VEJA
14/08/2012 - 13:3
Mensalão
Ex-presidente afirmou que espera a condenação dos responsáveis pelo esquema
Carolina Freitas
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (Marcelo Sayão/EFE)
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta terça-feira que espera que haja condenações no julgamento dos 38 réus do processo do mensalão, maior escândalo de corrupção da República. “Eu acho que houve crime, o Brasil inteiro sabe disso”, afirmou Fernando Henrique, após uma palestra em São Paulo.
“Uma pesquisa mostrou que as pessoas estão acompanhando o julgamento, mas não acreditam que tenha alguma coisa (condenação). Eu acho que é preciso que tenha alguma coisa”, disse o ex-presidente. Questionado se acha que condenações manchariam o legado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente na época em que o escândalo eclodiu, FHC respondeu que sim.
Leia mais: entenda o escândalo do mensalão
O tucano comentou ainda o fato de a presidente Dilma Rousseff (PT) manter bons índices de popularidade mesmo em meio ao julgamento do mensalão, que tem na mira prioritariamente petistas que articularam eO Brasil inteiro operacionalizaram o esquema de pagamento de mesada em troca de apoio parlamentar na Câmara dos Deputados durante o governo Lula. “A razão é óbvia: o povo está pensando que ela está direito, mesmo contrária a essas posições antigas do PT.”
Greve – Fernando Henrique mostrou compreender a posição da presidente Dilma também em relação às greves do funcionalismo no país. “Ela enrijeceu. Eu não vejo que ela pudesse não enrijecer”, afirmou o ex-presidente. “A presidente Dilma está num momento de dificuldade financeira e de muita pressão dos funcionários, que se habituaram durante o governo Lula, que tinha mais folga, a receber aumentos. Ela não tem a mesma condição. Ela não pode.”
Desde a semana passada, servidores federais têm feito greve para pressionar o governo a conceder a eles aumentos salariais. As paralisações travaram as estradas, prejudicaram o movimento nos portos e causaram caos nos aeroportos. Nesta terça-feira, a Presidência deu início a uma rodada de negociações com os sindicalistas.
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