quarta-feira, 19 de maio de 2010 | 15:36
Por Renata Lo Prete e Letícia Sander, na Folha Online. Título meu. Comento em seguida:
Um vídeo que descreve o périplo de um prefeito pelos gabinetes de Brasília em busca de verbas para seu município causou polêmica durante a participação dos presidenciáveis, na manhã de hoje, na Marcha dos Prefeitos, em Brasília.
Um vídeo que descreve o périplo de um prefeito pelos gabinetes de Brasília em busca de verbas para seu município causou polêmica durante a participação dos presidenciáveis, na manhã de hoje, na Marcha dos Prefeitos, em Brasília.
Durante sua exposição, José Serra (PSDB) se referiu mais de uma vez à produção (”Cadê o vídeo?”) e disse que gostaria de assisti-lo. Pessoas envolvidas na organização do evento explicaram que não havia como atender o pedido do tucano naquele momento.
De acordo com apoiadores que acompanhavam Serra, a não exibição do vídeo foi uma exigência de Dilma Rousseff (PT) para comparecer, pois a peça teria sido considerada demeritória das ações do governo Lula. Entrevistada ao final de sua exposição, Dilma negou o veto e disse que nada sabia sobre o assunto.
Segundo a Folha apurou, houve uma negociação entre a Confederação Nacional dos Municípios, organizadora da marcha, e assessores da candidata petista, ao fim da qual ficou definido que o vídeo não seria exibido. A negociação teria envolvido também assesores dos demais candidatos.
Conteúdo
Com o título “O calvário dos prefeitos para conseguir recursos - “A história do pires na mão”, o vídeo é feito em formato de história em quadrinhos e narrado por um locutor. Conta a história da peregrinação de um prefeito que recebe “inúmeros pedidos da população”.
O prefeito, então, liga para um parlamentar, que se compromete a encaminhar uma emenda para a liberação de recursos. Logo começa a peregrinação do prefeito a Brasília, para onde, segundo o vídeo, ele tem que ir “uma, duas, três vezes”. A seguir, ele vai à Caixa (Caixa Econômica Federal) buscar informações sobre documentação, que ele providencia.
Na história, a primeira parcela da emenda não é liberada. O prefeito descobre que deve assinar um documento afirmando desistir de uma dívida que na prática não existe.
Por diversos problemas com a burocracia estatal, o prefeito é obrigado a pagar com recursos do próprio município a dívida com a empreiteira que realizou a obra.
Resultado: o vídeo mostra o prefeito sendo algemado e preso, colocado na parte traseira de um carro da polícia, sugerindo que os desvios de conduta acontecem em razão da burocracia federal. O vídeo termina citando diversas operações policiais que terminaram em problemas para os prefeitos.
Comento
Eu, hein, Rosa… de Luxemburgo!
A mulher nem ganhou ainda e já está impondo censura prévia!? Sem querer parecer indelicado nestes tempos em que as pessoas só têm passado virtuoso, essa decisão está mais para o “centralismo democrático” da VAR-Palmares do que para, se me permitem a tautologia, o “espírito democrático da democracia”.
A crítica, como o vídeo deixa claro — e nem estou dizendo que concordo com ela necessariamente — é feita à burocracia federal, não à pessoa da candidata.
Lula pode reclamar das licenças ambientais, do TCU, dos juízes (ele não se conforma de ter de se submeter a juízes…), mas os prefeitos não podem questionar o andamento da burocracia? Caso Dilma seja eleita, pode-se criar um Comissariado Especial para Elaborar Vídeos que não Agastem a Companheira.
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