Trecho da reportagem da Folha Online sobre a visita de Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil:
O autoritário governo iraniano quer estreitar seus vínculos com governos de esquerda da América Latina porque ambos têm um entendimento parecido sobre o indivíduo e sobre a relação do poder central com a sociedade. Para além das categorias esquerda e direita, têm em comum a certeza de que a política é capaz de aperfeiçoar o ser humano ou de redimir a condição humana. E que o poder centralizado pode utilizar todos os meios e instrumentos para construir uma sociedade perfeita, aquilo que Olavo de Carvalho chama de mente e mentalidade revolucionária.
Em outro plano de análise, o governo brasileiro deseja se colocar como um importante articulador da diplomacia internacional. Foi por isso que recebeu, antes, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e, há duas semanas, o presidente de Israel, Shimon Peres. Assim, a visita do presidente do Irã faz parte dessa estratégia falível e ingênua de pretender promover a paz no Oriente Médio.
Para Ahmadinejad, o apoio do Brasil, assim como o da Bolívia e o da Venezuela, legitima o governo de Teerã e a manutenção do programa nuclear no Irã. Também é uma forma de cultivar mercados e driblar as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos.
Nessa relação com o Brasil, o Irã acumula ganhos e o Brasil fica com o ônus de defender, legitimar e negociar comercialmente com um governo que não só expressou o desejo de que Israel fosse riscado do mapa, mas que tenta desenvolver a tecnologia capaz de promover a extinção do país.
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