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terça-feira, 13 de março de 2012

Dilma Rousseff se cala sobre rebelião na base

 

VEJA

13/03/2012 - 13:49

Política

 

Diante do Plenário do Senado, presidente não disse palavra sobre relação com aliados. Líderes do governo na Câmara e no Senado foram destituídos

Luciana Marques

Dilma Rousseff sendo parabenizada por José Sarney em premiação do dia da mulher, em Brasília

Dilma Rousseff sendo parabenizada pelo peemedebista José Sarney em premiação pelo dia da mulher, em Brasília(Pedro Ladeira/AFP)

A presidente Dilma Rousseff deixou o Congresso Nacional, nesta terça-feira, sem dizer uma palavra sequer sobre a rebelião dos aliados e o troca-troca das lideranças do governo no Parlamento. Dilma ganhou o prêmio Bertha Lutz, concedido pelo Senado a mulheres que contribuíram para a ampliar os direitos femininos na sociedade. Em seu discurso, contrariando as expectativas, limitou-se a falar sobre o tema da cerimônia. E evitou alimentar controvérsias diante da crise com os aliados: “Somos um governo que tem uma equipe coesa”, disse. 

Leia também: Saio por política, não por incompetência, diz Vaccarezza

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), teceu elogios à presidente durante o evento. Disse que ela é uma “criatura extraordinária” e merecedora do respeito dos brasileiros. “Dilma é uma referência de respeito, admiração e tem grande peso internacional”, afirmou. Sarney é um dos caciques do PMDB, legenda que enfrenta uma divisão interna na bancada de senadores e está em rebelião contra o governo.  

Romero Jucá (PMDB-RR) e Cândido Vacarezza (PT-SP), que deixaram os cargos de líder do governo no Senado e na Câmara respectivamente, sentaram um ao lado do outro no plenário. Eles passaram a maior parte do tempo distraídos com seus telefones celulares. Depois do evento, Jucá minimizou o fato de ter sido destituído da liderança. “É natural, estou há dez anos nesse cargo”, afirmou. “Tinha de sair em função do rodízio.”

O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que assumirá a liderança do governo, disse que o Planalto precisava fazer algo diante da rebelião do PMDB. “Não vejo que qualquer movimentação que a presidente faça seja em função de desgastes, mas sim em função do cenário político”, afirmou. Braga disse esperar que o PMDB consiga unidade: “Não desisto nunca.”

Após a cerimônia, Dilma participou de um encontro relâmpago e a portas fechadas no gabinete de José Sarney. Também estavam presentes a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti; a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; e o vice-presidente Michel Temer. A presidente deixou a Casa sem falar com a imprensa.

Mulheres – Em seu discurso, a presidente defendeu a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. “Igualdade de gênero e raça deve ser a obsessão nesse país”, disse. Dilma também cumprimentou o Supremo Tribunal Federal (STF) pela decisão sobre a Lei Maria da Penha, que pune agressores em ambiente doméstico. “A sociedade não pode assistir petrificada à violência contra a mulher”, disse. O STF decidiu, em fevereiro, que o agressor deve ser punido mesmo se a vítima não quiser prestar queixa.

Roberto Stuckert Filho/PR

A presidente Dilma Rousseff cercada pelo presidente da Câmara, Marco Maia (e), o vice-presidente Michel Temer e o presidente do Senado, José Sarney (d)

A presidente Dilma Rousseff cercada pelo presidente da Câmara, Marco Maia (e), o vice-presidente Michel Temer e o presidente do Senado, José Sarney (d)

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