TUESDAY, SEPTEMBER 28, 2010
Dinesh D'Souza, 09 de setembro de 2010, para a Revista Forbes.
O presidente não é exatamente um socialista. Então, o que move sua hostilidade à iniciativa privada? Olhe para suas raízes.
Correção em Anexo
Barack Obama é o presidente mais anti-empresarial em uma geração, talvez na história americana. Graças a ele, a era do estado grande está de volta. Obama acumula uma dívida fiscal não na casa dos bilhões, mas dos trilhões. Ele expandiu o controle do governo federal às hipotecas domésticas, investimentos bancários, sistema de saúde, indústria automobilística e energia. A Weekly Standard resume a filosofia de Obama como onipotência em casa, impotência no exterior.
As atitudes do presidente são tão bizarras que deixam igualmente perplexos seus críticos e apoiadores. Considere esta manchete da edição de 18 de agosto de 2009 do Wall Street Jounal: "Obama Financia Perfurações em Águas Profundas." Você leu direito? Leu. Esta administração apóia perfurações em águas profundas - mas a perfuração em águas profundas do Brasil. Com o apoio de Obama, o U.S. Export-Import Bank ofereceu $2 bilhões em empréstimos e garantias para a companhia brasileira estatal de petróleo, a Petrobrás, financiar a exploração da Bacia de Santos, próximo ao Rio de Janeiro - para que o petróleo não vá parar nos Estados Unidos. Ele está financiando a exploração brasileira para que o petróleo possa ficar no Brasil.
Outro comportamento estranho: O pronunciamento de Obama em 15 de junho de 2010 em resposta ao vazamento do Golfo não se concentrou nas estratégias de limpeza mas sim no fato de que os americanos "consomem mais de 20% do petróleo do mundo, mas têm menos menos de 2% das reservas mundiais." Obama prosseguiu investindo contra "o vício secular da América em combustíveis fósseis." O que é que isto aí tem a ver com o derramamento de petróleo? A calamidade teria sido um problema menor se a América consumisse apenas 10% das reservas do mundo?
PAPEL DE MOLEQUE I
Obama, senador pelo Illinois, num evento em 2007, na companhia de Hillary. Olhe a cara de tédio do rapaz, que faz questão de ficar com as mãos para a frente, enquanto ouve o hino americano, ao invés de pôr a mão direita sobre o peito, como todo mundo.Que bosta ouvir o hino nacional americano, né, Obama? Mas e o chamado para a o oração dos muçulmanos? Opa, esse é demais! Em entrevista aos esquerdistas do NYT, em fevereiro de 2007, Obama abriu o jogo: "O chamado islâmico para a oração é um dos mais belos sons da terra ao por do sol." Confira aqui se você concorda com esta opinião mimosa do sheik Barack Hussein Muhammad Obama.*
As esquisitisces não acabam. A administração Obama declarou que até os bancos que queiram pagar de volta o dinheiro dos pacotes de ajuda podem não receber permissão para fazê-lo. Só depois que o time de Obama deu aprovação a um banco através do "teste de estresse" do Federal Reserve é que ele teve autorização para devolver aos contribuintes seu dinheiro. Mesmo assim, declarou o secretário do Tesouro Tim Geithner, a administração poderia forçar os bancos a ficarem com o dinheiro.
O presidente continua a pressionar por mais pacotes de estímulos, muito embora centenas de bilhões nesta espécie de fundos pareçam ter feito pouco. A taxa de desemprego quando Obama assumiu o cargo em janeiro de 2009 era de 7.7%; agora é de 9.5% Entretanto, ele quer gastar ainda mais e está determinado a jogar a conta toda para os americanos que ganham $250,000 ou mais por ano. Os ricos, Obama insiste, não estão pagando sua "cota justa." Só isto já parece esquisito, dado que o 1% dos americanos mais ricos pagam 40% de todos os impostos federais; os 9% seguintes dos que possuem renda pagam outros 30%. Então, os 10% no topo pagam 70% dos impostos; os 40% na base não pagam quase nada. Isto parece mesmo injusto - com os ricos.
A política externa de Obama não é menos estranha. Ele apóia uma mesquita de $100 milhões de dólares marcada para ser construída próximo ao local onde terroristas em nome do Islã derrubaram o World Trade Center. A justificativa de Obama de que "nosso compromisso com a liberdade religiosa deve ser inabalável," parece totalmente irrelevante para a questão do por que a planejada Cordoba House deveria ser construída no Marco Zero.
Recentemente o London Times informou que a administração Obama apoiou a liberação condicional de Abdel Baset al-Megrahi, o terrorista de Lockerbie preso por envolvimento com a morte de 270 pessoas, em sua maioria americanos. A notícia surpreendeu a todos, porque quando a Escócia o soltou da prisão e o mandou de volta para a Líbia, em agosto de 2009, a administração Obama se queixou pública e acertadamente. O Times, entretanto, obteve uma carta da administração Obama enviada à Escócia uma semana antes do ocorrido, na qual ela dizia que a liberação de Megrahi por "razões humanitárias" era aceitável, desde que ele fosse mantido na Escócia, e seria "muito mais desejável" do que mandá-lo de volta para a Líbia. As autoridades escocesas entenderam que as objeções dos Estados Unidos à liberação de Megrahi "não eram sérias." Eles o enviaram para seu país de origem, onde ele vive hoje como um homem livre.
