Material essencial

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

EM QUE LULA DA SILVA APOSTA COM A LIBERTAÇÃO DOS SEQÜESTRADOS?

FAROL DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
02/02/2009

Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido 
Analista colombiano de assuntos estratégicos www.luisvillamarin.co.nr


Seria ilusório demais pensar que o governo brasileiro de Lula da Silva é motivado por interesses humanitários claros na calculada, manipulada e propagandeada libertação de seis seqüestrados, como parte da metódica comédia que montaram Piedad Córdoba, os autodenominados intelectuais amigos da Colômbia e as FARC, com a finalidade de ressuscitar os terroristas no âmbito político, e, ao mesmo tempo, tratar de desprestigiar o governo colombiano.

Duas razões concretas explicam tal realidade. A primeira, porque em política não há nada gratuito. Ninguém dá ponto sem nó. E a segunda, porque as FARC fazem parte do entorno estratégico a médio e longo prazo, de unificar regimes esquerdistas em todo o continente latino-americano.

Antecedentes comprometedores indicam que além do interesses humanitário pré-existem sérias coincidências ideológicas e metodológicas das FARC com Lula da Silva e muitos de seus co-partidários do PT. Por exemplo, nem o mandatário brasileiro nem as FARC puderam demonstrar o contrário a respeito dos rumores sobre o apoio de cinco milhões de dólares que “Tirofijo” enviou à segunda campanha presidencial de Lula.

Por outro lado, as revelações parciais que os meios de comunicação fizeram acerca dos nexos de vários funcionários do governo brasileiro com as FARC, encontrados nos computadores de Raúl Reyes, deixaram entre os analistas do tema a sensação de que o presidente Uribe Vélez manejou o tema com cordialidade e que, talvez, apesar de outras informações mais graves preferiu “não tocar” no Brasil, com a intenção de não afundar ainda mais a complexa crise regional que em forma de vitrine desataram os governos da Venezuela, Equador e Nicarágua, quando ficou a descoberto o complô contra a Colômbia.

Soma-se a isto, a estreita aproximação de Lula com o governo francês na aquisição de armamento sofisticado e a iminente transferência de tecnologia nuclear de Paris para Brasília, assim como a persistente idéia encabeçada por Lula de conformar uma aliança militar sul-americana que desconheça por igual o Tiar da OEA, e a incidência do Pentágono na segurança nacional de cada um dos Estados do hemisfério.

Indiretamente, a iniciativa da espécie de “OTAN Sul-Americana” pretende a reação contrária de Uribe, para deixar a Colômbia fora da aliança, e a longo prazo utilizar as FARC como um ás estratégico dentro do projeto de expansão geopolítica e geoestratégica do Socialismo do Século XXI na América Latina.

Em todos estes mecanismos o governo francês esteve presente na sombra. Primeiro, com as negociações paralelas com as FARC para libertar Ingrid Betancourt, pelas costas do governo colombiano; em seguida, com o exibido périplo de Ingrid e depois com os permanentes negócios de alto nível com o Brasil, dirigidos para deixar os Estados Unidos fora da torta geopolítica hemisférica e potencializar o Brasil como o líder regional.

Afora isso, os arquivos eletrônicos dos computadores de Reyes, somados às investigações de analistas políticos brasileiros, demonstram que há vários anos detectou-se uma marcada infiltração dos comunistas em importantes escalões de comando da Força Aérea desse país. Com a circunstância agravante de que, com a cumplicidade de alguns funcionários oficiais e dirigentes comunistas brasileiros, o terrorista Francisco Collazos, codinome “Oliverio Medina” ou o “padre Camilo”, membro ativo da chamada Frente Internacional das FARC, burlou os serviços de segurança internacionais e conseguiu asilo político consentido pelo próprio Lula da Silva.

Com mais um ingrediente: enquanto Chávez e Correa tinham Rodríguez Chacín e Correa em acordos diretos com as FARC, Lula tinha cinco funcionários de alto nível comprometidos no mesmo complô. Quando a trama foi descoberta, Chávez e Correa se defenderam com grosserias e ofensas baixas contra a Colômbia. Entretanto, Lula se fez de desentendido e descartou qualquer responsabilidade em uma mescla de cinismo e aparente dignidade de presidente de uma das dez potências econômicas do mundo.

A questão resulta mais sintomática, uma vez que, com muitas desculpas e piedosas mentiras, a administração Lula descartou a responsabilidade política e histórica de qualificar as FARC como terroristas, assim como em desenvolver uma campanha militar mantida na fronteira com a Colômbia, para destruir vários acampamentos guerrilheiros instalados na floresta amazônica, cortar os nexos dos narcos brasileiros com os terroristas colombianos e deportar vários propagandistas das FARC que se movem como Pedro em sua casa, tanto em universidades como nos corredores de prédios oficiais brasileiros.


Não é desatinado afirmar que o Exército brasileiro, outrora instituição visivelmente anticomunista desse país, está submetido a uma tensão que não se pode predizer, com pleno conhecimento de que foram amordaçados, enquanto os populistas dirigentes políticos estão imersos na estratégia política traçada desde Havana, tendente a submeter todo o continente ao arcaico esquema marxista-leninista.

Por trás de toda a maquinação midiática que as FARC e seus sócios deram à audaciosa libertação unilateral de seis seqüestrados, o engambelado lance persegue objetivos políticos e estratégicos que projetam Lula como um pacifista internacional e as FARC como um movimento político não-terrorista. É outra aresta do mesmo esquema que Chávez e Iván Márquez montaram na sede da PDVSA em finais de 2007, com a libertação dos seqüestrados. As petições que os terroristas façam ao longo das próximas libertações e a atitude que Lula assuma em torno delas, darão as luzes para esclarecer os alcances do estratagema.

Neste sentido, a contribuição das aeronaves militares brasileiras à Cruz Vermelha Internacional com o aparente distanciamento de Lula, supostamente mais interessado na libertação dos seqüestrados que em conseguir lucros pessoais, espelha que por baixo da mesa se move mais um estratagema do complô contra a Colômbia, que seguramente se conhecerá quando caírem os arquivos pessoais de outro cabeça das FARC.

Como parte dessa estratégia articulada, Chávez visitou Uribe dias atrás; Correa voltou a dar solavancos entre suas sugestões cantinflescas de segurança na parte colombiana e ortodoxa fidelidade marxista-leninista; as FARC reativaram os ataques terroristas em áreas urbanas e, Piedad Córdoba, se apropriou do tema da liberdade dos seqüestrados, como se estivesse lavando sua deteriorada imagem perante o eleitorado, com o duplo propósito de ganhar dividendos políticos pessoais e, ao mesmo tempo, ridicularizar seu arqui-inimigo, o presidente Uribe. Além disso, é a candidata de Chávez e das FARC, útil para o chamado “governo de transição” para o socialismo.

A médio e longo prazos, o Estado colombiano deve ir com pés de chumbo em torno da libertação dos seqüestrados e a quase iminente providência das FARC, que vão pedir status de beligerância, com a permissão do governante do país mais poderoso da região, enquanto os idiotas funcionais - incluídos os que vivem como ricos nos Estados Unidos e vociferam como “proletários” para a América Latina -, crêem que os mancomunados esqueceram a conspiração dinamizada pela Coordenadora Continental Bolivariana, os “esquerdistas” disfarçados e as FARC, em honra de ressuscitar o cadáver político dos terroristas.

Por essa razão esses esquerdistas estultos caluniam o governo colombiano, asseveram que os conteúdos dos computadores de Reyes são falsos e que Correa criminalizou as FARC. Ou são ingênuos, ou fazem parte do mesmo complô contra a Colômbia.

O certo é que nem Lula nem seu governo têm sido aliados da Colômbia na luta contra o narcterrorismo mas, o que é pior, interessa-lhes e lhes convém que as FARC existam para continuar obstinados no projeto de submeter a Colômbia ao ambicioso projeto de expansão castro-chavista. Nem mais, nem menos.

Essa é a verdadeira intenção de Lula. De quebra, a manipulada libertação unilateral dos dirigentes políticos e quatro uniformizados em poder das FARC, lhe proporcionou a oportunidade de ouro para recompor o caminho da estratégia internacional dos remanescentes comunistas latino-americanos. Uma vez mais, os esquerdistas moderados e armados estão brincando com a dor das vítimas do seqüestro. E os meios de comunicação ansiosos pelo furo de reportagem, lhes fazem o jogo.


Tradução: Graça Salgueiro


Fonte: http://www.eltiempo.com/blogs/analisis_del_conflicto

Resgates das FARC, funeral de Tirofijo e papel do Brasil

por GRAÇA SALGUEIRO

DELEGADA DA UNOAMERICA PARA O BRASIL


Sexta-feira, 6 de Fevereiro de 2009

Antes de abordar os temas escolhidos para a edição de hoje, quero dar três avisos: o primeiro, sobre o curso “Princípios de Simbolismo e Cosmologia Tradicional”, ministrado por Luiz Gonzaga de Carvalho, cujas informações podem ser obtidas clicando no título; o segundo, que o site Mídia Sem Máscara NÃO foi desativado; apenas passa por reformas e em breve estará de volta com todo o seu vigor. Acrescento que nenhum outro site está “abrigando” o MSM como se andou especulando pelo Orkut; isto são apenas ilações de desocupados e desinformadores profissionais. E o terceiro aviso, este extremamente grave e aborrecido, é que o site do Heitor De Paola, “Papéis Avulsos”, foi mais uma vez atacado por hackers e encontra-se temporariamente com suas atualizações paralisadas. Isto não significa que o nosso bom guerreiro vá render-se às imposições de desordeiros que abominam a verdade como o vampiro da luz e muito brevemente, se Deus quiser, tudo voltará à normalidade.

O tema de hoje é, naturalmente, as FARC, e tudo aquilo que a mídia não gosta de revelar; ou melhor, Notalatina desmascara (Cavaleiro do Templo: mais uma vez e com certeza mais uma vez alguém vai pegar o material que a Graça publica e utilizar SEM CITAR A FONTE) o mar de mentiras que foram veiculadas a respeito da libertação dos seis seqüestrados pelas FARC. Antes, porém, a revelação de um fato importante a respeito deste bando narco-terrorista que não vi publicado em nenhum jornal, revista ou site do país: a confirmação da morte do chefe dos guerrilheiros, Manuel Marulanda “Tirofijo” – inclusive com a foto de seu funeral – dada por uma guerrilheira desmobilizada recentemente.


