SEXTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO DE 2010
Por Arlindo Montenegro
No dia 9 de Novembro de 1989, caia o muro de Berlim. Um mês depois do evento, que parecia destinado a revelar ao mundo a face monstruosa dos governos comunistas, em São Paulo, uma "guerrilha urbana" internacionalista, sequestrava (11 de Dezembro de 1989) o empresário Abilio Diniz.
Os dez militantes de bases terroristas dispersas – 4 chilenos, 3 argentinos, 2 canadenses e um brasileiro - exigiam um modesto resgate de 30 milhões de dólares. Mantiveram o refém num buraco, deitado num caixão, com luz e som ligados durante todo o tempo, o que cacacteriza a tortura. A polícia agiu, o empresário foi liberado e os sequestradores presos, julgados e condenados a penas de quase 30 anos.
Nas agendas dos sequestradores, foram encontrados os contatos com militantes petistas, todos com histórico de participação nos grupos de luta armada que atuaram no Brasil. Embora o sequestro seja considerado um ato de terrorismo por todas as leis e tratados internacionais, a poeira baixou.
Movimentaram-se os defensores dos "direitos humanos", o senador Suplicy, o proprio Ministro da Justiça, Renan Calheiros, o advogado José Gregori, então secretário de direitos humanos do M.Justiça, o cardeal arcebispo de São Paulo, Evaristo Arns e o sr. Lula, indiretamente, pediu os bons préstimos do então presidente Fernando Henrique. Uma mobilização estelar.
Todos queriam que os sequestradores fossem soltos, eram bons moços, uns pobres coitados. Resultado: o casal canadense foi extraditado para o Canadá, isto é, ficou em liberdade. Os chilenos e argentinos foram "expulsos" para seus países de origem. O único brasileiro, foi indultado! Abilio Diniz multiplicou seu império econômico. E agora apoia a candidata dos petistas, amigos dos que o sequestraram.
Nesta semana, o site Opera Mundi, cujo diretor é o jornalista Breno Altman, publica uma entrevista feita em Buenos Aires, onde se reunem os companheiros do Foro de São Paulo, com um dos sequestradores de Abilio Diniz. Um furo! Mas isto é possível, porque, Breno Altman é um dos enlaces citados nos computadores de Raul Reyes, o chefão das farc que morreu em seu acampamento, no Equador, quando de um ataque do Exército colombiano.
A mensagem eletrônica diz: "Um jovem que se apresentou como Breno Altman me disse que vinha de parte do ministro José Dirceu e que, por motivos de segurança, eles tinham concordado que as relações não deviam passar pela Secretaria de Relações Internacionais, mas, sim, pelo ministro, com a representação de Breno". O mesmo Breno confirmou que esteve com o guerrilheiro em Havana, mas garante que não se apresentou em nome do ex-ministro.
Em outra mensagem, o chefe guerrilheiro relata o resultado da reunião com "o enviado de Dirceu": o governo Lula "aceita a presença discreta de Olivério no país". Olivério é o padre Olivério Medina, guerrilheiro condenado na Colômbia por vários crimes e escondido no Brasil desde 1997. O padre era o "embaixador" das farc já no governo Fernando Henrique.
Tudo quanto o chefe guerrilheiro escreveu, se confirmou. Ele foi preso, a pedido da Colombia, mas logo os negociadores de direitos humanos, ignoraram as acusações de terrorismo, sequestro, assassinato, extorsão. A Justiça brasileira negou o pedido de extradição feito pela Justiça colombiana e concedeu a condição de refugiado político.
De quebra, a mulher de Medina, Angela Slongo, que estava no Paraná, foi requisitada pela poderosa ministra Dilma, da casa civil, para ocupar um cargo na recem fundada secretaria de pesca, um anexo da Presidência da República, em Brasilia. Nada melhor que ter a proteção do partido no governo!
E nada mais esclarecedor que o site dirigido por Bruno Altman, nos brindar com o encontro com Humberto Paz, militante do ERP na Argentina e mais tarde filiado ao MIR chileno. Pelo sequestro cumpriu 10 anos de prisão no Brasil e mais dois na Argentina. Tudo foi feito para ajudar a guerrilha em El Salvador: "o colapso da União Soviética havia prejudicado o financiamento da esquerda local, progressivamente incapaz de enfrentar um governo fortemente respaldado pelos Estados Unidos."
O artigo do Opera Mundi revela que um dirigente da guerrilha salvadorenha enviou uma carta Ministo da Justiça, Renan Calheiros, alegando o motivo político da operação e pedindo desculpas. A carta estava assinada por Salvador Sanchez Cerén, atual vice-presidente da República de El Salvador. Humberto Paz não se arrepende e considera que "A democracia é um valor da esquerda, sempre ameaçado pelos conservadores quando temem as mudanças."
Os guerrilheiros continuam na ativa. Os "democratas" coletivistas querem o governo totalitário internacionalista. Abilio Diniz e muitos outros aplaudem e apoiam, garantindo um enriquecimento idêntico àquele dos empresários que auxiliaram Hitler. Agora, mais seguros, com o aval da nova ordem mundial, a guerrilha dos poderosos. O Foro de São Paulo é um braço dos poderosos. E a nação brasileira condenada a aceitar a nova escravidão ou morrer.
Ref.: www.operamundi.org
CORREÇÃO: Os acontecimentos a que se referem este artigo deu-se durante o governo do Presidente José Sarney. Não me lembro quem era o Ministro da Justiça na época (Dezembro/1989), mas não era o Renan Calheiros, político que só ganhou projeção a partir do Governo Fernando Collor.
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