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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Eclipse do Normal

DEXTRA
TERÇA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2010


Joseph Sobran: Chronicles Magazine, 20 de abril de 2010
Original: The Eclipse of the Normal
Tradução: Dextra 

Quase um século atrás, G.K. Chesterton escreveu sobre “o hábito mórbido e moderno de sacrificar o normal pelo anormal”. Hoje, a própria palavra normal é quase tabu. Morra o pensamento de que há qualquer coisa de anormal – muito menos pecaminoso, violento, pervertido, abominável, doentio, insalubre ou simplesmente errado – com a sodomia. (Anti-higiênico? Não vamos nem comentar.)

Como diz a inscrição de uma camiseta, “Eu tenho orgulho de meu filho gay”. Claro que você tem, minha senhora. Aposto que quando ele contou a você, você não se controlou e disse, “Oh, querido, você me deixa tão orgulhosa!” Quer dizer, quem não ficaria? E aí você saiu e se vangloriou disto para todos os vizinhos.

E você gosta de imaginar o que ele e seus “parceiros” fazem juntos? Se você estiver curiosa, você provavelmente pode ter uma idéia a partir de um DVD. Basta ir a uma loja de DVDs adultos e perguntar onde fica a sessão de anal. Isto deve fazer você simplesmente explodir de orgulho materno.

Deixe-me por minhas cartas na mesa. Eu sou o que eles chamam de homofóbico e eu acredito que Deus me ama assim do jeito que sou. Ele talvez até considere a homofobia uma de minhas mais finas qualidades. Em um nível muito menor, também sou lesbofóbico. Eu percebo que o lesbianismo também é uma forma de sodomia, mas isto me parece uma questão puramente técnica, porque, em minha experiência bastante limitada, ele não envolve o mesmo tipo de práticas repulsivas que a sodomia masculina. Quantas vezes você ouviu falar de uma lésbica morrendo de AIDS?

Este não é bem o lugar para discutir práticas sexuais em detalhe clínico. Discussões como esta estão disponíveis gratuitamente em outros lugares; na verdade, são inevitáveis. Acrescentar a elas, como diz o velho ditado, é chover no molhado.

Mas estou fugindo do assunto (não sei quando você ia perceber). A maioria das pessoas percebe que Deus fez dois sexos. Mesmo a frase gay e lésbica é uma tentativa de macaquear a simetria natural dos dois sexos (dois e apenas dois) da natureza. A homossexualidade masculina e feminina são apenas superficialmente paralelas; na verdade, elas são desajustes totalmente diferentes e dissimilares. A linhagem masculina é loucamente promíscua e nem um pouco seletiva, a linhagem feminina tende a ser monogâmica. Isto certamente será confirmado pelo resultado da febre pelo “casamento” do mesmo sexo — se já houve uma contradição em termos, é esta. (Você também pode esperar que dois touros, ou dois leões formem uma união duradoura.)

Nós estamos testemunhando o que pode ser chamado o eclipse do normal – uma fase excêntrica da história moderna, na qual um número enorme de pessoas finge ignorância do que é perfeitamente óbvio. Os tabus bem-educados sobre chamar aborto de “assassinato” e sodomia de “perversão” são meros sintomas disto; Barack Obama, com sua solicitude sicofanta pelos “gays”, é típico da mentalidade moderna liberal. “Quem pode dizer o que é ‘normal’?” é agora considerado uma charada insolúvel

Bem, quem pode dizer que, em toda a fantástica abundância da natureza, há apenas dois sexos? Ou que há outro além de apenas um? Afinal de contas, os membros de algumas espécies da vida marinha podem até mudar de sexo. Está claro que quem quer que não consiga responder perguntas como estas simplesmente não quer que elas sejam respondidas. Toda pessoa sã sabe as respostas e é uma perda de tempo discutir com um homem que finge não saber, mesmo se ele for o presidente dos Estados Unidos. Esta bobagem já está durando tempo demais.

Quem poderia ter imaginado, há uma geração atrás, que uma Sodoma organizada alcançaria tamanho poder cultural e político nos Estados Unidos? E tão cedo, a este ponto! “Somos todos sodomitas agora”, exulta Andrew Sullivan, e ele tem razão, pelo menos semanticamente. A palavra sodomia, como ele nota, costumava abarcar todas as perversões sexuais, incluindo a contracepção no casamento. A verdadeira revolução sexual veio a se passar em silêncio, quando a contracepção tornou-se geralmente aceita como uma parte legítima do casamento. Depois disto, tornou-se difícil argumentar contra virtualmente qualquer prática sexual, dentro ou fora do matrimônio, com exceção do estupro. A revolução na moral ocorreu quase antes que qualquer um a percebesse. E hoje é vista com absoluta naturalidade.

Poucos de nós conseguem agora se lembrar do quão severamente quase todos os cristãos desaprovavam o controle da natalidade antes de 1931, quando a Igreja Anglicana abriu as comportas com algumas exceções aparentemente inofensivas em certos casos de pobreza. E atualmente, os velhos padrões de castidade derreteram como gelo em agosto. Nos termos de hoje, eles são quase que incompreensíveis.

O homem moderno está absolutamente amputado de seu passado. Ele e seus ancestrais seriam completos estranhos uns aos outros. O problema essencial é uma nova forma de hipocrisia na qual todos nós sentimos uma pressão para afetar ignorância de coisas que todo mundo costumava saber – e que a maioria das pessoas ainda sabe.

Para colocar as coisas de forma crua, nossos padrões morais horrorizariam nossos antepassados. Eles não acreditariam e ficariam de queixo caído diante das coisas que nós agora aceitamos como normais, pela simples razão que qualquer sociedade civilizada reconheceria estas coisas como altamente anormais.

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