Material essencial

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Eles não querem o terceiro mandato, querem que o Lula continue lá

Do blog O DIA DO SOME
18/09/2008

O blog "O Dia do SOME" foi criado depois que recebi um e-mail sobre o site
DIA DO FICO que tem o seguinte propósito (copiado e colado do mesmo):


"Convidamos a você que participe deste abaixo-assinado pedindo que nosso Presidente continue. Pela permanência de Lula na Presidência do Brasil."

Fonte: Dia do Fico.



Perceberam bem a proposta deles? Não é que ele POSSA CONCORRER A MAIS UM MANDATO!!!

A PROPOSTA É QUE ELE CONTINUE COMO PRESIDENTE, É PELA PERMANÊNCIA DO Lula lá!!!

O blog "O Dia do SOME" vai fazer o contrário: permitir que as pessoas que querem o Lula em seu devido lugar, qual seja
FORA DA PRESIDÊNCIA DEPOIS DE SEU SEGUNDO MANDATO, votem nisto. Em resumo, é

NÃO À POSSIBILIDADE DO TERCEIRO MANDATO, QUE DIRÁ A PERMANÊNCIA



Clique ao lado no ABAIXO-ASSINADO e
também na
ENQUETE.

Diga que não quer esta pessoa na cadeira mais importante deste país.

Curiosidade: quer saber quem já assinou pelo terceiro mandato? Clique aqui.

Seguro de vida: Delegado guarda cópias de três HDs secretos da Satyagraha que abalariam a República

Do blog ALERTA TOTAL
Segunda-feira, Setembro 15, 2008

Por Jorge Serrão

Exclusivo – Caso fossem divulgados oficialmente, os conteúdos de três discos rígidos (HDs) de computadores apreendidos na Operação Satyagraha seriam elementos suficientes para derrubar o governo – por mais popular que ele seja ou esteja. O delegado Protógenes Queiroz já advertiu ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que guarda, a sete chaves, muitas informações comprometedoras, acompanhadas das devidas provas. Os dados são uma espécie de “seguro de vida” do delegado, que foi detonado do comando das investigações, por pressão direta do Palácio do Planalto. Gilmar negará que saiba disto, da mesma forma como recusa o convite para falar na CPI dos Grampos.

Os dados mais comprometedores são as movimentações de um próspero empresário do ramo de informática e telecomunicações, ligado intimamente ao desgoverno federal. As retiradas feitas pela esposa de um importante líder político são descritas minuciosamente. Também aparecem os comprovantes de comissões pagas a políticos e partidos, pelo Opportunity, em negócios com Prefeituras. Outras bombas são as conversas de muita gente importante grampeada e suas devidas movimentações de contas correntes, com dinheiro de corrupção. As gravações e provas comprometem figuras dos três poderes.

As informações que Protógenes guarda em sigilo estavam em três computadores apreendidos com Daniel Dantas. Um computador do banqueiro sumiu, misteriosamente, com dados importantes. A equipe do delegado conseguiu fazer cópias de três HDs. Um dos discos rígidos tem documentos, áudios de gravações telefônicas, e até informações e vídeos sobre romances tórridos entre autoridades (casadas) da República. Os corruptos tiveram sua privacidade devassada.

O delegado Protógenes não gostou porque foi ameaçado, uns dez dias atrás, acusado de usar pessoal da Abin e informações privilegiadas da Agência nas investigações. Apesar disto, os dados não vazarão. A não ser que algo aconteça com o policial que agora cumpre a rotina de estudar no curso superior da Polícia Federal, para assegurar suas futuras promoções na carreira. Como sabe muito, o bom aluno será premiado, no futuro mais próximo possível.

Mais uma vez, a tese da cumplicidade geral salvou todos os envolvidos. Quando foi preso, Daniel Valente Dantas ameaçou detonar todo mundo, se não fosse solto em 24 horas. O banqueiro formalizou a ameaça em uma ligação telefônica (devidamente interceptada) a um alto membro do Judiciário e a um Senador. Na edição de 8 de julho, o Alerta Total antecipou que DVD seria libertado depressa: (releia: Se não for solto logo, Daniel Dantas ameaça vazar na imprensa contas secretas de senadores e deputados).

O maior temor é que vazasse alguma informação privilegiada colhida pela Polícia Federal, pela Abin ou por grandes empresas particulares de inteligência que atuavam contra ou a favor de Daniel Dantas. Por enquanto, tudo permanecerá em sigilo, como se nem existisse. Aliás, a existência será oficialmente negada. A mentirinha oficial faz parte do jogo do poder no Brasil.

Troque seu cachorro por um país "pobre" - II

Comentário de um internauta que fecha o artigo anterior com chave de outro:

"... é verdade que, pelo andar da carruagem, somos nós que brevemente estaremos nas filas por rações para nós mesmos..."

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Troque seu cachorro por um país "pobre"

Do Cavaleiro do Templo
17/09/2008

Vejo pelas ruas de minha cidade, e não é diferente pelo país afora, dezenas de pessoas todas as noites, manhãs e tardes passeando com seus cachorrinhos de estimação, quase todos (os bichinhos, evidentemente, assim como seus donos também) vestidos com roupas, sapatos e bonés.

A imensa maioria destas pessoas não faz idéia alguma do que se passa no país que tornou possível que seus bichos tenham tantas regalias, tanta fartura e cuidados. Muitas destas afirmam, inclusive: "não me meto em política, não sei nada de política, não quero saber de política". Mas qual a roupinha da moda ou xampu adequado para seus pets eles sabem. Ah, isso sabem... Ouço muitas vezes as conversas de seus donos, bate-papo animados que demonstram que possuem SIM tempo livre em suas vidas para dedicarem-se a este instrutivo estudo. A menos que deixem de cumprir compromissos com seus filhos e esposos ou trabalho para adquirirem a cultura pet. Não tenho nada contra mas acho sem sentido humanizar animais antes de humanizarem a si mesmos. Dezenas de milhares de pessoas são assassinadas todos os anos em um país governado por um monstro insano e me parece bastante fora de hora a onda mascote. Que dirá a onda cirurgia estética com números de Primeiro Mundo então...

O pior: não são apenas pessoas muito bem de vida com bichinhos humanos, tem muita gente que está pagando um carro mil cilindradas em dezenas de parcelas mas com seus mascotes humanizados, terapia, banho semanal, hotelzinho entre outros mimos.

O que será que acha a secretária do lar destas pessoas e o seu relacionamento com seus totós? Conheço alguns que tratam melhor seus "filhos peludos" do que seus empregados.

Será que este pessoal sabe que os comunistas muito provavelmente vão acabar com estas frescuras? Não que venham a promover a matança geral de animais quadrúpedes (os bípedes com certeza morreram e ainda morrerão aos milhares). Em um estado escravocrata o proletariado não tem luxo algum. E como todos sabemos existe sim no SOCIOPATISMO pelos menos duas classes sociais ABSURDAMENTE DISTANTES: os manda-chuva e o restante. Aqueles podem fazer o que quiserem e a outra classe tem a obrigação de proporcionar o bem-estar magnânimo dos monstros (Lula, Evo, Chávez, Fidel e a toda casta de malditos).

Pense nisto depois da revogação da Lei Áurea com a escravidão para todas as cores: se tivesse dedicado o tempo gasto na humanização de animais à sua própria humanização a LIBERDADE teria vivido mais.

PMM

Desarmamento: Olha eles de novo

Do portal MOVIMENTO ENDIREITAR

O título de uma matéria assinada por Jailton de Carvalho e publicada na página 15 do jornal O Globo, de 22/08/2008, é: Nova campanha de desarmamento é lançada pela União. O primeiro fato a chamar a atenção do leitor é que, enquanto nos “bons tempos” este assunto teria direito a chamada de capa – incluindo uma foto do Ministro da Justiça, com uma arma na mão, olhando-a com ar de desprezo – , agora a matéria é relegada a um espaço de 6x20 centímetros, escondido no pé da página 15. Tudo indica que o jornal O Globo, escaldado com o certeiro ponta-pé que levou na região glútea, por ocasião do Referendo de 23/10/2005, resolveu não se expor, nem se envolver nesse assunto.