Conta a guerrilheira de codinome “Anayibe”, que era noiva de um dos encarregados da segurança pessoal de “Tirofijo”, que ele de fato faleceu nos braços de sua companheira de codinome “Sandra”, no dia 26 de março de 2008, às 9 da manhã, na presença de vários integrantes do Secretariado das FARC em cujo recinto ela também se encontrava. Segundo Anayibe, “[Tirofijo] suava constantemente, suas pulsações estavam aceleradas e os ataques cardíacos eram contínuos. Os medicamentos já não faziam efeito”. O quadro de saúde do velho guerrilheiro de 80 anos agravou-se com os acontecimentos que abalaram toda a guerrilha a partir de 1º de março de 2008, quando foi abatido o número 2 das FARC, Raúl Reyes, seguido da morte de “Iván Ríos”, a deserção de Karina e as reiteradas ofensivas das Forças Militares.

Depois desses acontecimentos Tirofijo resolveu escrever uma carta em 21 de março, dirigida a todas as frentes antecipando as comemorações dos 44 anos da guerrilha, parecendo “pressentir” que seu final estava próximo. Com a apreensão de mais um computador portátil que a Polícia e o Exército encontraram em 31 de outubro do ano passado, num acampamento da Frente 38 na zona rural de Putumayo, achava-se esta carta, um documento de 10 páginas que se converteu na “jóia da coroa”. No documento que ficou conhecido como o “Testamento de Marulanda”, dentre outras orientações ele exorta seus “camaradas” a “incrementar as ações militares e políticas contra o inimigo de classe” e deixa claro que Hugo Chávez e Rafael Correa são “governos amigos das FARC”.


O funeral de Marulanda foi discreto e simples para não dar pistas às Forças de Segurança colombianas. Apenas os cabeças do Secretariado (em torno de 15 pessoas) participaram do enterro e este foi feito com grande dificuldade, pois tiveram de locomover-se a uma longa distância, a pé, carregando o improvisado ataúde. Segundo Anayibe, “o camarada Manuel ficou inchado, tinha o cabelo grande. Sua cabeça ficou recostada em uma toalha azul com uma faixa branca. Seus braços permaneciam cruzados sobre seu estômago e seu corpo foi vestido com um camuflado americano novo. Não era do seu tamanho, porém não encontramos outro igual. Por isso o uniforme aparece com as mangas arregaçadas”.

O deslocamento foi tortuoso, protegido por três anéis de segurança formado por 250 homens e comandado por “Mono Jojoy”. Tirofijo queria ser sepultado no local onde iniciou sua vida guerrilheira há 44 anos, entre Alto Pato (Caquetá) e Guayabero (Meta). O local exato do sepultamento só é conhecido por essas 15 pessoas que jamais revelarão o segredo pactuado entre todos eles. Segundo uma fonte de inteligência militar, “soubemos que ele está enterrado nas margens do Rio Pato. Não foi levado para a Venezuela, como foi dito na ocasião”.


E o assunto do momento, absolutamente distorcido pelos meios de comunicação, é a libertação de seis seqüestrados pelas FARC que começou no domingo 1º de fevereiro e terminou nesta quinta, dia 5. Nos resgates de domingo a desinformação começou a partir do momento em que a rede de televisão chavista “Telesul” divulgou que a demora na entrega dos seqüestrados deveu-se em decorrência de uma perseguição do Exército à missão humanitária onde morreu um guerrilheiro.

Ocorre que o autor desta calúnia, jornalista Jorge Enrique Botero, é cúmplice das FARC tanto quanto “Teodora Bolívar”, codinome nas FARC da senadora oportunista Piedad Córdoba, e membro da organização “Colombianos pela Paz”. Esta organização, criada e presidida por Teodora, tem o objetivo não de ajudar no resgate dos seqüestrados, mas promover as FARC como um “grupo insurgente” para posteriormente reivindicar seu status de grupo beligerante e poder lançá-los novamente na política. Este fato foi desmentido, tanto pelo comandante da Polícia, general Oscar Naranjo, como pelo representante do Governo, Luis Carlos Restrepo.


Segundo Restrepo, “Lamentamos que isto tenha sucedido, que através dos meios de comunicação se façam acusações sem suporte e fundamento”. E acrescentou: “Eu creio que, se tal como nos disse o senhor Jorge Enrique Botero que está falando do local, está violando os protocolos estabelecidos. Neste momento ele é membro de um grupo de fiadores e a comunicação deve ser oficial e através do Comitê Internacional da Cruz Vermelha”. Botero havia feito declarações à Telesul falando do seguimento de aeronaves à missão e, além disso, passou o telefone ao chefe guerrilheiro que comandou a entrega para uma entrevista. A esse respeito, o presidente Uribe também se posicionou: “A necessidade humanitária de libertar os seqüestrados foi utilizada, contra o que foi acordado, em incitação e estímulo ao grupo seqüestrador, narcotraficante e terrorista das FARC”.


Uma coisa que vale ressaltar é a diferença de atitude dos libertados sob o comando das Forças de Segurança e aqueles onde estes “representantes” de acordos humanitários, encabeçados pela comunista Teodora, participam. Comparando-se os depoimentos feitos por Clara Rojas e Consuelo Perdomo (leiam o que o Notalatina publicou na ocasião, pois a cobertura foi bastante minuciosa), passando pela da primorosa “Operação Xeque” – onde os amigos das FARC foram ludibriados – e, mais recentemente, os quatro militares, o ex-governador Alán Jara e o ex-deputado Sigfredo López, é possível perceber com clareza meridiana que a função desta mulher e sua organização é desmerecer o trabalho do presidente Uribe e fortalecer a “magnanimidade das FARC” ao entregar, unilateralmente, pessoas que elas mesmas seqüestraram.

Em conferência de imprensa, tão logo foi libertado, o ex-governador Jara não poupou elogios à Teodora, tampouco economizou mentiras agressivas ao presidente Uribe. Segundo ele,“Uribe não fez nada por nossa libertação” e arrematou: “A atitude de Uribe não ajudou em nada a que se produza o intercâmbio humanitário e, portanto, a libertação dos seqüestrados”. Ele, como todos aqueles a quem as FARC libertam com a condição de postular em seu favor, defendem uma “negociação” com os terroristas como única saída para a libertação dos outros seqüestrados.


A esse respeito, rebateu Uribe: “Estamos prontos para paz, não para o engano; estamos prontos para o acordo humanitário, não para reforçar o terrorismo”; e concluiu: “O que eu não poderia fazer como presidente da Colômbia é tirar uns guerrilheiros do cárcere e entregá-los às FARC num monte para que voltem a matar, para que voltem a seqüestrar”. Parece que Uribe finalmente aprendeu, pois há dois anos ele cometeu a asneira de libertar um dos cabeças das FARC, codinome “Rodrigo (ou Ricardo) Granda”, a pedido de Sarkozy, como “prova de boa-vontade” do governo colombiano para com as FARC a fim de que libertassem Ingrid Betancourt. O resultado todos conhecem. Granda foi se reciclar em Cuba e depois voltou para a Venezuela, onde tem cidadania venezuelana, vota em apoio a Chávez com cédula eleitoral venezuelana, e até a escritura de uma casa em seu nome possui naquele país. Isto o Notalatina também denunciou; é só procurar nos arquivos de fins de 2007.

E o papel do presidente Lula nisso tudo? Aos olhos do mundo ele continua posando de “moderado”, “pacifista” e “conciliador”, papéis meticulosamente calculados para encobrir sua verdadeira função nesta trama sórdida urdida desde o Foro de São Paulo. Como todo cabeça de uma organização Lula não pode se expor como fazem Chávez, Morales e Correa; ao contrário, sua imagem precisa ser preservada porquanto por baixo dos panos ele precisa continuar agindo em favor deste bando de delinqüentes assassinos. Seu discurso é um, sua prática é outra. Enquanto se diz preocupado com a situação dos seqüestrados e põe nossas Forças Armadas a serviço destes “acordos humanitários”, ele está, na verdade, usando nossos militares para garantir a preservação física dos terroristas e, ao mesmo tempo, consolidando sua boa imagem perante o mundo enquanto tenta encobrir suas alianças antigas e profundas com as FARC.


Vale a pena recordar que: nos arquivos dos computadores apreendidos de Raúl Reyes há inúmeras correspondências deste para o Secretariado em referência ao governo e membros do PT; há incontáveis participações das FARC nos encontros do Foro de São Paulo, do qual Lula é fundador e participou ativamente até eleger-se presidente da República; que até hoje nem ele nem seu partido, o PT, provaram que a informação publicada na revista Veja de que Oliverio Medina doou 5 milhões dólares para a campanha presidencial de 2002, na qual Lula se elegeu, era caluniosa; que foi por intermédio de Lula e seu governo que o embaixador das FARC, Oliverio Medina, conseguiu status de refugiado político, mesmo não reunindo as mais mínimas condições exigidas pelo CONARE; que pelos laços que unem Lula, o PT e as FARC, a mulher de Medina ganhou um emprego no Ministério da Pesca, cujo salário é pago pelo povo brasileiro.

O que o movimento revolucionário internacional pretende é destruir a reputação e o excelente trabalho do presidente Uribe, que está desmoralizando e destruindo aos poucos esta hidra assassina chamada FARC, e faz isso através de seus títeres como Chávez, Correa, Teodora Bolívar ou os políticos – idiotas úteis - que estão sendo libertados. O preço desta liberdade é a defesa de seus algozes e não o fazem por “Síndrome de Estocolmo” mas por uma perversa aliança em nome do comunismo internacional. Tudo isso está muito bem analisado no artigo publicado hoje no “Soy Latinoamericana”, Conveniencia histórica del Acuerdo Humanitario frente al Plan Estratégico de las Farc, do Cel Luis Alberto Villamarín Pulido. Não deixem de ler esta primorosa análise. Fiquem com Deus e até a próxima!

Comentários e traduções: G. Salgueiro

Decepcionado com o governo do PT, Mino Carta desiste do Brasil (que ele mesmo ajudou a criar)

POLÍBIO BRAGA

É dificil ter que lidar com indigentes mentais ou acumpliciados com eles. Isto o editor percebe todos os dias. Vem de longe, e a cultura do petismo ampliou a corte ao raciocínio mais primário. 

. É uma pena que Mino Carta desista logo agora da sua missão, justo quando passou a compreender o que o editor desta páginas compreende há 20 anos, desde quando todos os grupos ressentidos brasileiros se uniram para reduzir as conquistas ao nível baixo em que atuam - uma gente que não consegue êxito porque não tem competência, vontade, valor, esforço e disposição para ir à luta e obter o que precisa através do seu trabalho e não do saque ao que os outros conseguiram com talento e esforço próprios. 

