| 27 NOVEMBRO 2009
ARTIGOS - MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO
'Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniqüidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia. As etnias de que procederam os escravos negros do Brasil praticavam e praticam a escravidão ainda hoje, na África.'
No dia 20/11, comemorou-se em todo o Brasil o Dia da Consciência Negra e esse dia já passou a ser feriado em centenas de municípios. E o Dia da Consciência Amarela, quando é? Dia da Consciência, sim: mas não negra, nem branca, nem amarela, nem vermelha, muito menos azul! Apenas, DIA DA CONSCIÊNCIA!
Trecho de meu texto Bantustolas: Os bantustões dos quilombolas, o MST dos negros, disponível em http://www.webartigos.com/articles/3103/1/bantustolas-os-bantustoes-dos-quilombolas-o-mst-dos-negros/pagina1.html:
"Barreto lembra como o movimento negro substituiu a bondosa Princesa Isabel por Zumbi, um escravocrata que espalhava o terror nas populações vizinhas a partir do Quilombo dos Palmares. O autor apresenta uma prova de que 'Zumbi mantinha escravos de tribos inimigas para os trabalhos do quilombo', tirada do livro Divisões Perigosas, de José de Souza Martins (Ed. Civilização Brasileira, Rio, 2007, pg. 99): 'Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniqüidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia. As etnias de que procederam os escravos negros do Brasil praticavam e praticam a escravidão ainda hoje, na África. Não raro capturavam seus iguais para vendê-los aos traficantes. Ainda o fazem. Não faz muito tempo, os bantos, do mesmo grupo lingüístico de que procede Zumbi, foram denunciados na ONU por escravizarem pigmeus nos Camarões' " (Nelson Ramos Barretto, in A Revolução Quilombola, pg. 20).
" 'Com este jogo de conceitos, o censo, que apresentava 51,4% da população brasileira como sendo branca, 5,9% como negra e 42% como parda, com o advento da nova expressão fez com que a população negra passasse a constituir 47,9% dos brasileiros. Diante dos números aima, foi criado o slogan: 'No Brasil a pobreza tem cor, e ela é negra'. A causa da pobreza dos negros seria um 'racismo escondido'. O governo, em vez de combater a pobreza com os instrumentos clássicos de educação de qualidade, geração de emprego, fortalecimento da família e de valores morais, com amor ao trabalho e à poupança, vem criando uma série de programas de incitamento à revolta, resultando em invasões de propriedades e desrespeito às decisões judiciais' (pg. 11-12)."
"O racismo quilombola tenta se aperfeiçoar ainda mais, com base no Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 213/2003, de autoria do senador Paulo Paim (PT/RS), que 'institui o Estatuto da Igualdade Racial', uma constituição paralela para os negros, como diz Barreto, um verdadeiro Apartheid: 'Não se trata de igualar os direitos para todas as raças, mas de fazer uma divisão, um verdadeiro Apartheid, separando os negros em seus direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à cultura, e em todos os demais, como se isso já não fosse garantido na Constituição a todos os brasileiros sem distinção de raça' (pg. 33). Um desses projetos segregacionistas já em vigor é o sistema de 'cotas raciais', em que estudantes têm direito a ingressar na universidade por conta apenas da cor de sua pele negra ou nem tão negra assim - um ato inconstitucional que os juízes do STF já deveriam ter derrubado logo no início, caso não estivessem comendo moscas e aceitando a demagogia e a pilantragem do movimento negro."
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