Data: 14/11/2008 Veículo: O ESTADO DE S. PAULO - SP Editoria: ECONOMIA E NEGÓCIOS Jornalista(s): Isabel Sobral e Rosa Costa
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Propostas do senador Paulo Paim (PT-RS) podem custar até 25% do Produto Interno Bruto até o ano de 2050 Isabel Sobral e Rosa Costa, BRASÍLIA A equipe econômica está perdendo o sono com as idéias de um único senador. E ele é da base aliada e do partido do presidente da República. Três propostas do senador Paulo Paim (PT-RS), que ele chama de "pacote de valorização dos aposentados", são vistos no Planalto e no Ministério da Fazenda como a "tragédia das contas públicas". Os projetos já passaram em definitivo pelo Senado e estão liberados para votação na Câmara - um deles, porém, ainda pode ser submetido ao plenário do Senado. Paim quer o fim do fator previdenciário e que todos os benefícios pagos pela Previdência sejam corrigidos e os aposentados recuperem a quantidade original de salários mínimos com que se aposentaram. Por último, ele propõe a criação do Índice de Correção Previdenciária (ICP), um mecanismo para manter o poder de compra das aposentadorias e pensões. Pelos cálculos da Previdência, segundo o ministro José Pimentel, a entrada em vigor das propostas de Paim, a partir de 2009, faria a despesa previdenciária pular dos atuais 7% do Produto Interno Bruto (PIB) para algo em torno de 25% do PIB em 2050. O fator previdenciário foi criado em 1998, no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), para desestimular e penalizar as aposentadorias precoces - quanto mais cedo o trabalhador passar à inatividade, menor o benefício. Segundo o ministério, o fator previdenciário representou uma poupança de R$ 10 bilhões, considerando as aposentadorias por tempo de contribuição concedidas entre janeiro de 2000 e dezembro de 2007. No caso das correções acima da inflação para os benefícios superiores ao salário mínimo, haveria um gasto anual a mais estimado em R$ 9 bilhões. E para 2009, há uma preocupação adicional para as contas previdenciárias: o reajuste do salário mínimo poderá girar um pouco acima de 10% (soma de 5,4% de crescimento econômico de 2007 mais a inflação acumulada em 2008) e ainda terá que ser concedido (antecipadamente) em 1º de fevereiro, com impacto na folha de março. No caso do ICP, Pimentel disse ontem que o impacto do índice na folha de outubro seria de R$ 5,8 bilhões. Ao longo de um ano, contabilizando também o 13º salário-benefício, o ICP custaria aos cofres da Previdência R$ 76,6 bilhões. O ministro Pimentel tem feito verdadeiras romarias pelos gabinetes da Câmara e do Senado, falando com deputados e senadores até nos corredores, para tentar derrubar as propostas de Paim - no Senado ele perdeu todas as batalhas. Pimentel, que também é deputado federal, pelo PT do Ceará, tem alertado os colegas parlamentares para o fato de que não há previsão orçamentária nem para arcar com os custos do fim do fator previdenciário. Paim rebate os números do governo com uma pergunta: "De onde os técnicos tiram esses cálculos?". "A correção dos benefícios superiores ao mínimo custaria por ano muito menos", afirmou o senador gaúcho, mas sem detalhar seus números. "Se há dinheiro para bancos, montadoras, construção civil e ruralistas, por que só os aposentados é que ficam sobrando?", questiona Paim, referindo-se à ajuda financeira que o governo Lula está dando a esses setores da economia. Paim lembra, ainda, da MP do reajuste de servidores públicos que, segundo ele, implica gastos de "algo em torno de R$ 50 bilhões". E volta a rebater: "Se tem tudo isso para os servidores, por que não tem para nossos idosos?". Na quarta-feira, passou na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado o projeto que estabelece um novo parâmetro de atualização do poder de compra dos benefícios pagos a aposentados. Pelo Índice de Correção Previdenciária , Paim espera atualizar em cinco anos o valor dos benefícios. Pela proposta, na data da aposentadoria cada segurado passará a ter um ICP individual, a ser usado para cálculo dos reajustes por toda a vida. "E quem se aposentou com, por exemplo, três salários mínimos mantém o valor anos depois", explica. "Ou seja, é preciso manter uma República só para os projetos do Paim", disse a líder do governo, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC). O recurso final para barrar as propostas de Paim é o veto do presidente Lula. |
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sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Senado abre rombo na Previdência
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