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sábado, 29 de janeiro de 2011

O truque de Guido Mantega para enganar os brasileiros e esconder a grave deterioração fiscal do Brasil

REINALDO AZEVEDO
28/01/2011 às 18:57


Acabo de receber de um amigo, economista de primeiro time, o que segue. Leiam com atenção. Ele desmonta a farsa montada pelo ministro Guido Mantega para sustentar que existe o tal superávit do “governo central”. Tudo não passa, prova este meu amigo, de um truque dos mais mixurucas feito por aquele que ele chama “bufão despreparado”. Trata-se de uma demonstagem técnica, impiedora e inquestionável. Mantega pode atacar o FMI o quanto quiser. Pega bem no meio da bugrada. Só não consegue mudar os fatos.
Reinaldo,
Acabei de ler seu post sobre o pior ministro da Fazenda da história recente do país (isto, considerando que Zélia Cardoso de Mello e Luiz Carlos Bresser Pereira estão no páreo, não é para qualquer um, mas me desvio do assunto) e me vejo na obrigação de comentar. A tal “melhora” das contas do governo federal é uma mentira descarada. Não tenho outros termos para descrever isso, uma bofetada na cara de qualquer economista minimamente informado sobre as práticas contábeis adotadas na gestão Mantega.
Para ficar apenas no caso mais notório, desses R$ 79 bilhões que, diz o ilustre oligofrênico, são o superávit primário de 2010, nada menos que R$ 32 bilhões resultam da curiosa operação de capitalização da Petrobrás em setembro deste ano. Naquele mês, o governo contabilizou como receita a “cessão onerosa de exploração de petróleo” por R$ 75 bilhões e como despesa a aquisição de R$ 43 bilhões de ações da Petrobrás. A diferença, R$ 32 bilhões, foi contabilizada como superávit do governo, numa subversão sem precedentes das regras contábeis - mesmo porque parte significativa destas ações não adquiridas pelo Tesouro foi comprada pelo BNDES e pelo Fundo Soberano, isto é, pelo o Tesouro, através de prepostos.
Note que, obviamente, isto não teve qualquer impacto sobre a economia real: a demanda não caiu (nem subiu) por conta desta operação nem a inflação foi maior ou menor, nem nada, pelo simples e bom motivo que lançamentos contábeis não alteram a realidade à sua volta - na melhor hipótese, refletem-na; na pior, falsificam-na.
Pois bem, sem esta brincadeira, o superávit primário teria sido R$ 47 bilhões - pouco menos de 1,3% do PIB, bem menos do que a meta. Pelas minhas contas, o superávit primário do ano passado está inflado em algo como R$ 55 bilhões (1,5% do PIB). Outros analistas fazem contas distintas e chegam, é claro, a outras estimativas. O Pastore, por exemplo, para citar um que respeito muito, estima que o resultado esteja inflado em algo como 1,1% do PIB). Independentemente disso, todos sabem que os números apresentados pelo Tesouro hoje só valem o suficiente para comprar um café - desde que pinguemos uns R$ 2,50 também…
Aliás, se as coisas estão tão bem, por que mesmo o Guido vem agora jurar que vai fazer um superávit primário de 3% do PIB?. Isso vindo do mesmo sujeito que, em 25/10/2010, afirmou: “Os gastos públicos não têm impacto inflacionário no Brasil” e, em 4/1/2011, “um ajuste fiscal reduz a demanda na economia, o que deve abrir espaço para, no futuro, quando o Banco Central julgar que é possível, os juros caírem.” A manutenção deste bufão despreparado ainda vai nos custar muito caro.
Grande abraço e bom fim de semana.
Por Reinaldo Azevedo