Mais uma anomalia. Há alguns meses atrás, o diretor da Nasa, Charles Bolden, anunciou que, de agora em diante, a missão primeira da agência espacial americana seria melhorar as relações com o mundo muçulmano. Como é que é? Bolden disse que ele ele ouviu isso diretamente do presidente. "Ele queria que eu encontrasse um meio de demonstrar boa-vontade com o mundo muçulmano e nos envolvermos muito mais com nações majoritariamente muçulmanas, para ajudá-las a se sentirem satisfeitas com suas contribuições históricas para a ciência, matemática e engenharia." Bolden acrescentou que a Estação Espacial Internacional era um modelo para o futuro da Nasa, já que não era um projeto dos Estados Unidos, mas incluia os russos e os chineses. A reformulação da agência por Obama causou consternação entre ex-astronautas como Neil Armstrong e John Glenn e até entre apoiadores do presidente. A maioria das pessoas acha que o trabalho da Nasa é fazer coisas como pousar na lua e em Marte e explorar outros destinos longínquos. Claro que apoiamos a auto-estima islâmica, mas o que raios Obama pretende com isso?
Há várias teorias para explicar os objetivos e ações do presidente. Os críticos na comunidade empresarial - inclusive alguns eleitores de Obama, que agora gostariam de poder devolver o produto - tendem a se concentrar em dois temas. O primeiro é que Obama não tem nenhuma noção sobre os negócios. O segundo é que Obama é um socialista - não um marxista de cabo a rabo, mas algo meio ao estilo socialista europeu, com uma tendência para o igualitarismo e a redistribuição governamental.
Estas teorias são mais inadequadas do que estão propriamente erradas. Mesmo que elas pudessem explicar a política doméstica de Obama, elas não conseguem explicar sua política externa. O verdadeiro problema de Obama é pior - muito pior. Mas nós estamos cegos para sua verdadeira agenda porque, de uma ponta a outra do espectro político, todos nós tentamos encaixá-lo em alguma versão da história americana. No processo, nós ignoramos a própria história de Obama. Ele é um homem que passou seus anos de formação - os primeiros 17 anos de sua vida - fora dos Estados Unidos continentais, no Havaí, Indonésia e Paquistão, com múltiplas viagens subsequentes para a África.
Uma boa maneira de discernir o que motiva a agenda de Obama é fazer uma pergunta simples. Qual é o seu sonho? É o sonho americano? É o sonho de Martin Luther King? Ou alguma outra coisa?
Certamente não é o sonho americano como os fundadores o conceberam. Eles acreditavam que a nação era uma "nova ordem para as eras." Meio século depois, Alexis de Tocqueville escreveu sobre a América estar criando "uma espécie distinta de humanidade." Isto foi conhecido como o excepcionalismo americano. Masquando perguntado em uma conferência de imprensa em 2009 sobre se ele acreditava neste ideal, Obama disse que não. A América, ele sugeriu, não é mais única ou excepcional do que a Grã-Bretanha ou a Grécia ou qualquer outro país.
Talvez, então, Obama compartilhe do sonho de Martin Luther King de uma sociedade para a qual as diferenças de raça sejam irrelevantes [color-blind]. O presidente se beneficiou daquele sonho; ele fez camapanha como um candidato não-racial e muitos americanos votaram nele porque ele representa o ideal da irrelevância da questão racial. Mesmo assim, o sonho de King não é o de Obama. O presidente nunca advoga a idéia da irrelevância da questão racial ou da neutralidade racial. Esta inação não é apenas tática; a questão racial simplesmente não é o que move Obama.
Qual, então, é o sonho de Obama? Nós não precisamos especular, porque o presidente mesmo nos diz em sua autobiografia, Dreams from my Father [Sonhos desde Meu Pai]. De acordo com Obama, seu sonho é o sonho de seu pai. Observe que seu título não é Sonhos de meu Pai, mas antes Sonhos desde meu pai. Obama não está escrevendo sobre os sonhos de seu pai; ele está escrevendo sobre os sonhos que ele recebeu a partir de seu pai.
Então, quem foi o Barack Obama Pai? Ele foi um membro da tribo Luo que cresceu no Quênia e estudou em Harvard. Ele foi um polígamo que teve, ao longo de sua vida, quatro mulheres e oito filhos. Um deles, Mark Obama, o acusou de bater na esposa. Ele também frequentemente dirigia bêbado e teve vários acidentes, matando um homem em um e precisando ter as pernas amputadas devido a ferimentos, em outro. Em 1982, ele se embebedou em um bar de Nairobi e morreu batendo o carro numa árvore.
Uma escolha estranha, certamente, como herói inspirador. Mas para seu filho, o Obama Pai representa uma grande e nobre causa, a causa do anti-colonialismo. O Obama Pai cresceu durante a luta da África para se libertar do domínio europeu e foi um entre a primeira geração de africanos escolhidos para estudar na América e depois forjar o futuro de seu país.
Eu sei um bocado sobre o anti-colonialismo, porque sou nativo de Mumbai, na Índia. Eu sou parte da primeira geração de indianos nascidos depois da independência de meu país em relação aos britânicos. O anti-colonialismo foi o grito de guerra da política do Terceiro Mundo durante grande parte da segunda metade do século XX. Para a maioria dos americanos, entretanto, o anti-colonialismo é uma idéia desconhecida, então, deixe-me explicá-la.
