VERDE: A COR NOVA DO COMUNISMO
domingo, 29 de janeiro de 2012
Fórum Social (ex-Mundial): no início prevalecia o vermelho, foto Valter Campanato-ABr
Intelectuais de esquerda e agitadores engajados no passado ano de 2011 no movimento anticapitalista voltaram a se reunir no Fórum Social Temático (ex-Mundial) de Porto Alegre para reavaliar suas táticas.
Num ambiente bastante desanimado e que só se tornou possível pela polpuda verba do governo petista de Rio Grande do Sul, os representantes da extrema-esquerda mundial passaram a reafivelar a máscara “verde” para o ano 2012.
O teólogo da libertação Frei Betto apresentou como alvo futuro a “Rio+20” que acontecerá em junho.
E comentou: “do ponto de vista de chefes de Estado, temo que vai ser um fracasso”. De fato, os governos dependem muito da opinião pública, a qual está cada vez menos crédula nos medos irracionais e nos slogans do ambientalismo radical.
Os ativistas do Fórum Social criticaram, como é de praxe, o esboço preparado pelas Nações Unidas do texto a ser aprovado na “Rio+20” como resolução.
No fim: a metamorfose para o verde estava bem adiantada, foto Valter Campanato-ABr
O empresário Oded Grajew, um dos fundadores do fórum anarquista mundial, disse que o texto da ONU está “muito abaixo da expectativa” radical. Com estes termos, ele parece não descartar a possibilidade de o esboço vir a ser aproveitado em certa medida pelo anarquismo vermelho vestido de ambientalismo verde.
“Se a sociedade não pressionar, vai acontecer pouca coisa, como tem acontecido nas COPs” – disse, referindo-se aos fracassos dos radicais nas conferências sobre mudanças climáticas em Estocolmo (2009), Cancún (2010) e Durban (2011).
Mas a “sociedade” que deve “pressionar” é a dos grupelhos anarquistas reunidos em Porto Alegre. Entre eles destacavam-se os “indignados” espanhóis e militantes do “Ocupa Wall Street”, movimento que está com dificuldade financeira até para pagar a fiança de seus militantes presos pela polícia.
Eles deverão se reciclar em função da “Rio+20” guardando as bandeiras anarco-marxistas e desempacotando os cartazes verdes, uma tarefa para a qual em verdade estão já habituados.
O ambientalista Tasso Azevedo, ex-diretor do Serviço Florestal Brasileiro, afirmou que o documento oficial da ONU será muito pouco útil.
De fato, com suas sinuosidades de redação e ambiguidades matreiras, o Código Florestal poderá ser de utilidade muito maior para engessar a iniciativa privada no campo brasileiro do que as pesadas declarações da ONU.
De vermelho para verde: presidente Dilma quis contribuir.
foto Valter Campanato-ABr
Para o “teólogo” e ex-frei Leonardo Boff, o documento oficial apresentado pela ONU “são só conclamações idealistas, sem mostrar a sociedade que queremos”.
Segundo ele, “as conclamações idealistas” não apresentam problema, pois acabam sendo mais ou menos as mesmas dos extremistas do ambientalismo. A grande diferença para o “teólogo”, que prega que a presença da humanidade na Terra é insustentável, está apenas nas aplicações práticas.
O agitador italiano Cesare Battisti condenado em seu país por múltiplos assassinatos e asilado no Brasil graças ao PT compareceu de camiseta vermelha e cabelo tingido de amarelo, cores de seu protetor.
Também a presidente Dilma Rousseff e mais sete ministros tentaram animar o evento. Presidentes que no perdem oportunidade para se exibir como Hugo Chávez ou Evo Morales nem explicaram a ausência.
A ex-senadora Marina Silva exigiu que a presidente Dilma Rousseff vetasse algumas atenuações existentes no Código Florestal aprovado pelo Senado. Mas não fez objeção ao conjunto do Código, o qual, embora não seja totalmente do agrado dela e de seus companheiros de extremismo, acabaria servindo à revolução comuno-progressista.
“Peço a Deus e ao povo brasileiro que a gente se mobilize para dar sustentabilidade à presidente Dilma para que ela possa honrar isso” – apelou a senadora.
O que aquele ambiente infestado do Fórum Mundial entendeu por “Deus”? Gaia, Pachama, matéria em evolução dialética hegeliana? Difícil sabê-lo.
Agora extrema esquerda bancará interesse pelo planeta, foto Valter Campanato-ABr
O mais provável é que os presentes tenham achado que “dar sustentabilidade à presidente Dilma” significa apoiar, ainda que parcialmente, tudo quanto de revolucionário e radical está habilmente incubado no Código Florestal na atual redação.
O evento concluiu um manifesto sobre meio ambiente visando a futura intervenção na “Rio+20”. Na redação participaram a MST e a CUT, além das ONGs ecologistas radicais que pediram também a fracassada reforma agrária socialista e confiscatória.
Resumindo: a assembleia trocou o vermelho socialo-comunista pelo verde ambientalista, sem mudar nada na substância.
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