Novo ‘Manual do perfeito idiota latino-americano’ tira FHC da lista, mas deixa Lula
Por Ligia Filgueiras*
O jornal O Globo publicou uma entrevista (1) no domingo com Carlos Alberto Montaner, escritor cubano hoje radicado na Espanha, e um dos autores do ‘Manual do perfeito idiota latino-americano’, junto com Plinio Apuleyo Mendoza e Alvaro Vargas Llosa, publicado no Brasil em 1997 (2). Vem aí uma nova versão do livro num momento que Montaner considera crucial para divulgação: o populismo vai de vento em popa na AL.
O IL e a UniverCidade fizeram o lançamento da primeira versão no Rio, quando Montaner deu uma aula de esperança para a platéia universitária. Entre alertas positivos e negativos, mostrou, através de diversos exemplos da experiência histórica, o que leva as sociedades à pobreza ou estagnação e o que as leva à riqueza. Exortou os jovens a investirem em si mesmos, estudando, adquirindo mais conhecimentos, aperfeiçoando-se constantemente, e procurando fazer poupança para o futuro, evitando o caminho fácil do “torrar” dinheiro. Estimulou-os, inclusive, a conhecerem e a participarem do mercado de ações. ‘Se você entra ainda que como officeboy para uma empresa – explicava Montaner - e pode perceber como ela se desenvolve e prospera, veja se tem ações na Bolsa de Valores. Se tem, invista um pouco de sua poupança nas ações dessa empresa. Dentro dela, você poderá saber a quem está confiando sua poupança. Mais tarde, esse pequeno esforço contínuo poderá lhe render muitos frutos.”
Montaner narrou a experiência como exilado Cubano e sua observação de outros países da América Latina. Percebeu que, tradição cultural à parte, havia algo mais em comum entre seus países que os levavam, inexoravelmente, à pobreza. E a razão não poderia ser a herança cultural, já que o Chile estava mostrando excelentes resultados com a aplicação da prática liberal. Essas reflexões, feitas com os companheiros, Alvaro e Plinio, levaram-no a publicar o “Manual do perfeito idiota latino-americano”. (De leitura imperdível. Consulte a biblioteca do IL).
No primeiro Manual, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso constava da lista de brasileños, ao lado de Lula. Agora na última versão, FHC está fora da lista, mas Lula fica. A razão? Segundo matéria dO Globo, FHC “curou-se com muitas leituras, o que Lula não fez”. FHC era antes considerado autor do “manual da seita” dos populistas, por ter escrito “Dependência e Desenvolvimento na América Latina”.
Na entrevista, Montaner diz que o editor do novo Manual havia sugerido um capítulo sobre “ex-idiotas notáveis felizmente curados”, ao qual Montaner juntaria seu próprio nome e o dos outros dois autores. Mas o livro já está tão rico de novos nomes, que vale a leitura para conhecer os “emergentes”: de um lado, tem a lista da esquerda vegetariana; do outro, a carnívora. Lula está na primeira, ao lado de Tabaré Vázquez (Uruguai) e Néstor Kirchner (Argentina). Na esquerda carnívora, pode apostar: além de Fidel Castro, entra Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia). São os que querem uma América Latina revolucionária, que expulse a economia de mercado e, a longo prazo, destrua o Primeiro Mundo.
Com relação a nosotros, Montaner mostra seu receio: o presidente Lula “continua a não entender como se cria riqueza e como se pode gastar mal.” Para Montaner, o presidente brasileiro deve ser avaliado não pelos acertos de seu governo, que são poucos, mas pelos erros que não cometeu. Mas essa, diz Montaner, “é quase a definição de um político medíocre.”
* Jornalista
(1) ‘Há uma epidemia de idiotice capitaneada por Chávez’. O Globo, País, 09.07.06.
(2) Editado pela Bertrand Brasil e Instituto Liberal (1997); apresentação de Mario Vargas Llosa; prefácio de Roberto Campos.
Nota: Sobre Montaner, leia o artigo ‘O que é o Liberalismo’, publicado na série Ensaios & Artigos do IL.
Aposto que o Lula achou (se é que tem noção) legal seu nome constar num livro...afinal isso denota popularidade! ...francamente...isso é uma vergonha!
ResponderExcluirTalvez os latinos, através de Roma, já tenham feito pelo mundo o que deveriam e estejamos aqui apenas para cumprir tabela...
ResponderExcluirNão há nada de minimamente importante para o ser humano neste mundo que seja latino a muito tempo.
Tudo que nos representa é fútil, fugaz, dispensável. Temos aí futebol, musiquinha para dançar e mais o que? Não lembro de mais nada...
A criatura humana pode viver sem o que os latinos de hoje produzem... Pode viver sem eles (nós).