O anti-colonialismo é a teoria de que os países ricos do Ocidente ficaram ricos invadindo, ocupando e saqueando os países pobres da Ásia, África e América do Sul. [Nota do tradutor: pense em porcarias como As Veias Abertas da América Latina, ou a pedagogia comunista e farsante de Paulo Freire]. Como uma das influências reconhecidas de Obama, Frantz Fanon, escreveu em The Wretched of the Earth [Os Desgraçados da Terra], "O bem-estar e o progresso da Europa foi construído com o suor e os cadáveres de negros, árabes, indianos e das raças amarelas."
Os anti-colonialistas sustentam que mesmo quando seus países adquirem sua independência política, eles permanecem economicamente dependentes de seus antigos captores. Esta dependência é chamada de neocolonialismo, um termo definido pelo estadista africano Kwame Nkrumah (1909--72) em seu livro Neocolonialism: The Last Stage of Imperialism [Neocolonialismo: O Último Estágio do Imperialismo]. Nkrumah, o primeiro presidente de Gana, escreve que os países pobres podem ser nominalmente livres, mas eles continuam a ser manipulados desde o exterior por elites corporativas e plutocráticas. Estas forças do neocolonialismo oprimem não só o povo do Terceiro Mundo, mas também os cidadãos de seus próprios países. É óbvio que a solução é resistir e derrubar os opressores. Esta foi a ideologia anticolonial de Barack Obama pai e muitos de sua geração, inclusive muitos de meus próprios parentes na Índia.
O Obama Pai foi economista e em 1965 publicou um importante artigo na East Africa Journal, chamado "Problems Facing Our Socialism." [Nota do Tradutor: Este artigo será o próximo que nós de DEXTRA vamos traduzir e publicar] O Obama Pai não era um socialista doutrinário. Antes, ele via a apropriação da riqueza como um meio necessário para alcançar o objetivo anti-colonial de tomar os recursos dos saqueadores estrangeiros e devolvê-los ao povo da África. Para o Obama Pai, esta era uma questão de autonomia nacional. "É o africano que possui este país? Se sim, então por que ele não deveria controlar os meios econômicos de crescimento neste país?"
Como ele colocou, "Nós precisamos eliminar as estruturas de poder que foram construídas através da acumulaçao excessiva, de modo que não só uns poucos indivíduos controlem uma vasta quantidade de recursos, como é o caso, agora." O Obama Pai propunha que o Estado confiscasse a propriedade privada no campo e aumentasse impostos sem um teto limite. Na verdade, ele insistia que "teoricamente, não há nada que possa impedir o governo de taxar 100% da renda, desde que o povo obtenha do governo benefícios compatíveis com sua renda que é taxada."
É extraordinário que o presidente Obama, que conhece a história de seu pai muito bem, nunca tenha mencionado o artigo de seu pai. E é ainda mais extraordinário que praticamente não se tenha noticiado nada sobre um documento que parece diretamente relevante para que o Obama Filho está fazendo na Casa Branca.
Embora o Obama Pai conclamasse a África a se libertar da influência neocolonial da Europa e especifcamente da Grã-Bretanha, ele sabia, quando veio para a América em 1959, que o equilíbrio global de poder estava mudando. Já então, ele reconheceu o que se tornou um novo princípio da ideologia anti-colonialista: O líder neocolonial não é a Europa, mas a América. Como o falecido estudioso Edward Said - que foi um dos professores de Obama na Universidade de Columbia - escreveu em Culture and Imperialism, "Os Estados Unidos substituíram os grandes impérios anteriores e são a força exterior dominante."
Pela perspectiva anti-colonial, o imperialismo americano está em alvoroço. Por algum tempo, o poder dos Estados Unidos foi contido pela União Soviética, mas, desde o fim da Guerra Fria, a América se tornou a única superpotência. Além do mais, o 11 de setembro deu à América a oportunidade de invadir e ocupar dois países, o Iraque e o Afeganistão, e também de buscar a preponderância política e econômica, do mesmo modo que os impérios francês e britânico já fizeram. Então, na visão anti-colonialista, a América é o elefante louco que subjuga e pisoteia os povos do mundo.
Pode parecer incrível sugerir que a ideologia anticolonial do Barack Obama Pai seja endossada por seu filho, o presidente dos Estados Unidos. É isto o que estou dizendo. Desde uma terna idade e através de seus anos de formação, Obama aprendeu a ver a América como uma força em prol da dominação e destruição globais. Ele terminou por ver as forças armadas dos Estados Unidos como um instrumento de ocupação neocolonial. Ele adotou a posição de seu pai, de que o capitalismo e os livre-mercados são fachadas para a pilhagem econômica. Obama passou a perceber os ricos como uma classe opressora, um tipo de poder neocolonial dentro da América. Em sua visão de mundo, os lucros são uma medida do quão eficazmente se depenou o resto da sociedade e o poder da América no mundo é uma medida do quão egoistamente ela consome os recursos do globo e do quão cruelmente ela intimida e domina o resto do planeta.
Para Obama, as soluções são simples. Ele deve trabalhar para extirpar o neocolonialismo da América e do Ocidente. E é aqui que a nossa compreensão anti-colonial de Obama realmente deslancha, porque ela fornece uma ferramenta essencial para explicar não só suas mais importantes ações em termos de política externa, mas também tem os pequenos detalhes que nenhuma outra teoria consegue explicar adequadamente.
