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segunda-feira, 29 de março de 2010

A moralidade verde? É podre

MÍDIA A MAIS

por Melanie Phillips em 27 de março de 2010



Compre uma verdura ecologicamente correta, e seja um canalha.
Ojornal britânico [de esquerda] The Guardian relata:
 

De acordo com um estudo, quando as pessoas acham que foram moralmente virtuosas por salvar o planeta através da compra de alimentos orgânicos para bebês, por exemplo, isto “as dá ‘licença’ para comportamentos egoístas e moralmente questionáveis”, normalmente conhecidos como “compensação moral” ou “ética compensatória”.
 
Ah! “Ética compensatória”? Ou como pessoas antiquadas como nós preferimos chamá-la: roubo. Mas é claro: abrace uma árvore e ferre o seu semelhante. Isso resume muito bem a política verde:
 
[O estudo] Do Green Products Make Us Better People [Produtos Verdes Fazem de Nós Pessoas Melhores?] está publicado no último número do periódico Psychological Science. Seus autores, os psicólogos canadenses Nina Mazar e Chen-Bo Zhong, argumentam que as pessoas que ostentam aquilo que chamam de “auréola do consumidor verde [ecológico]” são menos propensas a serem boas com os outros e mais propensas a trapacear e roubar. “Atos virtuosos podem dar a licença moral para atos anti-sociais e antiéticos subsequentes”, afirmam os autores.
 
Em seu estudo, a dupla de psicólogos descobriu que aqueles que compravam produtos “verdes’ [“orgânicos”[*], “ecológicos” ou “naturais”] mostraram-se menos dispostos a dividir com os outros uma dada quantia em dinheiro do que aqueles que compravam produtos convencionais. Quando aos consumidores “verdes” foi dada a chance de aumentar os seus ganhos por meio de trapaça num jogo de computador, e de mentir a respeito disso — em outras palavras, roubar – esses a aproveitaram, enquanto os consumidores convencionais não. Mais tarde, num teste baseado num sistema de honra [i.e., sem supervisão, com base na confiança implícita], quando os participantes do estudo foram instados a retirar dinheiro de um envelope para pagar por seus prejuízos, os “verdes” mostraram-se seis vezes mais propensos a roubar do que os convencionais.
 
Sem dúvida, se os novos conservadores [Tories] verdes chegarem ao poder, poderemos ter o equivalente social dos esquemas de créditos de carbono: se você reciclar o seu lixo, ganhará três créditos para arrombamentos antes que seja preso.
 
É verdadeiramente deprimente viver em tempos com tal ética.
 
Tradução: Henrique Dmyterko
 
Publicado originalmente na Spectator.co.uk/melaniephillips em 16/03/2010


[*] NT: A rigor, toda matéria, substância ou composto que contenha o elemento químico C [Carbono] é orgânico. Assim, da madeira à gasolina, do CO2 aos CFCs, da grafite ao diamante, do esterco à soja geneticamente modificada, tudo é orgânico. A água pura, H2O, não é orgânica, é mineral. Já a água com coliformes fecais é bastante “orgânica”. Neste sentido, um produto hortifrutigranjeiro “orgânico”, tal como o entendem os  verdes enragés, é apenas mais uma corrupção da linguagem, um rótulo falso e mistificador, fruto da ignorância ou má-fé, ambas úteis na propaganda falaciosa dos salvadores do planeta com o bolso alheio. Quando se fala em agrotóxicos é preciso entender que sem o seu uso cuidadoso e criterioso não haveria produção de alimentos suficiente. Os chamados produtos naturais não são nem ruins nem melhores per se: todos têm uma composição bioquímica específica e seu consumo não está livre de consequências adversas, tais como alergias.

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