IPCO
5, março, 2012
Edson Carlos de Oliveira
A cultura da morte não dorme no ponto. Aproveitando-se das leis iníquas que permitem o aborto, ativistas procuram englobar o infanticídio como uma de suas formas, simplesmente alterando o nome da prática.
Dois “especialistas em ética” publicaram um artigo noJournal of Medical Ethics (23/2/2012) intitulado: “After-birth abortion: why should the baby live?“ (Aborto pós-parto: por que os bebês devem viver?) no qual defendem a tese de que matar um bebê nos primeiros dias de vida não é infanticídio mas “aborto pós-parto”.
Francesca Minerva e Alberto Giubilini, autores do texto, afirmam que os recém-nascidos, que eles comparam com fetos, não são pessoas por não ter consciência da sua própria existência, e por isso não possuem estatuto moral semelhante ao dos adultos.
Para eles, os pais teriam direito de assassinarem seus filhos se estes nascessem com doenças e malformações não detectadas durante a gravidez ou se os pais não tiverem condições psicológicas ou materiais para cuidarem do bebê.
Devido aos inúmeros protestos recebidos, o editor, Julian Savulescu, escreveu um artigo, no blog do jornal (28/2/2012), justificando a publicação. Ele afirma que a defesa do infanticídio, “que os autores chamam de aborto pós-parto”, não é nova e que o “objetivo do Journal of Medical Ethics não é apresentar a verdade ou promover algum ponto de vista moral (…). Os autores argumentaram, de uma forma provocadora, que não existem diferenças morais entre um feto e um recém-nascido (…). Se o aborto é permitido, o infanticídio deve ser também. Os autores procedem logicamente a partir de premissas que muitas pessoas aceitam e que muitas outras poderiam rejeitar”.
Ora, se os autores admitem que “não existem diferenças morais entre um feto e um recém-nascido”, a conclusão lógica deveria ser a de que não se pode matar nem um nem outro. E que, portanto, tanto o infanticídio quanto o aborto constituem assassinatos. De onde se vê a que abismos nos conduz a propaganda abortista: a matar inclusive recém-nascidos.
Se o infanticídio passa agora a ser chamado de “aborto pós-parto”, o que não diminui em nada a gravidade do crime, como passará, no futuro, a ser chamada a eutanásia? “Aborto pós-maturidade”? Ou melhor, de acordo com os clichês linguísticos da cultura da morte, “interrupção voluntária da vida”?
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