Vamos analisar, em detalhe, o conteúdo da matéria e as opiniões do Ministro da Justiça:

O Ministro da Justiça, Tarso Genro, lançou ontem a nova campanha do desarmamento orçada em R$46 milhões. Nossas polícias, tanto a Militar quanto a Civil ou a Federal, de modo geral sofrem com a crônica falta de verbas para treinamento e reequipamento. Não faria mais sentido usar esse dinheiro em atividades que resultem em melhora dos serviços de segurança ao cidadão, em vez de ficar fazendo pirotecnia eleitoreira?

Com a iniciativa, o governo espera recolher ou incentivar o registro de mais de 300 mil armas de fogo. Primeiro, é preciso separar as coisas: para registrar sua arma, o cidadão paga; para entregá-la, recebe (ou deveria receber) uma determinada quantia em dinheiro. O registro de uma arma não resulta em ônus, e sim em receita para o Estado. Desta forma, todo o desembolso ficará por conta das armas que forem entregues. Vamos assumir que 85% dos que entregarem suas armas receberão R$100, e 15%, R$300. Isso resultará em um desembolso médio ponderado por parte do governo de R$130 por arma recolhida. Como a verba destinada é de R$40 Milhões (mais R$6 Milhões para divulgação), conclui-se que o doutor Tarso tem como meta recolher 308 mil armas, de 21 agosto até 31/12/2008.

O próprio governo informa que, durante a Campanha do Desarmamento que durou 22 meses – com direito ao que chamei de Caravana Rolidei do Desarmamento, apoio maciço das Organizações Globo, ONGs e Governos estrangeiros – conseguiu recolher 550 mil armas. Alguém acredita que agora, sem a antiga infra-estrutura de apoio e desgastados pela acachapante derrota no referendo, vão conseguir recolher, em quatro meses, o equivalente a 54% das armas recolhidas na primeira campanha que durou quase dois anos?

Essa nova campanha está fadada ao insucesso pelas seguintes razões:

1. O grosso das armas em mãos de cidadãos idosos influenciados pela algaravia apocalíptica do governo e de viúvas assustadas já foi recolhido. Eram, em sua grande maioria, cacos velhos sem nenhuma utilidade como arma. Quem tem uma arma em bom estado e ainda não a entregou não tem nenhum motivo pra fazê-lo agora;

2. A maioria das armas recolhidas era de grandes centros urbanos; restam agora, majoritariamente, armas em áreas rurais. Essas armas são o único instrumento de defesa que o cidadão tem, morando a quilômetros de uma delegacia. Assim, ele não se preocupa com registro – que lhe custará um bom dinheiro – nem, muito menos, vai entregá-la. Alguém que mora em uma cidade longe de um posto de recolhimento necessita ir a uma delegacia de polícia, solicitar uma guia de trânsito, depois pegar um ônibus para ir ao local de entrega. Dependendo do local onde o cidadão more, ele vai gastar mais com passagens do que receberá (receberá?) do governo.

3. A população não confia no governo, porque muita gente, ingênua o suficiente para confiar em promessas, entregou suas armas e não recebeu o pagamento (tenho uma pasta cheia de recortes de cartas de leitores reclamando por não ter recebido o pagamento por sua arma devolvida). Por uma questão de respeito aos cidadãos, o governo deveria dizer quanto pagou de indenização e quantos cidadãos ainda devem receber o prometido.

4. E aqui reside o fato mais sério: recentemente renovei minha carteira de identidade. É inimaginável o grau de detalhes que você deve fornecer sobre sua vida, coisas como estado civil, nome da esposa, endereço, telefone e, pasmem, e-mail! Fica aqui a pergunta que eu e muita gente se faz: o que impede que amanhã outro congresso, prenhe de “brilhantes cabeças pensantes” como o atual, não resolva fazer uma lei obrigando que todas as armas registradas sejam entregues por seus proprietários à polícia? É só cruzar os dados da carteira de identidade com os do registro da arma e eles saberão exatamente quem tem e onde está a arma a ser confiscada. Quem garante, amigo leitor, que esta não é a estratégia do governo por trás dessa balela toda?

5. Segundo o senador Renan Calheiros, que imagino bem informado, existiam no Brasil 20 milhões de armas (eu pessoalmente não acredito nesse número). Vamos assumir que cinco milhões sejam registradas de forma regular. Como foram recolhidas 550 mil, ainda existem 14,5 milhões armas irregulares. Retirar 300 mil, ou seja, 2% delas, vai resolver o problema ou é apenas mais um exercício de ilusionismo governamental?

Para Tarso Genro, a redução das armas em circulação não resolve o problema da segurança pública no país, mas ajuda a conter a violência. Senhor Ministro, o que resolve o problema da segurança pública e ajuda a conter a violência é um eficiente trabalho de inteligência apoiado por um completo banco de dados. Apenas um exemplo: até hoje, o SUS não publicou o relatório anual Intitulado Óbitos por UF de Residência, referentes aos anos 2005, 2006 e 2007. Esse relatório é peça essencial para análise de mortes ocorridas no país. É preciso também que possamos contar com uma polícia bem treinada (segundo o jornal O Globo, policiais do Rio de Janeiro passam até dez anos sem serem treinados ou reciclados), bem paga e bem equipada. Um elemento chave é uma polícia de fronteiras eficiente, com contingente e recursos materiais compatíveis com a tarefa de fiscalizar nossas fronteiras terrestres. Ademais, é preciso falar grosso com o Paraguai e a Bolívia, em especial o primeiro, e dizer-lhes claramente que se eles não tomarem um providência nós vamos tomá-la (já vimos que carinho por essa gente não resolve o problema). Já que o senhor está preocupado com o .38 na mão do cidadão de bem, recomendo-lhe que leia a matéria publicada no Globo de 22/07/08, página 16, onde poderá esclarecer alguns fatos sobre a origem e calibres das armas usadas pelos traficantes cariocas, estas sim o verdadeiro perigo, que tudo leva a crer o senhor, embora Ministro da Justiça, desconhece. Já o exército do companheiro Evo Morales, para retribuir o carinho que o presidente do Brasil dedica ao povo boliviano, tem enviado para os morros cariocas metralhadoras .30, graciosamente decoradas com o brasão boliviano (O Globo, 04/08/08, página 10).

Com menos armas em circulação, a tendência é que os riscos de bala perdida também diminuam, segundo o ministro. Aqui, o ministro bem que se esforçou, mas tudo o que conseguiu produzir foi uma meia verdade. Sim, doutor Tarso, menos armas significam menos balas perdidas. Lamentavelmente, o senhor só esqueceu de dizer que a maioria esmagadora das balas perdidas foram disparadas por armas de calibres exclusivos das forças armadas e das polícias civil e militar (e dos traficantes, naturalmente). Determine que se produza um relatório onde qualquer pessoa morta ou ferida por bala perdida tenha a munição que a atingiu coletada e identificada. O senhor vai então descobrir o que qualquer médico de pronto-socorro ou de Instituto Médico Legal está cansado de saber: que a maioria absoluta das vítimas foi atingida por munição calibre .223, .308, .40 ou 9 milímetros.

Há quatro anos estou fazendo um estudo baseado em notícia de jornais que pretendo publicar em breve. O estudo mostra que, do total de vítimas (só incluindo óbitos, não feridos), aqueles por “balas perdidas” (quando não se pode determinar a origem) representam 5,9% do total das ocorrências, enquanto mortes diretamente relacionadas a conflitos entre a polícia e a marginalidade, resultantes de ferimentos com calibres privativos, são 94,1%.

Portanto, responsabilizar cidadãos de bem por tragédias que têm como origem “bala perdida” é: a) Ludibriar o contribuinte e b) Não querer resolver o problema.


