Esclarecimento do blog do Roberto Jefferson em 22/03/2010
AZUL: Roberto Jefferson, ex-deputado, 56 anos, advogado, cantor amador e motociclista
VERDE: Cavaleiro do Templo
No início deste ano, um colaborador petebista mandou-me um excelente e extenso texto para reflexão sobre o momento político pelo qual passava o Brasil. A princípio pensei em publicá-lo no site do partido, mas não o fiz, esperando uma melhor oportunidade. Acabei subscrevendo as idéias a mim enviadas - que me pareciam perfeitas -, já que se ajustavam ao meu pensamento. Mexi no texto, incluí parágrafos que julguei pertinentes, enfim, editei-o à minha maneira. Ainda me lembro que, quando mostrei as mudanças, o colaborador reclamou que eu havia mexido no seu texto. Mas acabou concordando com as alterações e com o envio do artigo por mim à "Folha de S.Paulo".
Só hoje, porém, alertado por internautas, vim a saber que o texto-base que deu origem ao artigo publicado na "Folha de S.Paulo" é de autoria do senhor Olavo de Carvalho. Peço desculpas ao autor e à "Folha", pois eu não tinha conhecimento disso.
Cavaleiro do Templo: Peraí, peraí... Jefferson recebe um texto, portanto não foi ele quem o escreveu, pensa em publicar mas resolve esperar. A partir daí, ele mexe no texto de outrem incluindo parágrafos, e o cara que Jefferson disse acreditar ser o dono reclama mas depois aceita e deixa que, sem falar para Jefferson que o texto que não seu, vá para a Folha de São Paulo alterado pelo Jefferson. E o artigo, como bem percebeu e-J (amigo meu) foi publicado em jornal no qual Olavo escreve artigos. SÓ QUE ROBERTO JEFFERSON PUBLICOU O TEXTO COM AS "MUDANÇAS" COMO SE FOSSE DELE.*** Houve aí, então, no mínimo, uma "transferência de (ir)responsabilidade", no mínimo. Sai da reta aquele orifício do Jefferson e entra o do amigo, no mínimo por omissão. Roberto Jefferson tem um monte de material no seu site. Será que assinou muitos? Será que uns amigos mandaram muitos textos e ele mexeu? Se sim, será que publicou alguns por aí? Bem, no mínimo Roberto Jefferson pegou um texto "de" um amigo, mexeu e disse na mídia que era seu. E olhem, ele é advogado!!!
Chancelo as idéias de Olavo de Carvalho no seu artigo, pois as minhas convivem harmonicamente com as suas. E acho, sinceramente, que o texto dele, na íntegra, ainda é melhor do que o meu, com todas as correções que fiz e aditei.
Cavaleiro do Templo: É piada, só pode ser. Jefferson demonstra que não sabe NADA da briga cultural existente no Ocidente quando diz nas suas "aditações" ou ainda pior, se ele considerar que o seguinte é uma das "correções": "...e, por último, mas não menos importante, a conquista da hegemonia cultural." Quem lê, ouve e estuda Olavo de Carvalho sabe muito bem que ele está cansado de dizer que a conquista da hegemonia cultural é a primeira das conquistas dos esquerdopatas de Gramsci e que foi esta a estratégia que tornou possível a existência desta situação sinistra em que se encontra o Brasil, bem como a existênciado PT, PSDB e toda esta porcariada. Não precisa nem dizer, então, que as idéias do Jefferson não convivem harmonicamente com as do Olavo. Das duas uma: ou Jefferson não sabe do que está falando ou sabe. Não sei qual é a pior quando alguém pretende escrever para a Folha publicar. Ah, desculpem, pensei por dois segundos que estava em outro país onde a mídia só publica material de quem estuda, de quem sabe alguma coisa de alguma coisa. Por último, Roberto Jefferson fazendo correções em textos do Olavo de Carvalho é de doer, não? Seria o mesmo que ele, cantor amador, dar aulas de canto para o Pavarotti... Roberto Jeffersom lugar de amador é na platéia, aplaudindo. Por último, a Folha já sabe???
Aproveito para publicar (integralmente) o texto de Olavo de Carvalho.
"Pensem nisso
Olavo de Carvalho | 07 Janeiro 2010
Somente a política revolucionária entende o que é o poder na sua acepção substantiva. O velho tipo do político "profissional" entende apenas a disputa de cargos, confunde o mandato legal com a posse efetiva do poder.
