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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Transparência no IPCC: condição imprescindível

VERDE: A COR NOVA DO COMUNISMO
domingo, 19 de setembro de 2010



 Para o repórter da Folha Marcelo Leite, o relatório do Conselho Inter-Academias sobre os procedimentos do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima), embora pareça brando com o IPCC, não é. 

“No fundo ‒ ou melhor, nas entrelinhas ‒ podem-se entrever alguns recados não verbalizados. O mais importante é que o indiano Rajendra Pachauri deveria deixar a presidência do painel.” 

E acrescenta: 

“em meio a uma guerra de comunicação sobre um erro crasso no Quarto Relatório de Avaliação (AR4, de 2007), Pachauri comportou-se com arrogância, pondo em risco a credibilidade amealhada pelo IPCC ao longo de duas décadas. Tratava-se da previsão do AR4 de que as geleiras do Himalaia poderiam desaparecer até 2035, uma bobagem isolada e irrelevante para abalar a conclusão de que o aquecimento global é inequívoco e parte dele é provocado pelo homem ("antropogênico", no jargão da mudança do clima). 

“O indiano demorou a responder e não reconheceu de imediato o erro, nem se desculpou logo por ele. Agora tem de aturar a dissecação do episódio pelo comitê. Dois de 12 revisores do trecho haviam apontado inconsistências e falhas de referência (a fonte era uma relatório da ONG ambiental WWF, e não um trabalho científico convencional), mas foram ignorados por autores e editores do relatório.” 

A proposta da auditoria das academias, segundo Leite, “constitui uma indireta para Pachauri pegar o boné.” 

“A auditoria também propõe mais critério e transparência na escolha dos especialistas que contribuem na elaboração dos relatórios e da literatura que será considerada”. 

“’Transparência’ é uma palavra bonita, mas precisa ser traduzida em termos práticos”, escreve o jornalista. Ele sugere uma maior abertura explorando as facilidades da Internet. 

“Só especialistas credenciados, proponho, teriam meios de fazer contribuições diretas ao texto do relatório, ao longo das revisões sucessivas, mas precisariam pôr suas minutas e seus argumentos sob os olhos de todos, não só dos colegas de IPCC. O próprio credenciamento teria de ser feito assim, de forma aberta. Os "termocéticos" (negacionistas do aquecimento global antropogênico) e jornalistas investigativos encontrariam aí material farto para vigiar de perto os trabalhos e denunciar a tempo, na esfera pública, as falhas que encontrarem”. 



“Sem uma alteração radical como essa nos procedimentos, com ou sem Pachauri, o painel permanecerá sob o risco de ser incluído no dito atribuído a Otto von Bismarck (1815-1898): leis e relatórios do IPCC são como salsichas ‒ é melhor não saber como são feitos.”

A proposta é de bom senso. Tal vez por isso corre o risco de não ser ouvida.

De fato, o IPCC sob a direção de seu atual diretor funcionou como uma caixa de ressonância para uma ideologia ‒ ou uma “religião” ‒ de fundo socialista com objetivos planetários. 

A transparência nos procedimentos do IPCC, como proposta por Marcelo Leite, pode trazer uma garantia de segurança indispensável para o bem da humanidade. Isto é, impedir manipulações ideológicas.

É claro que a proposta poderá ser tida como muito danosa para os apóstolos do dirigismo planetário radical, ou pós-comunista que não gostarão vê-la aplicada.

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