Fonte: http://www.midiasemmascara.com.br/

Última atualização ( Dom, 14 de Setembro de 2008 14:18 )

Prefácio a O Eixo do Mal Latino-Americano

Do portal do OLAVO DE CARVALHO

Prefácio ao livro O Eixo do Mal Latino-americano, de Heitor de Paola lançado pela É Realizações.



Olavo de Carvalho
Richmond, VA, 29 de maio de 2008

Se o jornal eletrônico Mídia Sem Máscara não servisse para mais nada, só o ter revelado aos leitores brasileiros o analista político Heitor de Paola já bastaria para justificar sua existência e torná-la mesmo indispensável. O homem, de fato, não tem equivalente na “grande mídia” nem até onde posso enxergar nas cátedras universitárias, tal a amplitude do horizonte de informações com que lida em seus comentários e tal a claridade do olhar que ele lança sobre o vasto, complexo e móvel panorama da transição revolucionária latino-americana, reduzindo a seqüências causais coerentes a variedade dos fatos em que seus colegas digamos que o sejam não enxergam senão um caos fortuito ou a imagem projetada de seus próprios sonhos, desejos, preconceitos e temores.

Na pequena e valente equipe de colaboradores da publicação, remunerados a leite de pato (sim, nós, os cães-de-guarda do capital, não temos capital nenhum, ao contrário dos pobres e oprimidos que nadam em dinheiro dos ministérios e das fundações estrangeiras), as felizes coincidências acabaram por produzir uma divisão de trabalho na qual ninguém tinha pensado de início: se os demais redatores sondam em profundidade certos aspectos especiais, ou investigam para trazer ao conhecimento do público fatos que a mídia comprometida ignora por malícia ou por inépcia genuína, no fim vem o Heitor de Paola e articula tudo em grandes esquematizações diagnósticas que resumem o sentido do jornal inteiro e das quais o jornal inteiro, por sua vez, fornece as provas detalhadas. É uma grande alegria para mim ter sido o pai de um órgão brasileiro de mídia que, malgrado todas as suas limitações que ninguém nega, permanece o único onde as notícias não desmentem as análises e as análises não saem voando para longe das notícias.

Na verdade o jornal revelou Heitor de Paola ao próprio Heitor de Paula, roubando-o em parte aos clientes do seu consultório de médico e psicanalista e colocando-o diante do caso clínico mais dramático e desesperador que já passou pelo divã de um discípulo (não muito fiel) do Dr. Freud: um continente neurotizado por um intenso tiroteio cruzado de ações camufladas e mentiras ostensivas que ultrapassa imensuravelmente a capacidade de compreensão da inteligência popular e a engolfa num abismo de esperanças ilusórias, terrores sem objeto e ódios sem sentido.

Neurose, dizia um outro ás da clínica psicológica, o meu falecido amigo Juan Alfredo César Müller, é uma mentira esquecida na qual você ainda acredita. Não é só uma figura de linguagem. É o resumo compacto de uma ordem causal que a observação clínica confirma todos os dias. O processo tem três etapas: mentir, ocultar a mentira de si próprio e, por fim, entregar-se à produção compulsiva de pretextos, fingimentos e racionalizações sem fim, os mais postiços e contraditórios, para poder continuar agindo com base naquilo que se nega e ao mesmo tempo defender-se desesperadamente da revelação dos motivos iniciais verdadeiros que determinaram o curso inteiro da mutação patológica.

Aplicado ao estudo dos processos histórico-políticos, o conceito tem de ser ajustado para dar conta de várias seqüências neurotizantes simultâneas e sucessivas, que, ao entremesclar-se num caleidoscópio de falsificações, tornam a forma geral do processo totalmente invisível à massa de suas vítimas, e ao mesmo tempo dão visibilidade hipnótica a aspectos isolados e inconexos, artificialmente dramatizados como “problemas urgentes”, fazendo com que do mero caos mental se passe às ações arbitrárias e desesperadas que complicam o quadro da vida real até à alucinação completa. Diversamente do que acontece na neurose individual, onde o autor e a vítima da mentira são a mesma pessoa, as neuroses coletivas são produzidas desde fora, por grupos de estrategistas e engenheiros sociais que, ao menos num primeiro momento, imaginam poder controlá-las em proveito próprio, mas que em geral acabam sendo eles mesmos arrebatados pelo movimento de destruição que geraram: nunca houve grupo de líderes revolucionários que não acabasse sendo dizimado pela própria revolução.

No meio desse turbilhão, alguns indivíduos privilegiados conseguem manter-se à tona no mar de destroços e enxergar, mais ou menos, a direção do abismo para onde vai a corrente. Não por coincidência, esses observadores realistas são habitualmente recrutados entre aqueles que definitivamente não gostam do curso presente das coisas, mas que, por absoluta falta de vocação política, ou por estar em minoria infinitesimal sem possibilidade de interferir na situação, reagem para dentro, intelectualmente, e não produzem planos de ação, mas diagnósticos da realidade, sem os quais a simples intenção de agir já seria apenas uma contribuição a mais para a loucura geral.

Heitor de Paola é um desses. Não é só a experiência clínica que o qualifica especialmente para a função. A inteligência analítica da qual ele dá algumas amostras notáveis neste livro deve algo à militância revolucionária de juventude que o torna a seus próprios olhos um pouco culpado por aquilo que na época não podia prever mas hoje é obrigado a ver. Tanto melhor. Only the wounded can heal , diz um provérbio inglês.

Evo Morales

Do blog NOTALATINA
Tuesday, September 16, 2008

O Notalatina volta a falar sobre a rebelião da Bolívia, produzida artificialmente pelo presidente cocalero Evo Morales, que é um marionete comandado por Chávez e pelas designações do Foro de São Paulo. Assisti há pouco pela CNN em Espanhol duas entrevistas interessantes: uma com o governador de Tarija, Mario Cossío, e outra com Thomas Shannon, Secretário de Estado Adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, dos Estados Unidos, em que ambos coincidem com a avaliação que fiz na edição de ontem, onde acuso Evo Morales de ser o principal causador do caos e mortes resultantes deste conflito que não se sabe aonde vai dar nem quando vai acabar.

Segundo informações de Cossío, dadas por telefone, a situação tornou-se insustentável desde o início dos conflitos porque isto foi uma “estratégia planejada por Morales” e que já vinham sendo implementadas há bastante tempo. Lembro que, quando houve os referendos nos estados da “Meia Lua”, Morales não quis reconhecer o resultado que lhes dava – legalmente - a autonomia, alegando que os opositores eram “separatistas” e que queriam ser “países” autônomos. Não apenas sandice mas desinformação, que foi imediatamente absorvida e apoiada pelos países-membros do Foro de São Paulo, dentre os quais o ParTido-Estado do Sr. Lula da Silva.

Ontem os governadores dos estados atingidos pela desordem ingenuamente aceitaram um diálogo com o Governo e elaboraram um documento que seria entregue a Morales. Como era de se esperar, pois já ocorreu isto mesmo em outras ocasiões, enquanto Mario Cossío entrava no Palácio do Governo com o documento, Morales decretava estado de sitio, ameaçando a população de Pando com tropas de choque das Forças Armadas, além de tomar o aeroporto de Cobija, capital do estado. Hoje, Morales mandou prender o governador de Pando, Leopoldo Fernández, sob a acusação de genocídio, e o vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Sociais, Sacha Llorente, já sentenciou (bem ao estilo dos tribunais revolucionários) que Fernández será processado e “receberá 30 anos de prisão sem direito a indulto”. Desde o início da tarde Fernández está detido em Cochabamba, o que causou revolta na população não só de Pando mas também de Santa Cruz, Tarija e Beni, os estados autônomos.

Na versão do Governo, quem começou o massacre de 11 de setembro foram os funcionários do governo estadual que “emboscaram os camponeses com maquinaria pesada”, deixando um saldo de 15 mortos, 37 feridos e 106 desaparecidos (fugiram). Ainda segundo a versão do Governo, os funcionários do estado utilizavam metralhadoras contra pobres camponeses armados apenas de “facões e escopetas” que utilizam para a “caça doméstica”. Não já ouvimos coisa semelhante por aqui, quando se trata de ataques dos marginais do MST e índios?