Um dos traços constantes da vida brasileira é a coexistência de dois tipos de política heterogêneos e incomunicáveis: de um lado, a política "profissional" cuja única finalidade é o acesso a cargos públicos, compreendidos como posições privilegiadas para a conquista de benefícios pessoais ou grupais (acompanhados ou não de boas intenções de governo); de outro, a política revolucionária, empenhada na conquista do poder total sobre a sociedade e na introdução de mudanças estruturais irreversíveis. A segunda usa ocasionalmente os instrumentos da primeira, mas sobretudo cria os seus próprios, desconhecidos dela. Os "movimentos sociais", o adestramento de formidáveis massas militantes dispostas a tudo, a ocupação de espaços não só na administração federal mas em todas as áreas estrategicamente vitais e, last not least, a conquista da hegemonia cultural estão entre esses instrumentos, que para o político "profissional" são distantes e até incompreensíveis, tão obsessiva e autocastradora é a sua concentração na mera disputa de cargos eleitorais.
As próximas eleições presidenciais vão opor, numa disputa desigual, as armas da política revolucionária às da política "profissional". Estas últimas consistem apenas nos meios usuais de propaganda eleitoral, enquanto as daquela abrangem o domínio sistêmico de todos os meios disponíveis de ação sobre a sociedade: o político "profissional" tem a seu favor apenas os eleitores, que se manifestam uma vez a cada quatro anos e depois o esquecem ou passam a odiá-lo. O revolucionário tem a vasta militância organizada, devotada a uma luta diária e constante, pronta a matar e morrer por aquele que personifica as suas aspirações.
Nas últimas décadas a expansão maciça da política revolucionária colocou os políticos "profissionais" numa posição de impotência quase absoluta, que reduz a praticamente nada as vantagens de uma eventual vitória nas eleições.
Se eleito, o Sr. Jose Serra terá de comandar uma máquina estatal dominada de alto a baixo pelos seus adversários, a começar pelos oito juízes lulistas do Supremo Tribunal Federal. O PT e seus partidos aliados comandam, além disso, uma rede de organizações militantes com alguns milhões de membros devotos, prontos a ocupar as ruas gritando slogans contra o novo presidente ao primeiro chamado de seus líderes. Comandam também o operariado de todas as indústrias estratégicas e a rede de acampamentos do MST espalhados ao longo de todas as principais rodovias federais e estaduais: podem paralisar o país inteiro da noite para o dia. Reinam, ademais sobre um ambiente psicossocial inteiramente seduzido pelos seus estereótipos e palavras de ordem, a que nem mesmo seus mais enfezados inimigos ousam se opor frontalmente.
Somente a política revolucionária entende o que é o poder na sua acepção substantiva. O velho tipo do político "profissional" entende apenas a disputa de cargos, confunde o mandato legal com a posse efetiva do poder. Sem militância, sem ocupação de espaços, sem guerra cultural, não há domínio do poder. Fernando Collor de Mello pagou caro por ignorar essa distinção elementar: confiou na iniciativa espontânea de seus eleitores - massa espalhada e amorfa, incapaz de fazer face à força organizada da militância.
Não vejo no horizonte o menor sinal de que os adeptos do Sr. José Serra tenham aprendido a lição: hipnotizados pela esperança da vitória eleitoral, não vêem que tudo o que estão querendo é colocar na presidência um homem isolado, sem apoio militante, escorado tão somente na força difusa e simbólica da "opinião pública" - um homem que, à menor sombra de deslize, terá contra si o ódio da militância revolucionária explodindo nas ruas e será varrido do cenário político com a mesma facilidade com que o foi o ex-presidente Collor.
Há pelo menos vinte anos venho advertindo aos próceres antipetistas que o voto, ainda que avassaladoramente majoritário, não garante ninguém no poder: o que garante é militância, é massa organizada, disposta a apoiar o eleito não só no breve instante do voto mas todos os dias e por todos os meios. Vejam a situação da governadora do Rio Grande do Sul e entenderão o que estou dizendo: quando a oposição se vangloriou de ter "varrido o PT do Estado gaúcho", não percebeu que o expulsara somente de um cargo público.
Não desprezo as vitórias eleitorais, mas sei que, por si, elas nada decidem a longo prazo. E não vejo que, até agora, as forças de oposição tenham tomado consciência disso."
*** O artigo assinado por mim na "Folha":
"São ideológicos, por isso corrompem
As oligarquias aliaram-se ao PT pensando que iriam dominá-lo, mas se deu o contrário, porque elas não têm projeto
Um dos traços constantes da vida brasileira é a coexistência de dois tipos heterogêneos e incomunicáveis de política: a "profissional", cuja única finalidade é o acesso a cargos públicos para a conquista de benefícios pessoais ou grupais, e a socialista (ou "capitalismo burocrático-corporativo", como define o sociólogo Fernando Henrique Cardoso), empenhada na conquista do poder total sobre a sociedade.
