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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A Comissão da Verdade, ou deixa-me ver se entendi direito

 

BRUNO GARSCHAGEN

TERÇA-FEIRA, 18 DE SETEMBRO DE 2012

Na Folha:
Comissão da Verdade limita investigações a agentes do Estado
Decisão do grupo afasta possibilidade de analisar ações de militantes de esquerda na ditadura militar
Membro do colegiado nega que medida faça militares desistirem de colaborar; general da reserva critica grupo
DE BRASÍLIA
A Comissão da Verdade encerrou ontem uma de suas principais polêmicas ao oficializar que suas investigações alcançarão somente as violações aos direitos humanos praticadas por agentes do Estado, ou a serviço deles.
A decisão foi formalizada em resolução interna publicada no "Diário Oficial", segundo a qual o grupo elucidará abusos (como assassinatos, torturas e desaparecimentos) praticados "por agentes públicos, pessoas a seu serviço, com apoio ou no interesse do Estado".
Ela encerra a possibilidade de eventuais apurações de atos de militantes de esquerda que praticaram sequestros e atentados durante a ditadura militar (1964-1985).
Também ficam excluídos dos trabalhos do grupo a investigação dos "justiçamentos" -julgamentos e execuções de integrantes de grupos armados, suspeitos de delação, pelos próprios resistentes ao regime.
O texto da lei que criou a comissão era impreciso em relação a seu raio de alcance, o que levou à especulação de que a esquerda poderia sim ser alvo da comissão.
Deixa-me ver se entendi: o governo brasileiro, na pessoa da presidente Dilma Rousseff, militante de um grupo terrorista de esquerda, cria uma Comissão da Verdade, com alguns membros dessa mesma esquerda, que decide que o grupo só vai investigar abusos praticados pelo governo militar e não os cometidos pelos terroristas de esquerda.

Se parece cada vez mais raro aquele estranho fenômeno de leis que pegam e leis que não pegam, a Comissão da Verdade inaugura um novo: o da lei (da Anistia) que só pega para alguns.

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