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TERÇA-FEIRA, 27 DE ABRIL DE 2010
Por Nadir Cabral
Dois eventos cruciais na História dessa civilização, explicam ou confundem ainda mais algumas pessoas, dentre elas a que vos escreve. São os anos de 1968 e 1989. Em 1968 os jovens franceses promoveram um verdadeiro quebra-quebra nas ruas da cidade de Paris para protestarem contra os valores vigentes. No ano seguinte, com o advento do Festival de Woodstock, decretou-se o fim das regras morais e dos valores mais caros advogados pela cultura cristã. As drogas ganharam a juventude de modo desenfreado. Não poderia ser diferente.
Para conseguirem se entregar a todas as perversões, os jovens que ainda guardavam do senso comum, algum sentimento de respeito por si mesmos e pelo que receberam através da educação familiar, se valeram do uso indiscriminado de entorpecentes para “criar” coragem de se entregarem às mais vis paixões. Mas qual a ideologia que os alimentava? Suas reivindicações eram legítimas? Os revolucionários pertenciam e serviam a que tipo de orientação política? O que trouxeram de bem e de bom para o mundo?
Tempos de guerra fria. Interessante que todos os que pesquisaram e escreveram sobre essa época de rupturas, de Zuenir Ventura a Eric Hobsbawm, admitem que as mudanças impostas por esses movimentos, implicavam numa total destruição de tudo o que era válido antes. Hobsbawum afirma que os movimentos jovens de 1968, não receberam a “coordenação direta” dos partidos comunistas, mas todos os líderes revolucionários haviam pertencido às fileiras comunistas.
Mas, chega o ano de 1989 e cai o muro de Berlim, a última resistência comunista do Ocidente queda-se vencida. O mundo respirou aliviado. A ameaça comunista desapareceria por completo. Será? O comunismo é um fenômeno, em meu medíocre entendimento, que vai muito além das fronteiras mentais dos revolucionários que pretendem transformar o mundo a partir do aniquilamento das classes sociais.
É algo demoníaco capaz de distorcer o entendimento, minar as resistências e acomodar consciências de tal maneira que as façam repousar tranqüilas num verdadeiro ninho de serpentes.
Nem se trata aqui de comunismo clássico. Evidente que não. Os comunistas do passado deixaram um rastro de cem milhões de mortos. É de Marx o entendimento de que “As classes e as raças fracas demais para conduzir as novas condições da vida devem deixar de existir. Elas devem perecer no holocausto revolucionário”. Isso significa que “o Socialismo advogou publicamente o genocídio dos séculos XIX e XX”.
Trata-se, sim, de uma modalidade de comunismo de mentes. Nivelamento de pensamento, de “valores”, ou de ausência de valores, nivelamento de conceitos, de linguagem, a “novilíngua”, a completa perversão da sexualidade (no livro “Admirável Mundo Novo”, o sexo era livre e os seres humanos não eram concebidos, eram “decantados”), o desmantelamento da capacidade de aprendizagem, a destruição da escola, a dominação ampla, geral e irrestrita de tudo o que é mídia de massa e o mais ignominioso processo de desinformação, em poucas palavras, a confusão de mentes.
Ninguém é capaz de emitir opinião sobre determinado assunto. O bombardeio de informação ao estilo Goebbels, desorienta as pessoas de tal forma, que em nenhum círculo de debates se consegue concluir alguma coisa sobre determinado tema. Para eles “A verdade não é o que corresponde a um estado objetivo, mas o que pode ter aplicação útil e eficaz numa situação dada”. A mentira passou a ser a verdade.
No projeto gramscista de destruição da individualidade está estampado o ataque, que em meu entender se enquadra nas “três regras não escritas do sistema educacional”, do Dr. A. C. Portinari Greggio. Quais sejam: “a primeira reconhecia que os indivíduos nascem com diferentes graus de inteligência. A segunda, que a inteligência pode ser cultivada, mas sua falta não pode ser compensada pela educação. A terceira aconselhava: se o ótimo é 100 mas o possível é 20, façam-se pelo menos os 20. Eis que surge a “regra de ouro do igualitarismo: se não der 100 para todos que todos fiquem no zero”.
Voltamos “à estaca zero”. 1989 não começou por aqui. Ainda há mentes na América Latina suficientemente desonestas e mal intencionadas que insistem num projeto que não deu certo em lugar nenhum do planeta.
Quem falou que essa gente não gosta do capitalismo? Adoram o luxo, o poder, o dinheiro. Querem o mundo a seus pés. Isso não foi diferente na União Soviética. Stálin só fazia as refeições diárias se fossem servidas nas porcelanas do Czar. É a mais perfeita caricatura da falsidade.
Como não tenho a pretensão de ser “politicamente correta”, afirmo sem pestanejar: Cristo é uma nuvem de fumaça vulcânica na aeronave comunista. Com Cristo eles não podem decolar. Permanecem no chão.
E por falar em Cristo, porque não lembrar São Mateus, cap. IV, versos 1-11. O demônio exerceu dupla função na “Tentação de Jesus”: a de tentador e a de acusador. Teólogo, o diabo tem uma missão: afrontar Deus.Induz-nos à queda, para se regozijar em acusar a Deus que nos criou à Sua imagem e semelhança.