. Mino Carta, que é um trovador que ainda acredita em muita coisa correta (???), um esteta (?????), não pode reclamar do que está acontecendo no atual governo, autor do maior escândalo de corrupção que já ocorreu em toda a história brasileira, patrocinado diretamente por Lula e pelo Planalto, apoiou toda essa degradação política, moral e ética. No seu blog, o jornalista diz que desiste de escrever sobre o Brasil. O texto integral está no Blog dele.

"....Enquanto isso, o Brasil ainda divide com Serra Leoa e Nigéria a primazia mundial da má distribuição de renda, exporta commodities, 55 mil brasileiros morrem assassinados todo ano, 5% ganham de 800 reais pra cima. E 2009 promete ser bem pior que pretendiam os economistas do governo. Houve, e há, justificadíssima grita quanto às privatizações processadas no governo FHC. E que dizer do BNDES que empresta aos bilionários para armar a BrOi, a qual (é uma modesta previsão) acabará nas mãos de ouro de Carlos Slim? E que dizer da compra pelo governo de 49% das ações do Banco Votorantim à beira da falência? Em um ponto houve melhoras sensíveis, na política exterior. E aí vem o caso Battisti. Até este serve ao propósito da conciliação, a despeito das críticas bem fundamentadas da mídia. O ministro Tarso Genro disse em Belém que a favor da extradição de Battisti se alinham os defensores da anistia aos torturadores da ditadura, "com exceção de Mino Carta". Agradeço a referência, observo, porém, que o ministro cai em clamorosa contradição. Não foi ele quem, em rompante que beira a sátira volteriana, sugeriu à Itália baixar uma lei da anistia igual àquela assinada no Brasil pelo ditador de plantão? Talvez o ministro não saiba que enquanto no Brasil vigorou o Terror de Estado, na Itália houve uma gravíssima e fracassada tentativa terrorista de desestabilizar um Estado democrático de Direito estabelecido desde o fim do fascismo. Se eu digo que o Festival de Besteira assola o País desde a época de Stanislaw Ponte Preta, e que se o ministro merece o Oscar do Febeapá, ao menos o professor Dalmo Dallari faz jus a uma citação, recebo as mensagens ferozes e as agressivas admoestações de centenas de patriotas. Pois não é bobagem (sou condescendente) dizer que na Itália dos anos 70 estava no poder um governo de extrema-direita, ou que se Battisti for extraditado, de volta ao seu país corre até risco de vida? Ou afirmar que Mestre e Milão, norte da península, são muito distantes, quando entre as duas cidades há menos de 200 quilômetros? Sem contar que, como me levam a observar vários frequentadores do meu blog, Battisti foi o autor do homicídio de Mestre e apenas o idealizador daquele de Milão. Está claro que o ministro Tarso não erra ao dizer que a mídia nativa está sempre a agredir o governo de Lula, e contra esta forma desvairada de preconceito CartaCapital tem se manifestado com frequência. Ocorre que, ao referir-se à extradição negada a mídia está certa, antes de mais nada em função dos motivos alegados, a exibir ao mundo ignorância, falta de sensibilidade diplomática e irresponsabilidade política, ao afrontar um estado democrático amigo. De todo modo, Battisti transcende sua personalidade de "assassino em estado puro", segundo um grande magistrado como o italiano Armando Spataro, para se prestar a uma operação que visa compactar o PT e empolgar um certo gênero de patriotas canarinhos.Isto tudo me leva a uma conclusão desoladora, embora saiba de muitíssimos leitores generosos e fiéis: minha crença no jornalismo faliu. Em matéria de furo n'água, produzi a Fossa de Mindanao, iludi-me demais, mea culpa. Donde tomo as seguintes decisões: despeço-me deste blog e, por ora, calo-me em CartaCapital. Creio que a revista ainda precise de minha longa experiência profissional, completa 60 anos no fim de 2009. Eu confiei muito em Lula, por quem alimento amizade e afeto. Entendo que o Brasil perde com ele uma oportunidade única e insisto em um ponto já levantado neste espaço: o próximo presidente da República não será um ex-metalúrgico com quem o povo identifica-se automaticamente. Conforme demonstra aliás o índice de aprovação do presidente, cada vez mais dilatado.Vai sobrar-me tempo para escrever um livro sobre o Brasil. Talvez não ache editor, pouco importa, vou escrevê-lo de qualquer forma, quem sabe venha a ser premiado pela publicação póstuma".


Cavaleiro do Templo: postei este artigo em honra ao que Olavo de Carvalho e tantos homens e mulheres dignos e honrados que nos falam faz tempo sobre estes vigaristas da mídia que FIZERAM o Lula mas que jamais se acusam em público do mal que fizeram ao país e aos cidadãos brasileiros. Mino Carta foi um entre tantos (quase todos na verdade) a promoverem o homem-massa (não só o apedeuta do ABC) ao status de grande ser humano. Agora que ficou de fora da partilha dos saques vem dizendo que está desgostoso com o país. Mas, oras, está descontente com o Brasil QUE ELE MESMO CRIOU quando ainda participava da festa. Assim como o GABEIRA, HELOÍSA HELENA, CRISTOVAM BUARQUE e tantos outros que tentam se passar ou por decepcionados ou por mais radicais que o Pouco Trabalho (digo, PT) é nada enquanto ser humano. NADA!!! Menos do que NADA, aliás. Se fosse um nada, não teria podido fazer... NADA. É um monstro, isto sim. Todos os "ex-petistas" dêsti paiz, que de "ex" não têm nada quando deixam de se acusar em público (pegando as palavras do próprio Olavo quando fala de si mesmo que por ser ex-comunista e dedicar-se desde a saída do reino da farsa, da mentira e da destruição da condição humana a lutar contra a mesma e expô-la em público).

STF pode determinar extradição de Battisti

MSN NOTÍCIAS
Agencia Estado - 6/2/2009

Há grandes chances de o Supremo Tribunal Federal (STF) ignorar a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, e determinar a extradição do italiano Cesare Battisti. Nos bastidores do STF, comenta-se que pelo menos 5 dos 10 ministros que participarão do julgamento deverão votar dessa forma: o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, o vice e relator do caso, Cezar Peluso, e os ministros Ricardo Lewandowski, Carlos Alberto Menezes Direito e Ellen Gracie.


A tese da ala contrária a Battisti é de que uma lei ordinária, como a lei do refúgio, não pode tirar a competência do STF de julgar extradição, prevista na Constituição Federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Blog dedicado a textos marxistas pelo genocídio

Do ORKUT

Um blog (aqui) que faz uma compilação de opiniões racistas e genocidas ditas pelo próprio Marx e seus amigos. Tem artigo que não acaba mais. E está sempre se atualizando. 

Alguém já tentou nos jogar na cara o eugenismo euro-americano como evidência contra o "capitalismo" ? No blog vocês vão descobrir que a própria esquerda apoiava o eugenismo. O artigo da Gazeta da Renana em que Marx argumenta a importância da extinção dos poloneses, húngaros e eslavos também pode ser encontrado.

Lembre-se sempre disto...

"Nunca discuta com um idiota, pois você fica no mesmo nível dele, e aí ele ganha pela experiência."

BB formaliza intenção de comprar Banestes

POLÍBIO BRAGA

O Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes) ingressou formalmente na lista de compras do Banco do Brasil (BB). Ontem foi encaminhado fato relevante pelas duas instituições à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que representa o início do rito oficial para a compra do banco estadual pelo BB.

. A compra do Banestes ainda não garante ao BB o primeiro lugar no ranking do sistema financeiro, superando o Itaú/Unibanco.

. O Banestes está presente em todos os 78 municípios capixabas, além de ter uma agência em São Paulo. Possui 123 agências e 31 pontos de atendimento.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O Marcola do país da macarronada

DIOGO MAINARDI
28 de janeiro de 2009

O Brasil negou o pedido de extradição de Cesare Battisti durante minhas férias. Férias na Itália. Acompanhei o episódio de longe, pela imprensa italiana. "La Repubblica" publicou o seguinte comentário:


"No país do samba, há uma espécie de cumplicidade ideal com todos os Battisti do mundo, com os terroristas, com os justiceiros. Lula deve ter pensado que a Itália é uma republiqueta como a sua. (Ele) acredita que o mundo inteiro é formado por paisecos no limite entre o populismo e a ditadura militar".


Ponto.


Nos últimos anos, "La Repubblica" foi um dos jornais estrangeiros que mais tolamente se encantaram com o presidente brasileiro. Agora mudou. A abestalhada claque italiana de Lula passou a enxergá-lo como um retrato do caudilho bananeiro.


Um documento que recebi na semana passada pode ajudar a explicar essa baba raivosa na boca dos italianos. Trata-se da ficha do Ros - o Grupo de Operações Especiais da polícia militar italiana - sobre os terroristas do PAC - os Proletários Armados pelo Comunismo -, do qual fazia parte Cesare Battisti.


Primeiro trecho:


"Os Proletários Armados pelo Comunismo formaram-se nos últimos meses de 1977, no âmbito da luta contra a nova realidade do regime carcerário de segurança máxima, que acabara de ser instituído".


E eu acrescento: os atentados terroristas do PCC, em maio 2006, ocorreram pelo mesmo motivo - a transferência de alguns membros do bando para o presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. O PAC é o PCC do país da Tarantella (sim, estou parodiando o editorialista do "La Repubblica"). Tarso Genro alegou que Cesare Battisti foi perseguido por suas ideias políticas. A única ideia que ele tinha era essa: aliviar o cárcere duro, exatamente como o Comando Vermelho em Bangu 3.


Segundo trecho da ficha policial:


"Em 6 de junho de 1978, o PAC assassinou, na frente da cadeia de Udine, o coronel Antonio Santoro, comandante dos agentes penitenciários. No documento de reivindicação, lê-se: O Estado usa a cadeia como uma ameaça contra qualquer tipo de divergência, de obtenção de renda por outros meios, de conflito de classe. E para readquirir o controle dos presídios, isola a faixa mais combativa [dos prisioneiros proletários], o que acarreta seu aniquilamento. Precisamos deter esse projeto, reforçando nossa prática comunista, concretizando-a em armamentos e em contrapoder".


