Material essencial

sábado, 23 de junho de 2012

A queda de Lugo

 

Publicado em 22/06/2012 por nivaldocordeiro

A queda do ex-presidente Lugo, no Paraguai, foi muito rápida e surpreendente. Parece que ele teve contra si a esmagadora maioria das forças políticas atuantes naquele país. Tudo foi fulminante. O grande derrotado com sua saída foi o Foro de São Paulo, particularmente o PT, que o lidera. Todos foram surpreendidos. O melhor é que tudo foi feito dentro da lei, respeitando-se a democracia, a ordem, a lei e sem derramamento de sangue.

Painel “RioMENOS20”: refutação séria e profunda das fraudes e das tramas da ofensiva ambientalista entusiasma auditório

 

VERDE: A COR NOVA DO COMUNISMO

sábado, 23 de junho de 2012

Painel do IPCO “RioMENOS20 – O que os jornais não irão publicar sobre a Rio+20  – Mitos e verdades sobre o desenvolvimento sustentável”

Painel do IPCO “RioMENOS20 – O que os jornais não irão publicar sobre a Rio+20
– Mitos e verdades sobre o desenvolvimento sustentável”

No Clube Homs de São Paulo teve lugar o Painel“RioMENOS20 – O que os jornais não irão publicar sobre a Rio+20 – Mitos e verdades sobre o desenvolvimento sustentável” com a presença de numeroso público.

Os palestrantes foram o PhD em Meteorologia, Luiz Carlos Molion, professor de Climatologia e Mudanças Climáticas da Universidade Federal de Alagoas, que desenvolveu o tema “Mudanças climáticas: realidade ou mito”;

– o Dr. José Carlos Sepúlveda da Fonseca, analista político do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira – IPCO;

Dom Bertrand de Orleans e Bragança, príncipe imperial do Brasil e coordenador da campanha Paz no Campo.

De início, Daniel Martins fez um breve apanhado da campanha realizada nesta semana em logradouros públicos do Rio de Janeiro por 20 jovens cooperadores do IPCO. Com suas becas e grandes estandartes eles distribuíram folheto editado pelo Instituo destinado a informar o grande público sobre as ameaças contidas na ofensiva ambientalista mundial, e as fraudes científicas sobre as quais pretende se fundamentar.

Sepúlveda da Fonseca: Rio+20 à luz do pensamento  e das teorias de ação de Plinio Corrêa de Oliveira.

Sepúlveda da Fonseca: Rio+20 à luz do pensamento
e das teorias de ação de Plinio Corrêa de Oliveira.

A continuação, José Carlos Sepúlveda da Fonseca analisou a Rio+20 à luz do pensamento e das teorias de ação do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Ele acentuou a obscuridade e indefinição dos termos medulares da investida ambientalista, notadamente a expressão “desenvolvimento sustentável”.

Todas as pessoas que querem se exibir como modernas e no vento, disse ele, pronunciam o termo “sustentável” sem, entretanto, saberem bem o que que significa.

Ele mostrou, à luz do ensinamento do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, que “desenvolvimento sustentável” e/ou “sustentabilidade” é um termo “talismânico”.

Quer dizer, uma expressão que sofre uma torsão para englobar múltiplos significados indefinidos com a finalidade de desarmar os espíritos e predispô-los a aceitar uma ideologia que está escondida por detrás.

Com profusão de documentos, Sepúlveda da Fonseca mostrou como esse “talismã” ideológico está sendo utilizado na Rio+20 para justificar o aborto, a “ideologia de gênero”, o movimento anti-“homofobia”, a investida contra a propriedade privada, a ainda outras metas diversas. Esta pluralidade de torsões analisada em detalhe apresenta um fundo único: a ideia de que todo o que o mundo conheceu até agora como cultura, civilização, progresso, desenvolvimento virou “insustentável”, explicou.

E em última análise, como se pôde ver na Rio+20, o objetivo não confessado porém mais dinâmico da “sustentabilidade” é um retrocesso que visa abandonar hábitos de consumo, de vida e de costumes civilizados e imergir na vida tribal, tão elogiada na Rio+20.

A exposição do Prof. Molion  foi acompanhada com vivo comprazimento

A exposição do Prof. Molion
foi acompanhada com vivo comprazimento

O prof. Molion desenvolveu com ciência segura e clareza didática as fraudes científicas a respeito do suposto “aquecimento global”. Com abundância de esquemas e gráficos mostrou que os dados satelitais desmentem a teoria aquecimentista. E, pior ainda, apontam com a força dos números uma tendência ao resfriamento do clima na Terra nas últimas décadas e com tendência a se acentuar nos próximos séculos.

O especialista mostrou também a inconsistência do alarmismo a propósito do derretimento do Ártico, pois este está seguindo um ciclo típico influenciado pelas marés e pela Lua.

O nível dos mares que segundo o catastrofismo vai subir até alagar cidades como Nova York, é outra balela que não resiste à mais mínima análise científica, acrescentou.

A respeito do mexerico contra o CO2, o climatologista sublinhou que: “o CO2 não controla o clima. Não é vilão! É o gás da vida!” Ele é o alimento das plantas, e se por absurdo fosse tirado o CO2 da atmosfera, não poderá existir mais o homem nem nenhum vivente sobre a Terra.

Além do mais, a tentativa de reduzir as emissões desse gás foram inúteis.

O homem não tem capacidade de mudar o clima global.

“Quanto mais CO2 tiver melhor! As plantas vão crescer mais!”,acrescentou o professor com provas de laboratório.

A exposição do Prof. Molion foi acompanhada com vivo comprazimento pelos presentes.

Dom Bertrand: a recusa de Deus leva aos desvarios do ambientalismo

Dom Bertrand: a recusa de Deus leva aos desvarios do ambientalismo

A seguir, o príncipe Dom Bertrand apontou que se o homem tira a Deus do panorama, inevitavelmente ele se põe a si no centro de todas as coisas. E o Estado acaba sendo divinizado. Então, o Estado passa a ser o deus criado pelo homem que se imiscui até nos mais mínimos detalhes da vida das pessoas.

O ambientalismo, explicou Dom Bertrand, prepara a instalação de uma ditadura planetária que com o pretexto de ecologia e defesa do Planeta, vai dizer o que cada um pode ou não pode fazer, deve ou não deve fazer. Esse é a manobra que tenta se aprovar na Rio+20.

Deus no Gênese mandou aos homens se multiplicarem e habitarem a Terra toda; pôs todas as sementes, plantas e animais que se movem para alimentação do homem. Portanto colocou a natureza ao serviço do homem e não o homem ao serviço da natureza.

A recusa de Deus leva, pois, aos desvarios do ambientalismo, concluiu o príncipe imperial.

No encerramento do Painel, o Dr. Adolpho Lindenberg, presidente do IPCO, destacou o alivio que experimentava e achava que o auditório experimentou vendo os embustes do ambientalismo refutados de um modo tão convincente e tranquilizador.

Video: Painel do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira (IPCO): climatologista prof. Molion afirma que CO2 não controla o clima

 

 

Wretched: Christopher Hitchens leva uma "surra"

 

Publicado em 20/06/2012 por Logosapologetica

http://www.twitter.com/emeoliv
http://http://www.facebook.com/emeoliv

Trecho do debate no filme "Colisão", onde Hitchens fica meio sem jeito de explicar de onde tira a referência de sua moral.

Vejam mais em: See more at: http://www.wretchedradio.com

True Outspeak - Olavo de Carvalho - 20 de junho de 2012, com adendo…

 

 

O “pobre coitado” do POETAeATEU que o professor revela está aqui recebendo o tratamento que solicitou, visto que antes de qualquer crítica ao professor xingou a mãe do mestre:


Site da ‘Veja’ publica protesto de evangélicos; Pr. Silas Malafaia comenta


GOSPEL+

22/06/12 - 11:53

 

O site da revista Veja colocou três reportagens: uma que fala sobre os amigos do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, no Brasil, que chegaram a tomar café com ele na manhã desta quinta-feira (21). Destacamos a UNE (União Nacional dos Estudantes) que há muito tempo deixaram de ser “caras pintadas” e se tornaram “caras ridículas”.

Reinaldo Azevedo - colunista do site da 'Veja'

“Acreditem, há fã clube de Ahmadinejad no Brasil”: acesse essa matéria e deixe seu comentário no site da revista. É uma forma democrática de protesto.

As outras duas matérias, como sempre, Reinaldo Azevedo dá um show falando do nosso protesto contra o presidente do Irã.

- “Evangélicos estendem faixas em frente ao hotel onde se hospedou Ahmadinejad: em defesa da liberdade religiosa” -

- “Silas Malafaia e mais 11 pastores fazem chegar ao terrorista Ahmadinejad pedido de libertação de Yousef Nadarkhani, condenado à morte por ser cristão” -

Acesse as matérias acima e deixe o seu comentário lá! Esta é uma maneira da imprensa reconhecer o nosso valor de opinião.

Pr. Silas Malafaia comenta:

Durante muito tempo o povo de Deus se alienou das questões sociais. Quando Jesus declarou “dai a César o que é de César e dai a Deus o que é de Deus”, Ele estava afirmando a nossa responsabilidade com a cidadania terrena e espiritual.

O apóstolo Paulo em romanos 13:7 afirma: “…a quem tributo tributo, a quem imposto imposto…”. Mais uma afirmação da cidadania terrena.

Mais dois dados importantes sobre isto: Jesus veio implantar o reino dele aqui na terra e o apóstolo Paulo, em romanos 12:2, diz que nós estamos aqui na Terra para transformar o mundo pela renovação do nosso entendimento. Somos seres sociais, pertencemos a um segmento, e não podemos nos calar!

Fique atento a todos os comentários em revistas e jornais que envolvam a nossa comunidade e nossos principios de fé.

Emita opinião! A imprensa respeita aqueles que se posicionam!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Perdeu, abortista: Santa Sé lidera consenso para não misturar aborto com meio-ambiente

 

CONTOS DO ÁTRIO

jun 21st, 2012 by Pedro Menezes.

Aqui, não!

O pessoal que tentou empurrar o aborto na agenda da Rio+20 perdeu. Um artigo da C-FAM, organização católica norte-americana para os direitos humanos e a família, credita a derrota dos abortistas à representação da Santa Sé junto à ONU e às delegações de países a que se alinharam.

