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domingo, 17 de fevereiro de 2008

Factóide, sabotagem, pirataria ou especulação?

Do portal ALERTA TOTAL
Por Jorge Serrão em domingo 17 de fevereiro de 2008

Especuladores internacionais das principais bolsas de valores querem realmente ter certeza de que são verdadeiras as informações sobre as recentes descobertas dos mega-campos petrolíferos Tupi e Júpiter – anunciadas, com todo alarde, por um desgoverno sem a menor credibilidade. Os mesmos “investidores” querem saber se existe ou não tecnologia disponível para explorar tais campos em altas profundidades e sob gigantesca camada de sal. Eis as únicas certezas de espertos lobistas do setor empresarial e político brasileiro. A veracidade sobre tais informações vai ditar o ritmo de valorização das ações da Petrobrás. Este é o único fato que realmente interessa aos mega-especuladores.

Os blocos BM-S-11 (Tupi), com reservas gigantes de petróleo, e BM-S-24 (Júpiter), com gás natural, descobertos pela Petrobras em águas ultraprofundas na Bacia de Santos, ficam no território do Rio de Janeiro, segundo estudos preliminares da Agência Nacional de Petróleo. O campo de Tupi, nova fronteira exploratória do País, tem reservas estimadas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo. A Petrobrás tem duas sondas capazes de realizar perfurações no pré-sal, uma camada de sal com até dois quilômetros de espessura e situada entre o leito do oceano e reservas de petróleo leve. A Petrobras só deve começar os testes de longa duração no campo de Tupi no final de 2009. O projeto piloto no campo de Tupi deve começar apenas em 2010, com uma produção diária de 100 mil barris de petróleo e de 3 milhões de metros cúbicos de gás. Até esta fase, tudo é especulação.

Por isso, o tal roubo dos notebooks com informações sigilosas da empresa, têm baixa relevância. A notícia do tal furto pode ter vários objetivos. Uns suspeitam que seria um “factóide” do desgoverno Lula, para tirar os holofotes da mídia e da opinião pública sobre o escândalo dos gastos com os cartões corporativos da turma de Lula da Silva. Outros avaliam que o ataque ao container seja uma armação para prejudicar a empresa texana Halliburton – responsável pelo transporte do container enviado a Cabo Frio, dentro do qual os computadores portáteis foram afanados. Uma terceira versão admite que dados importantes da Petrobrás foram realmente pirateados.

Essa última é a que mais agrada ao discurso oficial. Para o ministro da Justiça, Tarso Genro, existem indicações, embora ainda não definitivas, de que governos estrangeiros estariam interessados nos segredos da Petrobras. Se as expectativas sobre o campo de Tupi se confirmarem, o Brasil entrará no seleto grupo dos oito maiores produtores de petróleo do mundo. Tarso comentou com assessores na sexta-feira: "Não é um caso som de espionagem de empresas que querem entrar em licitação. São interesses geopolíticos". O caso é investigado pela Polícia Federal, subordinada a Tarso.

A versão sobre o roubo de informações estratégicas da Petrobrás é notícia muito velha, porém não divulgada abertamente aos brasileiros. No começo da década de 80, alguns geólogos comentavam, em círculos fechados de palestras, que dados geológicos da empresa eram surrupiados durante o transporte em helicópteros entre as plataformas marítimas até terra firme. Há mais de 30 anos, com base em dados seguros pirateados, grandes investidores internacionais e as empresas petrolíferas sabem do potencial petrolífero brasileiro, embora o nosso óleo seja muito pesado e de má qualidade para o refino.

O diretor de Comunicações da Associação dos Engenheiros da Petrobrás, Fernando Siqueira, advertiu ontem que a confirmação pela Petrobrás do roubo de informações sigilosas da companhia é mais um motivo para se cancelar os leilões das bacias sedimentares brasileiras: “Com os dados sigilosos nas mãos, os interessados terão informação privilegiada para disputar os leilões promovidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e arrematar os melhores campos”.

