles que pretenderam assumir o controle do processo revolucionário, esquecendo-se de que os acontecimentos se iniciaram, como reconheceu o Marechal Costa e Silva, "por exigência irrefutável do povo brasileiro". Sem o povo não haveria a revolução, mas apenas um "pronunciamento" ou "golpe" com o qual não estaríamos solidários.


O Globo, desde a Aliança Liberal, quando lutou contra os vícios políticos da Primeira República, vem pugnado por uma autêntica democracia e progresso econômico e social do país. Em 1964, teria de unir-se aos companheiros jornalistas de jornadas anteriores, aos "tenentes e bacharéis" que se mantinham coerentes com as tradições e os ideais de 1930, aos expedicionários da FEB que ocupavam a Chefia das Forças Armadas, aos quais sob a pressão de grandes marchas populares, mudando o curso de nossa história.


Acompanhamos esse esforço de renovação em todas as suas fases. No período de ordenação de nossa economia, que se encerrou 1977. Nos meses dramáticos de 1968 em que a identificação dos atos de terrorismo provocou a implantação do AI-5. Na expansão econômica de 1969 a 1972, quando o produto nacional bruto cresceu à taxa média anual de 10%. Assinale-se que, naquele primeiro decênio revolucionário, a inflação decrescera de 96% para 12% ao ano, elevando-se as exportações anuais de 1 bilhão e 300 mil dólares para mais de 12 bilhões de dólares. Na era do impacto da crise mundial do petróleo desencadeada em 1973 e repetida em 1979, a que se seguiram aumentos vertiginosos nas taxas de juros, impondo-nos uma sucessão de sacrifícios para superar a nossa dependência externa de energia, a deterioração dos preços dos nossos produtos de exportação e a desorganização do sistema financeiro internacional.


Essa conjunção de fatores que violaram a administração de nossas contas externas obrigou-nos a desvalorizações cambiais de emergência que teriam fatalmente de resultar na exacerbação do processo inflacionário. Nas respostas que a sociedade e o governo brasileiro deram a esses desafios, conseguindo no segundo decênio revolucionário que agora se completa, apesar das dificuldades, reduzir de 80% para menos de 40% a dependência externa na importação de energia, elevando a produção de petróleo de 175 mil para 500 mil barris diários e a de álcool de 680 milhões para 8 bilhões de litros, e simultaneamente aumentar a fabricação industrial em 85%, expandir a área plantada para produção de alimentos com 20 milhões de hectares a mais, criar 13 milhões de novos empregos, assegurar a presença de mais 10 milhões de estudantes nos bancos escolares, ampliar a população economicamente ativa de 29 milhões para 45 milhões, elevando as exportações anuais de 12 bilhões para 22 bilhões de dólares.


Volvendo os olhos para as realizações nacionais dos últimos vinte anos, há que se reconhecer um avanço impressionante: em 1964 éramos a quadragésima nona economia mundial, com uma população de 80 milhões de pessoas e uma renda per capita de 900 dólares somos hoje a oitava, com uma população de 130 milhões de pessoas, e uma renda média per capita de 2.500 dólares.


O Presidente Castelo Branco, em seu discurso de posse, anunciou que a revolução visava "a arrancada para o desenvolvimento econômico, pela elevação moral e política". Dessa maneira, acima do progresso material, delineava-se o objetivo supremo da preservação dos princípios éticos e do restabelecimento do estado de direito. Em 24 de junho de 1978, o presidente Geisel anunciou o fim dos atos de exceção, abrangendo o AI-5, o decreto-lei 477 e demais Atos Institucionais e com isso, restauravam-se as garantias da magistratura e o instituto do habeas-corpus. Cessava a competência do Presidente para decretar o fechamento do Congresso e a intervenção nos Estados, fora das determinações constitucionais. Perdia o Executivo as atribuições de suspender direitos políticos, cassar mandatos, demitir funcionários e reformar militares. Extinguiam-se as atividades da CGI (Comissão Geral de Inquérito) e o confisco sumário de bens. Desapareciam da legislação o banimento, a pena de morte, a prisão perpétua e a inelegibilidade perene dos cassados. Findava-se o período discricionário, significando que os anseios de liberalização que Castelo Branco e Costa e Silva manifestaram em diversas ocasiões e que Médice vislumbrou em seu primeiro pronunciamento finalmente se concretizavam.


Enquanto vários líderes oposicionistas pretenderam considerar aquelas medidas fundamentais como "mero paliativo", o então Deputado Tancredo Neves, líder do MDB na Câmara Federal, reconheceu que a determinação governamental "foi além do esperado". Ao assumir o Governo, o Presidente Figueiredo jurou dar continuidade ao processo de redemocratização. A concessão da anistia ampla e irrestrita, as eleições diretas para governadores dos Estados, e colaboração federal com os novos governos oposicionistas na defesa dos interesses maiores da coletividade, são demonstrações de que o presidente não falou em vão. Não há memória de que haja ocorrido aqui, ou em qualquer outro país, que um regime de força consolidado há mais de dez anos se tenha utilizado do seu próprio arbítrio para se autolimitar, extinguindo os poderes de exceção, anistiando adversários, ensejando novos quadros partidários, em plena liberdade de imprensa.


É esse, indubitavelmente, o maior feito da revolução de 1964. Neste momento em que se desenvolve o processo da sucessão presidencial, exige-se coerência de todos os que têm a missão de preservar as conquistas econômicas e políticas dos últimos decênios. O caminho para o aperfeiçoamento das instituições é reto. Não admite desvios aéticos, nem afastamento do povo. Adotar outros rumos ou retroceder para atender a meras conveniências de facções ou assegurar a manutenção de privilégios seria trair a Revolução no seu ato final.

