VEJA
22/06/2012 às 6:41
Escrevi ontem que há extremistas no Brasil fascinados com os confrontos entre invasores de terra e policiais, que resultaram na morte de 17 pessoas no Paraguai e podem custar o mandato do presidente Fernando Lugo, que merece perdê-lo por ter sido tolerante com táticas de guerrilha em seu país. Pois bem: militantes do MST decidiram invadir anteontem de manhã a fazenda Cedro, que fica em Eldorado do Carajás, no Pará. No confronto entre invasores e seguranças da propriedade, 12 pessoas ficaram feridas. A Cedro pertence à Agropecuária Santa Bárbara, do grupo Opportunity, de Daniel Dantas.
Reproduzo trecho de reportagem de Guilherme Voitch, no Globo, e volto em seguida:
O MST acusa os seguranças da fazenda de terem atacado os militantes, que faziam um manifestação pacífica, com mais de mil famílias, em frente à sede da propriedade. Os sem-terra protestavam contra o uso abusivo de agrotóxicos. “Fomos recebido com muitos tiros por parte da escolta armada. Há muitos feridos”, declarou o dirigente do MST Charles Trocatte. Depois do ataque, os militantes fecharam a BR-155, km 55, ao lado da fazenda. Durante a tarde, a rodovia foi liberada.
Já a Agropecuária Santa Bárbara, em nota, dá outra versão. Segundo a empresa, cerca de 300 integrantes do MST invadiram a propriedade. “Com muita violência, o grupo, fortemente armado e enfurecido, destruiu parte da propriedade e causou pânico nos funcionários e prestadores de serviços presentes. Os invasores chegaram atirando e destruindo a propriedade, aterrorizando os funcionários — que fugiram desesperados. Eram 300 invasores enfurecidos e apenas seis seguranças para proteger as vidas dos funcionários e de si próprios e à propriedade”, diz a empresa, por meio de nota. De acordo com a Agropecuária, os militantes também estavam armados e a “polícia vai esclarecer” de onde vieram os disparos.
Voltei
Em quem acreditar? É preciso apurar tudo direitinho. O que é certo é que nós vimos ontem, na invasão do estande da CNA, na “Rio+20″, como o MST é pacífico, não é mesmo? Pois bem. Vejam este filme. Volto depois.
A fazenda de que trata a reportagem é a Santa Isabel, que também pertence à Agropecuária Santa Bárbara. A propriedade foi destruída em novembro de 2009. Escrevi, então, um post cujo título é MST e o terrorismo oficializado.Infelizmente, a reportagem de Valteno de Oliveira, da Band, pecou só por excesso de otimismo. Os vândalos que invadiram a fazenda Cutrale, por exemplo, a que ele se refere, não foram nem sequer processados. A denúncia foi rejeitada pela Justiça.
Como se nota, o MST continua em busca de cadáveres. Ontem, depois de depredar o estande da CNA, uma líder do movimento chamou a ação de pacífica porque, segundo disse, não houve feridos. Eis a regra: deixe o MST entrar e botar pra quebrar, sem resistência, e tudo termina em paz, como a gente vê no filme acima e nas fotos que encerram este post.
Em 1996, na mesma região de Eldorado do Carajás, no Pará, 19 militantes sem-terra morreram em confronto com a polícia. Eles bloqueavam uma estrada num protesto. A Polícia Militar foi chamada a intervir, e a tragédia se deu. Há 16 anos os extremistas tentam repetir confronto parecido, com as mesmas consequências. O sangue dos inocentes úteis, afinal, serve para irrigar a causa.
Vejam duas fotos de instalações da fazenda Cedro, depois da passagem do MST. Foram publicadas no Estadão de hoje:
Abaixo, imagens da “luta pacífica” do MST na fazenda Santa Isabel, em 2009. Ele não mudaram nem de tática nem de prática.
Imóvel da fazenda destruído com trator
Casas dos funcionários depredadas
Vista área da destruição da infra-estrutura da fazenda
Imóveis também foram incendiados
A cozinha da casa de um dos funcionários
Destruição do banheiro na residência de outro trabalhador
Geladeiras, fogões e objetos dos funcionários foram depredados e largados ao relento
As casas foram saqueadas; nem um andador de bebê foi poupado
Sementes (acima) e insumos também foram queimados
Nem a motocicleta escapou da fúria dasquels patriotas
Depois de usado para derrubar casas, trator foi incendiado
A casa-de-máquinas também foi destruída: fogo
Um trabalhador que nem é do partido nem é ligado a "movimento social" recebe uma "lição" de militância dos invasores
Post publicado originalmente às 3h48
Por Reinaldo Azevedo
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