IPCO
27, agosto, 2012
Editorial da discórdia volta-se contra o Brasil
Luis Dufaur
Apesar de o projeto de Belo Monte ser exclusivamente brasileiro, por realizar-se integralmente em território nacional, ele está sendo internacionalizado pela militância ambientalista radical.
“Le Monde”, jornal porta-voz do socialismo e da esquerda católica francesa, publicou nesta semana um editorial que é revelador de uma ofensiva antibrasileira a propósito da barragem de Belo Monte. Jornais brasileiros concederam notável destaque à publicação, como por exemplo “O Estado de S.Paulo”.
No dia 16/08/2012, após reconhecer que o projeto ajudaria a tirar de seu estado atual uma das regiões mais pobres do País e oferecer emprego a dezenas de milhares de brasileiros, o jornal agita o espantalho da “proteção de tribos indígenas ameaçadas de serem expulsas de suas terras onde vivem desde tempos imemoriais e da bacia amazônica, que não somente é o pulmão ecológico da América do Sul, mas do planeta inteiro”.
O apelo à demagogia não é novidade no ambientalismo. A Amazônia não é o pulmão verde do planeta, segundo reconheceram não somente cientistas da maior autoridade, mas também militantes ecologistas radicais, como o falecido Jacques Cousteau.
E, se porventura o fosse, o Brasil e os países com soberania sobre partes da região deveriam ser recompensados pelo bom serviço prestado à Terra, e jamais punidos por tentarem sair de situações de infra-desenvolvimento.
Ativismo teatral de ONGs em Nova York desconhece o Brasil
O jornal das esquerdas francesas rememora com satisfação os 30 anos de atraso imposto ao projeto pelas ONGs das esquerdas internacionais, de índios, e das Igrejas – como o CIMI,longa manus da CNBB – e “advogados prestigiosos” como o cantor anarco-rockeiro Sting.
Uma frente ampla na aparência muito heterogênea, mas na prática coligada com um objetivo único anticivilizatório – e, no caso, antibrasileiro.
O jornal francês também deplora que ainda haja quem queira impulsionar a grande obra nacional. Ele patenteia um íntimo desejo de que o projeto fracasse.
O editorial do “Le Monde” apresenta com um viés assustador o alagamento de 500 km2 de terras da Amazônia, região com uma superfície de 5.500.000 km², dos quais 49,2% pertencem ao Brasil. Portanto, a área alagada – se esse alagamento fosse ruim – ocupa menos de dez milésimos da região.
O impacto negativo – se é que existe – seria insignificante, e até largamente justificado pelos benefícios hauridos pela população local, entre outros, o de sair do atraso.
Alguns escassos ativistas bloqueiam obras em Belo Monte
Nada disso importa, Monte Belo deve ser bloqueada qualquer que seja o mal causado ao Brasil e às populações locais e ao País todo.
E os trompetes internacionais do ambientalismo radical estão convocando à ofensiva contra o Brasil.
Para disfarçar o anti-humanismo ambientalista que o jornal parisiense promove, “Le Monde” fala de 20.000 pessoas, essencialmente membros de tribos indígenas, que deveriam se mudar da pequena área alagada, a locais vizinhos.
Esconde que na aldeia Paquiçamba, área de futura barragem, o cacique Manuel da etnia juruna e muitos índios veem com bons olhos a construção da hidroelétrica.
Porém, o cacique e os indígenas que pensam como ele parece ter cometido o crime inafiançável de contradizer a cartilha comuno-tribalista.
Ambientalistas fazem revolução contra o cacique Manuel Juruna
(na foto com a mulher)
A punição ambientalista redigida a priori e em vias de aplicação é implacável: eles são desqualificados e midiaticamente “apagados” por se terem ‘vendido’ às empresas responsáveis pelo projeto.
Já ouvimos demais esse argumento, cunhado para desmoralizar os que não aceitam as imposições arbitrárias do ecologismo radical.
Os “defensores dos índios” promoveram uma revolução contra o cacique para a fim de destituí-lo de sua liderança tradicional.
“Estão com raiva de mim, querem que eu deixe de ser o cacique. Dizem que eu sou a favor da hidrelétrica” – deplorou o indefeso cacique Manuel Juruna.
E acrescentou: “Se me dessem um dinheiro, ia investir na plantação, comprar uma casinha em Altamira para ter um lugar onde ficar na cidade e uma voadeira (pequeno barco), para ir da aldeia para lá”.
Atriz Sigourney Weaver e grupúsculos
manifestam em New York contra Belo Monte
Quem está expulsando os índios?
Belo Monte produzirá mais de 11.000 megawatts por ano, tornando-se a terceira maior barragem do mundo, capaz de atender 11% das necessidades energéticas do País.
Para Adoniran Alves, morador da Ressaca, vilarejo do município Senador José Porfírio, o qual será impactado com a diminuição da vazão do Rio, a usina vai trazer desenvolvimento para a região.
“Sou a favor da hidrelétrica. Acho que é a solução. Ela vai trazer dinheiro para a região e melhorar as condições de vida por aqui”, diz.
Estes brasileiros não têm direito humano para melhorar suas vidas e as de suas famílias?
A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos exigiu a suspensão do projeto porque as tribos indígenas concernidas não teriam sido ouvidas.
Qualquer exagero serve para tentar engessar o Brasil.
Não tenhamos ilusões, se algum indígena ou habitante da região for ouvido, tratar-se-á de indivíduos treinados e teledirigidos pelas ONGs e pelo comuno-progressismo auspiciado pela CNBB.
Os indígenas que estão se integrando na civilização brasileira e que são verdadeiros brasileiros de coração – como o cacique Manuel e os seus, além dos pioneiros brancos, também corajosos brasileiros que lutam para levantar a região – não serão ouvidos.
Enquanto Belo Monte vai sendo bloqueada por manobras ideológicas, os militantes ecologistas do mundo inteiro saúdam com euforia seus correligionários ongueiros, indígenas e esquerdistas através das páginas dos jornais da inteligência socialista de Paris, Washington ou Roma.
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