Segundo a C-FAM, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a Noruega, a Islândia, e as ongs abortistas Católicas pelo Direito de Decidir e International Planned Parenthood Federation (que mantém redes de clínicas de aborto nos EUA) trabalharam arduamente por seis meses para se aproveitarem dos holofotes sobre a Rio+20 e promoverem o direito ao aborto. A Católicas pelo Direito de Decidir dedicou um “carinho” especial à Santa Sé: distribuiu publicações dizendo que o Vaticano “prejudicou o consenso internacional em direitos humanos e trouxe atraso nas normas e princípios igualmente valorizados pelos membros das Nações Unidas”.

Só que aconteceu o contrário. A Santa Sé reuniu Nicarágua, Chile, Rússia, Honduras, Síria, República Dominicana, Costa Rica e Egito, que rejeitaram o termo “direitos reprodutivos” no documento da Rio+20. O governo esquerdista da Nicarágua surpreendeu e insistiu, com todas as letras, para que as delegações parem de usar o termo “direitos reprodutivos”, pois todos sabem que ele é propositalmente cercado de uma sombra para que ninguém diga em voz alta que se trata de aborto.

A Santa Sé também ajudou a liderar um consenso com a Rússia e o G-77(ou seja, de pelo menos 78 países que se manifestaram) para retirar do documento o termo “dinâmica populacional”, escrito no mesmo parágrafo da saúde sexual e reprodutiva. Apontaram que este termo, especialmente se colocado junto com a ideia de planejamento familiar, é uma tentativa de “promover controle populacional” como forma de alcançar desenvolvimento sustentável — isto é, em última análise, aquela ideia eugênica e sociopata de se promover o aborto para ter menos gente consumindo da natureza, largando resíduos por aí, e de quebra economizar recursos das famílias pobres. A frase foi riscada do documento.

Claro que há posições delicadas e tem gente que não prefere entrar na briga. Os países africanos não afrontam diretrizes da UNFPA e de ongs abortistas com medo de perderem os volumosos recursos que, querendo ou não, fazem a diferença. E a União Europeia mal consegue manter o consenso dentro do grupo, por isso preferiu não mexer na agenda.

Longe de criar a cizânia, o que a Santa Sé fez foi colaborar com a formação de um bloco que se opõe a meia-dúzia de ongs e uma agência internacional abortista, financiadas por fundações interessadas no controle das políticas públicas e da superioridade numérica populacional dos países mais pobres. Pelo menos já não apitam tanto na Rio+20.

Economistas liberais foram direta ou indiretamente estatizados ou cooptados pelo petismo. Até eles, quando contestados, respondem: “Seu, seu… antipetista!” É a caça às bruxas como parte da construção da hegemonia!

 

REINALDO AZEVEDO

20/06/2012 às 7:43

 

Queridos, mais um texto longo, mas acho que necessário. Sei que vocês não se assustam com isso. Sem ofender ninguém! Se acharem pertinente, bola pra frente para que o jogo continue. Sim, este blogueiro mixuruca volta à questão do binômio “Bolsa Família-redução da violência” e ao economista PhD por Stanford

Vocês acompanharam a “Batalha de Itararé” entre Reinaldo Azevedo e o professor João Manoel Pinho de Mello, da PUC-RJ, um dos autores de um estudo que atribui ao Bolsa Família — especificamente à sua extensão aos jovens de 16 e 17 anos — responsabilidade considerável na queda dos índices de violência na cidade de São Paulo. Escrevi um primeiro e despretensioso post a respeito na manhã de domingo. Contestei e critiquei as conclusões, mas não ofendi os pesquisadores. Uma das coisas boas da Internet é isto: o leitor pode verificar no ato, se quiser, que falo a verdade. Pra quê? João Manoel respondeu com impressionante violência e arrogância à minha crítica, exibindo as suas credenciais. Eu era, afinal, um reles blogueiro, e ele PhD por Stanford. Como eu ousava? Publiquei seu texto e respondi.

É claro que há pessoas considerando que eu estou errado, e ele certo! Publiquei comentários com essa avaliação. Mas boas figuras das ciências matemáticas, das ciências humanas e das ciências econômicas que avaliam que suas conclusões são ou precipitadas ou erradas mesmo. No curso deste texto, é quase forçoso que alguns argumentos sejam repisados, mas farei de tudo para evitar. Sabem por quê? Porque o objeto deste post é outro. O objeto deste post é demonstrar que boa parte dos nossos liberais foi estatizada ou cooptada pelo manto protetor do estado. Tornaram-se presas — alegres e saltitantes, na maioria das vezes — da construção da hegemonia petista. E não sou eu a dizê-lo, não, viu, João Manoel!? São os petistas; os que estão no comando da festa.

Vamos ver. Em nenhum momento — de novo: os textos estão disponíveis — atribuí a João Manoel e a seus amigos filiação partidária, desvio esquerdista ou alinhamento ideológico com o petismo. Nada! Zero! O professor respondeu, no entanto, como se eu o tivesse feito, e boa parte de seu texto agressivo, malcriado e pedante — o que denota uma espantosa insegurança sobre suas próprias conclusões — busca demonstrar que não tem fundamento a acusação de que ele seja petista ou de esquerda. Ocorre que eu jamais o acusei disso. Como prova dos noves de suas eventuais boas intenções — liberais? Sei lá eu… —, lembra que o Banco Mundial financia a pesquisa — como se não fosse o Banco Mundial justamente uma das instituições fascinadas por programas como o Bolsa Família… Tudo nos conformes e nada a estranhar.

Vamos ver. É claro que as conclusões que considero — e não só eu — erradas de seu estudo virarão peça publicitária do petismo. Não se pode, claro!, atribuir a responsabilidade a João Manoel por isso. Não é porque alguém pode fazer eventual mau uso da verdade e da ciência que se vai deixar de dizer a verdade e praticar ciência. No caso do estudo, malgrado os esforços que quero crer honestos, não se produziram nem uma coisa nem outra. Ora, poderíamos ter ficado nesse terreno, e assim se faz o debate intelectual no mundo livre. Mas não! João Manoel, como quem abrisse um pacote de bombons (disse ele) e decidisse comê-los todos, achou que poderia me esmagar com concupiscência e fúria. E se deu obviamente mal. Empanturrou-se com sua arrogância.

Não podendo explicar por que a violência teria caído em São Paulo em razão do Bolsa Família — embora a cidade, proporcionalmente, tenha menos beneficiários do programa do que a maioria das outras capitais —, mas crescido na maior parte das capitais e dos estados, restou-lhe uma saída um pouco vexaminosa: afinal, ponderou, quem poderia assegurar que, sem o programa, ela não teria crescido ainda mais? É uma pergunta, sabe qualquer cientista, irrespondível no campo da ciência ao menos. O estudo de João Manoel é tão ruim, mas tão ruim — e isso nada tem a ver com a econometria, mas com o “econômetra” — que ele chegou à sua conclusão, disse, com base em dados da diminuição da violência no entorno de onde moravam os jovens atendidos pelo Bolsa Família. Uma simples consulta à Polícia Militar e à Policia Civil informariam que os jovens infratores praticam seus delitos longe das comunidades nas quais moram. Toda a sua complexa ciência — e sua estupenda arrogância — é anulada por sua ignorância de causa. Ele acabou achando na pesquisa aquilo que queria encontrar.

Consultem, se quiserem, a página 25 do Mapa da Violência. Entre 2007 e 2010, o índice de homicídios CRESCEU nos 7 estados da Região Norte, em 8 dos 9 estados da Região Nordeste (exceção feita a Pernambuco), em 2 dos 3 estados da Região Sul (menos RS) e em três das quatro unidades da federação do Centro-Oeste (a exceção é MS). Houve queda nos quatro Estados do Sudeste. Em sua resposta, que buscava escoicear (os economistas amigos do comedor de bombons consultem o dicionário antes de me ofender), não esclarecer, João Manoel tentou alegar fatores específicos que teriam elevado a violência em “alguns estados” do Nordeste. Como vocês viram, o índice de homicídios cresceu entre 2007 e 2010 em 20 das 27 unidades da federação. E o resultado não será diferente se vocês pesquisarem as regiões metropolitanas.

Sua saída foi dizer: “Eu sou PhD por Stanford, e você é só um blogueiro”. Sim, sim! Ele é um PhD por Stanford, e eu sou só um blogueiro. Não obstante isso, a violência cresceu em 20 dos 27 estados no período por ele estudado e na esmagadora maioria das regiões metropolitanas. Eu sou, como diria Drummond, “essa coisa quase que maldita”, e ele é aquele portento, mas o fato é que os jovens infratores praticam seus crimes bem longe de casa, o que, lamento, joga não a econometria, mas as conclusões do “econômetra” no lixo. Ainda que ele “trabalhe duro”, como li num dos blogs que tratam do assunto. A propósito: não o chamei de preguiçoso — sua carta quilométrica a este reles blogueiro prova que é esforçado. Eu chamei seu estudo de equivocado — sim, de “bobajada” também.

Antes que prossiga, quero aqui, em tom até um tanto jocoso, embora o assunto seja sério, acusar um comportamento tolinho de alguns de seus amigos. No fundo, perguntam como pode um jornalista se atrever a questionar um PhD. Sem que eu faça também um estudo econométrico, dizem, estou proibido de contestá-lo. Ulalá! Ainda que eu fosse PhD em alguma coisa — e há muito não vejo no Brasil e no mundo gente argumentando com essa arma —, não seria o caso de brincar de luta de espadas, não é? Não faço isso, não! Esse comportamento não evidencia amor à ciência, mas pouca disposição para o debate e para o contraditório. Não é recente — e não dará para discutir o tema neste post — a tendência de certas correntes da economia de se considerar uma espécie de ciência das ciências, capazes de substituir a ideologia, a moral, a ética e, como se pode ver, se preciso, até a própria matemática. Afinal, são cientistas! Sei… Gente mais aguda do que João Manoel chegou a achar que um filósofo poderia ser um bom tirano. Deu merda, claro! Não chegou ainda a vez dos economistas…

Estatização dos liberais
Um dia estas coisas terão de ser contadas com mais vagar, detalhes etc. Que fique para a academia. Aponto um fenômeno que me parece estar em curso. Quem sabe um historiador das ideias se interesse por isso. Há muito tempo os chamados economistas, vá lá, “liberais” vivem às turras com seus adversários desenvolvimentistas — ou que nome tenham seus sucedâneos. As divergências são muitas e se manifestam em vários campos. Uns preferem menos estado, outros mais; uns acham bobagem proteger a indústria nacional, outros consideram questão de sobrevivência; uns acreditam em políticas sociais focadas nos que estão em situação mais vulnerável, deixando que os mais aquinhoados pela sorte cuidem de si mesmos; os outros defendem políticas sociais universalistas; uns acham que ajuste fiscal induz crescimento, os outros acham que ele pode contribuir para afundar ainda mais os países; uns estão mais próximos do mercado financeiro (a PUC do Rio fornece farta mão de obra para esse setor da economia), outros preferem o mundo da produção… Faço aqui generalizações só para caracterizar minimamente os campos. Eu tendo até a me identificar mais com o primeiro grupo. É até possível que João Manoel esteja nele, não sei.