Mas a parede vazia também é religião, disse o padre Paulo Ricardo, certa vez. Eles têm seus deuses, não tenham dúvida disto.A “bíblia” dos “pastores da nova religião” tem como santos, Antonio Gramsci. Herbert Marcuse, Sartre, Kinsey, Adorno, Simone de Beauvoir, e, como não poderia deixar de ocupar o seu devido lugar no panteão comunista mundial, o ancestral de todos, Karl Marx. Mas como conseguiram tantos fiéis no Brasil?
A resposta está na sabotagem psicológica que globalistas midiáticos vêm praticando há anos. E como se dá isso? Através da “guerra psicológica a qual consiste em “mudar a percepção da realidade de cada indivíduo, até ao ponto de, apesar da abundância de informações, ninguém será capaz de chegar às conclusões corretas no interesse de defenderem-se a si próprios, suas famílias, suas comunidades, seu país”. (Yuri Bezmenov, ex agente da KGB.)
E é pra duvidar? Criminosos como Che Guevara, Mao Tsé Tung, Stalin, Lenine, são, na atualidade, homenageados e tratados “sem a menor reflexão crítica” acerca de suas performances assassinas e genocidas no passado. Onde estão os rostos dos milhões de mortos pelo Nacional Socialismo alemão? Estampados nas camisas dos jovens universitários do Brasil? Onde estão os rostos dos inocentes que foram assassinados aos milhares na Floresta de Katyn a mando da KGB de Stalin? Onde estão as faces das vítimas do bando do Che? Ninguém dá notícia. A juventude desinformada adora os criminosos e involuntariamente desprezam as suas vítimas inocentes.
Assistindo a um documentário sobre “Revolução Cultural”, descobri, através da entrevista de Yuri Bezmenov, que o gigantesco processo de lavagem cerebral que pretendiam desde àquela época é lento e dividido em quatro etapas básicas: “a primeira é a de desmoralização e se leva de 15 a 20 anos para corromper moralmente uma nação. Por que tanto tempo? Porque esse é o número mínimo de anos necessário para educar uma geração de estudantes no país de seu inimigo exposto à ideologia de seu inimigo. Bezmenov continua: “O resultado pode-se ver, que a maioria das pessoas que se graduaram nos anos de 60 – desistentes ou intelectuais semi-idiotas – estão agora ocupando posições de poder no governo, no serviço público, nas empresas, na grande mídia e no sistema educacional”.
Diante de tanto descalabro moral, de tanta farsa intelectual e de tanta fraude contra a consciência, pergunta-se: onde reencontrar o fio, o “cordão de Ariadne”, para sairmos desse labirinto demoníaco ao qual fomos atirados? Onde encontrar um fio de luz que possa nos reconduzir ao verdadeiro sentido de “ser humano”?
Certa vez, meu filho adolescente se sentiu suficientemente rebelde para comprar uma camiseta com o rosto de Che Guevara estampado no peito. Fiz dela pano de chão. Assassinos não podem servir de modelos para jovens.
A destruição das bases morais e civilizacionais da sociedade, os ataques à Igreja Católica, orquestrados pelas mídias do mundo todo, só confirmam o que os pesquisadores cristãos vêm descobrindo e publicando nos últimos anos, ou seja, existe um ataque sistemático que imperceptivelmente vem minando com a resistência humana à mentira e ao engano.
É um processo, de certo modo irreversível, uma vez que só se sentindo enganado, ludibriado é que o indivíduo se levanta contra o agressor. Acontece que todos estão acomodados em seus “mundinhos” e não podem perceber que há algo errado e o que é pior, demoníaco nessa orquestração.
Contudo, sem encontrar nenhum espaço de divulgação, já que todos os veículos de comunicação se prestam a servir aos interesses de grupos pertencentes a essa modalidade ocidental de comunismo e, claro, de completo ódio ao cristianismo e aos valores cristãos, já que o “deus” dos comunistas, a História, e os santos, é o que Comte apregoava, os “heróis revolucionários”, impossível se torna, portanto, competir com tais santidades.
Mas é assim mesmo. Assistimos assombrados que de modo muito estranho, atualmente, quando o tema é Deus, parece-nos que o discurso fica pesado, penoso, e isso ocorre não em razão de nossas convicções que são verdadeiramente sinceras, mas, sobretudo, porque “Deus”, tornou-se um tema “politicamente incorreto”.
Antes, havia algumas coisas nesse mundo que eram consideradas “fora de mercado”. Hoje não mais. As consciências, a dignidade humana, a individualidade, a responsabilidade, a honestidade, tudo, tudo mesmo está na feira da perversão para ser comercializado a qualquer preço. Querem um exemplo? A sexualidade. Antes era um drama privado. As pessoas se davam ao respeito em tratar essas questões com a devida “proteção do espaço da discrição”. Hoje a intimidade sexual das pessoas virou espetáculo e assunto de “filósofos de botequins”. Tente dormir com um barulho desses. Ligue a televisão e procure por valores como a honra, o respeito, o cumprimento da palavra, a sacralidade do sexo. É possível que te decepciones a ponto de atirar teu aparelho de TV escada abaixo.
Todavia para a esmagadora maioria o negócio é: Deixe rolar. Deixe Acontecer. Está tudo normal.
Assim, não reflita sobre o mundo em que vives e experimentes não podar as videiras e veja o que colherás no próximo ano. Apenas galhos sem frutos. O mundo vazio. A infelicidade. A morte da alma.
(A AUTORA É JURISTA E PROFESSORA DE ÉTICA)
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