Posted on 09/01/2012
Pascal Bernardin acaba de publicar sua terceira obra, A crucificação de São Pedro, subtitulada “A Paixão da Igreja”. Esta obra é de grande importância. Mas antes de fazer a resenha é bom lembrar que antes de A crucificação de São Pedro, P. Bernardin publicou dois outros livros importantes: Maquiavel Pedagogo, em 1995, e O Império Ecológico ou a Subversão da Ecologia pelo Globalismo, em 1998.
Em Maquiavel Pedagogo, o autor explica a “revolução pedagógica que assolou o mundo e continua causando danos. Apoiou-se, principalmente, em publicações oficiais de organizações internacionais (UNESCO, OCDE, Conselho da Europa, Comissão de Bruxelas) para demonstrar que o objetivo dos sistemas educacionais não é mais dar uma formação intelectual mas modificar os valores, as atitudes e os comportamentos, proceder a uma revolução psicológica, ética e cultural. Para alcançá-lo, utilizam-se técnicas de manipulação psicológica e sociológica.
Esse processo, manifestamente revolucionário e totalitário, não encontra nenhuma resistência entre as elites, quer pertençam à direita ou à esquerda (e por uma boa razão!). Concebida e conduzida por instituições internacionais, envolve o conjunto do planeta e são muito raros os países poupados. Inscreve-se num projeto globalista de tomada do poder em escala mundial pelas organizações internacionais. Nessa perspectiva, os diversos governos nacionais não serão, ou não mais são, que simples executantes encarregados de aplicar as diretivas emitidas em escala mundial e adaptá-las às condições locais, esforçando-se , além do mais, por uniformizá-las.
Os documentos apresentados em Maquiavel Pedagogo não deixam nenhuma dúvida sobre o aspecto globalista e revolucionário da reforma psicológica. O formidável potencial subversivo desse processo bastaria por si só para assegurar o sucesso da Revolução em uma ou duas gerações. Maquiavel Pedagogo estabelece, portanto, de maneira certeira que a Revolução prossegue atualmente por meio do sistema educacional.
Ora, as técnicas de manipulação psicológica e sociológica descritas nessa obra não poderiam ser difundidas no sistema educacional mundial se não seguida de um trabalho muito longo, cuidadosamente planejado e rigorosamente executado. Não poderia em caso algum tratar-se de um fenômeno espontâneo, e os textos produzidos o provam abundantemente. É certo que antes da perestroica, os comunistas (e aqueles que os patrocinaram depois de 1917…) haviam criado as estruturas nacionais e internacionais, permitindo que a Revolução prosseguisse por meios menos visíveis que os utilizados quando de sua fase bolchevique”.
P. Bernardin mostra ainda que as técnicas de manipulação psicológica, que em nada se distinguem das técnicas de lavagem cerebral, são utilizadas em todos os níveis. Os alunos são, naturalmente, as primeiras vítimas. Mas os professores e o pessoal administrativo (diretores, etc.) não são, em nada, poupados. Esta Revolução Silenciosa e totalitária quer fazer dos povos massas ignorantes e submissas. Ilustra, de maneira exemplar, a filosofia manipulatória e ditatorial que sustenta a Nova Ordem Mundial e os modos de ação sutis e indiretos, mas também poderosos, que ela utiliza. Compreende-se também, que P. Bernardin tenha concluído que sua obra poderia intitular-se “Breviário da Escravidão”…
Parece que esta estratégia foi aplicada em outras áreas, notadamente naquela que foi o objeto do segundo volume (de 592 páginas) de P. Bernardin: O Império Ecológico ou a Subversão da Ecologia pelo Globalismo.
A propósito deste livro tão importante, o autor escreve: “O desaparecimento do comunismo e a promulgação simultânea da Nova Ordem Mundial parecem ser produzidos sobre um vazio ideológico absoluto. Portanto, o Império Mundial que se edifica sob nossos olhos não poderia se privar do cimento ideológico que, sozinho, poderá assegurar sua perenidade. As organizações internacionais, cujo poder aumenta a cada dia, devem, por outro lado, legitimar sua existência e o desaparecimento progressivo dos Estados.”
Ora, emerge silenciosamente uma ideologia revolucionária. A Ecologia, subvertida e desviada de seu fim primeiro, veicula uma concepção totalitária da natureza do mundo. Nela, o homem é considerado como um elemento do Todo e deve submeter-se aos imperativos do desenvolvimento “sustentável”. Essa reversão de perspectiva priva-o de sua dignidade natural e abre caminho a dois dos principais movimentos totalitários da nossa época: o Globalismo e a Nova Era.
Simultaneamente, põe-se em evidência os “problemas ecológicos globais”, como o efeito estufa e o buraco na camada de ozônio, que imporiam uma colaboração de todas as nações sob o controle das instituições internacionais e de um poder mundial forte. Esta nova concepção que desloca do local para o global, do nacional para o internacional, do homem para a Natureza, anula o indivíduo em face do Todo, os Estados em face das instituições internacionais e a sociedade em face do poder. Assim, aparecem as premissas ideológicas do Império Ecológico, último avatar do totalitarismo.
O autor apoia-se também, nesta obra, em publicações oficiais de instituições internacionais, e só podemos constatar que as consequências revolucionárias dessa mudança de perspectiva se exercem em todos os campos: político, econômico, demográfico, mas sobretudo espiritual, religioso e ético. A perestroica e o desaparecimento do comunismo, longe de ter marcado o fracasso da Revolução, permitiram, ao contrário, efetuar a síntese entre comunismo e o grande capitalismo, e fizeram convergir todas as forças revolucionárias: comunistas, globalistas e “humanistas”.