Vejam que curioso: o petismo sempre foi avesso, como sabem, aos tais liberais — que a turma chegou a chamar de “neoliberais”. A eles são atribuídas as maiores atrocidades econômicas e políticas, como a… privatização de estatais, por exemplo, que fez um bem imenso ao Brasil. Muito bem: há uma corrente desse, vá lá, “liberalismo” que é fascinada pela crítica ao desperdício do estado com políticas sociais universalistas — que atendam a todos — e que é obcecada justamente pelo gasto social focado, direcionado aos mais vulneráveis. As esquerdas e o petismo sempre foram duros críticos desses programas. Não por acaso, em 2003, enquanto tentava criar o Fome Zero, Lula chamava as bolsas criadas no governo FHC (depois reunidas no Bolsa Família) de “esmola”. Dizia que o pobre que recebia o benefício ficava preguiçoso e não “plantava macaxeira”. Já escrevi a respeito, reproduzindo trecho daquele discurso.

O PT, obviamente, mudou ao chegar ao poder (já havia feito a conversão um pouco antes). No segundo mandato de Lula e agora, no governo Dilma, os liberais perderam um pouco de influência. Mas é evidente que os petistas adotaram parte do seu receituário (EU ME REFIRO APENAS À ECONOMIA), no que fez muito bem, diga-se. Aquela vertente dos “economistas da pobreza”, que defendem os gastos sociais focados, viu em programas como o Bolsa Família e o ProUni se não a realização de suas utopias, ao menos a aplicação de algumas de suas mais caras teorias. E passaram a gerar uma frenética massa crítica, atribuindo ao programa virtudes verdadeiramente fabulosas.

A título de ilustração, lembro que ajudaram a definir, por exemplo, com o patrocínio do governo, o novo perfil das classes sociais no Brasil — que já teria 54% da população na classe média. Merecem essa denominação famílias com renda per capita entre R$ 300 e R$ 1000. E há subgrupos, assim: a baixa classe média,  entre R$ 300 e R$ 440; a média, entre R$ R$ 441 a R$ 640; e a alta classe média, entre R$ 641 e R$ 1.020. A classe alta tem dois grupos: um com renda familiar per capita entre R$ 1.0210 e R$ 2.480, e outro acima de R$ 2.480. Descobri que a minha empregada é da classe média alta. Alguns porteiros e o zelador do meu prédio são da classe alta… alta!!! Onde vocês acham que mora a “classe média” com renda per capita de… R$ 300? Mas quero voltar ao leito.

Alguns desses nossos liberais acabaram caindo de encantos por esse estado — e, por óbvio, por esse governo — que, sob o pretexto de “focar os gastos sociais”, passou a promover proselitismo político-ideológico com recursos públicos. Afinal, o Bolsa Família, na gestão petista, se teve o condão de reduzir a pobreza extrema — já o vinha fazendo antes, é bom notar —, tornou-se também uma máquina de propaganda eleitoral. Criticá-lo se tornou um anátema entre os ditos “esquerdistas” do PT e, como se nota, entre os “liberais estatizados”. No caso em tela, é bom lembrar, nem mesmo entrei no mérito do programa, como sugere João Manoel. Eu me limitei a contestar a conclusão do seu estudo. Ela não é ruim porque contraria o senso comum. A ciência frequentemente faz isso. É ruim porque se dá na contramão de fatos absolutamente verificáveis, evidentes, escancarados. Ao tentar explicar como chegou ao resultado, vimos que a econometria estava sendo torturada pelo “econômetra“.

João Manoel certamente não é petista, mas se comportou como um petralha. Quando não tinha mais argumentos, resolveu acusar o meu “antipetismo” como evidência de meu olhar distorcido. Posts abaixo, há uma reportagem do G1 em que o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, afirma que a aliança do PT com Paulo Maluf “não é uma tragédia” porque o que é importa e ver quem tem a “hegemonia” da aliança e do processo político. E a hegemonia, ele deixa claro, é do PT. Por conta dela e desde que mantida, qualquer aliança é possível.

Em nome dessa mesma hegemonia, os petistas cooptaram parcela considerável dos economistas que se dizem liberais. Até porque, e isto é apenas um fato, boa parte deles trabalha, direta ou indiretamente, para o mercado financeiro, que não tem razões para brigar com o lulo-petismo. Não estou demonizando ninguém, não. Só estou evidenciando que essa tal hegemonia implica também a tentativa de asfixia do processo político e a satanização da divergência, coisa que não interessa a alguns economistas.

Começo com ele, termino com ele: não vendo melhor maneira de me atacar, João Manoel me chamou, como é mesmo, de “arrogante”, “blogueiro” e… antipetista!!!

Texto publicado originalmente às 7h

Por Reinaldo Azevedo

Apologia e tolerância ao crime: o que Marilene Felinto e Sakamoto tem em comum?

 

LUCIANO AYAN

Um dos posts considerados mais incendiários deste blog foi aquele no qual narro a estratégia esquerdistaApologia e Tolerância ao Crime. Alguns disseram que eu exagerei (não tanto aqui no blog, mas em dois ou três emails mal educados). Um deles me disse que eu estava caminhando para ser uma versão do programa do Datena em formato de blog. Aqui, demonstro que não exagerei nem um pouco. Na verdade, fui até modesto.

Em 2004, a marxista Marilene Felinto escreveu o texto “A Morte da Menina Rica e o Ódio de Classe”, quando falou do caso da morte da jovem Liana Friedenbach, de 16 anos, e de seu namorado, Felipe Caffé, de 19. Ambos foram sequestrados por uma gangue de marginais, que incluía o meliante Champinha. Felipe foi morto com um tiro na nuca. Mas o pior estava por vir: por vários dias os marginais estupraram e agrediram Liana das maneiras mais torpes. Ao final de quase uma semana de sofrimento no cativeiro, ela foi morta a facadas.

Se na época, as pessoas normais ficaram indignadas com esse crime, Marilene, ao contrário, ficou indignada com a indignação em relação ao crime. Veja o texto dela abaixo:

A morte de uma menina rica, assassinada no município de Embu-Guaçu, Grande São Paulo, em novembro último, supostamente por uma quadrilha que inclui um adolescente de 16 anos, pobre e morador da periferia do Embu, deixou claro, mais uma vez (até a exaustão, vamos lá), que o Brasil tem dois tipos de cidadão: que o valor de cada coisa – de cada pessoa – é seu preço no mercado, como afirma Josep Ramoneda.

Está claro que o rabino H. Sobel, ao pedir a instituição da pena de morte no Brasil, só ousou fazê-lo porque a jovem morta, Liana Friedenbach, pertencia à comunidade judaica de São Paulo. A hipocrisia do rabino é flagrante: está claro que ele defende a pena de morte para brasileiros pobres. No seu delírio, o rabino deve ter achado que aqui é uma espécie de Israel – e que a esmagadora maioria dos brasileiros, da classe pobre, é uma espécie de Palestina a ser eliminada da face da terra! Ora, até que ponto se pode chegar?

Está claro que todo esse rebuliço em torno do assassinato da jovem de 16 anos e de seu namorado, Felipe Caffé, 19, não teria acontecido se a vítima tivesse sido apenas este último, filho da classe média baixa e sem nenhuma “comunidade” forte por trás. Somente por tabela o nome de Felipe foi lembrado em programas de televisão e na tal passeata “contra a violência”, que ocorreu em São Paulo em meados de novembro.

O negócio mesmo era Liana, cujo pai em desespero pôde mover até mesmo helicóptero para ir a seu encalço. E pôde, com apoio da tal comunidade, ter acesso a todo tipo de mídia, do mais rasteiro programa de televisão da apresentadora Hebe Camargo e seus ares de xaveco fascista a entrevistas de página inteira à nata da imprensa que serve à elite.

Por acaso a classe alta saiu às ruas para pedir a pena de morte para outra menina rica paulista, Suzane Richthofen, acusada de planejar o assassinato dos próprios pais, junto com o namorado, em 2002? Por acaso a classe alta pediu pena de morte para o também jovem paulista Jorge Bouchabki, acusado (e depois inocentado) em 1988 do assassinato dos pais, no famoso “crime da rua Cuba”?

O caso de Liana Friedenbach reúne todos os elementos da hipocrisia da elite paulista – esta de nomes estrangeirados, pronta para impor-se, para humilhar e esmagar sob seus pés os espantados “silvas”, “sousas”, “costas” e outros nomezinhos portugueses e “afro-escravos”. O pai da moça, o advogado Ari Friedenbach, empenha-se agora em conseguir mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Disse a um jornal de São Paulo que a fotografia de R.A.A.C., 16 anos, acusado de matar sua filha, deveria aparecer nos jornais. Disse também que é “radicalmente a favor” da redução da maioridade penal e que “nossos legisladores se fazem de surdos quando a população clama por isso”. Que população? A que “população” se refere o senhor Friedenbach? Eu mesma não me incluo nessa “população”! Aposto que os jovens da periferia, seus pais ou a mãe de R.A.A.C. também não se incluem. A “população” a que ele se refere é a própria comunidade dele (ou grande parte dela), a classe rica, concentradora de renda num dos países mais desiguais do mundo – o Brasil onde um rico ganha trinta vezes mais do que um pobre!