A segunda vale-se ocasionalmente dos instrumentos da primeira, mas, sobretudo, cria os seus próprios: os "movimentos sociais" (o adestramento de formidáveis massas militantes dispostas a tudo), a ocupação de espaços na administração federal e em áreas estrategicamente vitais e, por último, mas não menos importante, a conquista da hegemonia cultural.
As próximas eleições vão opor, numa disputa desigual, a política socialista à profissional. Esta emprega os meios usuais de propaganda, enquanto aquela utiliza todos os meios disponíveis (inclusive os heterodoxos).
O político profissional tem a seu favor somente os eleitores, que se manifestam a cada quatro anos e depois o esquecem, enquanto o socialista tem a vasta militância, pronta a matar e a morrer por quem personifica suas aspirações.
O voto, ainda que avassaladoramente majoritário, não afiança ninguém no poder. O que garante a supremacia é a massa organizada, disposta a apoiar o eleito todos os dias e por todos os meios. Vejam a situação da governadora do Rio Grande do Sul: quando a oposição se vangloriou de ter "varrido o PSDB do Estado gaúcho", não percebeu que tentara expulsá-lo apenas de um cargo público.
O maior erro que as débeis oposições cometem é não saber enfrentar o modelo político socialista.
É de acentuar que a quase totalidade do empresariado nacional já foi cooptada e aceita naturalmente o petismo, que se adonou e faz uso do histórico caráter patriarcal do Estado brasileiro -sedimentado pela ditadura militar- em seu benefício.
O estatismo foi reconfigurado. É mais fácil controlar mecanismos reguladores (em todos os níveis) e instâncias de fomento e financiamento, que tornam reféns de seus interesses os capitães da indústria privada.
Na discussão orçamentária, os políticos profissionais preocupam-se apenas com emendas que podem fortalecê-los em suas bases, proporcionando-lhes benefícios particulares. Nenhum deles confronta a tradição doutrinária de controle da máquina pública e do exercício do poder, delineada desde Maquiavel.
Seguidor de Lênin, Trótski, Stálin e Gramsci, o petismo, por meio de seu núcleo dominante, abriu mão da luta armada, mas não do objetivo revolucionário. E valem-se da União, a garantidora de empréstimos a municípios e Estados. É o clientelismo, dos quais são porta-vozes os políticos de todos os partidos, que, assim, jogam pelas regras estabelecidas por aqueles que detêm o poder decisório.
A eventual saída do PT da Presidência, porém, não mudará esse quadro. Porque os aparatos administrativo-arrecadadores (Receita Federal, INSS) e fiscalizadores senso estrito (policial e judicial), além da órbita cultural, foram aparelhados.
O PT detém controle também sobre os sindicatos, o funcionalismo público, o aparato repressivo (MPF e PF, usados para destruir seus inimigos, fazendo terrorismo e chantagem política), os estudantes, os camponeses, a igreja, a intelectualidade artística, universitária e jurídica.
Se eleito, portanto, José Serra vai comandar uma máquina estatal dominada por adversários, muitos deles indicados para atuar em tribunais superiores. Sem esquecer o MST, que mantém acampamentos ao longo das principais rodovias (e pode, a qualquer momento, paralisar o país).
No Brasil, hoje, não há mais escândalos. Ficam uma semana nos jornais e na TV, depois ninguém mais se lembra deles. Não produzem consequências judiciais, porque o sistema é pesado e dominado por uma processualística interminável, da qual decorre a impunidade. O caso do mensalão é emblemático.
O PT deu caráter rotineiro a tudo isso na vida brasileira. As oligarquias aliaram-se ao partido pensando que iriam dominá-lo, mas se deu o contrário, porque elas não têm projeto.
O PT, contudo, tem, e o põe em prática planejadamente, sistematicamente, em todos os níveis. Segue a lógica da revolução, quer construir o socialismo (quem sabe à maneira de Fidel, que Lula e sua turma tanto incensam?). Os petistas acreditam nisso. Não são apenas corruptos, são ideológicos e, por isso, corrompem. E, no processo de destruição, vale tudo.
Para combater a hidra, é preciso conhecê-la, armar-se e propor um projeto diferente de país. Não se enfrentam tanques com bodoques, mas com mísseis. E, se vierem mísseis em represália, joga-se a bomba atômica.
Quem vai fazer isso?"
Ele não negou o plágio, apenas justificou. Ele plagiou o amigo, sem saber que estava a copiar Olavo. Deu um ctrl C ctrl V e alterou algumas coisas para dar a sua cara no texto.
ResponderExcluirDa próxima vez ele escreverá o que pensa, aí não sairá em nenhum jornal, a não ser que...confesse que Lula sabia do mensalão.
No mais, ele não passa de um cleptomaníaco de intelectualidades. Uma coisa que fica evidente também, é que os grandes jornais impressos só dão cartaz aos loucos, mas se Olavo escreveu, eles não publicam.