Fernando Siqueira denunciou que a Lei 9478/97, aprovada durante o governo Fernando Henrique Cardoso, já era absurda em obrigar a Petrobrás a entregar à agência reguladora suas pesquisas (banco de dados), sob pena de perder a concessão de determinado bloco. O mais gritante foi que a ANP entregou informações resultantes das áreas de pré-sal antes do prazo de cinco anos, estabelecido em lei. “A ANP divulgou tais dados para as empresas concorrentes. Tal atitude revela a falta de decência, falta de zelo e falta de patriotismo”.

Fernando Siqueira pegou ainda mais pesado e a grande imprensa amestrada lhe deu quase nenhum espaço. O diretor da Aepet denunciou que o então superintendente de Gestão de Informações da ANP, Sérgio Possato, saiu da agência reguladora com os dados da Petrobrás debaixo do braço e os utilizou como mercadoria a ser negociada por sua empresa. Siqueira sustenta que Possato passou a vender o resultado das pesquisas da Petrobrás para empresas, na sua maioria multinacionais, no 6º e 7º leilões da ANP. O diretor da Aepet lamenta que nada tenha acontecido com ele, apesar do tráfico gritante de informações sigilosas da Petrobrás.

Outra excelente analise do caso do roubo de um notebook no container da Petrobrás foi enviada ao Alerta Total pelo leitor Rafael: “A PETROBRÁS é uma empresa que implementa todas as práticas de administração segura e transparente (como SOX, ITIL, COBIT) e faz rígido controle disso, aplicando punições administrativas nos funcionários que não seguem as normas de segurança estabelecidas. A PETROBRÁS possui um contrato GUARDA-CHUVA com a Checkpoint, uma das maiores empresas em segurança de dados do mundo. A Checkpoint, por sua vez, possui uma solução dedicada a CRIPTOGRAFIA DE DADOS EM DISPOSITIVOS MÓVEIS chamada POINT SEC”.

Confira em: http://www.checkpoint.com/products/datasecurity/mobile/index.html

Rafael prossegue: “Ainda que não tenham o produto da empresa acima, as especificações técnicas da PETROBRÁS de aquisição de notebooks pedem que o produto a ser fornecido contenha obrigatoriamente o chip do tipo TPM (Trusted Platform Module) e DRIVE LOCK que, para simplificar, é uma solução interna do notebook que DESABILITA o disco rígido se o portador não souber a senha. Neste caso, não se trata nem de embaralhar dados. O disco fica INUTILIZADO MESMO, tanto para leitura quanto para reaproveitamento (não tem nem como formatar). E a senha é gravada na BIOS, não tem acordo”. Por fim, o atento observador Rafael apela ao princípio de Ockham. "Quando há muitas explicações para um mesmo fato, a mais simples é a correta":

“Então vamos lá: Explicação 1: uma mudança de escritório fez com que todos o mobiliário, papelada e equipamentos, inclusive um portátil com informações sensíveis que afetam diretamente o negócio da empresa, fossem parar num container de uma empresa norte-americana, possível aliada do atual presidente, e nenhum funcionário da Petrobrás quis levar o notebook na mão, ou sabia do conteúdo deste equipamento, preferindo deixá-lo junto com a mudança e sem nenhuma proteção de dados, mesmo sabendo das rígidas regras do depto. de CSO da Petrobrás. Entre centenas de containers, os ladrões escolheram JUSTAMENTE o que tinha o notebook, que por sua vez era o notebook com as info. sigilosas sem proteção nem por software nem por chip, e só roubaram isso. Explicação 2: alguém queria vender a informação e simulou um furto. Qual é a verdadeira?”.

Eis mais um dos muitos mistérios insondáveis no atual desgoverno do chefão Luiz Inácio Lula Silva que, neste fim de semana, curte o friozinho da Antártida, acompanhado de sua esposa Marisa Letícia e do magnífico gênio empreendedor que é seu filho Fábio Luiz da Silva. A imprensa chama o nosso herói de “Lulinha”. Acontece que ninguém (na família ou no círculo de amigos do dono da empresa Gamecorp) trata o rapaz como um molusco de menor estatura. E a Presidência da República, através de seu nervoso Boncheviquepropagandaminister Franklin Martins, deixou bem claro à grande Nação Corinthiana que o “Fábio” pagava a passagem do bolso dele. Afinal, ele pode. E quem pode pode...

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