A etapa revolucionária atual, que se apoia principalmente sobre a concepção de Deus, do homem e do mundo veiculada por uma ecologia equivocada, deve resultar na instauração de uma nova civilização e de uma espiritualidade global! Assim se acaba a subversão da verdadeira ecologia, respeito devido à obra do Criador, da qual essas forças são o inimigo jurado. É preciso reconhecer que este tour de force foi magistral.
Mobilizar todas as sensibilidades políticas e fazê-las trabalhar por um objetivo supranacional, que envolve “cada um entre nós” — enquanto que a desafeição pela “coisa pública” torna-se geral e que o Sistema perde a cada dia sua credibilidade — revela um prodígio! Quem, agora, pode ousar levantar a cabeça contra os éditos da “Mãe Terra” (Gaia) e não querer colaborar no plano de salvamento universal, pelo qual nos interpelariam todos, assim como as futuras gerações…
Temos que reconhecer que esse “coringa” brandido in extremis pelos Arquitetos do Governo Global constitui uma prestidigitação fenomenal, que a Ecologia Globalista é e vai tornar-se, cada vez mais, o cimento unificador de todos os blocos da pirâmide iluminista, o liame que ninguém poderá recusar sob pena de ser excluído da Sociedade Globalista em gestação!
Isto nos leva a falar do último volume de P. Bernardin, publicado em novembro, 2009: A crucificação de São Pedro. O autor bem demonstrou, nas suas obras precedentes, que a ideologia globalista impregnou todos os setores de atividade da Sociedade, que corre a passos largos para o Governo Global. É impensável que a espiritualidade seja deixada de lado, e que as religiões fiquem fora da “Concentração Global”.
É a razão pela qual a Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo sofreu, ela também, a investida, tomada pelo turbilhão suscitado pela Nova Torre de Babel Globalista. O autor demonstra, por uma escolha de textos excepcionais, não equivocados, que “o segundo Concílio do Vaticano pôs em marcha um processo “de auto-destruição” da Igreja, que a abalou desde seus fundamentos. Como consequência, todos os países católicos, todas as nações foram gravemente afetadas”. Seria preciso ser cego, ou espiritualmente cego, para não ver “que a Igreja atravessa uma das mais graves crises de sua história e que o Concílio Vaticano II é a origem imediata”.
Pascal Bernardin demonstra, apoiando-se em obras maçônicas e textos do Magistério Conciliar, que “o Concílio Vaticano II e a “Nova Teologia” inspiram-se na doutrina panteísta da Maçonaria, que confunde o Criador e a criatura, a natureza e a graça”!
As provas passam sob os olhos: “o panteísmo maçônico dá conta imediata e necessariamente das inovações catastróficas do Vaticano II: ecumenismo, liberdade de consciência, colegialidade, protestantização do Santo Sacrifício da Missa… Inversamente, essas inovações não podem ser explicadas senão por influência de doutrinas panteístas”.
Na primeira parte desta obra apaixonante, o autor expõe o panteísmo maçônico que forma a armadura da espiritualidade global, difundidas já por várias instituições internacionais como a Nova Era. Pascal Bernardin anuncia que esta “Espiritualidade Global”, que será a Religião Global, ligada indissoluvelmente ao Governo Global, será o objeto da próxima obra, complementar à que acaba de publicar. Esperamos já, com grande impaciência, o aparecimento desta obra que nos dará uma pequena ideia do que será a armadura da Religião do Anticristo!
Compreendemos melhor, nessa perspectiva, porque a igreja Conciliar tinha necessidade do Concílio Vaticano II e que esta Igreja apóstata — que não tem mais nada a ver com a autêntica Igreja Católica — deve se fundir à Religião Universal em curso de edificação…
P. Bernardin nos mostra ainda porque o espírito maçônico soprou sobre o Vaticano II. No começo da introdução escreveu, muito justamente, que “a História da Humanidade é a história da salvação e da luta entre as Duas Cidades pela conquista das almas, única questão que vale a pena. De essência diabólica, a Revolução é uma revolta contra Deus, inspirada constantemente por Satã. Seu fim último é a destruição da Igreja, e a edificação da Contra-Igreja. Com esta verdade elementar esquecida, o fio condutor partido, a História se obscurece, perde seu sentido e se torna um mistério incompreensível.”
Aí está o interesse das notáveis obras de Pascal Bernardin que permite guardar constantemente no espírito esse quadro de análise. Apelamos ao leitor que adquira seus livros e estude-os com a caneta na mão. Enfim, e dedicamos especialmente essas poucas linhas a todos os Celier/Sernine & Tanoüarn, Pascal Bernardin demonstra ainda na sua última obra — e o livro seguinte será a demonstração amplificada — que toda a Revolução desses últimos quarenta anos foi inspirada pela Gnose au Nom Menteur. Toda essa subversão é de essência gnóstica. A Gnose conquistou a Igreja no Concílio Vaticano II. Tudo isso confirma os trabalhos essenciais de Étienne Couvert e condena o miserável veneno dos lamentáveis “Paul Sernine”!
Tradução de Aversoni Zamboni
Em Sous la bannière, n° 147, janeiro-fevereiro de 2010, p. 8-16
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