quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Será uma grande resposta nas redes sociais ao congressista gay Jean Wyllys (PSOL) que, usando das mentiras da Reuters atribuindo declarações falsas ao Pontífice, desqualifica-o chamando-o de "nazista" e "genocida em potencial."
EDITORIAL HO / CNA.- Tomando como fonte a agência de notícias da Reuters sobre uma declaração de que o Papa nunca falou sobre o 'casamento gay', um congressista gay no Brasil atacou o pontífice chamando-o de "nazista" e "genocida em potencial."
Jean Wyllys, do PSOL, escreveu em 12 janeiro passado um artigo intitulado Bento XVI e as ameaças à humanidade publicado no semanário Carta Capital, no qual afirma que o Papa "acusado de ver com simpatia ao nazismo, disse que o casamento igual civil (gay) é uma ameaça para a humanidade" e escreveu em seu twitter que o Santo Padre "é um genocida em potencial".
As reclamações de Wyllys têm sua origem em uma nota escrita pelo correspondente da Reuters no Vaticano, Philip Pullella, em que o jornalista disse que "o Papa Bento XVI disse hoje que o casamento gay é uma das várias ameaças à família tradicional que ameaçam 'o próprio futuro da humanidade'" atribuindo-lhe uma frase que ele não proferiu.
Reação cívica
Os católicos brasileiros decidiram convocar uma "tuitaço" (protesto na rede social Twitter) para protestar contra os ataques de Willys, sob o lema "Onde se viu um deputado caluniar um chefe de Estado?". O tuitaço está agendada para 19 de janeiro às 18h (Brasil). Os católicos também estão promovendo a recolha de assinaturas para exigir uma retratação de Willys.
Sobre os ataques de Willys ao Santo Padre, o Bispo de Aracaju (Nordeste do Brasil), Dom Henrique Soares, denunciou a "sujeira e má fé da imprensa em geral, quando se trata de a Igreja e o Papa Bento XVI."
O prelado criticou a "desonestidade da imprensa, que sempre busca, de modo tão falso, distorcer as palavras do Papa para torná-lo desagradável e detestável à opinião pública." "Eu não me importo sobre se o Papa agrada ou não os meios de comunicação ou aos 'papas'da cultura atual secular, mas irrita-me a sordidez da imprensa que quer se passar por justa e honesta", disse ele.
Um blog católico no Brasil também questionou o deputado homossexual. Dele escreveu que "Jean Wyllys, que afirma lutar contra o preconceito, espalha através de redes sociais uma série de comentários irresponsáveis e venenosos com o objetivo de ir contra o Papa Bento XVI, a Igreja Católica e qualquer um que ouse discordar opinião que anseia para implementar a cultura gay. Estes são então rotulados de homofóbicos".
Manipulação absoluta e desconhecimento
A este respeito, outro jornalista, o britânico Andrew Brown do The Guardian disse que, depois de ler o discurso completo do Santo Padre ao Corpo Diplomático na segunda-feira em 9 de Janeiro, o papa nunca mencionou o "casamento gay".
"Sim, o Papa é católico. Mas ele não disse que o casamento gay é uma ameaça para a humanidade. O Papa Bento XVI disse muito sobre a ecologia e economia em seu discurso. Então, por que inventar outra história?" Brown escreveu em seu artigo também reproduzido em italiano pelo jornal do Vaticano L'Osservatore Romano.
O deputado homosexual Jean Wyllis também ignora os ataques que o Papa Bento XVI sempre fez ao nazismo e não negou ter feito parte da Juventude Hitlerista como, "recusar-se a pertencer a eles era ser condenado a ser enviado para um campo de reeducação, algo como um campo de concentração", disse Volker Dahm, diretor de pesquisa sobre a era nazista do Instituto de História Contemporânea de Munique.
Além disso, e entre os muitos fatos que mostram a força moral de Ratzinger, em dezembro de 1932, devido às críticas abertas do pai aos nazistas, a família foi forçada a se mudar para Auschau am Inn, ao pé dos Alpes.
Talvez um dos momentos em que o Papa falou mais claramente sobre o tema do Holocausto - tema que sempre acolheu e recebeu a rejeição do Santo Padre - foi em Auschwitz, Polônia, onde em maio 2006 disse que "falar neste lugar de horror, neste lugar onde os crimes em massa sem precedentes foram cometidos contra Deus e o homem, é quase impossível e é particularmente difícil e perturbador para um cristão, para um papa da Alemanha."
"Em um lugar como este faltam as palavras, no final, só pode haver um seco silêncio, um silêncio que por si só é um grito do coração a Deus: Por que, Senhor, permanecestes em silêncio? Como poderias tolerar isso?"
"Em silêncio, então, nós inclinamos nossas cabeças antes da fila interminável de pessoas que sofreram e foram mortas; que o nosso silêncio torna-se uma oração de perdão e reconciliação, de oração para o Deus vivo para que não deixe isso acontecer de novo", disse então o Papa.
Tradução: Emerson de Oliveira
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