Uma pesquisa do IPEA publicada em 2001 mostra a ganância e a concentração de renda perpetradas escandalosamente pela elite brasileira: mostra a razão entre a renda dos 20 por cento mais ricos e a dos 20 por cento mais pobres, ou seja, quanto um rico ganha mais do que um pobre em diversos países do mundo. “Platão dizia que esse número tinha que ser 4, ninguém sabe de onde ele tirou o 4, mas ele dizia que o rico tinha que ganhar quatro vezes mais do que os pobres. Na Holanda, um rico ganha 5,5 vezes mais do que um pobre. No Brasil, ganha 25, 30 vezes mais! Nos Estados Unidos, é 10; no Uruguai, também é 10. Então, vê-se aqui o alto nível de desigualdade e a estabilidade dessa desigualdade.”

Agora vem esse rabino pedir pena de morte no Brasil para crimes hediondos. Nos Estados Unidos, que tem pena de morte, os crimes são cada vez mais “hediondos” – conceito, aliás, sem sentido. O que torna um crime mais “hediondo” que outro? Só se for a classe social da vítima: quando é rica e loirinha, então, o crime é mais hediondo do que se a vítima for um “Pernambuco” qualquer, também de 16 anos, morador do Jardim Ângela ou do Capão Redondo, periferia de São Paulo, morto por outro “Pernambuco” de 16 anos, também sem sobrenome. Todo dia morrem às pencas jovens assassinados por outros jovens nas favelas e aglomerados pobres das periferias das grandes cidades – nem por isso há movimentos pela pena de morte ou pela redução da maioridade penal.

A elite brasileira vive mesmo fora da realidade. Não tem idéia do ódio que a diferença de classe insufla todo dia nas gerações de jovens pobres que povoam o país de ponta a ponta, que vagam pelas matas ou pelo asfalto das ruas sem nenhuma perspectiva. Esse R.A.A.C. mal tinha freqüentado a escola. Ele supostamente disse à polícia que, ao caminhar pela mata com outro acusado do crime, “avistaram o casal (Liana e Felipe), cuja aparência física destoava das pessoas que normalmente freqüentam o local”.

O ódio de classe – quem já conviveu com jovens pobres de favelas e periferias conhece esse sentimento. Tudo destoa, humilhando-os, provocando neles desprezo e raiva: a aparência física, a roupa, a escola, a comida, o carro, o jeito, o hospital, o tratamento policial, o enterro. Ora, a polícia de São Paulo jamais iria se bandear daqui para Pernambuco atrás do outro acusado de matar o casal de namorados (em poucos dias encontraram dentro de um ônibus no sertão pernambucano Paulo César da Silva Marques, 32 anos, vulgo “Pernambuco”) se o jovem morto fosse um pernambucanozinho qualquer sem eira nem beira.

Está clara a hipocrisia. A imprensa não trata da violência que essa desigualdade social imposta diuturnamente aos jovens pobres significa. Não trata desse veneno que a elite brasileira truculenta injeta todo santo dia na veia dos meninos. Jovens como R.A.A.C. sabem que não valem nada no mercado. Eles sabem que não passam de “Pernambucos” condenados ao preconceito de classe, à exclusão total, à humilhação. Eles sabem que nada têm a perder – por isso matam. A vida, para eles, dentro ou fora de uma unidade da Febem ou de uma cadeia não faz muita diferença.

Da apresentadora de televisão que se julga no direito de matar R.A.A. C. (Hebe Camargo) ao pai de Liana que quer ver o rosto do rapaz estampado nos jornais da elite, passando pelas declarações oportunistas do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e sua política de segurança fascista (que propõe “endurecer” o ECA), o alvo de todos eles é o mesmo do rabino da pena de morte: o extermínio puro e simples dos jovens pobres. Para que eles continuem, em última instância, a embolsar todo mês trinta vezes mais que qualquer pai maltrapilho e desempregado da favela.

Eles fazem ouvidos moucos para a mensagem que vem da miséria. O que a “violência” diz hoje no Brasil é que ou seremos todos cidadãos ou ninguém será, ou ninguém viverá a “segurança” almejada pelos ricos. Ou serão todos cidadãos ou ninguém será. As democracias evitam sistematicamente pensar a violência e se limitam a contrapor os bons sentimentos gerais em favor da não-violência, diz Josep Ramoneda. “Se aceitarmos como critério a autonomia do sujeito, o ideal kantiano da emancipação individual, o cidadão é a figura política que corresponde a essa idéia de plenitude da pessoa humana”, afirma o estudioso espanhol. Foi a própria elite brasileira que transformou R.A.A.C. em pessoa-animal. É preciso ser intransigente com essa elite brasileira surda e cega ao ódio de classe que ela insufla. É preciso ser intransigente na defesa dos direitos humanos de R.A.A.C. Direitos humanos, sim, para a pessoa que a elite voraz e devoradora quer transformar em animal a ser caçado a laço e exposto à execração pública e à morte pela justiça popular. Mal sabe ela que R.A.A.C. passava por isso todos os dias – pela execração pública. Mal sabe a elite que exclusão social, tal qual ocorre no Brasil, é igual, sempre foi igual, sinônimo mesmo de “execração pública” e de “pena de morte”.

Eis então que a cidade de São Paulo vive uma onda de arrastões, muitos deles ocorridos em restaurantes de luxo. Guardadas as devidas proporções (pois o crime envolvendo Felipe e Liana foi o cúmulo da barbárie), Sakamoto incorporou totalmente o espírito de Marilene Felinto ao criticar as vítimas (e a sociedade), mas jamais os marginais. O texto publicado no blog dele, tem o título: “Ostentação diante da pobreza devia ser crime previsto no código penal”. Veja abaixo:

Os arrastões em restaurantes chiques na capital paulista já tiveram uma consequência, além de aumentar o número de seguranças privados: estão aflorando o que há de pior na elite bandeirante. Já estava ouvindo aqui e ali mais bobagens e preconceitos que o de costume, mas Mônica Bergamo e equipe, em sua coluna na Folha de S. Paulo desde domingo (17), reuniram vários deles em um pacotão – pelo qual sou imensamente grato.

Se o planeta não for gratinado por nossa ignorância no meio do caminho, tenho certeza que uma sociedade mais avançada vai utilizar esse texto para entender o que deu errado em uma cidade como São Paulo. E não estou falando dos arrastões, mas do discurso bisonho de nossa elite.

Não tenho medo de ser assaltado em meu carro porque não tenho carro. Não receio que levem minhas jóias ou meu relógio caro porque não tenho relógio. Não fico com pavor de entrarem na minha casa e levarem tudo porque meu bem mais precioso é um ornitorrinco de pelúcia. Não me apavoro em andar na rua à noite a não ser por conta do risco de chuva. E por mais que vá a bons restaurantes de vez em quando, devo ressaltar que nunca fui assaltado em nenhuma barraca de cachorro-quente… Acho que já deu para entender o recado. Não tenho medo da minha cidade porque, tenho certeza, ela não precisa ter medo de mim.

Ostentação em um país desigual como o nosso deveria ser considerado crime pela comissão de juristas que está reformando o Código Penal. Eles não estão propondo que bulling seja crime? Ostentação é mais do que um bulling entre classes sociais. É agressão, um tapa na cara.

Mais do que uma escolha pelo crime, a opção de muitos jovens pelo roubo é uma escolha pelo reconhecimento social. Um trabalho ilegal e de extremo risco, mas em que o dinheiro entra de forma rápida. Não defendo essa opcão, mas sabemos que, dessa forma, o jovem pode ajudar a família, melhorar de vida, dar vazão às suas aspirações de consumo – pois não são apenas os jovens de classe média alta que são influenciados pelo comercial de TV que diz que quem não tem aquele tênis novo é um zero à esquerda. Ganhar respeito de um grupo, se impor contra a violência da polícia. Uma batalha que respinga em nós, que temos responsabilidade pelo o que está acontecendo, seja por nossa apatia, conivência, desinteresse, medo ou incompetência. A polícia e os chefes de quadrilhas puxam os gatilhos, mas nós é que colocamos as balas na agulha que matam os corpos e o futuro dessa molecada.

Os carros blindados levam para as ruas da cidade a sensação de encastelamento dos condomínios fechados, das mansões muradas, dos shopping centers ou restaurantes caros. Sentimento falso, pois não são muros e chapas de aço que irão garantir segurança aos moradores de uma metrópole como São Paulo. É bom como efeito placebo, para se enganar, mas, mais dia ou menos dia, as “hordas bárbaras” vão engolir a “civilização”. “Hordas” que estão chegando cada vez mais perto, como reclamam os mais ricos.

São Paulo tem mais de 11 milhões de habitantes, mas apenas uns poucos são efetivamente cidadãos, com acesso a todos os seus direitos previsto em lei. Lembra a antiga Atenas, com uma democracia para uns poucos iluminados e o trabalho pesado para o grosso da sociedade, composta de escravos. Enquanto uns aproveitam uma vidinha “segura” dentro de clubes, restaurantes, boates, lojas, residenciais e carros, outros penam para sobreviver e ser reconhecidos como gente. Para cada assassinato em Moema, mais de 100 são mortos no Grajaú. Só que a morte de uma jovem em Moema causa mais impacto na mídia do que a de 100 no Grajaú. Ou no Campo Limpo, bairro em que cresci. A gente fica sabendo por lá que tem vida que vale mais que outras, por causa do dinheiro.

Qual a causa da violência? A resposta não é tão simples para ser dada em um post de blog, mas com certeza a desigualdade social e a sensação de desigualdade social está entre elas. Muito do preconceito presente nos comentários trazidos pela coluna da Folha abaixo vai no sentido contrário a uma solução, isolando os ricos ainda mais, deixando-os alheios ao resto da cidade (por ignorância ou má fé). Corta-se com isso a dimensão de reconhecer no outro um semelhante, com necessidades, e procurar um diálogo que construa algo e não destrua pontes. Há riscos de assaltos? Sempre há e eles vão acontecer, ainda mais em um território que muitos têm e outros minguam. Mas deve se ter em mente que há atitudes que pioram o quadro.

Temos que garantir liberdades individuais e a segurança de usufruí-las. Combater a violência, garantir o direito de sair sem ser molestado. Mas isso só será possível com uma sociedade menos desigual e idiota. Ou a cidade será boa para todos ou a aristocracia que sobrar após o caos não conseguirá aproveitar sua pax paulistana.