Compare-o agora a um manifesto do PCC: A introdução do Regime Disciplinar Diferenciado inverte a lógica da execução penal. E coerente com a perspectiva de eliminação e inabilitação dos setores sociais redundantes, leia-se 'a clientela do sistema penal', a nova punição disciplinar inaugura novos métodos de custódia e controle da massa carcerária, conferindo à pena de prisão o nítido caráter de castigo cruel.


O assassinato do coronel Antonio Santoro por parte do grupo comandado por Cesare Battisti, na realidade, teve um motivo bem mais banal do que se poderia concluir lendo o altissonante manifesto do PAC. Segundo a ficha da polícia, o chefe dos agentes penitenciários foi morto somente por causa da demora em oferecer atendimento médico a outro militante do grupo, que se machucou jogando futebol na cadeia. Aparentemente, o que os terroristas queriam obter era um Mário Américo para cada prisioneiro.


Em 1979, o PAC seguiu essa mesma lógica de apoio sangrento à bandidagem comum nos assassinatos de um joalheiro e de um açogueiro. De acordo com o documento preparado pelos Carabinieri, o bando de Cesare Battisti executou os comerciantes porque eles "fizeram justiça com as próprias mãos, matando dois assaltantes".


Cesare Battisti é isso, é só isso: o Marcola do país da macarronada.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Carta de um palestino

CONSIDERAÇÕES SOBRE A VIDA VIVIDA OU DESCONSIDERAÇÕES SOBRE A VIDA ESCRITA
QUARTA-FEIRA, JANEIRO 28, 2009

Estive passeando pelo orkut procurando certas informações durante o auge do conflito de Israel com Gaza e achei uma interessante cara de um palestino. A primeira coisa que fiz ao ler a carta foi procurar seu nome no Google. Assim percebi que vários sites diferentes a tinham publicado também, sem ser o Orkut. Mas intrigado com a veracidade da carta eu resolvi escrever um email para o Achmed. E ele respondeu. Segue abaixo primeiro o meu email e sua resposta, depois segue a sua carta.

***

de Leandro Diniz 
para achmedassef@gmail.com
data 24 de janeiro de 2009 21:13
assunto sobre carta que está no orkut.
enviado por gmail.com


Caro Achmed Assef,

Gostaria de me informar sobre a autoria de uma carta que está sendo veiculada a você no orkut nesse enderço http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=1514428&tid=5291848365276868866&start=1

Hoje em dia muita coisa falsa e montada aparece pela internet e não temos como comprovar nada. Mas como a carta seguia com seu email ao final, gostaria de saber se é tua mesmo.

Grato desde já,

leandroDiniz

--

de Achmed Moussaf Assef 
para Leandro Diniz 
data 28 de janeiro de 2009 03:08
assunto Re: sobre carta que está no orkut.
enviado por gmail.com


Querido Leandro

Sim a carta eh minha mas nao sei como foi parar no orkut pois nao tenho conta la.

Agradeco por divulgar e muito obrigado por tudo

salam

Achmed


2009/1/24, Leandro Diniz :

- Mostrar texto das mensagens anteriores -

***

Amigos,

Meu nome é Achmed Assef, sou palestino e vivo no Brasil atualmente.

Desde que iniciou novamente os conflitos no Oriente Médio, não se fala em outra coisa a não ser nesta guerra infeliz que tanto vem fazendo vitimas dos dois lados.

Nasci na Palestina, um pais que ainda não existe oficialmente e quando a situação ficou insustentável para minha família, tivemos o feliz e sagrado convite de um amigo de meus pais a virmos ao Brasil, e desde meus 5 anos de idade, moro neste lindo pais acolhedor.

Quando digo que a situação na Palestina ficou insustentável, não estou me referindo aos inúmeros conflitos com o exercito de Israel ou os religiosos judeus que mantinham suas casas lindas em território palestino, e que hoje essas mesmas casas foram tomadas a força pelos terroristas, mas sim de uma insustentabilidade provocada pelos próprios "governantes" palestinos em todos esses anos.

Para quem está no Brasil ou qualquer outro lugar do mundo, na segurança de seu lar e de sua vizinhança não vai conseguir imaginar nunca o que é viver em Gaza. Somente de lembrar minha breve infância nas cidades em que vivi, me da aperto no coração e vontade de chorar, porem, ninguém que esta no conforto de seus lares também recebendo milhares de informações, fotos e noticias do atual conflito pode imaginar também o que é sentir-se traído por aqueles que se intitulam lideres palestinos.

Os lideres palestinos nunca quiseram um Estado. E eu posso falar isso em alto e bom tom, porque é uma verdade. Se quisesse teriam criado antes de 1948, quando ainda não existia o Estado de Israel, se quisessem o teriam feito em 48 também quando a ONU decidiu pela criação de dois Estados, mas nossos grandes Líderes preferiram incitar o povo a violência de lutar contra os judeus do local ao invés de fazer lobby por um Estado palestino viável.

Não quiseram também os lideres palestinos quando os territórios, chamados "ocupados por Israel" e que hoje estão em sua grande maioria em nosso domínio, criar um Estado palestino.

O que dizer então da mais recente escalada de violência, quando ocorreu a segunda intifada causada pelo grande líder Arafat que em 2000 rejeitou o melhor acordo de paz de todos os tempos propostos pelo premie israelense Ehud Barak e mais uma vez incitou o povo palestino a violência e a brutalidade através de homens-bomba, enquanto a família do Sr. Arafat vivia com regalias, mordomias e riquezas em Paris, tudo fruto de doações dignas estrangeiras mas que nunca chegaram ao povo sofrido da Palestina.

Ao invés de comprar comida, água, remédios e oferecer uma vida digna e boa ao povo palestino, nossos lideres preferiram o caminho da violência, da brutalidade e da estupidez de promover o ódio e a discriminação contra o povo judeu, que se não são anjos, também não são demônios como pregam nossos lideres.

As mesmas crianças que hoje morrem inocentemente no colo de suas mães, são as mesmas que recebem a criação e educação militar desde cedo a odiar Israel e o povo judeu, sabendo atirar com armas pesadas com menos de 5 anos de idade e ainda recebem a lavagem cerebral de se tornarem mártires explodindo-se para causar ainda mais vitimas do outro lado.

Os lideres palestinos não possuem nenhum sentimento humanitário como se espera para uma população cansada e calejada de sofrimento. Pois se tivessem, não mandariam para o suicídio seus parentes e suas crianças, enquanto esses covardes assassinos escondem-se em outros paises ou ate mesmo utilizando escudos humanos dentro da população civil, como vemos hoje na faixa de Gaza.

O Hamas, que há muito tempo vem promovendo barbáries dentro e fora de Gaza, desde que em seu único ato inteligente na historia, transformou-se em partido político somente para dar legitimidade ao seu terrorismo praticado diariamente nas ruas de Gaza, matou, perseguiu, torturou e aniquilou todos os "inimigos" do Fatah, o partido moderado que hoje é representado pelo incapaz Mahmoud Abbas.

Senhores, como pode um grupo terrorista, dizendo-se líder do povo palestino matar nossos irmãos?

Como entender que eles não estão defendendo nosso povo, mas sim seus próprios ideais que não refletem a opinião da maioria desse meu povo palestino? Matar palestinos somente porque não concordam com seus atos e idéias é arcaico e acima de tudo terrorista. Sobrou a Cisjordânia para o Fatah e que se não tomarem cuidado, servira de base para mais atos de violência dos terroristas do Hamas.

Vocês podem argumentar que os terroristas do Hamas praticam atos sociais e de solidariedade, mas não acreditem em tudo que vêem na mídia e muito menos em tudo que ouvem. Para que vocês consigam compreender, faço uma analogia com os traficantes no Rio de Janeiro, pois é legitimo o que eles fazem? Aliciar crianças inocentes para o trafico de drogas, colocando armas pesadas em suas mãos? Acredito que não, mesmo que os traficantes promovam atos sociais e atos solidários com os moradores dos morros onde estão alojados. Continuam desrespeitando o direito de crianças crescerem com educação saudável e não para a guerra, como os terroristas do Hamas fazem hoje.

Amigos brasileiros que tanto respeito e tanto quero bem, faço um apelo como palestino, como muçulmano, mas acima de tudo como um ser humano que não agüenta mais ver a ignorância e a falta de conhecimento por parte de muitas pessoas neste lindo Brasil:

Parem de atacar Israel, parem de atacar os judeus e também parem de achar que o povo palestino é somente de terroristas. Há muita gente boa, inocente e que não quer mais conflitos com os israelenses e não os odeiam, assim como não odeiam os americanos.

Muita gente la, incluindo minha família está cansada de tanta dor e sofrimento e sabemos que devemos ter uma convivência pacifica com Israel, afinal, é de Israel que vem nossa água, nossa comida, nosso trabalho e nosso dinheiro.

Israel inclusive nos oferece ajuda militar sabiam?

Quando houve acordo com a Autoridade Palestina no governo de Arafat, a policia de Israel treinou muitos de nossos homens que não queriam envolvimento com o conflito para que pudessem trabalhar na ordem de nossas cidades. Israel ofereceu treinamento para seus supostos inimigos, inclusive com armamento para que tivéssemos nossa própria segurança.

Terroristas que tentaram e não conseguiram se explodir nas cidades de Israel, receberam atendimento medico nos hospitais israelenses!! E muitas das escolas em Israel promovem a educação igualitária com alunos palestinos e judeus, convivendo em perfeita harmonia e recebendo educação sadia e de respeito ao próximo. Diferentemente do que acontece em Gaza, por exemplo.

Se nossos lideres não fossem tão burros e estúpidos, nosso povo sofrido não teria mais o que reclamar, pois em Israel estão as maiores oportunidades para um palestino que vive em gaza ou Cisjordânia e quem tem um mínimo de inteligência la sabe que não vai conseguir nunca varrer Israel do mapa ou exterminar todos os judeus, como apregoam certos lideres maníacos do nosso lado.

Quanto ganharíamos se estivéssemos do lado de Israel e dos judeus? Por que aqui no Brasil a convivência entre os dois povos sempre foi motivo de orgulho e quando estamos em sociedade ganhamos em tudo?

Meu tio recebeu visto de trabalho em Israel. Todos os dias levantava cedo e ia trabalhar em Israel e voltava de noite para sua casa em Gaza. Quando o Hamas tomou o poder à força e iniciou seus diários ataques as cidades israelenses, meu tio perdeu o emprego e a fronteira foi fechada. A culpa é de Israel? Do meu tio que nunca odiou os judeus? Não, a culpa é dos terroristas do Hamas. Meu tio hoje continua não odiando os israelenses nem os judeus. Vive na Síria, onde a situação não é das melhores, mas la não ha. grupos terroristas como o Hamas ou o Hezballah que somente acabam com a vida dos cidadãos de bem.

