10 de novembro de 2010 | 18h 37
Manifestações na Avenida Paulista e em Ipanema são agendadas e alunos se mobilizam online
Clarissa Thomé - O Estado de S.Paulo e Estadão.edu
Estudantes estão se mobilizando por redes sociais para protestar contra as falhas do Enem. Os movimentos são de grupos diferentes, sem conexão entre si, e que organizaram de passeata em Ipanema, na Zona Sul, à ocupação das escadarias da Câmara de Vereadores, no Centro. A linha telefônica para queixas, criada pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Brasileira dos Estudantes (Ubes), havia recebido mais de 800 ligações até a tarde de ontem.
Os alunos do tradicional Colégio Notre Dame, em Ipanema, organizaram o Movimento dos Vestibulandos Ativistas Sem Enem (Movam-se). Marcaram a caminhada na praia pelo Facebook e receberam 452 adesões em dois dias. O símbolo é um palhaço atravessando a bandeira do Brasil. “Aqui você é o palhaço”, diz a legenda. “A gente tem em mente o retorno do sistema antigo, em que o Enem era usado para a avaliação da qualidade de ensino das escolas. Não desacreditamos no Enem como forma democrática de acesso. Nossa crítica é a forma como tem sido feito, com falhas”, afirma o estudante Matheus Trotta, um dos integrantes do Movam-se.
A Nova Organização Voluntária Estudantil (Nove), surgida no ano passado, após o vazamento das provas do Enem, marcou protesto para amanhã, nas escadarias da Câmara de Vereadores. “Há muita indignação com a falta de organização. Houve falha de segurança, fiscais mal-instruídos, sem coordenação. É um projeto que deveria ter sido melhor estruturado”, afirmou Rafael Rezende, do comitê organizador.
Ao contrário do recém-surgido Mova-se, a Nove defende a manutenção do Enem. “Talvez a regionalização da aplicação da prova seja a solução”, afirma Rezende. Em Niterói, o grupo Enemganados faz passeata hoje no centro da cidade.
Em São Paulo, pelo Orkut estudantes transmitem mensagens com um cartaz Em um deles, os estudantes marcam protesto para o dia 15 de novembro, às 14h, em frente ao Masp (veja foto). Em abaixo-assinados online, alunos que fizeram o Enem pedem que o exame seja cancelado ou que todos que se sentirem prejudicados possam fazer novamente a prova.
O presidente da Ubes, Yann Evanovick, informou que a entidade pediu ontem audiência com o ministro da Educação Fernando Haddad para pedir que a prova do fim de semana não seja anulada e garantir o direito dos estudantes prejudicados de refazer.
“O Enem é um método de avaliação interessante. Saímos da prova decoreba para um modelo que avalia o conhecimento. Mas não se pode subestimar o tamanho do Brasil. O Enem é a maior prova do continente.
A Ubes defende o teste seriado e regional”, afirmou. Segundo Evanovick, ao contrário do ano passado, quando a entidade recebeu mensagens de alunos que pediam o adiamento da prova após o vazamento, desta vez a maioria não quer a anulação do exame.
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