| 30 MARÇO 2010
ARTIGOS - GOVERNO DO PT
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De acordo com o tenebroso gerente da defesa, mais vale um "aspone na mão do que um bando de soldados rastejando no campo".
A recente investida do Ministro da Defesa em ampliar sua equipe de "estrategos" vai ao galope de encontro do "Estado Grande e Boçal" preconizado pelo petismo e abençoado pela candidata Dilma.
O Ministério da Defesa conta hoje com 931 cargos de DAS e prevê a criação de 647 novos cargos de confiança na estrutura do próprio Ministério. São os chamados Direção e Assessoramento Superior (DAS), vagas de livre escolha do Ministro, sem concurso.
Na prática, constatamos que o Ministro e o Ministério incham, enquanto as Forças Singulares mínguam... conforme o planejado.
De acordo com o renomado jornalista Alexandre Garcia:
"A melhor maneira de derrotar um exército, sem precisar dar um tiro, é cortar-lhe os suprimentos."
"O Exército Brasileiro já recebeu 80 mil recrutas por ano. Hoje recebe metade disso. Por ano, apresentam-se 1.300.000 jovens. Já imaginaram se houvesse recursos para incorporar todos? Um exército de tremendo poder de dissuasão. E, mais do que isso, 1.300.000 jovens das classes mais pobres fora das ruas, das drogas, com três refeições por dia, preparo físico, assistência médica e dentária, aprendendo civismo, disciplina, obediência às leis e à autoridade e aprendendo uma profissão? Seria o maior programa social do país".
Mas, enquanto isso, o dia-a-dia nas casernas é o de economia de guerra, menos tropas, menos recursos, meio-expediente, menos manobras, menos profissionalismo, menos nacionalismo, menos vergonha, no entanto, muito mais Ministério da Defesa, com muito mais "assessores".
Forças menos aptas, com menor capacidade de atuação, com autoridades militares desprestigiadas, e um vaidoso à frente, fardado, grandiloqüente, cercado por janízaros e com poderes de vida e morte sobre a carreira dos profissionais. Um todo poderoso, temível, terrível,... conforme planejado na END.
Esta é a triste história das Instituições Militares Permanentes, soterradas na falta de respeito ao seu glorioso passado, e que na atualidade são o trampolim para vaidades e cabides de emprego.
Aos poucos, a pequena parcela da população que era inoculada com os valores e as virtudes militares foi escasseando e, assim, perde o Estamento Militar um tímido e cada vez mais restrito testemunho de sua excelência. A caserna, independente do grau hierárquico de seus integrantes, despertava naqueles jovens padrões de excelência de reconhecida valia para a sua formação e vivência.
Contudo, não satisfeitos com a subserviência das autoridades militares, empolgados com a pusilanimidade percebida, seguem em frente, até quando, nem o "magnânimo molusco" sabe, pois o céu é o limite.
O segmento militar pode não ter recursos mínimos para uma sobrevivência decente, mas, certamente, o Ministério os terá para pagar os vencimentos da sua "Brigada de Burocratas".
A medida é politicamente correta uma vez que muitos reclamavam que a sociedade civil estava desligada dos assuntos militares. De acordo com o tenebroso gerente da defesa, mais vale um "aspone na mão do que um bando de soldados rastejando no campo". Dito isso, virou as costas, e foi-se.
Valmir Fonseca Azevedo Pereira é general-de-brigada (reformado).
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