EUA recusam vacina para gripe A usada na Europa

A NOVA ORDEM MUNDIAL

MONDAY, 29 MARCH 2010


A vacina escolhida não é considerada segura por todos os organismos. Segundo o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde de Portugal), foi "estabelecida a relação benefício-risco e o benefício foi considerado superior ao risco" pela Agência Européia do Medicamento

A vacina que está a ser usada em Portugal contra a gripe A não foi aprovada pelos Estados Unidos por conter substâncias na sua composição que podem alegadamente causar danos à saúde dos que a tomam. Trata-se da Pandemrix, vacina aprovada pela Organização Mundial da Saúde e escolhida pela Agência Européia do Medicamento para ser usada em todos os Estados membros. E em relação à qual o Infarmed garante terem sido feitos todos os testes de qualidade.

No entanto, a Pandemrix está a provocar a recusa de muitas pessoas na Alemanha da sua utilização, dando como justificação o fato de os políticos e os funcionários públicos de topo serem preventivamente vacinados com uma outra (leia matéria). O presidente do Colégio Alemão dos Médicos de Família refere mesmo que os "potenciais riscos ultrapassam os benefícios" e, segundo Michael Kochen, este é um "teste em larga escala feito à população alemã" enquanto o Ministério da Saúde veio a público esclarecer que a Pandemrix não tem efeitos secundários mais graves que a vacina alternativa. Segundo o secretário de Estado da Saúde, Klaus Schroeder, foram encomendadas 50 milhões de doses de Pandemrix e não de outro preparado, porque pode ser produzida quatro vezes mais rapidamente do que a Cevalpan. Refira-se que 22 Governos europeus já encomendaram 440 milhões de Pandemrix.

Em Portugal, membros dos grupos prioritários recusaram a vacinação, designadamente políticos e a classe médica. Ontem, o presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes, considerou que a recusa de médicos e de outros profissionais de saúde deve ser aceite com "prudência e bom-senso" porque acha esta reserva "natural" quando se trata de profissionais que "estão mais envolvidos no meio; sabem mais do ponto de vista técnico/científico o que se passa e sabem que não há ainda resultados verdadeiramente sólidos que permitam determinar com clareza se a pessoa deve ser vacinada".

Nos EUA, a Pandemrix não foi aprovada porque contém uma substância, o esqualeno, que alegadamente provoca a alteração do sistema imunitário. Vários estudos ligaram os seus efeitos à síndrome da Guerra do Golfo porque terá sido utilizado como adjuvante na vacina do antrax. O que está em causa nesta vacina, segundo os seus detractores, são dois componentes que se encontram tanto na própria vacina como no adjuvante que lhe é adicionado para aumentar os efeitos.

Apesar de a vacina da GlaxoSmithKline (GSK) estar em conformidade com as regras européias da Organização Mundial de Saúde (OMS), ela contém, segundo a informação que esteve no site da farmacêutica até ontem a meio do dia, cinco microgramas de timerosal - na vacina - e 10, 69 miligramas de escaleno - no adjuvante -, cujos efeitos secundários são polêmicos e considerados insuficientemente testados nos seres humanos. Estes dois produtos são necessários para potenciar os efeitos da vacina de modo a que a já gigantesca produção do medicamento satisfaça a procura em menos tempo de produção. O escaleno reduz o tempo da cultura de vírus inactivos e o tiomersal permite utilizar o sistema da multidose.

A preocupação da OMS perante os riscos das vacinas para a H1N1 é tão grande que responsabiliza as autoridades médicas nacionais para os alegados riscos e benefícios das vacinas disponíveis antes de as licenciarem, porque "quando vacinas pandémicas são administradas a tantos milhões de pessoas pode não ser possível identificar situações raras". Aconselha a monitorização intensa e comunicação imediata dessas situações e a troca a nível mundial desses dados.

GSK, contactada pelo DN, considera que no caso do esqualeno "não existem estudos conclusivos que permitam estabelecer relação entre causa e efeito" e confirma que a substância permite "com menos fazer mais" porque é um "amplificador de sinal". No caso do timerosal, refere que "a pequena dose de mercúrio de 25 microgramas" não "induz malformações no sistema nervoso dos bebés nem ameaça o de-senvolvimento dos embriões" e que está muito abaixo do "limite aceitável para as grávidas de 60 kg, que é de 96 microgramas".

O Infarmed - a Autoridade Nacional do Medicamento - confirma que as duas substâncias encontram-se na Pandemrix, mas que "as afirmações sobre o timerosal e o esqualeno não são, de fato, nem corretas nem verdadeiras". Esclareceu ao DN que a vacina foi aprovada por "procedimento centralizado" - pela Agência Européia do Medicamento - e que ficou homologada para todos os Estados membros.

O Infarmed informa, também, que "durante o processo de avaliação foram ponderados todos os aspectos relativos à qualidade, segurança e eficácia de um medicamento, sendo estabelecida uma relação benefício-risco. Na situação em apreço, o benefício foi considerado superior ao risco, razão pela qual a Agência Européia emitiu uma posição favorável à autorização do medicamento".

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Até o momento eu não consegui ainda saber se a vacina da GSK utilizada no Brasil é a Pandemrix. Se alguém souber, por favor responda nos comentários.

Fontes:
DN PortugalEUA recusam vacina para gripe A usada na Europa


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