Notem, logo de cara, a inversão de valores. Quando ele diz que o que “deu errado” em São Paulo não foi o crime, mas a elite que ostenta, isso significa de maneira explícita dizer que a culpa do crime é da vítima. É preciso de uma demência esquerdista sem igual para defender tal acinte. Não é diferente de dizer que a culpa do estupro é da mulher que ostenta uma minissaia, mas não do estuprador. Mas, a título de argumento, consideremos que “ter algo” é algo criminoso. Como ficam as vítimas pobres de bandidos? Por exemplo, aqueles que moram em bairros pobres e são assaltados a sair do ônibus, voltando do trabalho? (Que eu saiba, a “elite” não pega ônibus…)

Enfim, o argumento de Sakamoto é tão ruim que não merece comentários.

O melhor, no entanto, fica por conta de um leitor que escreveu o seguinte: “Você, que se diz tão “defensor dos direitos humanos” a ponto de colocar isso até no título do seu blog, conseguiu, em um único post, CONTRADIZER AO MENOS 5 ARTIGOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Será que você já a leu??? Se leu, tudo indica que você não entendeu nada. Ou só leu os artigos que te interessaram? Vamos ajudar você a perceber como você é hipócrita? Artigo 3- Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou SOCIAL, RIQUEZA, nascimento, ou qualquer outra condição ( olha só que interessante, os ricos também estão incluídos nos direitos humanos!!) Artigo 4- Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. ( mesmo os ricos, olha só que coisa incrível, mesmo que queiram usar jóias e carros importados e jantar fora!) Artigo 7- Todos são iguais perante a lei e têm direito, SEM QUALQUER DISTINÇÃO, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e CONTRA QUALQUER INCITAMENTO À DISCRIMINAÇÃO. ( o que você fez neste além de um super incitamento à discriminação contra quem tem dinheiro?- você morre de raiva de quem é rico e quer que todo mundo também sinta essa raiva?). Artigo 17- 1. Toda pessoa TEM DIREITO A PROPRIEDADE, só ou em sociedade com outros. 2.Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. ( qualquer coisa que a pessoa tenha por bem adquirido). Artigo 22- Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. QUERIA VER VOCÊ EXPLICAR ISSO…”HUMANISTA”! Hipócrita…..”

Mas exigir coerência de esquerdista é uma ilusão. E, como a estratégia executada por Sakamoto é APOLOGIA e tolerância ao crime, vários leitores marxistas estão, é claro, fazendo odes aos criminosos. Exemplos abaixo:

  • “Compreendi o que escreveste e concordo com tudo, pelo menos esses crimes servem para a elite saber que não são intocáveis e que no mundo real as coisas são muito piores que ser furtado, não adianta viver em uma retoma, uma hora o “sistema” vai explodir de uma vez e o seu segurança ou carro blindado não vai adiantar.”
  • “HAHAHAHA a elite branca treme. Que morram ostentando.”
  • “Em um mundo que se declara mais preocupado com sustentabilidade, ostentação é definitivamente uma prática criminosa. Você ter mais que o necessário, consumir mais recursos que o necessário, é um atentado ambiental. Se considerar que a Elite só tem o que tem hoje por ter extraído a “mais valia” das classes mais baixas, fica óbvio que por mais que você tenha batalhado pra ter as suas tranqueiras, ainda existe uma parcela roubada do proletariado. Uma pessoa receber 3 ou 4 vezes mais do que outra, beleza. Agora 20, 500? Alguém receber mais do que você vai ajuntar numa vida é justo? Como faz? O dia da pessoa tem 72 horas? Fora isso, foi comentado ali em baixo que a desigualdade e ostentação é inerente ao capitalismo. Ok, concordo. Mas se o capitalismo tem tantos subprodutos negativos, por que continuar com ele? E não, não estou falando de socialismo ou anarquismo. Existem DIVERSAS alternativas. Anos atrás, eu ficaria relutante em apoiar esse tipo de artigo justamente por não querer abrir mão das “minhas coisas”. Em geral, não buscamos respostas, buscamos justificativas pro nosso próprio estilo de vida. E pra muitos aqui, concordar com o artigo é assumir que sustenta (parcialmente ou inteiramente) um estilo de vida decadente. Enfim, a única coisa que não concordo, é a proposição do título mesmo. Sabemos que política proibicionista, e que protege setores específicos da sociedade, não funcionam e dão espaço para abuso. Precisaríamos mudar a CULTURA, de maneira que ostentação precisaria ser proibido, mas socialmente tão mal visto quanto defecar em público. O único problema, é que pra isso vamos ter que brigar com dois gigantes. As corporações e a Grande mídia.”
  • “Texto simplesmente genial !!!”
  • “Sakamoto, Tenho o maior respeito pelo seu trabalho, até porque o seu currículo é inquestionável, isto justifica a ira nos comentários dos riquinhos sem causa, esnobar do que tem e não ser molestado, que o que?”

Enfim, Sakamoto e a parte marxista de seus leitores (não são todos, pois alguns dos comentaristas lá estão indignados com o post) não dão a minima para a vítima dos bandidos, mas endeusa o criminoso. É fácil neste momento entender por que mentes assim odeiam uma jornalista que ri do erro de português de um criminoso, mas não pensam em momento algum na vítima do assalto cometido por ele.

Na mente de gente como Marilena Felinto e Sakamoto, não há uma reação emocional empática de qualquer tipo quando alguém é vítima de sequestro ou estupro. Mas há uma indignação brutal quando o criminoso é preso. Fazer esquerdistas internalizarem esse tipo de sensação é a essência da estratégia de Apologia e Tolerância ao Crime.

Portanto, quando você vir um professor marxista simular dizer que “defende Direitos Humanos” (e como já mostrei várias vezes, isso é apenas uma rotina de controle de frame, pois nem de longe há uma prioridade aos criminosos quando se fala em Direitos Humanos), saiba que ele é tão inimigo seu quanto aquele sequestrador que pode lhe espreitar em um estacionamento escuro ou em um sinaleiro.

Sakamoto adora apontar o dedo para a “sociedade”, ao acusá-la de culpada pelos crimes. Quanto a isso, o argumento dele é ruim demais. Mas seu texto é uma confissão de que ele, dentre o restante da “sociedade”, é muito mais culpado pelos crimes violentos. Afinal, ele está do lado dos criminosos. E totalmente contra as vítimas.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

OPOSIÇÃO DENUNCIA MORALES POR PERSEGUIÇÃO E FAZ VIGÍLIA NA REPRESENTAÇÃO DA ONU EM LA PAZ. ATÉ AGORA ONU NÃO MOVEU UMA PALHA!

 

BLOG DO ALUIZIO AMORIM

Quarta-feira, Junho 20, 2012

Primeras imágenes de la vigilia de los parlamentarios Adrián Oliva Alcázar, Maria Elena Méndez y Carmen Eva Gonzales en las oficinas del Alto Comisionado de las Naciones Unidas para los DDHH en la ciudad de la Paz.

Três parlamentares da Convergência Nacional da Bolívia, reitaram o pedido à Organização das Nações Unidas (ONU) para que forme uma comissão de representantes internacionais para verificar as denúncias de perseguição política a opositores levada a efeito plelo tirante Evo Morales., segundo denuncia a UNOAMERICA - União de Organizaç ões Democráticas da América.

Neste momento realizam uma vigília no escritório do Alto Comissariado da ONU na Bolívia e se manterão em vigília até que os dirigente da ONU se pronuncie. Até esta noite a ONU não havia se pronunciado, estando mais ocupada com o convescote ecochato Rio+20, enquanto Evo Morales mantém prisioneiros políticos sem julgamento.

Além disso solicitaram a libertação dos presos políticos que detidos há mais de três anos sem que haja sentença, como é o caso do ex-prefeito de Pando, Leopoldo Fernandez. Pedem também, sejam outorgadas garantias para o retorno de bolivianos que se encontram refugiados e exilados no exterior.

As senadoras Carmen Eva Gonzales e María Elena Méndez, junto ao deputado Adrián Oliva, instalaram nesta terça-feira uma vigília nos escritórios das Nações Unidas em La Paz. Enviaram uma carta dirigida à representante da área de Direitos Humanos em Genebra, e continuarão em vigília até que a ONU responda à solicitação.

EN ESPAÑOL -Tres legisladores de Convergencia Nacional reiteraron el pedido a la Organización de Naciones Unidas (ONU) de conformar una comisión con representantes internacionales para verificar las denuncias de persecución política contra el Gobierno del presidente Evo Morales.

Además solicitaron se libere a "presos políticos" que llevan más de tres años sin sentencia tal es el caso del ex prefecto de Pando, Leopoldo Fernández. Piden, también, se otorgue garantías para el retorno de bolivianos que se encuentran refugiados y exiliados en el exterior.

Las senadoras Carmen Eva Gonzales y María Elena Méndez, junto al diputado Adrián Oliva, instalaron el martes una vigilia en oficinas de las Naciones Unidas en La Paz. Enviaron una carta dirigida a la representante de esta instancia en Ginebra solicitando un pronunciamiento, en tanto no haya una respuesta a su solicitud continuarán con su vigilia en estas oficinas.

“Estamos demandando se debata una ley de amnistía que permita que todos los presos que llevan más de 18 meses sin sentencia puedan ser liberados y defenderse en esa condición en los procesos que se sigue, también pedimos que se conforme una comisión de la verdad con representantes de organismos internacionales para velar por las denuncias de persecución política, también hemos planteado que se otorgue las garantías a todos aquellos bolivianos que se encuentran refugiados en el exterior para que estas personas puedan retornar al país y asumir defensa ante una instancia judicial independiente que vele por los derechos de las personas”, manifestó Oliva.

Los legisladores cuestionaron que estas denuncias y peticiones que fueron dadas a conocer con antelación a las autoridades locales de la ONU, no hayan derivado en acciones correspondientes por lo que se aguardará el pronunciamiento oficial de las oficinas en Ginebra, Suiza.

Respecto a la situación de Roger Pinto, Jefe de Bancada de Convergencia en la Cámara de Senadores, el diputado Oliva señaló que la petición del Gobierno para revocar el asilo político concedido por el Brasil no prosperará pues es la clara evidencia que es reconocida a nivel internacional sobre la persecución política a los opositores.