Entretanto, segundo o dirigente cívico Edberto Mayne, tudo começou quando gente paga pelo Governo Morales interceptou funcionários do governo estadual de Caminos e os “matou a bala” e que esse mesmo grupo atuou em Porvenir. O senador Róger Pinto acrescenta que os camponeses mataram a sangue frio o engenheiro Pedro Oshiro que se encontrava no ponto de bloqueio da governadoria e que outro foi morte a golpes de facão. O governador Fernández disse ainda que os malfeitores tinham cintos coloridos para serem identificados entre si, o que confirma que isto foi uma atitude planejada. Vejam aqui neste vídeo como os cocaleros armados por Morales ameaçam em Santa Cruz. E a propósito disto, vale a pena rever o vídeo “O massacre de 11 de abril foi planejado”, produzido por Fuerza Solidaria, pois foi exatamente o que ocorreu na Venezuela em 2002, quando Chávez planejou um massacre contra a população indefesa e depois colocou a culpa na oposição. Até nisso este delinqüente mete suas patas imundas e repete na Bolívia seus malditos planos criminosos!

E ontem após reunião da UNASUL (União das Nações Sul-Americas), redigiu-se um documento intitulado “Declaração de La Moneda” (por ter sido no Palácio La Moneda do Chile, onde a presidenta Michele Bachelet é a presidente pro tempore do grupo), em total a absoluto apoio a Morales. Como era de se esperar, está repleto de palavrório bonito mas falso e hipócrita porque eles mesmos não cumprem o que pregam, como pode-se observar logo no segundo parágrafo que diz: “Considerando que o tratado constitutivo firmado em Brasília em 23 de maio de 2008 consagra os princípios do irrestrito respeito à soberania, à não ingerência nos assuntos internos, à integridade e inviolabilidade territorial, à democracia e suas instituições e ao irrestrito respeito aos direitos humanos”.

Quer dizer, se isto fosse observado e cumprido como manda o tal tratado, Chávez seria no mínimo admoestado pelos outros países-membros, caso esta organização não fosse mais um desdobramento do Foro de São Paulo e todos se locupletassem entre si. A propósito da ingerência de Chávez nos assuntos internos da Bolívia, vale muito a pena ver este vídeo do discurso inflamado que este psicopata fez, ao declarar a expulsão do embaixador dos Estados Unidos na Venezuela, que eu citei na edição do dia 12. É uma vergonha superlativa alguém ter um psicopata em surto como este dirigindo seu país e, vergonha maior ainda, daqueles que o apóiam e aplaudem feito micos de circo.

E para concluir esta edição de hoje, reproduzo (traduzido) o esclarecedor artigo de Alejandro Peña Esclusa sobre esta mega-farsa promovida pela UNASUL.

Fiquem com Deus e até a qualquer momento com novas informações sobre a situação da Bolívia!

Traduções, comentários e nota: G. Salgueiro

A farsa da UNASUL

Do blog NOTALATINA
Tuesday, September 16, 2008

Por Alejandro Peña Esclusa

A grave crise que a Bolívia vive hoje, deve-se a que Evo Morales interpretou seu triunfo na consulta do passado 10 de agosto como uma patente de corso [1], para desconhecer os referendos autonômicos (cortando ilegalmente o benefício que as regiões obtêm dos impostos dos hidrocarbonetos) e para promulgar sua Constituição, aprovada ilegalmente na calada da noite, sem a presença da oposição. Como era de se esperar, os bolivianos se rebelaram ante semelhante golpe de Estado.

Uma vez desatada a crise, os aliados de Evo Morales – particularmente Hugo Chávez – se mobilizaram para defender seu camarada, argumentando falsamente que “a direita”, apoiada pelos Estados Unidos, estava desestabilizando a Bolívia. Por arte de magia, o vitimário Evo Morales se converteu em uma pobre vítima.

Os governos pertencentes à União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) se reuniram em Santiago do Chile, para defender a “institucionalidade democrática” na Bolívia, porém não disseram que quem a estava vulnerabilizando era o próprio Morales. Tampouco disseram que todos os presidentes que assistiram ao encontro – exceto Álvaro Uribe – formam parte do Foro de São Paulo, organização à qual também pertence Evo Morales, junto com as FARC e o ELN. Muito menos criticaram Chávez por intervir flagrantemente nos assuntos internos da Bolívia, ameaçando enviar tropas a esse país e fazendo um chamando para intimidar os chefes militares bolivianos.

O próximo passo dos governos da UNASUL – quer dizer, do Foro de São Paulo – será propiciar um falso diálogo entre as partes em conflito, o qual na realidade servirá para que Evo Morales persiga ferozmente a oposição boliviana, argumentando que tentaram dar um “golpe”. Isto dará a Evo Morales uma nova oportunidade de impor sua cartilha totalitária, escrita em Cuba e financiada pela Venezuela. Como se fosse pouco, a UNASUL decidiu designar uma comissão que investigará os eventos na região de Pando, a qual equivale a pôr um rato para tomar conta do queijo.

Para os venezuelanos este é um filme repetido. Em 11 de abril de 2002, Hugo Chávez cometeu um terrível massacre, ao ordenar a seus seguidores que disparassem à vontade contra uma manifestação pacífica. Posteriormente, Chávez e seus aliados internacionais converteram o massacre em “golpe”, e começou uma perseguição feroz contra a oposição, que ainda não teve fim.

Resulta revelador que os integrantes da UNASUL ponham mais interesse na propaganda auspiciada por Chávez, do que nos vínculos de seus principais funcionários policiais com o narco-terrorismo, ou à forma descarada como financia com maletas a seus aliados. Isto prova que, como dizem na Venezuela, são jacarés do mesmo poço.

1. Campanha que os navios mercantes faziam pelo mar, com patente de seu governo, para perseguir os piratas ou as embarcações inimigas.

Traduções, comentários e nota: G. Salgueiro

Cadeia para ele

Do portal do OLAVO DE CARVALHO
4 de setembro de 2008

Comentário do Cavaleiro: antes do artigo, leia isto:


Emocionante:

A vida amorosa de Carlos Lopes

Uma súbita ardência no orifício ano-retal, provocada pela leitura do meu artigo “Cadeia para ele”, tocou fundo a alma e o ser inteiro do sr. Carlos Lopes, editor da “Hora do Povo”. Enternecido, dengoso, todo derretido, ele passou a me chamar carinhosamente de Olavinho e a gabar-se de que sou um colaborador secreto do seu jornal. Como diria aquela famosa dupla caipira: “É o amooooor!”

O. de C.

Richmond, VA, 6 set. 08


Cadeia para ele


Entre lágrimas de ódio cívico que deixarão insensível a cruel humanidade mas devem comover tremendamente a ele próprio, o editor da “Hora do Povo”, Carlos Lopes, acusa o senador Álvaro Dias de uma calúnia inominável: atribuir um crime de assassinato em massa ao inocentíssimo Josef Stálin.

Segundo Lopes, o extermínio deliberado de seis a nove milhões de ucranianos pela “arma da fome”, em 1932-33, jamais aconteceu. Foi uma balela criada pelo ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, depois perfidamente alardeada ao mundo por William Randolph Hearst, empresário de mídia pró-nazista, e pelo livro Harvest of Sorrow, de Robert Conquest, que a cândida opinião acadêmica do Ocidente acha um grande historiador mas que na verdade fez esse serviço sujo como agente de desinformação a soldo de dois órgãos da espionagem britânica, o MI-5 e o IRD (Information Research Department), tal como denunciou em 1978 o respeitável jornal The Guardian.

Nenhum assassinato em massa pode ter occorrido na Ucrânia naqueles anos – prossegue Lopes –, pois, “como registram os censos” (sic), a população do país aumentou “em 3.339.000 pessoas entre 1926 e 1939”.