O povo palestino foi expulso de diversos paises chamados "amigos dos palestinos", incluindo Jordânia, Líbano, Síria e Líbia.

O Egito fecha sua fronteira com Gaza porque não nos querem por la, inclusive no tratado de paz com Israel, na devolução do Sinai ao Egito, foi oferecido por Israel devolver Gaza também e os egípcios não quiseram porque chamaram de terra sem lei e o pior lugar do mundo para se viver.

Por que paises fortes e com um território gigantesco como Arábia Saudita, Jordânia, Irã e outros não tão grandes, mas muito ricos, como Kweit, Emirados Árabes ou Catar não nos recebem de braços abertos? Preferem somente financiar atentados terroristas e mandar todo seu dinheiro para lideres palestinos terroristas e que não pensam no bem estar da população, mas somente em enriquecimento próprio e incentivo ao ódio e intolerância?

Por isso, meus amigos, escrevo esta mensagem. Sei que esta carta não vai fazer nenhum dos dois lados pararem com o atual conflito e muito menos mudar o pensamento dos lideres que hoje determinam o rumo do meu povo palestino, mas se servir para fazer o povo brasileiro pensar nisso e entender que não precisamos importar um conflito que não serve pra nada aqui e também para que todos vocês realmente entendam quem são os principais responsáveis pela matança generalizada que ocorre atualmente em Gaza, fico feliz.

Israel não é culpado, esta se defendendo dos irresponsáveis lideres terroristas palestinos que diariamente ataca nosso vizinho com seus nada caseiros foguetes para depois se esconderem atrás de mulheres e crianças, colocando toda a culpa nos israelenses, enquanto esses terroristas que infelizmente também são palestinos covardemente se escondem em áreas altamente populosas para causar ainda mais mortes e ganharem fotos sensacionalistas nos jornais do mundo todo.

O povo palestino também não é culpado, o povo palestino, tirando esses terroristas que são minoria quer a paz, quer o convívio pacifico com Israel e com os judeus.

Quer uma vida digna e viver em seu território chamando-o de lar, sem precisar fugir para qualquer outro país maravilhoso como o Brasil como eu fiz, pois a Palestina é o melhor lugar para viver um palestino.

Pensem nisso antes de escolher algum lado no conflito, mas acima de tudo, escolham o lado da paz, da tolerância e do respeito com quem quer que seja.

Grato,

Achmed Assef
achmedassef@gmail.com 

Obama admite erros em nomeações para o gabinete

MSN NOTÍCIAS

Olhem que equipe de salafrários o Lula americano quer(ia) perto de si. Alguma diferença do nosso? Nem mesmo no discurso "... eu sou O ético...", não é mesmo? É o HOMEM MASSA no poder. 

Cliquem aqui pois a BBC não me deixa copiar e colar a matéria.

Como se as Coisas Não Estivessem Suficientemente Ruins, Professor Russo Prevê o Fim dos Estados Unidos da América.

TRADUÇÕES ESSENCIAIS
Quarta-feira, 28 de Janeiro de 2009

por Andrew Osborn [1]
19 de Dezembro de 2008, Wall Street Journal [2]


Moscou - Por uma década, o acadêmico russo Igor Panarin [3] tem previsto que os EUA vão se esfacelar em 2010. Durante quase esse tempo todo, ele admite, poucos levaram seu argumento - que um colapso econômico e moral vai desencadear uma guerra civil e eventual destruição dos EUA - a sério. Agora ele encontrou uma forte audiência: a mídia estatal russa.

Nas últimas semanas, ele tem sido entrevistado quase duas vezes por dia sobre sua previsão. "É um recorde," diz o professor Panarin. "Mas eu acho que a atenção vai crescer cada vez mais."

Professor Panarin, 50 anos de idade, não é uma figura desconhecida. Um ex-analista da KGB, ele é reitor da Academia do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros para futuros diplomatas. Ele é convidado para recepções no Kremlin, palestra para estudantes, publica livros, e aparece na mídia como um perito em relações entre Rússia e EUA.

Mas é sua previsão sinistra para os EUA que é música para os ouvidos do Kremlin, que nos últimos anos tem culpado Washington por tudo, desde a instabilidade no Oriente Médio até a crise financeira mundial. A visão de Panarin também encaixa perfeitamente com a narrativa do Kremlin que a Rússia está retornando ao seu correto lugar no cenário mundial depois das trevas da década de 1990, quando muitos temeram na quebra do país economica e politicamente e sua posterior divisão em vários territórios.

Um homem educado e agradável com corte de cabelo militar (curto), Sr. Panarin insiste que ele não desgosta dos americanos. Mas ele alerta que a previsão para eles é tenebrosa. 

"Existe hoje uma chance de 45-55% que a desintegração ocorrerá," ele diz. "Alguém poderia regozijar com esse processo," ele adiciona, indiferente. "Mas se estamos falando razoavelmente, não é o melhor cenário - para a Rússia." Mesmo que a Rússia se tornasse poderosa no nível mundial, ele diz, sua economia sofreria, pois ela depende fortemente hoje em dia do dólar e das transações com os EUA.

O Sr. Panarin apresenta, resumindo, que a imigração em massa, o declínio econômico, e a degradação moral vai desencadear uma guerra civil no próximo outono e o colapso do dólar. Mais ou menos em fins de Junho de 2010, ou no início de Julho, ele diz, os EUA irão partir-se em seis pedaços - com o controle do Alasca vindo para a Rússia.

Além da crescente cobertura da mídia estatal, que é fortemente controlado pelo Kremlin, as idéias de Panarin estão agora sendo amplamente discutidas entre os especialistas locais. Ele apresentou sua teoria em uma recente mesa redonda em uma discussão no Ministério do Exterior. A melhor escola de relações esteriores do país o apresentou como palestrante principal. Durante uma aparição no canal de tevê estatal Rossiya, a estação alternava entre seus comentários e filmagens de filas em restaurantes populares e massas de mendigos nos EUA. O professor também tem sido exibido no canal de propaganda de língua americana do Kremlin, "Russian Today".

A visão apocalíptica de Panarin "reflete um alto nível de anti-Americanismo na Rússia atual." diz Vladimir Pozner, um eminente jornalista de televisão na Rússia. "É muito maior do que era na União Soviética."

Pozner e outros comentadores e especialistas sobre os EUA desacreditam as previsões de Panarin. "Idéias malucas não são geralmente discutidas por pessoas sérias," diz Sergei Rogov, diretor do "Institute for U.S. and Canadian Studies"(Instituto para estudos sobre os EUA e Canadá) gerido pelo governo, que pensa que as teorias de Panarin não se sustentam.

O currículo de Panarin inclui muitos anos de experiência na KGB soviética, uma experiência compartilhada por outros altos oficiais russos. Seu escritório, no centro de Moscou, mostra seu orgulho patriótico, com bandeiras na parede sustentando o emblema da FSB, a agência sucessora da KGB. Também está cheio de estátuas de águias; uma águia com cabeça dupla era o símbolo da Rússia Czarista.

O professor diz que ele iniciou sua carreira na KGB em 1976. Na Rússia pós-Soviética, ele ganhou um doutorado em ciência política, estudou economia americana, e trabalhou para a FAPSI (Federal Agency of Government Communications and Information) (Agência Federal de Informação e Comunicação Governamental), então a equivalente russa da "Nationa Security Agency" (NSA) americana. Ele diz que fazia previsões estratégicas para o então presidente Boris Yeltsin, adicionando que os detalhes são "secretos."

Em Setembro de 1998, ele compareceu a uma conferência em Linz, Aústria, voltada para informações militares, o uso de dados para ter vantagem sobre o inimigo. Foi lá, em frente a 400 delegados membros, que ele apresentou pela primeira vez sua teoria sobre o colapso dos EUA em 2010.

"Quando eu apertei o botão no meu computador e o mapa dos EUA desintegrou, centenas de pessoas ficaram estupefatas," ele relembra. Ele disse que a maioria da audiência era cética. "Eles não acreditaram em mim."

Ao final da minha apresentação, ele diz que muitos delegados pediram para que ele autografasse cópias do mapa mostrando os EUA desmembrado.

Ele baseou sua previsão em material secreto fornecido para ele pelos analistas da FAPSI, ele diz. Ele prediz que tendências econômicas, financeiras e demográficas vão provocar uma crise social e política nos EUA. Quando a coisa ficar realmente feita, ele diz, os Estados mais ricos vão retirar seus fundos do governo federal e efetivamente romper com a união. Agitação social e até uma guerra civil vai vir. Os EUA então vão se separar entre linhas étnicas, e governos estrangeiros vão invadir. 

A California formará um núcleo do que ele chama "A República da Califórnia," e será parte da China ou sobre influência chinesa. Texas será o coração da "República do Texas," um grupo de estados que ou vão cair sobre domínio mexicano ou cairão sofre influência do México. Washington D.C., e Nova York serão parte da "América Atlântica" que pode vir a se unir com a União Européia. Canada pegará um grupo dos estados do nordeste que Panarin chama de "A República Central Norte-Americana." Havaí, ele sugere, será um protetorado do Japão ou da China, e o Alaska vai ser englobado pela Rússia.

"Seria razoável para a Rússia ficar com o Alasca; ele foi parte do Império Russo por um longo tempo." Uma imagem de satélite enquadrando o Estreito de Bering que separa o Alasca da Rússia como um fio está pendurado na parede de seu escritório. "Não está aí sem razão," ele diz com um sorriso cínico. 

O interesse em sua previsão reacendeu nesse outono quando ele publicou um artigo na Izvestia, um dos maiores jornais diários nacionais da Rússia. Nele, ele reiterou sua teoria, chamando a dívida externa americana "um esquema em pirâmide," e previu que a China e a Rússia usurparão o papel de Washington como um regulador financeiro global.

Os americanos esperam que o presidente eleito Barack Obama "pode fazer milagres," ele escreveu. "Mas quando a primavera vir, estará claro que não haverá milagres."

O artigo trouxe uma questão sobre sobre a reação da Casa Branca sobre a previsão de Panarin veiculado na conferência de notícias de Dezembro. "Eu terei que recusar a comentar," a porta-voz Dana Perino disse entre muitos risos.

Para o Professor Panarin, a resposta da Sra. Perino foi insignificante. "A forma que a resposta foi dada é uma indicação de que minha visão está sendo ouvida muito atentamente," ele diz.