“La situación del senador Pinto es emblemática, el es el jefe de la oposición parlamentaria en Bolivia y que se encuentra refugiado en una embajada son (hechos) suficientes para entender que hay una crisis política (…), por tanto hay que abrir el debate”, señaló. Do site da UNOAMERICA

O espírito de Geert Wilders

 

MÍDIA SEM MÁSCARA

ESCRITO POR MARK STEYN | 20 JUNHO 2012
INTERNACIONAL - EUROPA

Geert

Quando o líder do terceiro maior partido de uma das mais antigas legislaturas democráticas da terra tem que viver sob ameaça constante de assassinato e é forçado a viver em “esconderijos” por quase uma década, alguma coisa está muito errada com “o país mais tolerante da Europa”.

Quando me pediram que escrevesse um prefácio para o novo livro de Geert Wilders, minha primeira reação, para ser honesto, foi recusar. O Sr. Wilders vive sob proteção armada 24 horas por dia, 7 dias por semana, porque um considerável número de pessoas obstinadas querem matá-lo, e pareceu-me que, sendo alguém que atraiu uma quantidade mais do que suficiente de atenção homicida ao longo dos anos, dividir com ele espaço nessas páginas certamente implicaria aumento em minhas próprias ameaças de morte. Quem precisa disso? Por que não alegar conflito de agenda e sugerir que o autor tente outra pessoa? Imagino que Geert Wilders recebe muitas respostas assim.

E então eu dei um passeio pelo bosque, e me senti vagamente envergonhado com a facilidade com que quis dar a seus inimigos essa pequena vitória. Depois que desmascarei os valentões islâmicos em meu país, seu porta-voz vangloriou-se ao The Canadian Arab News dizendo que, mesmo depois de o Congresso Islâmico Canadense não ter conseguido criminalizar meus textos sobre o Islã em três jurisdições diferentes, as ações judiciais custaram à minha revista (segundo jactou-se) dois milhões de dólares, e, portanto, “atingiram nosso objetivo estratégico – aumentar o custo de publicação de material anti-islâmico”. Nos Países Baixos, os inimigos do Sr. Wilders, sejam jihadistas homicidas ou o establishment multiculturalista, compartilham o mesmo “objetivo estratégico” – aumentar o custo de associar-se a ele em um nível maior do que as pessoas estão dispostas a arcar. Não é fácil ser Geert Wilders. Ele passou quase uma década em uma estranha, claustrofóbica, fugaz e tênue existência pouco diferente de vítimas de sequestro ou, em suas palavras, de um prisioneiro político. Ele está sob vigilância constante por causa de ameaças explícitas de assassinato por parte de muçulmanos extremistas.

E ele é o único a ser indiciado por incitação.

Na Amsterdã do século XXI, você é livre para fumar maconha ou escolher uma parceira sexual seminua na vitrine de um prostíbulo. Mas você pode ser processado por ter a opinião errada sobre um sujeito que morreu no século VII.

E, ainda que o Sr. Wilders tenha sido eventualmente absolvido pelo arremedo de tribunal que o julgou, a determinação de colocá-lo além dos limites é incansável: “O partido de extrema-direita anti-imigração de Geert Wilders” (The Financial Times)... “O líder de extrema-direita Geert Wilders” (The Guardian)... “O político de extrema-direita anti-Islã Geert Wilders” (Agence France-Presse) está “à margem da política convencional” (Time). O Sr. Wilders está tão no extremo na margem extrema da extrema-direita que seu partido é o terceiro maior do parlamento. Na verdade, o atual governo holandês só está no poder graças ao apoio do Partido da Liberdade, de Wilders. Então, ele é “radical” e “extrema-direita” e “marginal”, mas os sete partidos que tiveram bem menos votos do que o dele são “convencionais”? Isso é justamente uma das coisas que há de errado com o discurso político europeu e sua cobertura midiática: talvez ele pareça tão “radical” e “extrema-direita” porque são os outros que estão à margem.

Ainda assim, não é suficiente distorcer o próprio homem: você também tem que fazer isso com aqueles que decidem conhecê-lo por si próprios. O senador sul-australiano Cory Bernardi encontrou-se com o Sr. Wilders durante uma viagem pelos Países Baixos e, ao voltar para casa, suscitou manchetes como “Senador Sob Ameaça Por Ligações Com Wilders” (The Sydney Morning Herald) e “Geert Wilders Deixa Cory Bernardi Por Um Fio” (The Australian). Membros não só do partido de oposição, mas também de seu próprio partido, pediram que o Senador Bernardi fosse demitido de seu posto de secretário parlamentar da Liderança da Leal Oposição de Sua Majestade. E por que parar por aí? Um porta-voz do governo “recusou-se a comentar se o Sr. Abbott [1] deveria expulsar o Senador Bernardi do Partido Liberal”. Isso não aconteceria se Bernardi tivesse se metido com figuras mais respeitáveis – Hugo Chávez, por exemplo, ou um representante do Hamas. Para minha satisfação, enquanto dividia um palanque comigo em Adelaide alguns meses depois, Bernardi declarou que, como um cidadão livre, ninguém iria dizê-lo com quem ele deveria ou não se encontrar.

Para cada pessoa que pensa de maneira independente, como o Senador Bernardi, Lorde Pearson de Rannoch [2] ou a Baronesa Cox [3] (que organizou uma exibição do filme Fitna, de Wilders, na Câmara dos Lordes), há mil outras figuras públicas que captaram a mensagem: não mexa com o Islã, a não ser que você queira morrer – e fique longe de Wilders se você quiser ficar em paz.

Mas uma vida tranquila, no fim das contas, não é uma opção. Não é preciso concordar com tudo que o Sr. Wilders diz em seu livro – ou, na verdade, com qualquer coisa que ele diga – para reconhecer que, quando o líder do terceiro maior partido de uma das mais antigas legislaturas democráticas da terra tem que viver sob ameaça constante de assassinato e é forçado a viver em “esconderijos” por quase uma década, alguma coisa está muito errada com “o país mais tolerante da Europa” – e que temos a responsabilidade de falar sobre isso honestamente antes que a situação piore.

Uma década atrás, em meio à excitação com a queda de Saddam, muitos comentaristas da mídia tinham uma definição-padrão para o Iraque: uma entidade artificial montada com grupos que não fazem parte do mesmo Estado. E eu costumava brincar dizendo que aqueles que pensavam que os diversos componentes do Iraque eram incompatíveis deveriam olhar para os Países Baixos. Se sunitas e xiitas, curdos e árabes não têm em comum o suficiente para estabelecer um Estado funcional, o que dizer de uma jurisdição dividida entre drogados depravados pós-cristãos e muçulmanos anti-prostituição, anti-sodomia e anti-qualquer-coisa? Se o Curdistão não se encaixa direito no Iraque, como o Pornostão se encaixa na República Islâmica da Holanda?

Os anos passam, e a censura se torna cada vez mais deplorável. “O país mais tolerante da Europa” é um regime cada vez mais incoerente onde gays são espancados, mulheres descobertas são vítimas de escárnio nas ruas, e você não pode ter uma encenação de “O Diário de Anne Frank” no colégio a não ser que queira ver os personagens da Gestapo recebidos com gritos efusivos da plateia – “Ela está no sótão!”

De acordo com uma pesquisa, 20% dos professores de história abandonaram certos, hm, aspectos problemáticos da Segunda Guerra Mundial porque, em turmas com uma, ahn, disposição demográfica particular, alunos não acreditam que o Holocausto aconteceu, e, se aconteceu, os alemães deveriam ter terminado o trabalho para que não tivéssemos todos os problemas de hoje. Alguns professores mais inventivos astutamente bajulam seus alunos anti-semitas comparando o Holocausto à “islamofobia” – todos nós nos lembramos daqueles terroristas judeus sequestrando aviões Fokker e jogando-os no Reichstag, certo? E o que dizer de gangues de jovens judeus atacando idosos, como faz a juventude muçulmana no bairro de Kanaleneiland, onde Wilders morou?
Quanto à “islamofobia”, é muito ruim ver que, er, são os judeus que estão indo embora. “Sessenta por cento da comunidade ortodoxa de Amsterdã pretende emigrar da Holanda”, disse Benzion Evers, filho do rabino-chefe da cidade, cujos cinco de seus filhos já haviam partido em 2010. O exitoso guia turístico da Frommer sobre a “cidade mais tolerante da Europa” reconhece que “visitantes judeus que se vestem de forma que os identifique claramente como tais” correm o risco de serem atacados, mas atribui isso discretamente ao “conflito israelo-palestino”. “Judeus conscientes deveriam deixar a Holanda, onde eles e suas crianças não têm futuro”, aconselhou Frits Bolkenstein, ex-líder do Partido Liberal. “O anti-semitismo continuará a existir, pois os jovens marroquinos e turcos não ligam para os esforços de reconciliação.”

Se você está pensando para o que mais esses “jovens” não ligam, pergunte a Chris Crain, editor do The Washington Blade, o jornal gay da capital americana. Buscando se afastar dos caipiras cristãos fundamentalistas teocráticos do Partido Republicano, ele e seu namorado decidiram passar um tempo numa viagem a Amsterdã, “indubitavelmente o lugar mais ‘amigo dos gays’ do planeta”. Passeando pelas ruas do centro da cidade, uma gangue de sete “jovens” os abordou, ofendeu e espancou. Perplexas com o aumento da violência, autoridades de Amsterdã promoveram um estudo para determinar, como divulgou o Der Spiegel, “porque homens marroquinos estão atacando os gays da cidade.”

Puxa, que dureza. É desconcertante. Os gênios da Universidade de Amsterdã concluíram que os responsáveis pelos ataques se sentiam “estigmatizados pela sociedade” e “podem estar lutando com suas próprias identidades sexuais.”

Bingo! Dizer a jovens marroquinos que eles são gays enrustidos é a solução perfeita para reduzir as tensões na cidade! Enquanto isso, um monte daqueles turcos parece meio frutinha, não acha?
Mas não se preocupe. Na “nação mais tolerante da Europa”, ainda há muita tolerância. O que os holandeses não toleram? Em 2006, o ministro da justiça, Piet Hein Donner, sugeriu que não havia nada de errado com ashari’a se a maioria do povo holandês votasse a seu favor – como, de fato, estão fazendo entusiasticamente no Egito e outros regimes abençoados com a Primavera Árabe. A resposta prévia do Sr. Donner ao “radicalismo islâmico” foi (como Wilders relembra) propor uma nova lei da blasfêmia para os Países Baixos.

