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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Sakineh, a Mártir Brasileira

BLOG DO HEITOR
quarta-feira, 3 de novembro de 2010










Hoje, depois de uma inatividade de mais de dois meses, volto à ativa. Ocorreu-me tecer alguns comentários sobre a “coqueluche” do momento (termo em desuso que caracteriza meu estilo retrógrado): o caso Sakineh!
No Irã, país de regime totalitário teocrata islâmico, uma mulher comum, do povo, foi acusada de adultério e assassinato, e condenada à morte.

Absolvida da acusação de adultério, cuja pena seria a morte por apedrejamento, será executada pelo crime de assassinato.

Esses são os fatos de que somos informados pelos jornais, TVs e internet.

Não comentarei os fatos em si, mas as reações e manifestações pelo mundo todo e particularmente as reações brasileiras.

Tão logo vieram a público os acontecimentos iranianos e já o exército feminista com seus simpatizantes já se puseram em pé de guerra, o grupo tupiniquim congestionando os sites tipo “Twitter” ou “Facebook” com os brados costumeiros, as listas de protestos para todos assinarem, na tentativa de demover os carrascos de suas sórdidas intenções.

Devo, no entanto e antes de tudo, declarar que execuções, assassinatos, penas de morte, para mim são abomináveis, mas o que me espanta são as atitudes de pessoas do outro lado do mundo se mobilizando por uma causa como se vivessem num paraíso de fazer inveja ao mundo todo.

Na verdade o que ouriça os ânimos verdes amarelos é o fato de a personagem da história ser iraniana e mulher. Não fosse isso, o carnaval não seria tão espalhafatoso.

E assim quero lembrar aos manifestantes que a pena de morte não existe apenas no Irã e que julgamentos parciais e errôneos não são exclusividade iraniana ou islâmica. Eles existem principalmente em países comunistas/socialistas como a China, a Coréia do Norte e Cuba, essa bem mais perto de nós que o Irã. E milhares de pessoas são executadas todos o dias, mulheres e homens.

No Brasil indignado, 50 mil pessoas são assassinadas todos os anos e no entanto não ouço clarins e rufar de tambores. A morte de uma popular iraniana deve ser mais importante!

Comerciantes como aquele seu Joaquim da mercearia da esquina vão à falência e perdem seu sustento e o da sua família, vitimados pela carga tributária absurda, a maior de mundo, mas a “burka” obrigatória às mulheres muçulmanas é um mal maior.

Agricultores que matam nossa fome, vivem sob tensão, sob a ameaça da desapropriação ou a invasão de suas terras pelo MST, mas é mais importante bradar contra o radicalismo dos Aiatolás.

O Foro de São Paulo existe há 20 anos com o objetivo de transformar o Brasil e toda América Latina em uma imensa Cuba, mas quem é que quer saber disso? O Islã é que é o Demônio e não aquele que já está enraizado aqui mesmo, do qual é irrelevante saber, ao menos, de que se trata.

O perigo da não alternância no poder acabou de ser legitimado, mas isso é questão de somenos diante da ameaça representada pela obrigatoriedade do uso do véu cobrindo o rosto das mulheres árabes.

Já citei ainda hoje a frase de George Orwell: “Enxergar um palmo adiante do nariz exige esforço constante”, e me pergunto cá com meus botões:

Será que algum dia enxergaremos isso?

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