Não me espantei, é claro, de ler essas coisas na “Hora do Povo”, jornal pertencente a um grupo de terroristas mais ou menos aposentados que, entre uma indenização e outra do governo brasileiro, embolsaram uma considerável propina de Saddam Hussein. Entre outros feitos notáveis, a publicação celebrou Stálin como “o maior democrata da humanidade”, e incitou seus leitores, se algum existe, a matar o colunista Diogo Mainardi.

Mas, como até os comunistas mais psicóticos podem dizer alguma verdade de vez em quando, concedi ao sr. Lopes o benefício da dúvida e fui verificar suas fontes. Comecei pela matéria do Guardian (27 jan. 1978). Ela não diz nada de Robert Conquest ter trabalhado no MI-5, apenas no IRD – e o IRD não era um órgão da “espionagem britânica” e sim do Foreign Office (Ministério das Relações Exteriores). Conquest largou o emprego em 1956 e só publicou Harvest of Sorrow em 1986. Poderíamos forçar a imaginação até além da dose de demência usual no jornalismo esquerdista, e admitir a hipótese de que o IRD pagasse pelo serviço entregue com um pequeno atraso de trinta anos. Mas nem toda a loucura do mundo tornaria isso possível, pois o IRD foi extinto em 1978.

A denúncia do extermínio em massa não foi obra nem de Goebbels nem de Hearst. Foi publicada em maio de 1933 – meses antes de que Goebbels se tornasse ministro da propaganda, um ano antes de que a notícia saísse nos jornais de Hearst – e, por ironia, foi escrita pelo correspondente do próprio Guardian em Moscou, Malcolm Muggeridge, que estava no local dos acontecimentos e viu tudo.

Por fim, “os censos”. Lopes menciona-os no plural, mas não cita nenhum. Nem poderia. O Livro Negro do Comunismo cita-os todos, diretamente das fontes soviéticas abertas após o fim da URSS, e são justamente esses dados demográficos que provam a liquidação sistemática da população ucraniana (confiram na p. 185 da edição Robert Laffont). O sr. Lopes teve boas razões para permanecer vago e esquivo ao falar de “os censos”.

Com exceção do Holocausto judeu, não há caso de homicídio em massa mais claramente documentado e provado do que a fome ucraniana. E nenhum historiador sério jamais pôs em dúvida que se tratasse de operação deliberada. Mesmo a Assembléia Nacional Russa, ao protestar em abril deste ano contra o uso do termo “genocídio” a respeito, não teve a ousadia de negar os fatos nem o plano macabro que os gerou. Só o que conseguiu alegar foi que o crime não teve caráter “étnico”, e sim político, de guerra de classes. Mesmo que admitíssemos a validade dessa alegação, ela não tornaria o episódio menos monstruoso, nem menos criminosa a tentativa de encobri-lo retroativamente mediante mentirinhas tolas. A lei que puniu o editor Siegfried Ellwanger por negar o Holocausto judeu aplica-se com precisão milimétrica ao sr. Lopes.

A História contada nas escolas

Por e-mail

Alertada, possivelmente, pelas reportagens especiais das brasileiras Época ("O que estão ensinando a nossas crianças") e Veja ("Prontos para o séc. XIX"), a revista portuguesa Sábado publicou com destaque em sua última edição matéria intitulada "COMO OS MANUAIS ESCOLARES DETURPAM FACTOS HISTÓRICOS". Abaixo, o editorial que nos foi enviado por um colaborador.
Editorial

A História contada nas escolas

O comunismo foi positivo para a economia,
o Exército Zapatista é um "movimento social"
e a globalização quer transformar o mundo
num "vasto casino". Não é o programa do
PCP, são os manuais escolares de História

O Ministério da Educação está preocupado com a colocação dos professores e com as condições das escolas, com as reivindicações dos sindicatos e com as críticas da oposição, com as exigências da burocracia e com as notas dos alunos – está tão preocupado com todas estas coisas meritórias que parece que alguém se esqueceu de um pequeno, inocente e irrelevante detalhe: o que é que se ensina, exactamente, nas salas de aula?

A pergunta é simples e a resposta devia ser simples – mas é um pouco mais complicada do que parece. Nas aulas de História, por exemplo, devia ensinar-se História. Mas, como a SÁBADO percebeu esta semana (num artigo que pode ler a partir da página 56), o que se ensina é uma visão perturbadora, ideológica e falsa, absolutamente falsa, da História.

No manual Caminhos da História, para o 12.º ano, editado pela ASA, escreve-se: "Qualquer que seja o modo como se encare a filosofia comunista, a verdade é que devem ser-lhe creditadas realizações positivas na economia: uma acentuada melhoria dos métodos agrícolas e do rendimento do solo, expansão considerável da industrialização; introdução da planificação que tem, pelo menos, a vantagem de evitar a superprodução". Nem uma palavra sobre a fome nos campos soviéticos, sobre a escassez de produtos nas lojas e supermercados ou sobre a falta de capacidade de inovação económica dos países comunistas.

No mesmo livro, o Exército Zapatista mexicano é considerado um "movimento social" que defende o ambiente, a democracia e a justiça, esquecendo que se trata de um movimento de guerrilha num país democrático. Noutro manual, Cadernos de História, para o 9.º ano, da Texto Editores, o maoísmo é visto como "uma longa luta revolucionária apoiada, sobretudo, pelos camponeses", deixando para mais tarde a referência aos milhões de mortos provocados pelo regime de Mão. E há muito mais: a globalização vista como um incentivo a que o mundo se transforme "num vasto casino", a crise dos sindicatos como uma consequência do "egoísmo" de alguns trabalhadores, e etc., etc., etc.

O Ministério da Educação não tem que escolher todos os livros que cada aluno do País vai ler. E é bom que as escolas possam decidir que manuais pretendem adoptar. Mas, arranje-se a desculpa que se arranjar, livros escolares que falsificam a História não podem ser aprovados pelo Estado. Ou será que o Ministério também permitiria que as escolas escolhessem um manual que ensinasse que Hitler pretendia apenas um mundo mais harmonioso, que Pinochet afastou de forma pacífica alguns opositores e que Salazar era um homem bom que desconhecia as torturas da PIDE?

A Direcção.
P. 8, 11 SETEMBRO 2008 SÁBADO
– visite e divulgue o www.escolasempartido.org

O que um socialista/comunista mais gosta

Fonte

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 6.381, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2008.

Regulamenta a Lei no 7.474, de 8 de maio de 1986, que dispõe sobre medidas de segurança aos ex-Presidentes da República, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 7.474, de 8 de maio de 1986,

DECRETA:

Art. 1o Findo o mandato do Presidente da República, quem o houver exercido, em caráter permanente, terá direito:

I - aos serviços de quatro servidores para atividades de segurança e apoio pessoal;

II - a dois veículos oficiais, com os respectivos motoristas; e

III - ao assessoramento de dois servidores ocupantes de cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível 5.

Art. 2o Os servidores e motoristas a que se refere o art. 1o serão de livre escolha do ex-Presidente da República e nomeados para cargo em comissão destinado ao apoio a ex-Presidentes da República, integrante do quadro dos cargos em comissão e das funções gratificadas da Casa Civil da Presidência da República.

Art. 3o Para atendimento do disposto no art. 1o, a Secretaria de Administração da Casa Civil da Presidência da República poderá dispor, para cada ex-Presidente, de até oito cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, sendo dois DAS 102.5, dois DAS 102.4, dois DAS 102.2 e dois DAS 102.1.

Art. 4o Os servidores em atividade de segurança e os motoristas de que trata o art. 1o receberão treinamento para se capacitar, respectivamente, para o exercício da função de segurança pessoal e de condutor de veículo de segurança, pelo Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Art. 5o Os servidores em atividade de segurança e os motoristas aprovados no treinamento de capacitação na forma do art. 4o, enquanto estiverem em exercício nos respectivos cargos em comissão da Casa Civil, ficarão vinculados tecnicamente ao Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional, sendo considerados, para os fins do art. 6o, inciso V, segunda parte, da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, agentes daquele Departamento.