Para que apoiar perfurações em águas profundas na costa brasileira, mas não na América? Obama acredita que o Ocidente usa uma parcela desproporcional dos recursos energéticos do mundo, então ele quer que a América neocolonial tenha menos e os antigos países colonizados tenham mais. De forma mais ampla, sua proposta de impostos sobre o carbono tem pouco a ver com se o planeta está ficando mais quente ou frio; é simplesmente um meio de penalizar, e portanto reduzir, o consumo de carbono na América. Tanto quando era senador, quanto em seu discurso, como presidente, às Nações Unidas, Obama propôs que o Ocidente subuzidiasse macissamente a produção de energia no mundo em desenvolvimento.
Rejeitando a fórmula socialista, Obama não demonstrou nenhuma intenção de nacionalizar os bancos de investimentos ou o setor de saúde. Ele busca, antes, descolonizar estas instituições e isto significa pô-las sob o tacão do governo. É por isto que ele se reserva o direito de recusar o ressarcimento de pacotes de estímulos - de modo a poder manter o controle. Para Obama, as companhias seguradoras de saúde, por si sós, são escroques opressoras, mas, depois que elas se submeteram à supervisão federal, ele ficou feliz em fazer negócios com elas. Ele até lhes prometeu uma expansão dos negócios, como resultado de sua
lei que obriga todos os americanos a adquirirem um plano de saúde.
Se Obama toma mesmo parte na cruzada anticolonial de seu pai, isto explica por que ele quer que pessoas que já pagam perto de 50% de sua renda em impostos paguem ainda mais. O anticolonialista acredita que, já que os ricos prosperaram às custas dos outros, sua riqueza, no fundo, não lhes pertence; portanto, o que quer que possa ser extraído deles é automaticamente justo. Lembre-se do que o Obama Pai disse em seu artigo de 1965: não há taxa de impostos alta demais e mesmo uma taxa de 100% se justifica, sob certas circunstâncias.
Obama apoia a Mesquita do Marco Zero porque, para ele, o 11 de setembro é o evento que soltou as amarras do monstrengo americano e nos empurrou para o Iraque e o Afeganistão. Ele vê alguns dos muçulmanos que estão lutando contra a América no exterior como resistentes ao imperialismo americano. Certamente, é este o modo como o terrorista Abdel Baset al-Megrahi se apresentou, em seu julgamento. A percepção de Obama a seu respeito, como um resistente anticolonial, explicaria por que ele deu aprovação tácita a que este assassino de centenas de americanos fosse solto da prisão.
Por fim, a Nasa. Nenhuma outra explicação, além do anti-colonialismo, dá sentido à curiosa ordem de Obama para converter uma agência espacial em um programa de boa-vontade muçulmana e internacional. Podemos ver como nossa teoria funciona bem se nos lembrarmos da aterrissagem da Apollo 11 na Lua, em 1969. "Um pequeno passo par o homem," disse Neil Armstrong. "Um salto gigantesco para a humanidade."
Mas não é assim que o resto do mundo viu isto. Eu tinha 8 anos de idade na época e vivia em minha terra natal, a Índia. Eu me lembro de meu avô me falando sobre a grande corrida entre a América e a Rússia para pôr um homem na Lua. Era claro que a América tinha vencido e este tinha sido um passo gigantesco, não para a humanidade, mas para os Estados Unidos. Se Obama compartilha desta opinião, não surpreende que ele queira castrar o programa espacial da Nasa e desviá-lo, de um símbolo da grandeza americana, para um programa mais modesto de relações públicas.
Fica claro que a ideologia anticolonial do Barack Obama Pai explica em ampla medida as ações e políticas de seu filho no Salão Oval. E podemos ficar duplamente certos sobre a influência de seu pai , porque os que conhecem Obama dão testemunho disto. A "vovó" Sarah Obama (não sua avó real, mas uma das outras esposas de seu avô) disse à Newsweek, "Eu olho para ele e vejo todas as mesmas coisas - ele puxou em tudo ao pai. O filho está realizando tudo o que o pai quis. Os sonhos do pai ainda estão vivos no filho."
Em seus próprios escritos, Obama ressalta a centralidade de seu pai, não só para suas crenças e valores, mas para sua própria identidade. Ele chama suas memórias de "o registro de uma viajem pessoal, interior - a busca de um garoto por seu pai e, através desta busca, um sentido viável para sua vida como um americano negro." E mais: "Foi à imagem de meu pai, o negro, filho da África, que eu enfeixei todos os atributos que procurei em mim mesmo." Muito embora seu pai tivesse estado ausente durante praticamente toda sua vida, Obama escreve: "A voz de meu pai havia permanecido límpida, inspiradora, repreensora, concedendo ou recusando aprovação.Você não faz o bastante, Barry. Você deve ajudar na luta de seu povo. Desperte, negro!"
