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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Capitão Assumção afirma que diálogo com o governo está travado e greve é uma realidade

 

SÉCULO DIÁRIO

08/02/2012

José Rabelo
Foto capa: Arquivo SD

O ex-deputado estadual Capitão Assumção (PSB) afirmou que o risco de uma paralisação dos policiais militares e bombeiros do Espírito Santo é iminente. Na próxima quarta-feira (15) a categoria se reúne em assembleia para avaliar a contraproposta do governo. “Se não houver avanço nas negociações a categoria está pronto para parar”. Ele afirmou que o objetivo é chegar a um consenso pela via do diálogo. “Vamos manter o canal do diálogo aberto até o dia 15. Mas posso dizer que, neste momento, ainda estamos longe de um acordo com o governo”, admitiu.

Capitão Assumção, que assumiu a suplência do então deputado federal Neucimar Fraga (PR) em 2009, precisou de apenas meio mandato para se tornar nacionalmente conhecido como o “deputado da PEC 300 – proposta de emenda constitucional que cria um piso nacional para a categoria. O ex-deputado, que hoje coordenador do Movimento Nacional da PEC 300, diz que está acompanhando o movimento de perto em todos os estados. Ele diz que no Espírito Santo o movimento está muito articulado e unificado.

Assumção admite que, após o governo Renato Casagrande tirar o secretário de Segurança Pública Henrique Herkenhoff da interlocução com a categoria, o diálogo com o comandante-geral, coronel Ronalt Willian de Oliveira, escalado para fazer a interlocução, ficou mais fácil. “Infelizmente, mesmo com a retomada do diálogo, não houve avanço nas negociações. Continua tudo travado”, adverte.
Na pauta de reivindicação entregue ao governo os policiais pedem um reajuste salarial de 40%, que seria concedido em três parcelas até 2013. A categoria também quer a reformulação do quadro organizacional da PM e dos bombeiros. “Esses dois pontos da pauta são fundamentais para a categoria. Se a negociação não avançar nesses pontos, ficamos mais propensos à paralisação”.

Redes sociais

O coordenador nacional da PEC 300 disse ainda que as redes sociais têm sido fundamentais para articular o movimento, não só do Espírito Santo mas em todo o País. “Hoje a informação corre em tempo real e toda a categoria tem condições de acompanhar passo a passo o que está acontecendo no movimento. Isso tem mantido as ações integradas”, destacou.

Para manter as redes sociais atualizadas, Assumção contou que as associações de PMs e bombeiros capixabas enviaram dois observadores à Salvador – onde os policiais estão em greve desde o dia 31 – para acompanhar o movimento e atualizar as informações. O ex-deputado acrescentou ainda que os observadores estão lá para ganhar “Know how”. Ele disse que além do Espírito Santo há observadores de outros estados como o mesmo objetivo.

Na avaliação de Assumção, o movimento vem crescendo em todo o País desde que o governo federal, aliado aos governadores de estado, travou a votação da PEC 300. Ele disse que o presidente da Câmara dos Deputados repetiu o mesmo discurso do líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Marco Maia (PT-RS) afirmou nessa terça (7) que não há acordo para votação da PEC 300. “As demandas por reajuste salarial são enormes, mas as condições dos estados em atenderem a essas reivindicações são pequenas. Portanto, esse debate deve acontecer, primeiramente, nos estados. Transferir esse debate para o Congresso não me parece uma boa medida”, argumentou Maia.
Para Assumção, a fala de Maia é idêntica à de Vaccarezza. “Eles mesmos sugerem que os PMs e bombeiros resolvam o problema com os governos dos seus estados para depois votar a PEC. A categoria está fazendo exatamente isso, mas as negociações não estão avançando. O que percebemos é que a PEC 300 voltou com muita força”.

Ele disse ainda que, caso o piso salarial nacional fosse aprovado, o impacto da complementação aos estados que não têm caixa para cobrir o piso, seria bem menor do que o valor apontado pelo governo federal. “O governo federal declarou à imprensa que teria que colocar R$ 40 bilhões para complementar o caixa dos estados que não tem como pagar o piso. Fizemos um levantamento que apontou que esse valor ficaria na casa dos R$ 15 bilhões anuais. Na verdade, o problema do governo federal não é com os policiais. O governo teme que com a aprovação da PEC 300, outras categorias passem a reivindicar piso nacional. O governo tem medo é desse efeito cascata”, afirmou Assumção.

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