Nesse mundo virado do avesso, Piet Hein Donner e pesquisadores da Universidade de Amsterdã e os promotores do Openbaar Ministerie [4] responsáveis por esse espetáculo jurídico são “convencionais” – e Geert Wilders é o “radical” “extremista” “marginal”. Quão larga é essa margem? O Sr. Wilders cita uma enquete em que 57% das pessoas dizem que a imigração em massa foi o grande erro da história holandesa. Se a importação de uma grande população muçulmana para o ocidente foi realmente um erro, também foi algo inteiramente desnecessário. Algumas nações (holandeses, franceses e britânicos) podem considerar-se num certo débito pós-colonial com seus antigos povos-alvo, mas Suécia? Alemanha? De Malmö a Mannheim, o Islã transformou sociedades que até então não tinham nenhuma conexão com o mundo islâmico. Mesmo que você discorde daqueles 57% da pesquisa holandesa, a experiência do rabino-chefe de Amsterdã e do editor gay agredido e dos idosos que moram em Kanaleneiland sugere que, no mínimo, a islamização de cidades continentais oferece algum desafio para a famosa “tolerância” da Eutopia [5]. Ainda assim, a mesma classe política responsável por essa “substituição demográfica” (nas palavras da demógrafa francesa Michèle Tribalat) sem precedentes insiste em manter o assunto longe de qualquer discussão. O escritor britânico Martin Amis perguntou a Tony Blair se, durante as reuniões com seus companheiros premiês, o mapa demográfico continental fazia parte da “conversação europeia”. O Sr. Blair respondeu, com desconcertante honestidade: “é uma discussão subterrânea” – ou seja, os sujeitos que nos puseram nessa confusão não conseguem pensar num jeito de falar disso em público a não ser nas trivialidades banais de um relativismo cultural esgarçado.

Isso não é o suficiente para Geert Wilders. Ao contrário da maioria de seus críticos, ele viajou bastante pelo mundo islâmico. Ao contrário deles, ele leu o Corão – e o releu em todas aquelas noites intermináveis em algum esconderijo sombrio e afastado do consolo de sua família e seus amigos. Um modo de pensar em como as coisas estão acontecendo é inverter a lógica. Roterdã tem um prefeito muçulmano, portador de passaporte marroquino e filho de um imame berbere. Como os sauditas se sentiriam se um católico italiano fosse prefeito de Riad? Como os jordanianos se sentiriam se um judeu americano fosse prefeito de Zarqa? Os cidadãos do Cairo e de Cabul concordariam em se tornar minorias em suas próprias cidades simplesmente porque falar disso seria muito indelicado?

Abordar a questão é expor sua absurdeza. Da Nigéria ao Paquistão, o mundo islâmico é intolerante até com antigas minorias estabelecidas. Metade da população do Iraque fugiu do país, a última igreja do Afeganistão foi destruída em 2010, e, em ambos os casos, essa versão confessional de limpeza étnica ocorreu sob o nariz da América. O multiculturalismo é um fenômeno unicultural.

Mas a elite política da Europa insiste em dizer que essa imigração transformadora sem precedentes só pode ser discutida dentro das piedades convencionais: dizemos a nós mesmos que, em uma sociedade multicultural, o simpático casal gay do número 27 e o muçulmano poligâmico com quatro noivas crianças emniqabs [6] idênticos do número 29 da Elm Street podem viver lado a lado, cada qual contribuindo para a rica e vibrante tapeçaria da diversidade. E qualquer um que diga o contrário deve ser expurgado para as trevas exteriores.

Geert Wilders pensa que devemos ter a capacidade de falar sobre isso – e, de fato, como cidadãos das sociedades mais antigas e livres da terra, é nosso dever fazê-lo. Sem ele e outras almas corajosas, as opiniões de 57% do eleitorado holandês não teriam representação no parlamento. O que, pensando bem, é algo bastante estranho numa sociedade democrática. A maior parte dos problemas que afronta o mundo ocidental hoje advém daquelas políticas sobre as quais a classe política está de pleno acordo: em período eleitoral na Europa, o eleitor médio deve escolher entre um partido de centro-esquerda ou um cada vez mais compassivo partido de direita-da-centro-esquerda e, não importa em quem vote, eles geralmente concordam em absolutamente tudo, de imigração em massa a programas insustentáveis de bem-estar e mudança climática. E eles são cruéis quando se trata de deslegitimar qualquer um que queira um debate mais amplo. Nessa confusão do Cory Bernardi, por exemplo, fiquei impressionado em como a cobertura australiana foi preguiçosamente rasa sobre Geert Wilders. O Sydney Morning Herald publicou:

“Geert Wilders, que é o fiel da balança do poder no parlamento holandês, comparou o Corão ao Mein Kampf e chamou o Profeta Maomé de pedófilo...”

The Australian
:

“Ele provocou a revolta da comunidade islâmica dos Países Baixos depois de classificar o Islã como uma religião violenta, comparando o Corão ao Mein Kampf, de Hitler, e chamando o Profeta Maomé de pedófilo.”

Tony Eastley, da ABC Radio:

“Geert Wilders, que controla o equilíbrio de poder no parlamento dos Países Baixos, revoltou os muçulmanos holandeses ao comparar o Corão com o Mein Kampf, escrito por Hitler, e chamar o Profeta Maomé de pedófilo...”

Meus Deus, você quase poderia pensar que todos esses dedicados jornalistas investigativos só copiaram e colaram o mesmo resumo preguiçoso do que efetivamente conferiram o que o sujeito disse de verdade. O homem que é revelado nas páginas seguintes não é o bandido ameaçador da demonologia midiática, mas um homem estudado, viajado, elegante, um analista perspicaz que cita figuras “extremistas” e “marginais” como Churchill e Jefferson.

Quanto àquelas notícias repetidas à exaustão pela mídia de Oz, o Mein Kampf é banido na maior parte da Europa; negar o Holocausto é considerado crime; e, quando uma lei francesa sobre a negação do genocídio armênio foi derrubada, o presidente Sarkozy anunciou imediatamente que faria outra lei para substituí-la. No Canadá, a Suprema Corte manteve uma condenação de “discurso de ódio”, de primeira instância, contra um homem que simplesmente listou os capítulos e os versículos de diversas prescrições bíblicas acerca do homossexualismo. Ainda assim, em um mundo ocidental cada vez mais acostumado a regular, controlar e criminalizar livros, discursos e ideias, a deferência estatal ao Islã é cada vez mais bajuladora. O “Profeta Maomé” (como os nossos ocidentais impecavelmente seculares agora se referem) é cada vez mais beneficiado por nossa vontade de torturar a lógica e a lei e a liberdade de maneiras cada vez mais inócuas em prol da causa do ajustamento ao Islã. Considere o caso de Elisabeth Sabaditsch-Wolff, uma dona-de-casa vienense que viveu em diversos países islâmicos. Ela foi processada por uma corte austríaca por chamar Maomé de pedófilo por ter consumado o casamento quando sua noiva, Aisha, tinha apenas nove anos. A Sra. Sabaditsch-Wolff foi considerada culpada e multada em 480 euros. O raciocínio do juiz foi fascinante:

“Pedofilia é factualmente incorreto, uma vez que pedofilia é a preferência sexual direcionada única ou majoritariamente a crianças. No entanto, ela não se aplica a Maomé. Ele ainda era casado com Aisha quanto ela tinha 18 anos.”

Então, você não é um pedófilo se deflorar uma criança na quarta série e mantê-la por perto até o colegial? Eis uma dica muito útil caso você esteja planejando uma viagem pelos Alpes. Ou essa é mais uma daquelas exceções que não são universalmente aplicáveis?

Um homem não quereria essa situação surreal nem mesmo para seus inimigos. Mesmo assim, é marcante como o establishment mal se incomoda em disfarçar seu desejo de que Wilders tenha o mesmo fim rápido e definitivo de Pim Fortuyn [7] e Theo van Gogh [8]. Em seu espetáculo jurídico, o juiz chegou mesmo a negar ao réu dentro do tribunal o mesmo nível de segurança de que gozou Mohammed Bouyeri, assassino de Van Gogh. Henk Hofland, eleito nos Países Baixos o “Jornalista do Século” (como ironicamente lembra o autor), pediu às autoridades para retirar a proteção policial de Wilders para que ele soubesse como era viver em constante medo de morrer. Enquanto o filme de Wilders, Fitna, é considerado “incendiário”, o filme “De moord op Geert Wilders” (“O Assassinato de Geert Wilders”) é tão não-incendiário e respeitável que foi produzido e promovido por uma emissora de rádio financiada pelo governo. Você pode quase ter a impressão de que, como sugeriu o website Gates of Vienna, o governo holandês está transmitindo “Henrique II”: “Quem irá me livrar desse loiro turbulento?”

Não faltam voluntários. Nos Países Baixos, um padrão perturbador surgiu: aqueles que buscam analisar o Islã fora dos estreitos limites do discurso político eutópico acabam banidos (Vlaams Blok [9], Bélgica), forçados ao exílio (Ayaan Hirsi Ali [10]), ou mortos (Fortuyn, Van Gogh). Impressionante quão rápido “o país mais tolerante da Europa” adotou a política “mate o mensageiro” como a panaceia para a “Islamofobia”.

Não é “irônico” que o país mais liberal da Europa ocidental seja igualmente o mais avançado em sua descida a um profundo inferno não-liberal. Isso era perfeitamente previsível, e tudo o que Geert Wilders está fazendo é afirmar o óbvio: uma sociedade que se torna mais islâmica acaba tendo menos de tudo, inclusive liberdade individual.