O professor diz que está convencido que as pessoas estão levando sua teoria mais à sério. Pessoas como ele previram cataclismas similares antes, ele diz, e estavam certas. Ele cita o cientista político francês Emmanuel Todd. O Sr. Todd é famoso por ter previsto acertadamente a queda da União Soviética - com 15 anos de antecedência. "Quando ele previu o colapso da União Soviética em 1976, as pessoas riram dele," diz o professor Panarin.

FETO CONSUMADO

FAROL DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

Raphael De Paola
Doutor em Fisica, Educador, Fundador do FDR

Exemplar a matéria de capa da Veja da semana passada, 28 de janeiro, intitulada “Aborto: a realidade dos consultórios”, por uma Adriana Dias Lopes. Exemplar pela baixeza das analogias e pela escolha dos termos usados, parcial ao extremo em uns casos, e totalmente falsa em outros. E também por usar a mera constatação do fato de que há médicos realizando impunemente o aborto, que era para ser o núcleo da reportagem e é a mensagem passada pelo título, como premissa camuflada para fortalecer a tese abortista na discussão mais geral sobre a licitude do aborto. Exemplar ainda pela lógica absurda, cuja conclusão, ademais, induz médicos e mães a um comportamento irresponsável que é, de fato, criminoso no nosso país. E finalmente a reportagem se destaca por mostrar como se encaixam a mídia em particular, e a intelectualidade ativista em geral, na estrutura de poder do mundo de hoje. Em suma, uma reportagem que representa genuinamente a postura dos órgãos de mídia nacionais. Analisemos ponto por ponto.

Comecemos pelas analogias. A reportagem começa pela alusão a um “mundo ideal” – juro, o termo é da Adriana - no qual os métodos anticoncepcionais fossem baratíssimos e 100% eficazes. Em tão sublime paraíso o número de abortos poderia ser praticamente zerado. Mas como Deus não é tão bom quanto a jornalista, no mundo em que vivemos o aborto se torna um mal necessário. Sendo uma alma assim tão caridosa, Adriana não dá o braço a torcer à malvada realidade e quer impor sua bondade: só tolera o aborto se for reduzido ao mínimo possível. E como verdadeiro oráculo, revela a fórmula para nos aproximarmos do lindo “ideal adriático”: adaptar para o caso a “filosofia da redução de danos” adotada em muitos países para o problema das drogas. Isso mesmo, das drogas. 

É claro que “redução de danos”, quando transposta da questão das drogas para o presente assunto, é apenas um eufemismo para designar o aborto, como a própria reportagem deixa claro. A adaptação para o caso do aborto da divina solução de “redução de danos” baseia-se, portanto, na analogia entre os seguintes termos: quem tem o problema: num caso é o drogado, e no outro a “mulher” (o artigo não usa uma única vez o termo “mãe”); e o problema propriamente dito: num caso é a droga, e no outro o feto. How beautiful is that? 

Quanto à escolha dos termos empregados pela revista, todos favorecem a tese abortista. Ao final do terceiro parágrafo, a reportagem faz referência à “...chamada ‘pílula do dia seguinte’ – que contém uma substância capaz de impedir a fixação do óvulo no útero...”. Para começar, não é simplesmente “óvulo”, mas um óvulo já fecundado, o que faz toda a diferença para um debate que versa sobre o aborto e não sobre a menstruação. Ademais, não é que a pílula “impeça a fixação” no útero, mas, através de contrações uterinas provocadas pelo medicamento, trata-se de fato da expulsão do feto, mesmo que já esteja fixado, o que ocorre na maioria das vezes. E por último, um termo que a jornalista não inventa, mas usa com gosto: a pílula não é do “dia seguinte”, mas da semana seguinte, do mês seguinte ou dos meses seguintes, podendo ser usada ao longo de largo período de tempo, como a própria reportagem atesta ao exibir uma mulher que a usou dois meses após o início da gravidez. Afinal, a reportagem não trata de situações onde mulheres tenham feito sexo ontem e tomado a pílula hoje, mas sim de casos em que um médico é consultado sobre o assunto, o que, na quase totalidade dos casos, não se dará no dia seguinte. 
Passemos agora à análise lógica da reportagem, que se prenderá a dois pontos específicos: uma tese explicitamente afirmada pela revista, e uma outra que está implícita no enfoque da reportagem como um todo, mas que constitui a conclusão geral e é a que tem peso persuasivo determinante.

Sobre o primeiro ponto, a revista afirma categoricamente: “A adoção da redução de danos por um número maior de médicos poderia derrubar ainda mais essa curva [refere-se ao “número de abortos clandestinos no Brasil”] nos próximos anos.” E ao explicar em que consiste a tal “redução de danos”, a jornalista relata: “Tal conduta prevê basicamente a adoção de duas medidas. O médico indica à sua paciente uma clínica clandestina onde ela pode fazer o aborto ou ele mesmo a orienta sobre como usar as pílulas abortivas.” Pegaram a lógica da revista Veja? A adoção em massa de abortos clandestinos reduziria maciçamente o número de abortos clandestinos. Uma argumentação digna de escolinha do MST, mas ninguém deve se surpreender que corações assim tão bondosos possuam inteligências iluminadas também.
Passemos à tese implícita. A reportagem poderia se restringir a narrar os acontecimentos, o que de fato é sugerido pelo título, mas Veja faz mais: não só encampa a tese pró-aborto, o que por si só seria lícito, mas ainda incorre em indução à prática do aborto, o que constitui crime. A argumentação implícita parte de duas premissas e leva a uma conclusão. As premissas:

1) Religiosos nem cientistas têm a menor idéia de qual seja o preciso milésimo de segundo em que começa uma vida humana.

2) Médicos renomados e corajosos (seriam anjos?) têm tomado a despojada atitude de “orientar” pacientes sobre as técnicas abortistas, e nisso consiste a tal “redução de danos”. (Por suposto que nunca lucraram nada com as “orientações”. Tampouco podiam prever que, tendo seus nomes publicados na revista, seus dadivosos serviços passariam a ser mais requisitados. E como vêm a calhar as menções na matéria ao medicamento abortivo proibido e à ONG holandesa que lhe dá acesso fácil! Todos interessados, é claro, Veja inclusive, somente na causa humanitária.)

A conclusão a que induz o artigo é que o aborto pode – e até deve, segundo dois médicos entrevistados - ser praticado com orientação profissional se a mulher assim já decidiu. (Pouco importa que essa conclusão dos médicos abortistas não seja encampada explicitamente pela revista, porque o poder persuasivo da argumentação sai ainda mais fortalecido quando obriga o leitor a tirar a conclusão óbvia que se segue de tais premissas, deixando-o com a impressão de que quem está pensando é ele, e que a revista é apenas tendenciosa sem desempenhar, no entanto, nenhum papel ativo. Um truque mais psicológico do que retórico, e por isso mesmo de maior eficácia.) A reportagem induz o leitor a pensar assim: se nem os maiores especialistas têm a questão por resolvida, e se declarações tão sensacionais podem ser publicadas numa revista de circulação nacional, dando nome, endereço e telefone, que importa a lei se alguém tomar uma decisão que a afronte? A argumentação leva em conta somente os casos em que a mulher já decidiu, mas é cristalino como água que a própria reportagem, depois de publicada e lida, poderá ser um fator em futuras decisões. E fica claro qual das opções, o sim ou o não ao aborto, é favorecida pela reportagem.

Indução premeditada ao crime é crime, incorrendo nele não somente os médicos-anjos mas a própria revista-oráculo, bastando para tanto que alguma mulher demonstre que a leitura do artigo tenha sido causa preponderante para a consecução de um aborto, ou que um médico ainda reticente quanto ao uso de tal prática declare-se influenciado de modo decisivo pela reportagem. A premeditação por parte da revista decorre do uso implícito do ponto (2) como premissa, que nada mais é do que uma constatação de fato consumado. Ora, a constatação de um fato consumado nunca pode servir como base para a discussão sobre se o fato mesmo deve ou não ser permitido por lei ou ser aceito moralmente. Caso contrário, por que considerar crime qualquer crime que seja, já que são praticados mesmo?

Quanto aos médicos abortistas da reportagem, um deles dá o seguinte depoimento: “Essa polêmica é infrutífera, pois o aborto sempre existirá, independentemente de qualquer conclusão científica, dogma religioso ou convicção ética. O aborto é acima de tudo uma questão de foro íntimo, uma decisão exclusivamente pessoal da mulher”. Sua argumentação vai ainda mais longe que a da revista, porque para ele pouco importa que se chegue a alguma conclusão sobre o assunto da premissa (1). Ou seja, mesmo que religiosos e cientistas atinjam algum dia uma conclusão e os juristas tomem uma decisão com base nisso, para o diabo com a lei.

Todos os envolvidos confundem o fato consumado da decisão tomada pela mãe com o fato consumado do aborto já realizado, transformando, portanto, literalmente, um fato consumado num feto consumado.
Permitam uma analogia: suponha que psicólogos recebam em suas clínicas ou advogados em seus escritórios pessoas que, por causa de algum incômodo qualquer, já decidiram cometer um crime por uma questão de “foro íntimo”. Talvez Veja e esses médicos (sic) concordassem com a seguinte solução: o profissional não pode deixar a pessoa “sem assistência” nem “orientação” quanto aos métodos a serem adotados para a consecução do crime. Aguardemos uma matéria de Veja sobre esse novo assunto, com todas as melhores “orientações” a respeito.

Como último ponto, a influência da intelectualidade na sociedade. Após a descrição da panacéia da “redução de danos”, segue o texto da articulista: “Pela letra fria da lei brasileira, todo o procedimento narrado neste parágrafo pode ser descrito como criminoso [pelo menos a repórter ainda lembra que está no Brasil]. Ele seria visto com pecado ao juízo das convicções religiosas de muitas pessoas. O espantoso [grifo meu], nesse caso, é que, apesar das imposições legais e das restrições ético-religiosas, médicos e pacientes se sintam eticamente autorizados a discutir e a praticar procedimentos que levem ao aborto.” O sentido do que afirma a articulista (e, aliás, da quase totalidade do que produz a intelectualidade nacional) é o seguinte: ela se espanta que, numa sociedade onde a circulação de idéias fique restrita a pequenos grupos, presos a privilégios garantidos por antigos dogmas irracionais, comecem a surgir pessoas - não se sabe bem de onde vem esse impulso misterioso -, capazes de romper as amarras da sociedade castradora, como se isso brotasse de decisões individuais espontâneas dentro de corações imaculados que aos poucos vão descobrindo a verdade, contra tudo e contra todos. 