O clímax da narrativa de Obama é quando ele vai para o Quênia e chora no túmulo de seu pai. É eletrizante. "Quando minhas lágrimas finalmente acabaram," ele escreve, "eu senti uma paz me inundar. Eu senti o círculo finalmente se fechar. Eu percebi que quem eu era, o que era importante para mim, não era mais só uma questão de intelecto ou obrigação, não era mais uma construção verbal. Eu vi que minha vida na América - a vida negra, a vida branca, a sensação de abandono que eu tinha sentido quando garoto, a frustração e a esperança que eu tinha testemunhado em Chicago - tudo aquilo estava conectado com este pequeno pedaço de terra a um oceano de distância, conectado por mais do que o acaso de um nome ou a cor de minha pele. A dor que eu sentia era a dor de meu pai."
Em uma lúgubre conclusão, Obama escreve : "Eu me sentei no túmulo de meu pai e falei com ele através do solo vermelho da África." De alguma maneira, através da própria terra, ele conversa intimamente com o pai e recebe seu espírito. Obama assume a luta do pai, não recuperando seu corpo, mas abraçando sua causa. Ele decide que, onde o Obama Pai fracassou, ele terá sucesso. O ódio do Obama Pai ao sistema colonial se torna o ódio do Obama Filho; sua tentativa frustrada de endireitar o mundo define o objetivo de seu filho. Através de um tipo de rito sacramental na tumba da família, a luta do pai se torna o patrimônio hereditário do filho.
Mas ao invés de nos preparar para o desafio, nosso presidente está preso na máquina do tempo de seu pai. Incrivelmente, os Estados Unidos estão sendo governados de acordo com os sonhos de um membro da tribo Luo dos anos 50. Este socialista africano, namorador e embriagado, que se revoltava com o mundo por lhe negar a realização de suas ambições anti-coloniais, agora está estabelecendo a agenda do país, através da reencarnação de seus sonhos em seu filho. O filho a faz acontecer, mas admite candidamente que está apenas vivendo o sonho de seu pai. O pai invisível fornece a inspiração e o filho executa zelozamente o trabalho. A América hoje é governada por um fantasma.
Dinesh D'Souza, reitor do King's College de Nova Iorque, é autor do livro The Roots of Obama's Rage [As Raízes da Revolta de Obama] (Regnery Pulishing), a ser lançado em breve.
Correção: Dinesh D'Souza escreve que, em 15 de junho de 2010, Obama fez um pronunciamento em resposta ao derramamento de petróleo que "se concentrou, não em estratégias de limpeza, mas sim no fato de que os americanos consomem mais de 20% do petróleo do mundo mas têm menos de 2% das reservas." D'Souza citou de forma ligeiramente equivocada o presidente, que disse "2% das reservas de petróleo." Além disso, o pronunciamento de Obama discutiu, sim, medidas concretas para investigar o derramamento de petróleo e pô-lo sob controle.
Tradução, links, fotos e *comentários de João Carlos de Almeida, do blog DEXTRA.
Artigo original AQUI.
O presidente continua a pressionar por mais pacotes de estímulos, muito embora centenas de bilhões nesta espécie de fundos pareçam ter feito pouco. A taxa de desemprego quando Obama assumiu o cargo em janeiro de 2009 era de 7.7%; agora é de 9.5% Entretanto, ele quer gastar ainda mais e está determinado a jogar a conta toda para os americanos que ganham $250,000 ou mais por ano. Os ricos, Obama insiste, não estão pagando sua "cota justa." Só isto já parece esquisito, dado que o 1% dos americanos mais ricos pagam 40% de todos os impostos federais; os 9% seguintes dos que possuem renda pagam outros 30%. Então, os 10% no topo pagam 70% dos impostos; os 40% na base não pagam quase nada. Isto parece mesmo injusto - com os ricos.
A política externa de Obama não é menos estranha. Ele apóia uma mesquita de $100 milhões de dólares marcada para ser construída próximo ao local onde terroristas em nome do Islã derrubaram o World Trade Center. A justificativa de Obama de que "nosso compromisso com a liberdade religiosa deve ser inabalável," parece totalmente irrelevante para a questão do por que a planejada Cordoba House deveria ser construída no Marco Zero.
Recentemente o London Times informou que a administração Obama apoiou a liberação condicional de Abdel Baset al-Megrahi, o terrorista de Lockerbie preso por envolvimento com a morte de 270 pessoas, em sua maioria americanos. A notícia surpreendeu a todos, porque quando a Escócia o soltou da prisão e o mandou de volta para a Líbia, em agosto de 2009, a administração Obama se queixou pública e acertadamente. O Times, entretanto, obteve uma carta da administração Obama enviada à Escócia uma semana antes do ocorrido, na qual ela dizia que a liberação de Megrahi por "razões humanitárias" era aceitável, desde que ele fosse mantido na Escócia, e seria "muito mais desejável" do que mandá-lo de volta para a Líbia. As autoridades escocesas entenderam que as objeções dos Estados Unidos à liberação de Megrahi "não eram sérias." Eles o enviaram para seu país de origem, onde ele vive hoje como um homem livre.
PAPEL DE MOLEQUE II
Obama, que, em visita à Rainha da Inglaterra, se portou com tanta digninidade e circunspecção, aqui, em visita ao imperador japonês, em novembro de 2009, quase lambe as botas do cara. Será que é porque ela era branca e ele não?*
Há várias teorias para explicar os objetivos e ações do presidente. Os críticos na comunidade empresarial - inclusive alguns eleitores de Obama, que agora gostariam de poder devolver o produto - tendem a se concentrar em dois temas. O primeiro é que Obama não tem nenhuma noção sobre os negócios. O segundo é que Obama é um socialista - não um marxista de cabo a rabo, mas algo meio ao estilo socialista europeu, com uma tendência para o igualitarismo e a redistribuição governamental.
