BLOG DO HEITOR DE PAOLA
MINITRUE & MINILUV
Publicado em 18 de maio de 2012 por heitor
Então, pois, o impotéce aconsível: o que Graça Salgueiro, incansável estudiosa dos lances revolucionários do Foro de São Paulo – que obviamente, não existe, segundo a sapiência de alguns próceres liberais – contra as Forças Armadas nos países da Iberoamérica vinha advertindo, sem resultados, aos militares brasileiros, aí está: criada e instalada a “Comichão da Verdade” para investigar os “crimes da ditadura”. Fui testemunha de como Graça foi tratada com desdém inúmeras vezes: ora, uma baixinha nordestina vir dar lições aos poderosos milicos do Brasil! Isto é impossível no Brasil! Blogueiros tucanos que adoram ser chamados de “rei” desdenharam! Aqui é impossível, e o impossível não acontece! Mas o impotéce aconsível, senhores! E com o vergonhoso aplauso dos chefetes atuais da “ativa” (ou passiva?): os quatro comandantes (de quê?) estavam na reunião e aplaudiram sem grandes pejos à criação no Ministério da Verdade (MINIVER, em Novilíngua), baseado nos princípios do “amor à verdade” com direito a chororôs da Presidenta e aplausos efusivos do Príncipe dos sociólogos imbecilóides, de um sorridente idiota “filhote da ditadura” e de um dos titios e dos maiores beneficiários da dita (dura ou mole!), criador de marinbondos fogáceos!
Está oficialmente instalado o MINIVER e os investigados serão entregues aos cuidados do MINIAMOR (Minitrue & Miniluv, em Newspeak, Novilíngua de 1984, apud Orwell). Como se sabe o mundo de Orwell estava dividido em três potências em constante guerras entre si. Numa delas, Oceania, tinha-se estabelecido o Ingsoc (de English Socialism) cujo “Partido Interno” dominava o país do Partido Externo e os proles (os proletários, que nem identidade possuíam). A dominação era exercida por quatro Ministérios: da Verdade, do Amor, da Abundância e da Paz. Na sede do primeiro estavam as palavras
“GUERRA É PAZ,” “LIBERDADE É ESCRAVIDÃO,” “IGNORÂNCIA É FORÇA”,
demonstrando claramente qual era – e é agora, aqui entre nós – o verdadeiro sentido da palavra verdade. Em Novilíngua quem tentar expressar a verdade que se conhece – o terrorismo e a guerrilha que queriam dominar o país transformando-o numa Cuba de dimensões continentais – incorre numa opinião heterodoxa. Dizer que aqueles, inclusive os que hoje ocupam altos cargos, são criminosos que merecem também ser investigados, é impensável: seria como dizer que o Grande Irmão é imbom, forma compacta de dizer que é mau. Quem sequer pensa nisto incorre numa crimidéia, comete o terrível crimepensar!
No entanto, o erro de Orwell foi acreditar que o fascismo que observava seria sempre assim, terrível e assustador. Como disse Jonah Goldberg (Liberal Fascism) quando o novo fascismo chegar não haverá botas atropelando pessoas nem balas matando, mas belas palavras de amor e proteção contra as quais quem se insurgir é um mal agradecido e rancoroso. Tudo será feito por e com amor ao próximo. Orwell não se deu conta de que a lavagem cerebral gramciana já estava em plena atividade.
Assim é o novo Miniamor, para onde serão entregues os milicos que enfrentaram de armas na mão ladrões, terroristas e guerrilheiros expondo suas próprias vidas e de seus familiares e ora se vêm abandonados por seus pares da passativa (seria sssim assim emNovilíngua?). Ora, afirma chorosa a Presidenta, só queremos descobrir a verdade e proteger os familiares dos caídos em combate que ainda não conseguiram enterrá-los. “Não nos move nenhum desejo de vingança”, somos só paz e amor!
Mas, cuidado com a Sala 101 do Miniluv, onde se encontra “a pior coisa do mundo”!
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