20 de julho de 2010 | 17h46
Sílvio Guedes Crespo
O acidente da BP (antiga British Petroleum) no Golfo do México, Estados Unidos, tende a deixar “no limbo” a exploração do petróleo na camada pré-sal do Brasil, afirma o jornal britânico Financial Times, na reportagem “Realismo sobre riscos substitui euforia na incipiente indústria de águas profundas do Brasil”.
A Agência Nacional do Petróleo deve levar um ano para fazer alterações em regras de seguranças. “O problema é que isso deixa a indústria no limbo nesse meio tempo”, afirma o diário.
As mudanças regulatórias devem provocar atrasos, aumento de custos e elevação do preço do seguro sobre a atividade de exploração em águas profundas, na avaliação do jornal.
Já existe um exemplo concreto do impacto da catástrofe no mercado brasileiro: a BP espera que a compra de dez blocos em águas profundas da Devon Energy seja aprovada no fim do ano, mas a Agência Nacional do Petróleo já disse que está revisando o acordo tendo em vista o acidente no Golfo do México.
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Ações: 2º pior desempenho
A plataforma da BP que afundou ficava em águas profundas, assim como a região onde se concentra o petróleo pré-sal. Mas, no caso brasileiro “os desafios técnicos” da exploração são ainda maiores, diz o jornal.
Primeiro, porque o óleo está localizado em uma profundidade maior e a uma distância maior da costa. Depois, porque as altas temperaturas e a grande quantidade de dióxido de carbono no pré-sal podem danificar o equipamento de perfuração.
Além do mais, a camada de sal, que age como uma esponja, pode sofrer fissuras indesejadas durante a perfuração , dificultando o controle do tamanho do buraco a ser feito.
Na avaliação do FT, esses desafios, somados ao adiamento do projeto de captação de US$ 25 bilhões da Petrobrás, que deve ocorrer em setembro, contribuíram para que as ações da Petrobrás tivessem o segundo pior desempenho entre as empresas de petróleo neste ano, perdendo apenas para a BP.
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