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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Perigosa demagogia: Parte I

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Thomas Sowell em 08 de fevereiro de 2008

Resumo: O mundo de John Edwards, como o mundo de Barack Obama, é um mundo de vítimas, de quem alegam ser os salvadores, comprovando que já é tempo de os eleitores exigirem programas políticos sérios, em vez de retórica emocional que coloca a lógica de lado.
© 2008 MidiaSemMascara.org

A maioria das pessoas tem senso comum e senso de decência suficientes para não apoiar horrores, a menos que alguém encontre uma forma de “desligar” seu pensamento e “ligar” suas emoções.

Jim Jones fez isso levando centenas de pessoas à morte em Jonestown. Numa escala muito maior, foi assim que Lênin criou um regime assassino na Rússia, foi assim que Hitler fez a mesma coisa na Alemanha e Mao na China.

Com tudo isso, devemos estar ainda mais conscientes da necessidade de nos mantermos em guarda contra a demagogia, em pleno século XXI, que aqueles que miravam Hitler, boquiabertos de emoção, nos anos 1930, ou miravam outros demagogos, grandes ou pequenos, por todo o mundo durante o turbulento século XX.

Muitos acham eletrizante que o mantra “mudança” esteja ressoando por todo o país durante este ano eleitoral. Mas façamos o que os políticos esperam que nunca vamos fazer – paremos e pensemos.

É duvidoso que haja um só homem neste país que esteja 100 por cento satisfeito com tudo que está acontecendo. Em outras palavras, todos apóiam mudanças.

A diferença real entre esquerdistas e conservadores está nas coisas específicas que eles desejam mudar, e em que direção deverá ser a mudança.

Milton Friedman foi uma liderança do pensamento conservador enquanto viveu, mas ele queria mudar radicalmente o FED (Banco Central Americano), o sistema educacional, o sistema fiscal, dentre outras coisas.

Todos apoiamos mudanças. Diferimos nas especificidades. Unir as pessoas em torno do inconseqüente mantra “mudança” significa pedir um cheque em branco em troca de retórica. Esse negócio foi feito várias vezes em muitos lugares – e milhões de pessoas viveram o bastante para se arrependerem amargamente.

É muito pedir aos políticos para formularem programas específicos, ao invés de desfilarem entre nós “desligando” nossas mentes e “ligando” nossas emoções por meio de uma retórica inflamada.

Os otimistas até esperam por alguma consistência lógica e por fatos concretos.

Barack Obama diz que quer “curar os EUA e reparar o mundo”. Fica-se imaginando o que ele proporá para um segundo mandato e se ele descansará no sétimo dia.

Que tenham tantas pessoas que são levadas por tal retórica é um enorme perigo, pois isso significa que o destino desta grande nação fica em risco toda vez que aparecer um demagogo competente.

Barack Obama diz que quer “curar” o país e, ao mesmo tempo, vende a idéia de que todo tipo de pessoa é uma vítima por quem ele lutará.

Promover a divisão enquanto se proclama a unidade é algo que só se poder fazer no mundo da retórica.

Contudo, o senador Obama não tem o monopólio da demagogia. O ex-senador John Edwards tem jogado o mesmo jogo por mais tempo, mesmo que não seja com a mesma eficiência.

John Edwards construiu sua fortuna nos tribunais, retratando bebês com defeitos congênitos como vítimas dos ginecologistas. O custo de tal demagogia excede, em muito, as dezenas de milhões de dólares que Edwards embolsou para si próprio enganando jurados ingênuos.

Tais processos, baseados em arremedo de ciência (junk science), têm feito subir os custos do sistema de saúde, não somente diretamente, mas mesmo indiretamente, levando a um aumento dos nascimentos por cesariana e outros caros processos de “medicina defensiva” que protege os médicos em vez de proteger os pacientes.

O mundo de John Edwards, como o mundo de Barack Obama, é um mundo de vítimas, de quem ele alega ser o salvador.

O que é assustador é o pequeno interesse que o público e a mídia têm na história passada dos políticos salvadores e do clamor por uma genérica “mudança”.

Os EUA não são a Rússia czarista ou o Irã sob o governo do xá, de forma que as pessoas podem pensar que qualquer mudança seja para melhor. Mas, mesmo em tais países despóticos, as mudanças – para o comunismo e para o regime dos aiatolás – foram para pior.

Já é tempo de os eleitores exigirem programas políticos específicos em vez de retórica que “liga” as emoções e “desliga” o pensamento.

Publicado por Townhall.com

Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo

Leia também Perigosa demagogia: Final

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