Estas teorias são mais inadequadas do que estão propriamente erradas. Mesmo que elas pudessem explicar a política doméstica de Obama, elas não conseguem explicar sua política externa. O verdadeiro problema de Obama é pior - muito pior. Mas nós estamos cegos para sua verdadeira agenda porque, de uma ponta a outra do espectro político, todos nós tentamos encaixá-lo em alguma versão da história americana. No processo, nós ignoramos a própria história de Obama. Ele é um homem que passou seus anos de formação - os primeiros 17 anos de sua vida - fora dos Estados Unidos continentais, no Havaí, Indonésia e Paquistão, com múltiplas viagens subsequentes para a África.
Uma boa maneira de discernir o que motiva a agenda de Obama é fazer uma pergunta simples. Qual é o seu sonho? É o sonho americano? É o sonho de Martin Luther King? Ou alguma outra coisa?
Certamente não é o sonho americano como os fundadores o conceberam. Eles acreditavam que a nação era uma "nova ordem para as eras." Meio século depois, Alexis de Tocqueville escreveu sobre a América estar criando "uma espécie distinta de humanidade." Isto foi conhecido como o excepcionalismo americano. Masquando perguntado em uma conferência de imprensa em 2009 sobre se ele acreditava neste ideal, Obama disse que não. A América, ele sugeriu, não é mais única ou excepcional do que a Grã-Bretanha ou a Grécia ou qualquer outro país.
Talvez, então, Obama compartilhe do sonho de Martin Luther King de uma sociedade para a qual as diferenças de raça sejam irrelevantes [color-blind]. O presidente se beneficiou daquele sonho; ele fez camapanha como um candidato não-racial e muitos americanos votaram nele porque ele representa o ideal da irrelevância da questão racial. Mesmo assim, o sonho de King não é o de Obama. O presidente nunca advoga a idéia da irrelevância da questão racial ou da neutralidade racial. Esta inação não é apenas tática; a questão racial simplesmente não é o que move Obama.
Qual, então, é o sonho de Obama? Nós não precisamos especular, porque o presidente mesmo nos diz em sua autobiografia, Dreams from my Father [Sonhos desde Meu Pai]. De acordo com Obama, seu sonho é o sonho de seu pai. Observe que seu título não é Sonhos de meu Pai, mas antes Sonhos desde meu pai. Obama não está escrevendo sobre os sonhos de seu pai; ele está escrevendo sobre os sonhos que ele recebeu a partir de seu pai.
Então, quem foi o Barack Obama Pai? Ele foi um membro da tribo Luo que cresceu no Quênia e estudou em Harvard. Ele foi um polígamo que teve, ao longo de sua vida, quatro mulheres e oito filhos. Um deles, Mark Obama, o acusou de bater na esposa. Ele também frequentemente dirigia bêbado e teve vários acidentes, matando um homem em um e precisando ter as pernas amputadas devido a ferimentos, em outro. Em 1982, ele se embebedou em um bar de Nairobi e morreu batendo o carro numa árvore.
Uma escolha estranha, certamente, como herói inspirador. Mas para seu filho, o Obama Pai representa uma grande e nobre causa, a causa do anti-colonialismo. O Obama Pai cresceu durante a luta da África para se libertar do domínio europeu e foi um entre a primeira geração de africanos escolhidos para estudar na América e depois forjar o futuro de seu país.
Eu sei um bocado sobre o anti-colonialismo, porque sou nativo de Mumbai, na Índia. Eu sou parte da primeira geração de indianos nascidos depois da independência de meu país em relação aos britânicos. O anti-colonialismo foi o grito de guerra da política do Terceiro Mundo durante grande parte da segunda metade do século XX. Para a maioria dos americanos, entretanto, o anti-colonialismo é uma idéia desconhecida, então, deixe-me explicá-la.
PAPEL DE MOLEQUE III
Obama, valente como só ele, quando fala com a classe empresarial, aqui dobra a espinha, mansinho, para o ditador chinês Hu JinTao, num encontro em Xangai, em abril de 2010. Compare seu semblante humilde, de empregadinho de serviços gerais, com o ar confiante a a postura ereta de seu colega.*
O Obama Pai foi economista e em 1965 publicou um importante artigo na East Africa Journal, chamado "Problems Facing Our Socialism." [Nota do Tradutor: Este artigo será o próximo que nós de DEXTRA vamos traduzir e publicar] O Obama Pai não era um socialista doutrinário. Antes, ele via a apropriação da riqueza como um meio necessário para alcançar o objetivo anti-colonial de tomar os recursos dos saqueadores estrangeiros e devolvê-los ao povo da África. Para o Obama Pai, esta era uma questão de autonomia nacional. "É o africano que possui este país? Se sim, então por que ele não deveria controlar os meios econômicos de crescimento neste país?"
Como ele colocou, "Nós precisamos eliminar as estruturas de poder que foram construídas através da acumulaçao excessiva, de modo que não só uns poucos indivíduos controlem uma vasta quantidade de recursos, como é o caso, agora." O Obama Pai propunha que o Estado confiscasse a propriedade privada no campo e aumentasse impostos sem um teto limite. Na verdade, ele insistia que "teoricamente, não há nada que possa impedir o governo de taxar 100% da renda, desde que o povo obtenha do governo benefícios compatíveis com sua renda que é taxada."
