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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cablegate Brasil: Veja Aqui Todos os Documentos Relacionados com o Brasil

A NOVA ORDEM MUNDIAL
MONDAY, 29 NOVEMBER 2010


Cablegate BrasilNo primeiro dia da publicação do Cablegate fizemos uma breve descrição sobre os documentos divulgados até aquele momento. Como veremos muitas outras informações relacionadas com o Brasil nas próximas semanas, resolvi criar este post, onde irei atualizar a medida que mais informações se tornarem disponíveis.

Os documentos mostram estreita relação do Brasil com a inteligência americana, e uma grande preocupação por parte do governo americano sobre a falta de legislação anti-terrorista no Brasil.

Doc. 08STATE3034 - Al-Quaeda na tríplice fronteira com o Brasil: um dos cabos publicados mostra como em 2008 Washington ordenou a seus diplomatas em Assunção (Paraguai), para que investigassem a possível presença da Al-Qaeda em uma zona de fronteira entre Paraguai, Argentina e Brasil. Este documento solicitava informações sobre grupos terroristas e simpatizantes, incluindo a Al-Qaeda e outros grupos militantes islâmicos como o egipcio Jamaa Islamiya, o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e o Hezbollah do Líbano.

Doc. 09BRASILIA1540 e 08BRASILIA504 - Preocupação pela falta de legislação anti-terrorismo no Brasil Nestes  dois documentos vemos uma crescente preocupação do governo americano com a falta de uma legislação anti-terrorismo no Brasil. De acordo com o sumário do documento de 2008:
Em novembro do ano passado, o Governo do Brasil anunciou que estava retrocedendo em seu esforço para apresentar uma legislação anti-terrorismo depois de um esforço de longos anos de um grupo de trabalho dentro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), para coordenar a elaboração da iniciativa dentro do governo. Apesar de que hoje procuram diminuir a importância de ter essa legislação, antes da reversão funcionários alegaram que a legislação anti-terrorista era necessária para melhorar o seu regime jurídico - que atualmente não trata de atividades terroristas, financiamento do terrorismo, ou o apoio ao terrorismo como crimes. Algumas notícias têm sugerido que o poderoso chefe de gabinete do presidente Lula anulou a legislação proposta, que havia sido atacado por alguns ativistas sociais e grupos de defesa, que temiam que a legislação poderia ser usado contra eles, e comparou-a com a repressão da era militar. Os meios de comunicação e o silêncio político após a reversão do governo expôs um vácuo em matérias relacionadas com o terrorismo entre as elites, cujo apoio seria necessário para superar a resistência. Como resultado, nossos esforços para colocar esta legislação novamente na agenda do Brasil será uma batalha árdua.
A maioria dos legisladores e público em geral ainda são adeptos da mentalidade do "isso não pode acontecer aqui", pois eles não têm qualquer idéia de táticas terroristas, o conceito de redes de apoio,... Segundo ele, o único fator que poderia mudar essa indiferença é uma outra onda de violência como a desencadeada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo em 2006 (ref D). O terrorismo perpetrado por extremistas islâmicos é muito remoto para os brasileiros se preocuparem. A única maneira que eles vão se mover, acrescentou, é quando o problema os afetar de forma diária.
Diante da situação atual no Rio de Janeiro, seria esta onda de violência no Rio parte de um movimento para ganhar apoio para uma nova lei-anti-terrorismo no Brasil? Seria a onda de violência no Rio um Ataque de Falsa Bandeira?

Outro documento publicado pelo WikiLeaks traz a mais recente avaliação da política brasileira de combate ao terrorismo, de 31 de dezembro de 2009 (Cable 09BRASILIA1540). Nele, a Ministra Conselheira da Embaixada Lisa Kubiske reitera a existência de "dois discursos separados" no Brasil: enquanto o governo nega, a polícia monitora e colabora em operações de contraterrorismo. Ela cita como exemplo a prisão, em maio daquele ano, de um integrante da Al Qaeda.

A prisão foi feita pela PF em São Paulo durante uma pretensa investigação sobre células nazistas. O libanês, conhecido como "senhor K", foi preso sob acusação de racismo. Para a PF, ele coordenava uma célula de comunicação e recrutamento da Al Qaeda em São Paulo.

Doc. 08BRASILIA43 - Brasil oculta prisões de terroristas: O governo brasileiro disfarça a existência e a prisão de pessoas ligadas ao terrorismo, de acordo com textos enviados pelo então embaixador americano no Brasil em 2008. Segundo o documento, "o governo brasileiro é um parceiro de cooperação no combate ao terrorismo e actividades relacionados com o terrorismo no Brasil [...] No entanto, os mais altos níveis do governo brasileiro, particularmente o Ministério das Relações Exteriores, são extremamente sensíveis a quaisquer créditos públicos de que terroristas têm presença no Brasil - seja para arrecadar fundos, organizar a logística, ou mesmo trânsito no país - e vai vigorosamente rejeitar quaisquer declarações implicando o contrário".

Doc. 08BRASILIA43 - Governo Brasileiro com relações estreitas com as agências de inteligência dos EUA As forças de segurança brasileira cooperam estreitamente com a inteligência dos EUA e as agências de segurança no combate ao terrorismo no país, apesar dos desmentidos do governo brasileiro.

Segundo um telegrama secreto enviado para Washington em janeiro de 2008 pelo embaixador dos EUA Clifford Sobel, a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência ABIN monitoraram suspeitos terroristas e prenderam alguns deles, utilizando outras acusações:
"A Polícia Federal, muitas vezes, prende pessoas com ligações ao terrorismo, mas nunca usa acusações de terrorismopara evitar chamar atenção da mídia e dos altos escalões do governo. Durante o ano passado a Polícia Federal prendeu várias pessoas envolvidas em atividades suspeitas de financiamento ao terrorismo, mas os deteve sob acusações de tráfico de narcóticos e contrabando.".
O governo brasileiro nega a existência de operações contra o terrorismo no país.

Doc 09MOSCOW111 - Ahmadinejad disse ao Ministro do Exterior da Rússia: "Iran não está fazendo nada diferente do Brasil".

Em uma conversa do Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, com o embaixador americano em Moscou, Lavrov conta o que ouviu de Ahmadinejad:
Lavrov elogiou a nova abordagem dos EUA para o Irã, acolhendo a disponibilidade do presidente Barack Obama para envolver os EUA "plenamente" nas negociações com o Iran. A disposição de discutir "todas" as questões foi um passo positivo, um passo que a Rússia vinha defendendo há vários anos, disse Lavrov. Iran exercia uma grande influência na região, inclusive no Afeganistão, Iraque, Hezbollah, Hamas, em Gaza, etc. Iran por muito tempo vem se preocupando com Israel, e viu o Paquistão como um concorrente de armas nucleares. Putin perguntou à Ahmadinejad durante uma reunião em Teerã, alguns anos antes, por que ele fez tais declarações anti-israelenses, mas Ahmadinejad não respondou, dizendo apenas que o Iran "não estava fazendo nada na esfera nuclear diferente do Brasil." Putin respondeu que o Brasil não estava no Oriente Médio.

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