FIDES ET RATIO
Por franciscorazzo, abril 26, 2012 2:54 am
Existem aproximadamente umas 7 bilhões de pessoas e umas 300 mil religiões em todo mundo. A religião é um fenômeno humano, enraizado em sua história, tal como é a economia, política, a história, a “ciência”, a ação proposital racional, a vida psíquica, biológica, social etc.
É fato também que as pessoas entram em conflito e que também existe violência… desde que o homem é homem.
O gêniozinho-ateu olha pro mundo e vê violência, vê também pessoas religiosas que, por serem pessoas, praticam religião e violência, vê a si mesmo como um bom mocinho e “descobre”, olha como é gênio!, que a causa necessária da violência é o conflito religioso, logo, né?, propõe a solução que ninguém em 150 mil anos de humanidade conseguiu pensar: acabando com as religiões acabará a violência e todos viverão felizes para sempre.
Ele é um rapaz de coração muito bom, certamente tem boas intenções e espera que todos os sete bilhões de seres humanos vivam e sejam no fundo apenas felizes, tal como ele, nosso gêniozinho-ateu, é feliz!
O que estou chamando de gêniozinho-ateu é uma espécie de versão high tech dos sonhos de John Lenonn:
Imagine there’s no countries
It isn’t hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace
…
And the world will live as one
Esse tipo de frase é daquelas que “dão ou merecem um doutorado” pra Ciência da Religião ou pra Filosofia! A esperança desse tipo de ateu – pois nem todo ateu é geniozinho, há os ateus realmente honestos e que reconhecem os seus limites e os limites da natureza humana – é como tentar um dia acabar com a lei da gravitação pra resolver com o problema do leite derramado ou custurar o cu de todos os homens a fim de resolver o problema do saneamento básico.
É difícil desenhar pra essa gente que a religião é um componente da própria estrutura da consciência humana, isto é, é uma condição necessária da própria humanidade do homem e não uma invenção de uma porção de homens angustiados e a fim de enganar os otários, tal como é também um componente da humanidade do homem o fato dele ser desonesto, conflituoso, torpe, limitado, mortal, paradoxal etc.
Ninguém acabará com a religião sem antes acabar com o próprio homem. O sonho de Lennon é o fim do próprio humano. “The world will live as one”?, sim!, porém só se existir apenas um único homem delimitado por esse tipo de tolice, e isso é uma espécie de “autismo moral”, com todo respeito com aqueles cuja condição mental dramática não é voluntária. Viva absolutamente consigo mesmo e nunca terá um único conflito além de ter de dormir com o peso da própria consciência!
A complexidade da realidade humana é o limite desse tipo de “piração”. O problema não é acabar com a religião pra se viver em completa paz, o jeito de viver em paz é acabar com o “outro” e acabar com o outro é também acabar com um componente fundamental da natureza humana, isto é, a vida em comunidade. Como diz um grande historiador das religiões: “ser ou tornar-se um homem significa ser religioso”.
O músico como outro oficial vive dentro de suas paredes, não pesquisa, sente, não raciocina tem fé, mas fé não na supremacia divina, mas no amor especifico, tal qual o de homem por uma mulher, o de uma mãe pelo um filho, diferente do Ágape de Jesus ou o amor total. Assim, ele não ver holisticamente, ver apenas especificamente. Por isto comete alguns deslizes absurdos.
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