É extraordinário que o presidente Obama, que conhece a história de seu pai muito bem, nunca tenha mencionado o artigo de seu pai. E é ainda mais extraordinário que praticamente não se tenha noticiado nada sobre um documento que parece diretamente relevante para que o Obama Filho está fazendo na Casa Branca.
Embora o Obama Pai conclamasse a África a se libertar da influência neocolonial da Europa e especifcamente da Grã-Bretanha, ele sabia, quando veio para a América em 1959, que o equilíbrio global de poder estava mudando. Já então, ele reconheceu o que se tornou um novo princípio da ideologia anti-colonialista: O líder neocolonial não é a Europa, mas a América. Como o falecido estudioso Edward Said - que foi um dos professores de Obama na Universidade de Columbia - escreveu em Culture and Imperialism, "Os Estados Unidos substituíram os grandes impérios anteriores e são a força exterior dominante."
Pela perspectiva anti-colonial, o imperialismo americano está em alvoroço. Por algum tempo, o poder dos Estados Unidos foi contido pela União Soviética, mas, desde o fim da Guerra Fria, a América se tornou a única superpotência. Além do mais, o 11 de setembro deu à América a oportunidade de invadir e ocupar dois países, o Iraque e o Afeganistão, e também de buscar a preponderância política e econômica, do mesmo modo que os impérios francês e britânico já fizeram. Então, na visão anti-colonialista, a América é o elefante louco que subjuga e pisoteia os povos do mundo.
Pode parecer incrível sugerir que a ideologia anticolonial do Barack Obama Pai seja endossada por seu filho, o presidente dos Estados Unidos. É isto o que estou dizendo. Desde uma terna idade e através de seus anos de formação, Obama aprendeu a ver a América como uma força em prol da dominação e destruição globais. Ele terminou por ver as forças armadas dos Estados Unidos como um instrumento de ocupação neocolonial. Ele adotou a posição de seu pai, de que o capitalismo e os livre-mercados são fachadas para a pilhagem econômica. Obama passou a perceber os ricos como uma classe opressora, um tipo de poder neocolonial dentro da América. Em sua visão de mundo, os lucros são uma medida do quão eficazmente se depenou o resto da sociedade e o poder da América no mundo é uma medida do quão egoistamente ela consome os recursos do globo e do quão cruelmente ela intimida e domina o resto do planeta.
Para Obama, as soluções são simples. Ele deve trabalhar para extirpar o neocolonialismo da América e do Ocidente. E é aqui que a nossa compreensão anti-colonial de Obama realmente deslancha, porque ela fornece uma ferramenta essencial para explicar não só suas mais importantes ações em termos de política externa, mas também tem os pequenos detalhes que nenhuma outra teoria consegue explicar adequadamente.
Para que apoiar perfurações em águas profundas na costa brasileira, mas não na América? Obama acredita que o Ocidente usa uma parcela desproporcional dos recursos energéticos do mundo, então ele quer que a América neocolonial tenha menos e os antigos países colonizados tenham mais. De forma mais ampla, sua proposta de impostos sobre o carbono tem pouco a ver com se o planeta está ficando mais quente ou frio; é simplesmente um meio de penalizar, e portanto reduzir, o consumo de carbono na América. Tanto quando era senador, quanto em seu discurso, como presidente, às Nações Unidas, Obama propôs que o Ocidente subuzidiasse macissamente a produção de energia no mundo em desenvolvimento.
Rejeitando a fórmula socialista, Obama não demonstrou nenhuma intenção de nacionalizar os bancos de investimentos ou o setor de saúde. Ele busca, antes, descolonizar estas instituições e isto significa pô-las sob o tacão do governo. É por isto que ele se reserva o direito de recusar o ressarcimento de pacotes de estímulos - de modo a poder manter o controle. Para Obama, as companhias seguradoras de saúde, por si sós, são escroques opressoras, mas, depois que elas se submeteram à supervisão federal, ele ficou feliz em fazer negócios com elas. Ele até lhes prometeu uma expansão dos negócios, como resultado de sua
lei que obriga todos os americanos a adquirirem um plano de saúde.
Obama apoia a Mesquita do Marco Zero porque, para ele, o 11 de setembro é o evento que soltou as amarras do monstrengo americano e nos empurrou para o Iraque e o Afeganistão. Ele vê alguns dos muçulmanos que estão lutando contra a América no exterior como resistentes ao imperialismo americano. Certamente, é este o modo como o terrorista Abdel Baset al-Megrahi se apresentou, em seu julgamento. A percepção de Obama a seu respeito, como um resistente anticolonial, explicaria por que ele deu aprovação tácita a que este assassino de centenas de americanos fosse solto da prisão.
Por fim, a Nasa. Nenhuma outra explicação, além do anti-colonialismo, dá sentido à curiosa ordem de Obama para converter uma agência espacial em um programa de boa-vontade muçulmana e internacional. Podemos ver como nossa teoria funciona bem se nos lembrarmos da aterrissagem da Apollo 11 na Lua, em 1969. "Um pequeno passo par o homem," disse Neil Armstrong. "Um salto gigantesco para a humanidade."