Art. 6o Aos servidores de que trata o art. 5o poderá ser disponibilizado, por solicitação do ex-Presidente ou seu representante, porte de arma institucional do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional, desde que cumpridos os seguintes requisitos, além daqueles previstos na Lei no 10.826, de 2003, em seu regulamento e em portaria do Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional:

I - avaliação que ateste a capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, a ser realizada pelo Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional;

II - observância dos procedimentos relativos às condições para a utilização da arma institucional, estabelecidos em ato normativo interno do Gabinete de Segurança Institucional; e

III - que se tratem de pessoas originárias das situações previstas no art. 6o, incisos I, II e V, da Lei no 10.826, de 2003.

Parágrafo único. O porte de arma institucional de que trata o caput terá prazo de validade determinado e, para sua renovação, deverá ser realizada novamente a avaliação de que trata o inciso I do caput, nos termos de portaria do Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

Art. 7o Durante os períodos de treinamento e avaliação de que tratam os arts. 4o e 6o, o servidor em atividade de segurança e motorista de ex-Presidente poderá ser substituído temporariamente, mediante solicitação do ex-Presidente ou seu representante, por agente de segurança do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional.

Art. 8o O planejamento, a coordenação, o controle e o zelo pela segurança patrimonial e pessoal de ex-Presidente caberá aos servidores de que trata o art. 1o, conforme estrutura e organização própria estabelecida.

Art. 9o A execução dos atos administrativos internos relacionados com a gestão dos servidores de que trata o art. 1o e a disponibilidade de dois veículos para o ex-Presidente serão praticadas pela Casa Civil, que arcará com as despesas decorrentes.

Art. 10. Os candidatos à Presidência da República terão direito a segurança pessoal, exercida por agentes da Polícia Federal, a partir da homologação da respectiva candidatura em convenção partidária.

Art. 11. O Ministro de Estado da Justiça, no que diz respeito ao art. 10, o Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, no que concerne aos arts. 4o, 5o, 6o e 7o, e o Secretário de Administração da Casa Civil, quanto ao disposto nos arts. 2o e 9o, baixarão as instruções e os atos necessários à execução do disposto neste Decreto.

Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Art. 13. Revoga-se o Decreto no 1.347, de 28 de dezembro de 1994.

Brasília, 27 de fevereiro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Tarso Genro

Jorge Armando Felix

Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.2.2008

Checando biografias (versão com fontes)

Do portal do OLAVO DE CARVALHO
11 de setembro de 2008

Enquanto nos EUA, no Brasil e no mundo a grande mídia esquerdista (desculpem a redundância) vasculha a biografia de Sarah Palin nos seus mínimos detalhes, trazendo ao público as revelações chocantes de que ela pertence à Igreja Pentecostal, de que sua filha transou com o namorado e de que (acrescenta a pérfida Ann Coulter) seu cabelereiro teve uma multa de trânsito em 1978, nada, absolutamente nada aí se conta a ninguém sobre alguns episódios da vida de Barack Hussein Obama, decerto irrisórios e desprovidos de qualquer alcance político, não é mesmo? Eis oito exemplos:

1. Ele foi admirador e companheiro de protestos do pastor Louis Farrakhan, aquele segundo o qual “o judaísmo é a religião do esgoto”. Isso faz tempo, mas depois de eleito senador ele deu 225 mil dólares em verbas federais à igreja de seu amigo Michael Pfleger, onde Farrakhan é um dos mais freqüentes e aplaudidos pregadores convidados.

· Pfleger, ainda mais radical que Jeremiah Wright: http://www.youtube.com/watch?v=LjJlsGrlbUs

2. No Quênia, ele deu apoio eleitoral a um agitador que depois organizou a destruição de trezentos templos cristãos e o assassinato de mais de mil fiéis, cinqüenta deles queimados vivos numa igreja, sem que Obama viesse a dizer uma só palavra contra essa gentil criatura.

3. Ele disse que o terrorista William Ayers (da quadrilha do “Homem do Tempo”) era apenas um seu vizinho com quem jamais conversava de política, mas depois se descobriu que ele e Ayers dirigiram juntos uma ONG que coletou 72 milhões de dólares para movimentos de esquerda, sendo um interessante exercício intelectual conjeturar como puderam fazer isso sem falar de política.

4. Neste preciso momento ele responde na Pensilvânia a um processo de falsidade ideológica, por ter apresentado a seus eleitores uma certidão de nascimento obviamente forjada. A verdadeira, se existe, até hoje não apareceu, e o beautiful people da mídia não releva o menor interesse em conhecê-la.

· Processo contra Obama: www.obamacrimes.com

5. Embora ele diga que sempre foi cristão, todos os seus colegas e professores de escola primária, bem como seu meio-irmão e sua meia-irmã, afirmam que ele era muçulmano na época em que ali estudava.

6. Por duas décadas ele freqüentou semanalmente uma igreja que alardeava a “teologia da libertação” mais escancaradamente comunista e anti-americana, e depois disse que não tinha a menor idéia do conteúdo do que ali se pregava.

7. Não é só sobre suas origens ou sobre sua religião que Obama cultiva segredos. Também não é só sua certidão de nascimento autêntica que continua inacessível. Embora gabando-se de sua carreira em Harvard, ele se recusa a mostrar o histórico de seus estudos universitários. Os fofoqueiros maldosos dizem que ele tem vergonha de mostrar suas notas baixas (talvez ainda mais baixas que as de George W. Bush, Al Gore e John Kerry), mas agora se sabe que ele tem um motivo mais forte para encobrir os detalhes da sua passagem por Harvard: seus estudos ali foram pagos por Donald Warden, um americano que, islamizado sob o nome de Khalid Abdullah Tariq al-Mansour, veio a se tornar um dos mentores do grupo terrorista Panteras Negras, fund-raiser para a organização pró-terrorista African-American Association e autor de um livro segundo o qual o governo americano planeja matar todos os negros.

8. Em cinco campanhas eleitorais, o mais ativo coletor de fundos para Obama foi o vigarista sírio Tony Rezko, condenado por dezesseis crimes. Uma vez no Senado, Obama retribuiu com dinheiro público a gentileza, convencendo vários prefeitos a investir um total de 14 milhões de dólares num projeto imobiliário do malandro.

Os brasileiros não saberão de nada disso assistindo ao “Jornal Nacional”, nem os americanos à CNN. Ante as acusações gerais de que John McCain não checou direito a biografia de Sarah Palin, o colunista Don Feder sugere que a de Obama, por sua vez, foi checada meticulosamente – por uma comissão integrada por Forrest Gump, o Inspetor Clouseau e o Agente 86, Maxwell Smart. E, quando Obama comete um lapsus linguae, dizendo “minha fé muçulmana” em vez de “minha fé cristã”, todas as almas santas do esquerdismo mundial se revoltam ante as insinuações, vindas de maldosos direitistas, de que isso possa significar alguma coisa. Eu mesmo sou tão perverso que cheguei a me perguntar se Obama não trocava os pés pelas mãos justamente por ser muito difícil, até para um ator tarimbado, exibir-se como um pavão no poleiro e ao mesmo tempo esconder-se como um rato na toca.

Mas Obama nem precisaria ser tão escrupuloso na camuflagem. A mídia esconde tudo por ele – para quê preocupar-se em vão ao ponto de ficar nervoso e atrapalhar-se no discurso? Afinal, que são os pequenos deslizes do candidato democrata em comparação com a gravidez solteira de Bristol Palin? Toda a esquerda chique, que sempre batalhou pela “liberação sexual da juventude”, está hoje escandalizada, chocada, perplexa ante essa semvergonhice incomum, sem dúvida um risco maior para a segurança dos EUA no caso de Sarah Palin chegar à vice-presidência. Com o detalhe especialmente elucidativo de que, uma vez desencadeada a campanha de ataques à devassidão abominável da família Palin, essa mesma onda é explicada retroativamente como fruto do moralismo reacionário dos americanos e assim transfigurada num argumento fulminante contra a eleição de candidatos conservadores.