Pois não se espante, Adriana Dias Lopes. A fonte de tal comportamento “progressista” é perfeitamente identificável. Você é uma delas, esse seu artigo é uma delas, essa sua revista é uma delas, nossa mídia inteira é uma delas, nossas universidades também, assim como toda nossa intelectualidade, e é claro que você sabe disso. De alto a baixo reina a idéia-mestra da revolução: submeter o grande número de pessoas sem coesão a uma minoria compacta e vociferante. Mas como a tarefa de transformação revolucionária da sociedade, no sentido de contrariar suas convicções ponto por ponto, não pode ser feita abertamente, resta passar a impressão de que essa transformação vem de um processo invisível, como se brotasse do fundo mesmo da realidade cósmica. Ao esconder seu papel no processo revolucionário, a intelectualidade transfere para o grande público a responsabilidade das transformações. É o ladrão gritando “pega ladrão!”. 

E a arma mais eficaz usada pela intelectualidade ativista é justamente a da reportagem de Veja: induzir e fomentar o fato consumado, usando-o para fazer valer de direito o que já vale de fato. Não podem se ater nunca à simples apresentação de suas idéias, as quais, em sua totalidade, são revoltantes, mas cuja discussão em si mesma é legítima. Não. A par disso, e para dar mais força à causa esquerdista, é preciso ainda produzir em larga escala o fato consumado, claro que atribuindo retroativamente este à hipocrisia da sociedade, nunca às suas belas ações. Veja não se limita a tomar o lado da causa abortista, o que seria por si só lícito. Veja incorre em sugestão de crime de aborto.

Para finalizar, digno de menção muitíssimo positiva na reportagem só mesmo o Dr. Yaron Hameiry, que acerta em cheio no núcleo da reportagem. Comentando sobre a abordagem de “redução de risco”, diz ele: “Fazer isso é o mesmo que praticar o aborto.” Parabéns, e permita-me chamá-lo de senhor Hameiry e não pelo título profissional, nesse momento de vergonha para a medicina brasileira, em que companheiros seus de profissão exibem como um valor sua feiúra moral ante a lei aos quatro cantos do país. Somente, acrescento eu à sua fala: publicar esta reportagem, é muito mais que praticar o aborto, é praticar um número indefinido de abortos.

Idolatria, corrupção espiritual e covardia

Idolatria é cometida, não somente pela instituição de falsos deuses, mas também, pela instituição de falsos demônios; fazendo os homens temerem a guerra e o álcool, ou a lei econômica, quando eles devem temer a corrupção espiritual e a covardia. 

G.K.Chesterton

AS MASSAS E O ESTADO

AS MASSAS E O ESTADO

José Nivaldo Gomes Cordeiro


Apresentação no Instituto Cervantes

Colóquio sobre Ortega y Gasset

12 de novembro 2008

 

Minhas Senhoras e meus Senhores,

 

Quero cumprimentar os organizadores desse evento e, ao fazê-lo, a todos os presentes. É uma honra para mim estar aqui nesta Casa dedicada ao grande Miguel de Cervantes, para falar da obra de um outro grande espanhol, José Ortega y Gasset. Meu tema não poderia ser outro, eu que dediquei  grande parte de minha atividade intelectual dos últimos tempos a estudar a obra de Ortega: o homem-massa e sua relação com o Estado na obra do filósofo celtibero. É o que pretendo comentar aqui.

 

No conjunto da obra de Ortega certamente esse tema é o mais difundido e é o maior triunfo científico de sua sociologia. Diante da sua filosofia não é o tema principal, todavia. O filósofo foi cirúrgico na sua análise e nas suas previsões nelas fundadas, daí ter encantado gerações de admiradores. Ao chamar a atenção do mundo para esse fenômeno – a emergência do homem-massa – Ortega o fez como um desesperado, que tinha em mira a sua querida Espanha, que via como invertebrada, isenta de homens egrégios. É na obra ESPANHA INVERTEBRADA, do início dos anos vinte, que poderemos enxergar por inteiro o que ele olhou e pensou. E previu com muita acuidade. O famoso REBELIÃO DAS MASSAS virá depois como um refinamento dessa sua obsessão com a vida de Espanha, seu discurso para os não espanhóis.

 

E por que me interessei pelo tema? Tomo aqui as palavras do próprio Ortega, escritas em 1934 no prólogo à quarta edição do ESPANHA INVERTEBRADA: “Alguém em pleno deserto se sente enfermo, desesperadamente enfermo. O que fará?”  A imagem é primorosa, é como eu me sinto nesses tempos tormentosos. Por me sentir assim é que eu venho aqui falar a vocês. A minha alma sente o duplo efeito: a ameaça dos perigos dos tempos e a insuficiência de conhecimento alegada por Ortega, socraticamente, ele que era um grande mestre. Com mais rigor e propriedade faço minhas as suas palavras e lamento a minha própria ignorância.

 

O mundo hoje padece de crises e incertezas da maior envergadura, semelhantes àquelas vividas por Ortega no período em que escreveu o ESPANHA INVERTEBRADA e o A REBELIÃO DAS MASSAS. Novamente tempos de grandes perigos. “A história está novamente em movimento”, para usar a bela frase profética de Arnold Toynbee. Isso nos deveria fazer quedar, sem ter o que fazer diante do inevitável? De forma alguma. No mínimo, temos que imitar o filósofo e falar nem que seja às estátuas, como o fez em Paris. Ou às almas bondosas que aqui estão. Falar é sempre um grande remédio para a alma desesperada.

 

Por isso a atualidade de suas reflexões. Quero aqui me debruçar sobre três conceitos: homem-massa, Estado e o poder, ou seja, “quem manda no mundo”. Creio que estão contidas nessas expressões as preocupações do filósofo e a investigação para compreender esses três temas é que lhe deu as chaves para a compreensão da dinâmica política atual.

 

Não posso aqui deixar de me referir à recente eleição de Barack Obama para a Presidência dos Estados Unidos. Em tudo e por tudo sua eleição está carregada de significados. Quem ouviu o primeiro discurso do presidente eleito em Chicago, diante da multidão prostrada, não pôde deixar de se admirar e de se apavorar. “Change, gritavam. E também: “Yes, we can”. Estamos aqui novamente diante de um líder de multidão que é ele mesmo a expressão do homem-massa tornado chefe de Estado. Sua característica principal, quando comparado com lideranças genuínas, é que chefes como Obama não lideram a multidão, são por elas liderados. Daí porque essas palavras-força hipnotizam e apavoram.

 

Obama só tem a oferecer às massas o poder de Estado posto a serviço de seus apetites e estes não são banais, são impossíveis de ser atendidos: suprimir a lei da escassez, eliminar a crise econômica por medida legislativa e unilateralmente impor a paz quando a guerra se faz necessária. E, a fracassar a paz, como no passado, fazer a guerra pela guerra, no ativismo bélico motivado por razões econômicas e ideológicas, e não pelos nobres e racionais motivos geopolíticos.

 

Em resumo, Obama é o exemplo mais completo e acabado de chefe de multidões erguido aos ombros pelos homens-massas desde que Hitler foi eleito, em 1933. Vimos como acabou aquela experiência histórica. Temos que decifrar o enigma atual e buscar o sentido das imorredouras palavras de Sófocles, na peça ÉDIPO REI:

 

Naufraga a polis – pode conferi-lo -;

a cabeça já não é capaz de erguê-la

por sobre o rubro vórtice salino:

morre no solo – cálices de frutas;

morre no gado, morre na agonia

do aborto”.

 

Eu não encontraria palavras mais poéticas e mais trágicas para descrever o teor da grave crise econômica mundial instalada e a carência de um governante sensato na condução do Estado, em período tão critico. A ideologia por excelência dos homens-massa é o socialismo. E a causa da crise são as medidas socialistas tomadas no passado. E, quanto mais a crise se agrava, mais medidas socialistas são pedidas pela multidão ao governante, que é seu espelho. A causaçãocircular gera uma espiral política infernal que há um século redundou na pira em que queimou o mundo e os homens na estupidez da guerra e na busca desesperada da solução existencial – a perfeição em vida – pela ação burocrática do Estado. O apogeu dessa loucura foram os fornos crematórios e a bomba atômica, de triste memória.

 

O que viu Ortega? O surgimento das multidões urbanas, átomos individualizados que herdaram o melhor da tradição ocidental, mas quais filhos pródigos de pais ricos, nada fizeram para dispor do que receberam. E entre os muitos bens herdados dois se destacam especialmente: a técnica, originada da filosofia e da ciência empírica, que deu às multidões luxos jamais imaginados pelos ricos de outrora; e o Estado, esse portento agigantado pelos modernos administradores, poder comprimido posto nas mãos desses filhos das massas, homens notavelmente despreparados para seu autogoverno.

 

A ausência dos “melhores”

 

A primeira grande desgraça que Ortega viu nos novos tempos foi o que ele chamou de “a ausência dos melhores”. Ortega entendia que há uma hierarquia natural, em que a minoria “egrégia”, em tempos sadios, é aceita como a liderança espontânea, cabendo às massas copiar-lhe o exemplo vital e obedecê-la. Quem é essa elite?

 

Ao ler a obra orteguiana fica sempre a pergunta impertinente. Seria o “nobre” assemelhado ao filósofo platônico? É possível que possamos ver aqui esse parentesco. No entanto, precisamos qualificar o sentido, pois essa minoria egrégia não deve ser confundida, para Ortega, com uma classe letrada ou de verniz sacerdotal, “filósofa”. Ortega repetidas vezes afirmou que é nobre aquele que dá mais de si, que se sacrifica, que supera as próprias restrições pessoais, pondo-se a serviço dos seus. É aquele que sabe das virtudes e as pratica. Não há, portanto, a idéia de uma aristocracia do conhecimento, mas do ser vital, que traz em si a história viva. Mesmo um homem simples pode ser um egrégio.

 

O homem nobre é o oposto do demagogo que vai à praça pública pregar facilidades para se tornar governante e que empresta sua oratória para dar voz aos vícios insaciáveis das massas.

 

Tampouco podemos falar de uma aristocracia de sangue. O filósofo desdenha dessa idéia e deixa claro que nobreza não pode ser transmitida geneticamente, como diríamos hoje. Nobreza de sangue é apenas uma caricatura jurídica da verdadeira nobreza, a repetição mecânica e um reconhecimento tardio do valor de um ser nobre que viveu no passado.

