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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Dilmamentira-a-outra no Jornal da Globo

GUILHERME FIÚZA
QUA , 1/9/2010


Protegida pela liminar do Supremo que liberou a piada com candidatos, Dilma Rousseff se espalhou no “Jornal da Globo”.
Disse que Lula foi um dos responsáveis pela libertação dos presos políticos cubanos. A família de Orlando Zapata, sobre cujo cadáver o presidente brasileiro sapateou sorridente com Fidel Castro, não deve ter achado graça.

Mas a candidata do PT prosseguiu com as anedotas na tela da Globo. Disse que o governo tem que controlar seus gastos, não pode sair “gastando dinheiro a roldão”.

A companheirada pendurada nos 39 ministérios não deve estar entendendo nada. Será que a presidenta vai botar todo mundo na rua? E a festa dos convênios com as ONGs amigas, a distribuição de mesadas para o MST, a UNE, os sindicatos? E as bolsas camaradas a fundo perdido?

Calma, nada de pânico. Dilma declarou também que ajuste fiscal com aumento de impostos é crime – e, como se sabe, o governo Lula deu ao Brasil sua carga tributária recorde.

Entenderam? Era só piada. O crime compensa.

O “dinheiro a roldão” é a entidade mais sagrada do governo popular, acima até mesmo dos charutos cubanos de Dirceu e Delúbio. Dilma Rousseff é a candidata de um governo que explodiu os gastos públicos, com um aumento espetacular de 20% – ainda maior que o da carga tributária.

Ainda bem que o Supremo liberou a piada na TV. Essa do controle de gastos ia dar multa pesada. (Se bem que multa, como já disse Lula, não é problema para eles).

Entrevista de Dilma Rousseff é diversão garantida. No que lhe passam a palavra, ela manda qualquer uma. Firme. Contundente. Declarou, por exemplo, que o Brasil passou “mais de 25 anos” sem investir em infra-estrutura. É de rolar de rir.

E a opinião pública brasileira, essa geléia, engole tudo. Viva o humor.

É claro que essa brincadeira de presidenta não tem como acabar bem. Está certo que José Dirceu vai estar sempre ali pertinho, soprando o texto para sua afilhada. Mas a vida real, infelizmente, não é tão magnânima quanto a festa dos palanques.
O Brasil, pelo visto, quer pagar para ver as caneladas da mamãe de aluguel. Pensando bem, ele merece.

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