Do blog ALERTA TOTAL
Por Olyntho Contente, quarta-feira, 21 de maio de 2008
“A ministra Dilma Roussef foi a principal avalista da espúria sociedade entre a Petrobras e a multinacional White Martins que criou a Gemini, união que é um dos maiores crimes de lesa-pátria da história brasileira”. A acusação foi feita pelo engenheiro e ex-integrante do extinto Conselho Nacional do Petróleo, João Vinhosa. Ele se refere à empresa constituída para liquefazer e transportar gás natural no país, na qual a Petrobras é sócia minoritária, com 40% de participação, e a White, majoritária, com 60% das cotas.
“À época, Dilma era a ministra das Minas e Energia e presidente do Conselho Administrativo da Petrobras (cargo que ocupa ainda hoje). Portanto, o contrato que criou a Gemini, altamente lesivo aos interesses nacionais, foi assinado com o seu aval”, afirmou. No seu entender, o negócio foi arquitetado para beneficiar a multinacional, a começar pelo modelo societário em que a Petrobras, apesar de produtora da matéria-prima, optou por ser a sócia minoritária. Com isto, além de entregar à White, através da Gemini, o monopólio da produção e comercialização do gás natural liquefeito (GNL) no Brasil, assegurou que a empresa não tenha que prestar conta de seus atos aos órgãos federais como o Tribunal de Contas da União (TCU), já que é uma firma privada.
Enriquecendo com os campos gigantes
Por este motivo, a Gemini também não é obrigada a realizar licitações. “Foi fazendo uso deste direito que ela contratou sua própria sócia majoritária, a White Martins, para realizar todos os serviços necessários ao desenvolvimento de suas atividades (liquefação, logística, transporte e comercialização). Dá para imaginar o risco que corre o dinheiro público com o transporte do GNL feito pela White a preços sigilosos?”, questionou Vinhosa.
Mas, segundo denunciou, é outro aspecto o mais grave de todos os muitos gerados por esta injustificável sociedade, podendo trazer prejuízos para todo o país. O engenheiro lembrou que com a criação da Gemini, o governo Lula transformou a White (propriedade da norte-americana Praxair Inc.), na maior beneficiária da descoberta de novos e gigantescos campos, como o de Tupi, e outras mega-reservas de gás natural a serem encontradas.
“O único meio de exportar este gás para grandes consumidores, como Estados Unidos, União Européira, China e Japão é no estado líquido por navio. Caso queira, ela mesma, liquefazer o produto, a Petrobras terá que usar os serviços da Gemini, leia-se, White Martins, passando para a multinacional, bilhões de dólares, que poderiam ir para o caixa da própria Petrobras. Isto tudo porque desnecessariamente, se associou à White, para a produção e comercialização de GNL, quando poderia produzir sua tecnologia no ramo”, afirma Vinhosa.
Folha corrida
Segundo o engenheiro, o prejuízo com este “pedágio” poderá ser semelhante ao que teria havido se, quando resolveu entrar na atividade de refino de petróleo, a Petrobras tivesse aberto mão de se capacitar para isto e se associado a alguma empresa que detivesse este know how. “Com toda a certeza, pagaríamos rios de dinheiro ao sócio estrangeiro. E vamos fazer exatamente isto com a White Martins. A grande questão é: que interesses levaram o governo Lula a fazer isto?”, indagou. Ele lembra que tudo isto foi feito, com uma empresa investigada pelo próprio governo por formação de cartel e que praticou superfaturamento contra os hospitais federais do Rio de Janeiro, inclusive o Hospital Central do Exército (HCE).
Olyntho Contente é Jornalista e redator do Sindsprev/RJ
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