 

Então, o que é? Penso que para ele são aquelas pessoas que têm o sentido da história e da tradição. São aqueles que carregam o ônus das virtudes consagradas no Ocidente. São aqueles que fazem da história – mais das vezes a de tradição oral – o seu presente, fundando nela suas ações. Seu viver expressa essa atualidade do antigo. Fazem o dia a dia contemplando os milênios predecessores. Gente assim tinha ficado escassa no seu tempo, como escassa está atualmente. Os egrégios sumiram precisamente porque não há mais um passado vivo, mas a crença no presente eterno, que se perpetua.

 

Terá faltado a Ortega, por conta de seu agnosticismo, ligar esse “direito à continuidade” aos valores judaico-cristãos. Uma grande lacuna na sua produção teórica. A leitura atenta de sua obra, todavia, leva, de forma inescapável, a valorizar o cristianismo e colocá-lo, com o devido destaque, na coleção de requisitos para tornar alguém um ser egrégio. Tem sido, o cristianismo, o veículo pelo qual a atualidade histórica tem sido transmitida nos dois últimos milênios e não podemos deixar de creditar à Igreja Católica o mérito de reconhecer na filosofia clássica seu outro Testamento, conforme a análise lúcida do então jovem teólogo Joseph Ratzinger, no seu INTRODUÇÃO AO CRISTIANISMO, de 1967.

 

Essa consciência história é o impregnar-se com as virtudes da tradição, a temperança, o senso de justiça, a tolerância. Virtudes assim podem ser praticadas sem que haja a aquisição de cultura livresca, bastando que não seja quebrado o fio da tradição. Por isso que Ortega insistia que um dos direitos mais importantes da pessoa humana era o da “continuidade”, precisamente o de se ter um passado e de se viver o presente, construindo o futuro, sem perder de vista o legado precioso das gerações anteriores.

 

O império do Homem-massa

 

O homem-massa de Ortega é o oposto do ser egrégio como antes definido. É homogêneo, desprovido de passado. É o senhorito satisfeito. E reside aqui nessa constatação sua reprovação mais desabonadora: um ser sem passado é um ser sem história, recriado como que vindo do nada a cada geração. Junte-se a isso a confiança de quem domina as técnicas, capazes de grandes maravilhas, e aí teremos o personagem mais arrogante de todos os tempos.

 

O mundo que se apresenta a partir da segunda metade do século XIX é o das multidões, apinhadas nas grandes cidades. O impacto dessas aglomerações não pode ser minimizado. O ser individual perde a identidade, torna-se uma mônada indiferenciada, uma gota perdida em um oceano de gentes. Em oposição, agiganta-se o grande organizador dessas massas, o Estado, cujo papel muda radicalmente desde então, como veremos a seguir.

 

Ortega estava preocupado com a Espanha e a Europa, mas acabou por se tornar um profeta dos graves problemas do nosso tempo. Um escritor para o século XXI, para usar a expressão empregada por Vargas Llosa ao falar da obra de Cervantes. Ortega mesmo frisou que os problemas políticos seriam epidérmicos se a sociedade estivesse sadia, se seu corpo (as massas) e sua cabeça (a elite egrégia) estivessem interagindo como deve ser. Os fenômenos políticos, no entanto, podem ser elevados a alto grau de ameaça, a ponto de colocar a própria sobrevivência da humanidade em risco, se os tomadores de decisões de Estado foram meros representantes das massas insaciáveis. Os problemas políticos então deixam de ser epidérmicos e passam a ser o fator determinante para que a própria vida humana tenha continuidade. Os fornos crematórios de Hitler ainda não perderam de todo o calor, naquela loucura completa que foi o exercício do poder por um legítimo representante do homem-massa. Bombas atômicas estão prontas para uso em várias partes do planeta neste exato momento.

 

É nesse contexto que devemos tomar a célebre advertência de Ortega: “Eu sou eu e minha circunstância e se não a salvo, não salvo a mim mesmo”. Sábias e imorredouras palavras. Salvar as circunstâncias em política passou a ser um imperativo de nosso tempo. E salvar essas circunstância é resgatar o poder de Estado das mãos dos demagogos, dos chefes de multidão.

 

Os genocídios comunistas também não devem ser jamais esquecidos. O comunismo, assim como o nazismo, o fascismo e o progressismo, são expressões da política executada diretamente pelos homens-massa, que transformam rufiões oriundos da multidão em mandatários das nações. Homens sem passado e sem escrúpulos, que pregam facilidade e fazem a apologia de um futuro perfeito, em delirante fuga da realidade. Não são apenas crimes que esses homens praticaram, eles transformaram o Estado, de ferramenta para o bem-comum, na máquina de matar gente em larga escala. Talvez não haja na língua um vocábulo capaz de traduzir a hediondez do que estamos a ver.

 

O que é o Estado?

 

Podemos olhar o Estado de muitos ângulos e o que menos nos interessa aqui é vê-lo pela ótica jurídica. Alguém já disse que o Estado é uma ficção. Mas ficção não mata, mas a loucura, sim. O Estado é uma realidade ou uma ferramenta, como definiu Ortega y Gasset. Essa ferramenta é muito importante e sempre foi perigosa, porque o Estado é, antes de tudo, violência concentrada, capacidade de matar, de tributar, de prender, de sujeitar os indivíduos.

 

O Estado, quando conduzido por gente moralmente inferior, torna-se o grande algoz da humanidade. É isso que temos visto desde então. A própria guerra, cuja natureza nobre sempre foi cultuada pelo melhores, nos tempos hodiernos muda de caráter, passando de instrumento para a recuperação do equilíbrio político e da afirmação da segurança coletiva para  a ação de destruição pura e simples de comunidades diferentes. O homem-massa anseia pela homogeneidade. A guerra passou a matar à escala industrial apenas para satisfazer ideologias cegas, motivadas pela falsa capacidade que teria de aperfeiçoar a humanidade. A busca da igualdade irracional motiva muitos dos morticínios contemporâneos.

 

O Estado, enquanto ferramenta, nos tempos antigos permitiu ao homem criar uma ordem e, a partir dela, deixar frutificar os seus engenhos, a própria liberdade ela mesma. Sem o Estado não haveria como construir um espaço de liberdade, em que o homem em geral pudesse construir seu próprio destino. Ao contrário do que pensam aqueles de tendências anarquistas, a alternativa ao Estado não é haver mais liberdade, mas sim, o seu oposto, o caos, que é a escravidão da alma. Importa, pois, não substituir uma ilusão por outra, ou seja, o Estado gigante (ou Total, como costumo chamar), pela sua ausência, mas sim, domesticá-lo e trazê-lo para proporções humanas. Fazer novamente o criador dispor de sua criatura.

 

O Estado só pode ser benigno quando conduzido pela elite egrégia, que carrega a tradição e sabe da missão e das limitações do ente estatal. A elite sabedora de que o Estado precisa, necessariamente, ser “mínimo”, como defenderam os liberais clássicos. A maior das mentiras da modernidade foi recriar o antigo mito sofista da igualdade, sobrepondo-se à necessidade mais terrivelmente ameaçada de todos os tempos, a liberdade. O homem-massa, quando alçado ao poder – e até mesmo para ser alçado ao poder – quer tornar o Estado o instrumento para a implantação da igualdade. Esse terrível engano está na raiz dos monstruosos crimes cometidos pelos coletivistas de todos os calibres.

 

O resultado dessa visão errônea é a estatização progressiva e inexorável da vida cotidiana. Tudo passou a depender do ente estatal. A moeda é do Estado, os regulamentos se multiplicam, a vida espontânea tende ao desaparecimento. Os homens são “coisificados”, tratados com seres incapazes de uma vida adulta e responsável. É Estado-mamãe, que tudo provê, mas que não permite o menor desvio de seus regulamentos. Afinal, as leis são inexoráveis e quando se legisla sobre a banalidade da vida torna-se a própria vida uma prisão infame.

 

Uma crítica à democracia

 

Trago aqui aos senhores essas reflexões finais, tomando o quadro político que se apresenta aos nossos olhos. Acompanhamos agora as campanhas eleitorais no Brasil e no nos EUA. Pudemos ter uma clareza muito grande como a política pode ser perigosa, um nefasto exercício de auto-engano. O homem-massa eleitor é agora cortejado não para eleger os melhores partidos e as melhores pessoas para governar. Ele agora é chamado a escolher quem vai colocar “mais” e “melhor” o Estado a serviço de seus apetites, de suas idiossincrasias, de suas ilusões. “Change” e “Yes, we can” são mantras de mobilização de alto poder destrutivo, grávidos que estão de violência irracional.

 

Temos, pois, a resposta à terrível pergunta de Ortega: “Quem manda no mundo?” Os piores, os moralmente inferiores, os cegos, os potencialmente genocidas, são esses os que mandam no mundo. São os socialistas que mandam no mundo. Essa laia tem hoje nas mãos as rédeas do poder.

 

O discurso político de todo postulante aos votos parte do suposto da estupidez factual da maioria dos eleitores, que não compreende o Estado e nem os movimentos políticos, mas que julga ser seu “direito” ter todas as benesses que as classes políticas lhes prometem em troca do seu voto. É crença estabelecida que o Estado tem a obrigação de prover as necessidades básicas, do emprego à escola, da saúde à aposentadoria. Essa crença decreta o fim da democracia, que supõe o indivíduo capaz de prover-se a si mesmo, mesmo que os sistemas eleitorais formais permaneçam funcionando. Estamos a ver o suicídio do sistema democrático e nada lembra mais um Estado policial do que a forma assumida pelos Estados contemporâneos, em todos os lugares.

 

Vimos nesses exemplos precisamente o esgotamento da experiência da democracia de massas, em que o voto universal não está condicionado por uma estrutura partidária que respeite e proteja a continuidade dos valores da democracia liberal. Do jeito que as instituições estão organizadas, tanto aqui como nos EUA ou em qualquer lugar do mundo, a demagogia da igualdade ou – o que é a mesma coisa – a demagogia de que o Estado teria uma função beneficente (para usar a deliciosa expressão empregada por Ortega em texto de 1953) triunfou. Posso dizer que é o triunfo do totalitarismo, do Estado Total.

 

Qual será a alternativa, meus senhores e minhas senhoras? Eu não sei. Sei apenas que, ficando como está, a humanidade transformará o Estado de instrumento de libertação em instrumento de escravidão e morte. Tudo contra o que Ortega y Gasset desesperadamente lutou, conforme o testemunho de sua obra. Tudo contra o que todos nós devemos lutar.  Não podemos esquecer jamais que vivemos tempo de grandes perigos.