FOLHA
NOELI MENEZES DE BRASÍLIA
17/06/2010-13h18
NOELI MENEZES DE BRASÍLIA
17/06/2010-13h18
O delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo das Graças Sousa afirmou nesta quinta-feira que recebeu ameaça de morte após revelar que havia sido procurado por supostos emissários da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) para investigar o candidato tucano à Presidência, José Serra, e produzir dossiês sobre ele.
"Recebi um e-mail dizendo que eu ia me transformar em nome de parque. Na hora, não entendi. Depois me lembrei do prefeito Celso Daniel. Era uma ameaça de morte."
O ex-prefeito de Santo André Celso Daniel (PT) foi sequestrado e assassinado em 2002. Hoje, é nome de parque na cidade que administrou.
Onézimo disse, porém, que não ficou com medo da ameaça. "Tratei como uma chacota."
O delegado aposentado reafirmou, em depoimento à CCAI (Comissão de Controle das Atividades de Inteligência) do Congresso, que foi procurado para "levantar tudo sobre" o candidato tucano.
Questionado se a investigação envolvia monitoramento telefônico, respondeu: "Eu não sou onipresente. Para um bom entendedor, um pingo é letra. Como posso saber tudo sobre um pessoa?".
Segundo ele, o convite para a reunião lhe foi feito em nome do ex-prefeito Fernando Pimentel (PT-MG). Afirmou, no entanto, que foi recebido por três supostos emissários do petista: Amaury, Luiz Lanzetta --que era encarregado da área de imprensa da pré-campanha-- e Benedito de Oliveira Neto.
O advogado de Lanzetta, Antonio dos Santos Jr., afirmou que o depoimento do delegado foi "confuso e genérico". "O sr. Onézimo será acionado legalmente pelas inverdades que está dizendo."
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) disse que o depoimento de Onézimo confirmou as informações já publicadas pela imprensa e acrescentou mais detalhes.
Fruet disse aguardar uma resposta do sargento da Aeronáutica Idalberto Martins, conhecido como Dadá, que também foi convidado para depor na CCAI. Dadá teria participado das reuniões para discutir a elaboração de dossiês.
De acordo com o deputado, a comissão vai pedir informações sobre o sargento à Aeronáutica.
Arte/Folhapress |
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