Eu não tenho o mínimo interesse em acabar vivendo como Geert Wilders ou Kurt Westergaard, muito menos morto como Fortuyn e Van Gogh. Mas eu também quero viver de verdade, como um homem livre, e eu não gosto da visão murcha de liberdade oferecida pelo Openbaar Ministerie holandês, pelas autoridades britânicas de imigração, pelas cortes austríacas, pelos tribunais de “direitos humanos” do Canadá e por todos os outros idiotas úteis do imperialismo islâmico. Assim, é necessário para nós fazer o que recomenda Ayaan Hirsi Ali: compartilhe o risco. Dessa forma, da próxima vez que um livro ou uma charge provocar uma fatwa, será publicado ao redor do mundo e enviará aos soldados do Islã uma mensagem: matar um de nós não fará diferença. É melhor ter uma boa linha de crédito no Banco da Jihad, porque você terá de matar todos nós.

Como Geert Wilders fala acerca da estagnação geral do mundo islâmico, “é a cultura, estúpido”. E nossa cultura já está se retraindo em uma capitulação preventiva e rumando a um futuro encolhido, furtivo e (como diria Blair) subterrâneo. Como escreveu John Milton em sua Aeropagitica, de 1644: “Dê-me a liberdade de conhecer, proferir e argumentar livremente de acordo com minha consciência”. É uma tragédia que as batalhas de Milton tenham de ser feitas novamente depois de três séculos e meio, mas o mundo ocidental está colapsando em um cativeiro psicológico feito por si mesmo. Geert Wilders não está pronto para se render sem exercitar seu direito de conhecer, proferir e argumentar livremente – na imprensa, nas telas e nas urnas. Deveríamos todos louvar esse espírito enquanto ainda podemos.

Notas do tradutor:

[1] Tony Abbott, líder do Partido Liberal da Austrália.
[2] Malcolm Everard MacLaren Pearson, Barão Pearson de Rannoch (20 de julho de 1942), membro da Câmara dos Lordes do Reino Unido.
[3] Caroline Cox, Baronesa Cox (6 de julho de 1937), é integrante da Câmara dos Lordes do Reino Unido.
[4] Órgão que executa as funções próprias de ministério público na Holanda.
[5] Mistura de “Europa” e “utopia”.
[6] Véus usados pelas muçulmanas que deixam apenas os olhos à mostra.
[7] Wilhelmus Simon Petrus Fortuijn, conhecido como Pim Fortuyn (19 de fevereiro de 1948 - 6 de maio de 2002), foi um político e sociólogo holandês. Suas críticas severas contra o multiculturalismo e o Islã motivaram seu assassinato por Volkert van der Graaf, ativista da organização ambientalista Vereniging Milieu Offensief(“Associação de Ofensiva Ambiental”, em tradução livre).
[8] Theodoor “Theo” van Gogh (23 de julho de 1957 – 2 de novembro de 2004) foi um produtor e diretor de cinema holandês. Era bisneto de Theodorus van Gogh, comerciante de arte e irmão do pintor Vincent van Gogh. Em conjunto com a escritora somali Ayaan Hirsi Ali, dirigiu o filme “Submission”, que trata do cotidiano feminino no Islã. Foi assassinado pelo extremista islâmico Mohammed Bouyeri, de origem marroquina.
[9] Vlaams Blok (“Bloco Flandrino”) foi um partido conservador belga originário da região de Flandres. Uma de suas principais plataformas eram políticas anti-imigração.
[10] Ayaan Hirsi Magan Ali (13 de novembro de 1969), ativista somali radicada nos Países Baixos. É uma das grandes críticas do Islã do país. Atualmente, mora nos Estados Unidos.

Mark Steyn, colunista da National Review, é o autor de “After America: Get Ready for Armageddon”. Esse artigo foi adaptado de seu prefácio ao livro “Marked for Death: Islam’s War against the West and Me”, de Geert Wilders.

Tradução: Felipe Melo, editor do blog da Juventude Conservadora da UnB.

Sakamoto e Alanzinho Maniçoba: tudo a ver

 

CONDE LOPPEUX DE LA VILANUEVA

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Recentemente assisti a uma cena curiosa de um noticiário popular do Pará: a prisão de um delinquente, conhecido como Alanzinho Maniçoba. A câmera focalizava a figura de um ogro juvenil franzino, drogado, uma verdadeira colcha de retalhos de carne costurada, cheio de golpes de faca. A voz grossa parecia a de um “encosto” do capeta imundo. Na entrevista, o bandido falava com orgulho, com voz endemoniada: “Sou ladrão, sou matador, sou traficante. . .” E depois finalizava:“já matei, roubei e destruí”. E ainda fazia ameaças àqueles que o tinham espancado: “vou comer o coração deles é com farinha, eu o Zè Pelintra e o Exu Caveira”.

Se não bastasse tamanha caricatura tão surrealista da maldade, qual a relação que vejo entre Alanzinho Maniçoba e Leonardo Sakamoto, dublê de jornalista da Folha de São Paulo e douto professor de uma universidade católica? Ambos afirmam que o crime é uma profissão. O primeiro acredita piamente que a bandidagem é sinal de respeito, de autoridade moral. Bater na cara de bandido é pedir pra morrer. Daí cogitar até o prazer alimentar de comer o coração alheio com farinha. Já o segundo defende a tese de que o bandido é um respeitoso homem de bem, injustiçado pela sociedade, que assalta para sustentar sua família. Mesmo que isso implique em assaltar ou matar outras famílias! O bandido é, por assim dizer, uma vítima de suas próprias. . .vítimas! Tal foi o teor bizarro do seu artigo, publicado em seu blog, no dia 18 de junho de 2012.

Alanzinho Maniçoba, o filósofo suburbano da criminalidade, dizia na reportagem: “qual a diferença entre eu o cidadão? Só por que mato e roubo?”. E Sakamoto, outro filósofo suburbano, mas da delinquência intelectual universitária da PUC, endossaria o criminoso: “Mais do que uma escolha pelo crime, a opção de muitos jovens pelo roubo é uma escolha pelo reconhecimento social. Um trabalho ilegal e de extremo risco, mas em que o dinheiro entra de forma rápida. Não defendo essa opcão, mas sabemos que, dessa forma, o jovem pode ajudar a família, melhorar de vida, dar vazão às suas aspirações de consumo – pois não são apenas os jovens de classe média alta que são influenciados pelo comercial de TV que diz que quem não tem aquele tênis novo é um zero à esquerda”. Em outras palavras, Sakamoto corrobora com as idéias mirabolantes de Alanzinho Maniçoba. Matar, roubar e destruir é trabalho pra qualquer um. Ou melhor, apenas“trabalho ilegal”. Comer o coração de um homem com farinha é apenas uma questão de gosto, de capricho, tal como ir numa churrascaria do gaúcho da esquina. O bandidinho retalhado não se acha um cidadão? Só por que ele mata e rouba não é cidadão honesto como aquela vítima que é roubada e morta? Que isso? 

O filosofastro da PUC nos solta mais pérolas “alan-maniçobistas”: “A polícia e os chefes de quadrilhas puxam os gatilhos, mas nós é que colocamos as balas na agulha que matam os corpos e o futuro dessa molecada”. Ou seja, se alguém assaltar Sakamoto ou der um tiro na sua cabeça e matá-lo, a culpa não é do bandido que dispara a arma: a culpa é minha, sua, nossa, de todo mundo! Às vezes me pergunto se Sakamoto virou tão endemoniado quanto Alanzinho Maniçoba, para falar uma asneira psicótica tão monumental. Exu Caveira e Zé Pelintra, tão alardeado pelo bandidinho maniçobês, talvez tenham afetado espiritualmente Sakamoto. Será que sal grosso resolve? 

Sakamoto, ao repetir clichês de esquerda, prega que as causas da violência estão na desigualdade social: “Ostentação em um país desigual como o nosso deveria ser considerado crime pela comissão de juristas que está reformando o Código Penal. Eles não estão propondo que bulling seja crime? Ostentação é mais do que um bulling entre classes sociais. É agressão, um tapa na cara”. E complementa: “Qual a causa da violência? A resposta não é tão simples para ser dada em um post de blog, mas com certeza a desigualdade social e a sensação de desigualdade social está entre elas”. Em suma, poucas vezes se viu uma apologia tão grotesca, tão infantil e tão imbecil da inveja humana, desde à época de Caim e Abel. Sakamoto não quer criminalizar os bandidos que cobiçam as riquezas dos que trabalham, mas quer botar na cadeia quem trabalha e se esforça para ter o que é seu. Qualquer sinal de prosperidade é malvada “ostentação”, é um"bulling"! Antes todo mundo ficasse sem nada, para que os ladrões não roubassem ninguém. Mas não é isso que ocorre quando o ladrão rouba? No final das contas, pela lógica delinquente de Sakamoto, o único que tem o direito a ter alguma coisa é o bandido, de preferência, ostentando as coisas alheias. 

Poderíamos alargar esse conceito moral de inveja legitimada e sublimada a várias situações legais do direito penal. Se o rico é criminoso porque seu patrimônio provoca a inveja do ladrão, logo, as mulheres poderiam ser estupradas, já que ostentam criminosamente sua beleza física, digamos, numa praia ou numa roupa minúscula. E aí, os estupradores estariam felizes da vida, pois a culpa pelo estupro seria das moças violentadas, que atiçam os malefícios da rejeição social de homens que não conseguem relações sexuais. Na verdade, as estupradas é que deveriam ir para a cadeia. Primeiro, porque ostentam beleza. Segundo, porque a culpa é sempre da vítima. 

Convém dizer: Sakamoto deveria ser preso, dentro de sua legislação contra a ostentação, já que adora pavonear-se com o título de “dotôr” da USP. Ora, tal distinção não alimenta a desigualdade social? Não é intrinsecamente criminoso que um “dotôr” da USP queira ostentar um título, num país cheio de analfabetos e semi-analfabetos sem diplomas? É absurdamente criminoso que um iletrado como ele seja diplomado! Antes lavasse privadas, limpasse fossas ou fizesse um serviço de gari, que seria mais útil à sociedade. 

Alanzinho Maniçoba serviria perfeitamente de parâmetros intelectuais e morais para muitos professores uspianos e puquianos, incluso o energúmeno professoral Sakamoto. O banditismo se tornou a ordem do dia. Comer o coração com farinha faz de alguém pleno de direitos, um verdadeiro cidadão, já que bandido é homem de respeito! Sakamoto bateria palmas pelo seu ídolo paraense, pois no mundo do crime, não passaria de um reles estelionatário professoral. 

Alanzinho Maniçoba para professor da PUC!