***

P. S. – Já habituado a apostar contra a classe jornalística e ganhar sempre (se eu botasse dinheiro nisso estaria milionário), fui o único correspondente brasileiro nos EUA a anunciar, com antecedência de duas semanas, que Sarah Palin era o nome mais provável para a candidatura à vice-presidência na chapa McCain. A mídia nacional inteira cumpriu fielmente, como sempre, seu dever de chutar e errar. Quem mais caprichou foi o correspondente do Estadão, que fez uma lista de dez – não dois ou três, mas dez – vicepresidenciáveis, e nenhum deles era Sarah Palin.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O arcebispo Carlo Caffarra denuncia o silêncio da mídia sobre as perseguições na Índia (Zenit.org),

Do portal do PERCIVAL PUGGINA

BOLONHA, sexta-feira, 12 de setembro de 2008 (ZENIT.org).- O cardeal Carlo Caffarra, arcebispo de Bolonha, denunciou o «ensurdecedor silêncio da mídia, mais preocupada com os ursos do que com os cristãos», durante a jornada de jejum e oração convocada pelas dioceses italianas em solidariedade com os cristãos perseguidos no estado indiano de Orissa, em 9 de setembro passado.

Em sua homilia na catedral de Bolonha, o cardeal afirmou que «a grandeza do mártir desmascara a pobre nudez do relativismo», e animou os fiéis lá reunidos a «compartilharem, com o jejum e a oração, a mesma paixão dos que são perseguidos pelo nome do Senhor».

O purpurado denunciou o «ensurdecedor silêncio dos meios de comunicação (exceto os católicos) com relação a estas graves violações dos direitos fundamentais da pessoa, o direito à vida e o direito à liberdade religiosa».

«Este 'silêncio ensurdecedor' nos oferece matéria de profundas reflexões», comentou o cardeal Caffarra, e se perguntou depois: «Por que as pessoas se preocupam mais pelo destino dos ursos polares que pelos homens e mulheres culpados apenas por terem escolhido a fé cristã?».

Segundo o arcebispo de Bolonha, este comportamento se deve a que «o martírio incomoda gravemente quem crê que no fundo tudo é negociável, quem nega que exista algo sobre o que não se possa dispor ou que não possa ser comercializado».

«O mártir exalta a dignidade da pessoa, de modo que só pode ser censurado por quem pensa que, no final, o homem é só um fragmento corruptível de um todo impessoal. A grandeza do mártir desmascara a pobre nudez do relativismo.»

O purpurado recordou a vida e os ensinamentos de Jesus, que morreu na cruz para salvar os homens, e explicou que «nossos irmãos e irmãs estão percorrendo o caminho do Senhor».

«Eles são o grão de trigo que, caído na terra indiana, trará muito fruto – prosseguiu. Eles são conscientes de que é melhor, se essa for a vontade de Deus, sofrer fazendo o bem antes que fazendo o mal.»

«Estes irmãos e irmãs perseguidos – concluiu – estão nos oferecendo o maior ensinamento sobre o homem, sobre sua dignidade, sobre sua altíssima vocação.» Por isso, «nada nos perturba, mas adorando só Cristo em nosso coração, estamos sempre dispostos a responder a quem nos peça razões de nossa esperança».

A Vaca Atolada

Do portal A VERDADE SUFOCADA
16 de setembro de 2008

Por Percival Puggina (*)

Em 1996, a Bolívia abriu suas reservas petrolíferas e refinarias aos investimentos externos. As instalações estavam sucateadas e o país não tinha meios financeiros. A Petrobrás entrou no sistema, investiu em tecnologia, qualificou as instalações, capacitou recursos humanos, construiu três mil quilômetros de gasodutos até o Brasil e, principalmente, criou uma demanda para 85% do gás boliviano. Hoje, com o mercado consumidor daqui, a Petrobrás responde por 15% do PIB daquele país e por algo entre 20% e 30% de sua receita tributária.

Não obstante, o Brasil se tornou alvo para a demagogia esquerdista que elegeu Evo Morales. "O Brasil enriquece à custa da nossa pobreza!". E todos lembram do que ocorreu em 2006: desapropriação, presença do exército nas usinas e discursos veementes contra os brasileiros gananciosos que sugavam as riquezas bolivianas sem uma conveniente retribuição. Em resposta, o Brasil falou grosso, depois falou fino e, finalmente, bonzinho, recuou. Há dois meses a Petrobrás anunciou que vai investir mais US$ 1 bilhão na Bolívia. Pode?

Pode. No começo dos anos 90, o Brasil assinou um acordo binacional que lhe garantia gás argentino posto na cidade de Uruguaiana. Dali, o gasoduto seguiria para Porto Alegre. Em Uruguaiana seria construída uma grande usina termelétrica (600 MW). Tudo certo e assinado? Tudo certo e assinado. Ficou pronto o gasoduto até a usina. Inaugurou-se a termelétrica. E o gás subiu de preço. Pior, começou a faltar. Ué! Cadê o gás que estava aqui? O gato aspirou. O país vizinho, por falta de investimentos, entrou em crise energética e restringiu a torneira situada na província de Entre Rios. O brasileiro, bonzinho, reviu o acordo binacional e aceitou a redução do fornecimento. E aí o gás acabou. Como assim, "acabou"? Acabou, mesmo, de vez. Deve ter havido um movimento tipo "El gas es nuestro!". Agora, a usina de US$ 350 milhões está para ser desmontada e vendida. Pode?

Pode. Na década de 70, o Brasil decidiu construir Itaipu. O Paraguai não tinha dinheiro nem crédito para dividir ao meio o investimento. Entrou com metade da água e da vontade, para receber 50% da energia. É essa energia que viabiliza a equação paraguaia no investimento. Assim: da metade da energia que lhe corresponde, o Paraguai, que só tem mercado para cerca de 10%, vende o excedente ao Brasil. A diferença entre o preço dessa venda e a tarifa no mercado brasileiro cobre a parte paraguaia no financiamento.

É esse acordo que Fernando Lugo, o novo demagogo esquerdista alçado ao poder na América Latina, quer rever. A exemplo de Evo Morales, ele fez campanha prometendo acabar com a exploração imperialista brasileira. De novo, o Paraguai é pobre porque o Brasil é rico... Tá bem. E o brasileiro, bonzinho, vai aceitar. Alega o mandatário que seu país tem imensos excedentes energéticos e em nada se beneficia disso. Esquece-se, no entanto, de que recebe energia a troco de banana e andaria a toco de vela não houvesse o Brasil assumido os encargos e riscos de Itaipu.

Pessoalmente extraio duas lições desses três fatos. A primeira é a de que o Mercosul atolou e só vai andar quando os países membros adotarem instituições mais sérias e menos sujeitas ao acasalamento da baboseira ideológica com a demagogia. E a segunda é a de que os investimentos que o Brasil está fazendo nos países vizinhos são de altíssimo risco porque as assinaturas se depreciam com o passar do tempo.

(*) Fonte: http://www.puggina.org/

REFLEXÕES MELANCÓLICAS SOBRE O DECÁLOGO PARA ENFRENTAR EVO MORALES

Do portal PAPÉIS AVULSOS do HEITOR DE PAOLA


Reflexões melancólicas sobre o “Decálogo para enfrentar Evo Morales” de Alejandro Peña Esclusa

Heitor De Paola

Primeiro: Evo Morales não representa o interesse dos bolivianos. Apesar de sua aparência indígena, tampouco representa o interesse das etnias bolivianas. Ele é um agente a serviço de forças internacionais agrupadas ao redor do Foro de São Paulo.

Infelizmente Lula representa o interesse dos brasileiros, se não na sua totalidade, ao menos em sua esmagadora maioria. Sua aparência não é mera aparência, Lula é aquilo mesmo. Obviamente o único ponto de contato com Morales é que Lula também “é um agente a serviço de forças internacionais agrupadas ao redor do Foro de São Paulo”. Pior: é seu fundador e Morales é apenas uma cria mal nutrida.

