SÉCULO DIÁRIO
28/4/2010
Editorial.
O anúncio da troca do vice-governador, Ricardo Ferraço (PMDB), pelo senador Renato Casagrande (PSB), na disputa à sucessão estadual, na prática, encerra a era Paulo Hartung. Os seus esforços, nesta quarta-feira (28), para aparentar coautoria na mudança, não foge aos seus habituais métodos, de falsear fatos e vesti-los a seu modo.
Verdade do episódio: o governador foi abatido e curvou-se, como nas grandes derrotas, olhando para o chão. Explica também o “fico” dele. Sua rápida entrevista coletiva mostrou um político surtado pelo episódio.
Não podia ser de outra forma. Há mais de um ano, o governador Paulo Hartung não fez outra coisa que não detonar a candidatura do senador Renato Casagrande. Não houve um político sequer que não tenha ouvido dele sua determinação em destruí-la. Cercou partidos, para que não fossem para a coligação de Casagrande.
Com a prepotência que lhe valeu o titulo de imperador, dizia que Casagrande para ser governador teria que passar por cima dele. E não é que passou!? O resultado do episódio é a certeza de que a data marca o restabelecimento da democracia no Espírito Santo.
O Estado viveu oito anos num regime de exceção, pelo qual Hartung agiu como um verdadeiro ditador, amparado no Ministério Público e no Judiciário. Acabou em consonância com a história. Nenhum ditador entrou nela pela porta da frente.
Era um regime que ele previa durar até o ano de 2025. Imaginem que delírio. E olha que chegaram até a de ousadia de fazer um projeto político com esta validade. Petulância, ousadia e soberba predominaram nesses dois mandatos de Paulo Hartung, resultando sempre na repressão política.
O governador estava tão viciado com o regime de exceção, que resolveu até esnobar o seu próprio candidato ao governo, num autêntico jogo de cena. Hartung voltaria à cena em junho, para então apontar apoio a Ricardo Ferraço, numa cena típica de sua prepotência política.
Mas foi atropelado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi ele quem selou o seu destino. O governador saiu como o grande derrotado das eleições no Espírito Santo, onde o candidato agora favorito, o senador Renato Casagrande, já dispõe de um projeto de governo construído junto à população, num exemplo de que a democracia começa a ser restabelecida no território capixaba.
Não pode passar em branco a contribuição da imprensa corporativa ao regime de exceção que foi imposto ao Estado, dando cunho de verdade às manobras mais sorrateiras do governador Paulo Hartung.
Festejemos a democracia.
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