Mas não é assim que o resto do mundo viu isto. Eu tinha 8 anos de idade na época e vivia em minha terra natal, a Índia. Eu me lembro de meu avô me falando sobre a grande corrida entre a América e a Rússia para pôr um homem na Lua. Era claro que a América tinha vencido e este tinha sido um passo gigantesco, não para a humanidade, mas para os Estados Unidos. Se Obama compartilha desta opinião, não surpreende que ele queira castrar o programa espacial da Nasa e desviá-lo, de um símbolo da grandeza americana, para um programa mais modesto de relações públicas.
Fica claro que a ideologia anticolonial do Barack Obama Pai explica em ampla medida as ações e políticas de seu filho no Salão Oval. E podemos ficar duplamente certos sobre a influência de seu pai , porque os que conhecem Obama dão testemunho disto. A "vovó" Sarah Obama (não sua avó real, mas uma das outras esposas de seu avô) disse à Newsweek, "Eu olho para ele e vejo todas as mesmas coisas - ele puxou em tudo ao pai. O filho está realizando tudo o que o pai quis. Os sonhos do pai ainda estão vivos no filho."
Em seus próprios escritos, Obama ressalta a centralidade de seu pai, não só para suas crenças e valores, mas para sua própria identidade. Ele chama suas memórias de "o registro de uma viajem pessoal, interior - a busca de um garoto por seu pai e, através desta busca, um sentido viável para sua vida como um americano negro." E mais: "Foi à imagem de meu pai, o negro, filho da África, que eu enfeixei todos os atributos que procurei em mim mesmo." Muito embora seu pai tivesse estado ausente durante praticamente toda sua vida, Obama escreve: "A voz de meu pai havia permanecido límpida, inspiradora, repreensora, concedendo ou recusando aprovação.Você não faz o bastante, Barry. Você deve ajudar na luta de seu povo. Desperte, negro!"
O clímax da narrativa de Obama é quando ele vai para o Quênia e chora no túmulo de seu pai. É eletrizante. "Quando minhas lágrimas finalmente acabaram," ele escreve, "eu senti uma paz me inundar. Eu senti o círculo finalmente se fechar. Eu percebi que quem eu era, o que era importante para mim, não era mais só uma questão de intelecto ou obrigação, não era mais uma construção verbal. Eu vi que minha vida na América - a vida negra, a vida branca, a sensação de abandono que eu tinha sentido quando garoto, a frustração e a esperança que eu tinha testemunhado em Chicago - tudo aquilo estava conectado com este pequeno pedaço de terra a um oceano de distância, conectado por mais do que o acaso de um nome ou a cor de minha pele. A dor que eu sentia era a dor de meu pai."
Em uma lúgubre conclusão, Obama escreve : "Eu me sentei no túmulo de meu pai e falei com ele através do solo vermelho da África." De alguma maneira, através da própria terra, ele conversa intimamente com o pai e recebe seu espírito. Obama assume a luta do pai, não recuperando seu corpo, mas abraçando sua causa. Ele decide que, onde o Obama Pai fracassou, ele terá sucesso. O ódio do Obama Pai ao sistema colonial se torna o ódio do Obama Filho; sua tentativa frustrada de endireitar o mundo define o objetivo de seu filho. Através de um tipo de rito sacramental na tumba da família, a luta do pai se torna o patrimônio hereditário do filho.
PAPEL DE MOLEQUE IV (Este é o melhor de todos):
Obama, o cabra-macho que fala grosso com os "ricos"e com a direita americana, aqui, faz uma saudação abjeta ao tirano da Arábia Saudita, em abril de 2009. O sujeito se curva quase até o chão! Observe o presidente francês logo atrás, rindo da cara do trouxa. Parodiando aquela musiquinha do Bezerra da Silva, dá até pra fazer um sambinha pro Obama: Você com os brancos e os cristãos é um bicho feroz, feroz/ Com os muçulmanos e os árabes, anda rebolando e até muda de voz...*
O colonialismo hoje é um assunto encerrado. Ninguém se importa com ele, com exceção do homem na Casa Branca. Ele é o último anticolonialista. Economias emergentes de mercado como a China, a Índia, o Chile e a Indonésia resolveram o problema do atraso; elas estão explorando a vantagem de sua força de trabalho e crescendo muito mais rápido do que os Estados Unidos. Se a América quiser continuar no topo, vamos ter que competir em um ambiente cada vez mais difícil.
Dinesh D'Souza, reitor do King's College de Nova Iorque, é autor do livro The Roots of Obama's Rage [As Raízes da Revolta de Obama] (Regnery Pulishing), a ser lançado em breve.
Correção: Dinesh D'Souza escreve que, em 15 de junho de 2010, Obama fez um pronunciamento em resposta ao derramamento de petróleo que "se concentrou, não em estratégias de limpeza, mas sim no fato de que os americanos consomem mais de 20% do petróleo do mundo mas têm menos de 2% das reservas." D'Souza citou de forma ligeiramente equivocada o presidente, que disse "2% das reservas de petróleo." Além disso, o pronunciamento de Obama discutiu, sim, medidas concretas para investigar o derramamento de petróleo e pô-lo sob controle.
Tradução, links, fotos e *comentários de João Carlos de Almeida, do blog DEXTRA.
Artigo original AQUI.
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