Segundo: A oposição boliviana não luta contra o governo nacional, senão contra um conglomerado internacional que utiliza Evo Morales para apoderar-se da Bolívia. Por isso, cada vez que Morales se encontra em apertos, seus aliados saem para respaldá-lo publicamente e para prestar-lhe todo seu apoio.

Ai, que coisa boa deve ser contar com uma oposição! É triste reconhecer: não existe oposição brasileira! Aqui os partidos são meras siglas para acomodar melhor os mesmos interesses. Quando o Presidente do DEM – supostamente um partido liberal - diz que o programa bolsa família é um programa liberal e o seu candidato a Prefeito de São Paulo lança o comunista Serra para Presidente em 2010, que se pode esperar? Onde a canalhice oportunista e mercenária impera, não há oposição! Pior, quando Alejandro diz “cada vez que Morales se encontra em apertos, seus aliados saem para respaldá-lo publicamente e para prestar-lhe todo seu apoio”, Lula é o próprio comandante aliado deste apoio!

Terceiro: Evo Morales não é um democrata. Depois de derrocar dois governos usando métodos antidemocráticos, decidiu amoldar-se ao sistema – participando das eleições – unicamente para chegar ao poder. Uma vez na Presidência, utiliza as instituições do Estado para destruir a democracia desde dentro.

Aqui é pior: Lula não derrotou dois governos democráticos, é exatamente o resultado dos dois governos anteriores do príncipe dos hipócritas FHC que o lançou! E que sempre sai em seu socorro nas horas em que há alguma possibilidade de impeachment. Portanto, esta é uma impossibilidade. Se houver perigo, FHC – e talvez até o DEM – socorre.

Quarto: Não é possível derrotar Evo Morales eleitoralmente. O governo boliviano já conta com o método cubano-venezuelano para cometer fraude. O padrão eleitoral está atualmente tão tergiversado que não é possível manter-se eleições livres e transparentes sem antes depurá-lo.

Bem, aqui temos maquininhas confiáveis! Podemos confiar que elas darão o resultado a quem Lula-FHC-ONU mandarem! Mais confiáveis impossível, não? Já sabemos o resultado antes! Viva a tecnologia moderna!!!! Aliás, qual o problema? Não teríamos escolha mesmo!

Quinto: Os partidos políticos de oposição não estão em condições de enfrentar o governo sozinhos, porque – devido à sua formação – estão acostumados ao diálogo e à negociação. Um ditador como Evo Morales não acredita no diálogo nem na negociação, senão que os usa para ganhar tempo, enquanto consolida seu projeto totalitário. Por isso, a sociedade não partidarista – essa que sai às ruas para protestar – deve adquirir maior liderança.

É de chorar: não temos nem uma coisa nem outra!!!! Aqui a “oposição que sai às ruas” não passa de um bando de nacionalisteiros que são mais antiamericanos do que anticomunistas. Combate ideológico como na Bolívia? Zero! Combate ao menos político? Zero! Fechamento de estradas e fronteiras, com a louvável exceção dos bravos arrozeiros de Roraima: zero! O que combatem os que saem às ruas no Brasil? Slogans anódinos como “corrupção”, “impunidade”, “pela paz e concórdia” e outras palhaçadas. Até quando defendem o território nacional, particularmente a Amazônia, o fazem vendo o inimigo no Grande Satã, o “império americano” e não o Foro de São Paulo e a tal malfadada “comunidade internacional”: a rede de ONG’s multibilionárias.

Sexto: O tempo conta a favor do oficialismo. Enquanto a oposição tem que financiar suas atividades com recursos próprios e, portanto, limitados, o governo boliviano conta com as arcas do Estado e com o financiamento inesgotável que lhe envia Hugo Chávez. Além disso, cada dia que passa o governo aproveita para destruir os poucos espaços democráticos que restam. Por isso, quanto mais tempo Evo Morales leve no poder, mais difícil será tirá-lo de lá.

No Brasil a oposição mirrada que temos precisa financiar a si mesma, pois os empresários brasileiros são em sua esmagadora maioria cúmplices do governo comunista enquanto este tomar atitudes que encham seus bolsos. Como é o caso da doação do Grupo Gerdau para a filha do Ministro da Justiça, candidata a Prefeita de Porto Alegre. Segundo denúncia veiculada no exterior as empresas Odebrecht, ImBev e Pão de Açúcar estariam patrocinando a candidatura de Dilma Roussef em 2010 e o retorno de Lula em 2014. Si non è vero, è bene trovato! A Odebrecht está interessadíssima na privatização do Galeão além de já ter sido aquinhoada com reformas em outros aeroportos da INFRAERO a ImBev quer chegar ao monopólio de cervejas e refrigerantes no país e o Pão de Açúcar é um sucesso suspeito em aquisições de outras redes de supermercados. Além de não darem um tostão furado para as organizações que defendem a propriedade privada, as liberdades individuais e a tradição ocidental, provavelmente ainda riem de nós!

Sétimo: A única maneira de conseguir uma mudança de governo na Bolívia é mediante ações de rua, pacíficas, simultâneas e generalizadas, quer dizer, em todo o território nacional. A convocatória oficialista a um referendo para aprovar uma Constituição ilegal, deve servir de incentivo para organizar o protesto.

Não há maneira possível de conseguir mudança no governo do Brasil! Jamais haverá manifestações de rua contra nada.

Oitavo: A oposição boliviana deve estudar detalhadamente o processo político venezuelano dos últimos dez anos, porque isso equivale a antecipar-se a seu próprio futuro. Entre as lições que deve aprender é não repetir os erros cometidos pelos dirigentes opositores venezuelanos.

O processo político revolucionário no Brasil difere do venezuelano e do boliviano. O Brasil é o país onde as técnicas revolucionárias anestésicas de Antonio Gramsci foram melhor aplicadas.

Nono: Urge usar a informação do computador de Raúl Reyes. Os aliados a Evo Morales – e possivelmente o próprio Morales – estão estreitamente vinculados às FARC e, portanto, são cúmplices de narco-terrorismo e de outros delitos de lesa-humanidade. A informação contida no computador confiscado de Raúl Reyes pode ser de grande utilidade para livrar a Bolívia da ditadura.

Elucidar e trazer à tona os contatos de Lula com as FARC é ainda mais importante. No entanto a melhor avaliação deste assunto é feita por Luis Alberto Villamarín Pulido: “A diferença entre Lula e os bocudos da Venezuela, Equador e Nicarágua, é de estilo mas não de pensamento nem de propósitos. E, claro que a uma potência econômica como o Brasil, com um dos exércitos mais bem preparados e que carregam uma responsabilidade muito grande em defesa da soberania nacional e da segurança do hemisfério, a ditadura cubana não a pode manipular com a mesma facilidade com que dispõe de seus cachorros em Quito, Caracas, Manágua e La Paz. Porém, ao mesmo tempo, Lula está de acordo com o que pensam e fazem seus vizinhos co-partidários, mancomunados com Piedad Córdoba e o Partido Comunista Colombiano.(...) Sem dúvida, Lula (embora à sua maneira) faz parte do complô contra a Colômbia e no final o que contam são os resultados”.

Décimo: Uma vez que Evo Morales trabalha para uma máfia internacional, a oposição boliviana deve travar a batalha não só no campo interno, como também no campo continental, buscando alianças com os setores democráticos da América Latina.

A blindagem de Lula não é produzida apenas internamente, nem mesmo é produto Latino-Americano: começa no Departamento de Estado, controlado pelo Council on Foreign Relations. Obama é aliado de todos os comunistas e jamais mexerá com Lula se McCain ganhar, o provável Secretário de Estado Assistente para a América-Latina será, novamente, Otto Reich, a quem já me referi diversas vezes (ver aqui, aqui e principalmente aqui).

(As traduções dos originais em espanhol são de Graça Salgueiro)