Japão registra quarto ano de queda de sua população

JULIO SEVERO
29 de janeiro de 2011


Thaddeus Baklinski       
JAPÃO, 6 de janeiro de 2011 (Notícias Pró-Família) — O índice de natalidade do Japão, que está bem abaixo de nível de substituição, combinado com um número cada vez mais crescente de mortes tem trazido como resultado a queda da população japonesa em 123 mil em 2010, o quarto ano consecutivo de implosão demográfica.
Em 2005 o jornal Washington Post predisse com acerto que a população do Japão começaria a diminuir no ano seguinte. Eles predisseram que cairia dos então atuais 128 milhões para 126 milhões em 2015, e para 101 milhões em 2050.
De acordo com uma reportagem da Associated Press, o Japão registrou 1,19 milhões de mortes em 2010 — o número mais elevado desde 1947 quando o ministério da saúde pós-guerra começou a fazer os registros. O número de nascimentos registrados foi de 1,07, resultando numa perda líquida de população.
O relatório do ministério da saúde declara que no fim de 2010 a população total do Japão era de 125,77 milhões, com os cidadãos acima de 65 e mais idosos compondo cerca de um quarto da população. A expectativa é que o número de idosos alcançará 40 por cento em 2050.
De preocupação maior é o aumento rápido no número de pessoas idosas em relação ao número de trabalhadores disponíveis.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa de População e Seguridade Social, em 1995 a população em idade de trabalho do Japão atingiu seu ponto mais elevado, em 87 milhões. Em 2004 o número caiu para 85,08 milhões e no final de 2010 permaneceu em 81,07 milhões.
Um artigo no final do ano passado publicado na revista Economist declarou que, “Se as atuais tendências continuarem, em 20 anos cairá em 20 milhões. Em 2050 cairá abaixo de 50 milhões, formando um quadro demográfico quase perfeito de curva de sino em apenas um século. Entre as nações ricas, só a Alemanha sofrerá uma queda semelhante”.
“Quando as aposentadorias públicas foram introduzidas na década de 1960, havia 11 trabalhadores para cada aposentado”, diz a Economist. “Agora há 2,6, com uma média de OCDE de quatro. Num sinal de crescente desilusão com o sistema de aposentadoria, quase 40% dos trabalhadores autônomos não estão pagando suas contribuições previdenciárias”.
O ministério da saúde registrou 706.000 casamentos em 2010, o número mais baixo desde 1954, culpando como as principais razões para o declínio a decisão de se casar mais tarde na vida e a atitude das mulheres que relutam em largar do emprego e se casar como as principais razões para o declínio.
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Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
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O lobby muçulmano europeu

MÍDIA SEM MÁSCARA


À medida que a população muçulmana da Europa cresce, grupos de lobby muçulmanos estão também exercendo significante influência na política europeia para o Oriente Médio, resultando em um notável endurecimento de atitudes europeias para com Israel.

Europeus geralmente fantasiam sobre o assim dito lobby judeu, que eles afirmam possuir um mata-leão sobre as finanças, mídia e política americanas, e é responsável por toda a forma de mal conspiratório. Entretanto, poucos europeus gostam de falar sobre a crescente influência do lobby muçulmano europeu, uma conglomeração de centenas de organizações políticas e religiosas muçulmanas - muitas das quais são experientes mídias porta-vozes para o islão militante, que abertamente persegue agendas anti-europeias, anti-ocidentais e antissemitas, e geralmente recebem apoio financeiro de países fundamentalistas islâmicos, como a Arábia Saudita.
Em uma Europa onde o Islão é a religião que mais cresce, e onde o número de muçulmanos triplicou nos últimos 30 anos, o lobby muçulmano europeu está se tornando cada vez mais assertivo e habilitado em pressionar políticos europeus em implementar incontáveis políticas pro-islâmicas, especialmente aquelas que institucionalizam a lei da sharia islâmica. Grupos de lobby muçulmanos estão, de fato, transformando a sociedade europeia de formas inimagináveis há apenas poucos anos atrás; críticos dizem que seu objetivo final é nada menos que a islamização da Europa.
Alguns dos mais efetivos grupos de lobby muçulmano estão localizados no Reino Unido, casa de uma das maiores comunidades muçulmanas na Europa, e incluem organizações tais como o Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha (MCB), o maior corpo muçulmano da Grã-Bretanha com cerca de 500 organizações afiliadas, nacionais, regionais e locais, mesquitas, centros de caridade e escolas. Ele recentemente pressionou o governo britânico a adotar a lei islâmica e dar a tribunais da charia plenos poderes para julgar em casos civis muçulmanos.
O governo britânico quietamente sancionou os poderes de juízes da sharia para julgar em casos variando de divórcio e disputas financeiras àqueles envolvendo violência doméstica. Enquanto que, previamente, os julgamentos de tribunais da sharia na Grã-Bretanha não podiam ser aplicados e dependiam de acordo voluntário entre muçulmanos, julgamentos emitidos por uma rede de cinco tribunais da sharia são agora vinculáveis com o pleno poder do sistema judiciário, através dos tribunais de condados ou Altos Tribunais. Tribunais da sharia com estes poderes foram erigidos em Birmingham, Bradford, Londres e Manchester, e a sede da rede está localizada em Nuneaton e Warwickshire; e dois mais tribunais estão sendo planejados para Edinburgo e Glasgow.
No geral, pelo menos 85 tribunais islâmicos da charia estão agora operando na Grã-Bretanha, quase 20 vezes do que era anteriormente acreditado. Um estudo do think tankCivitas encontrou que querelas de tribunais não-oficiais e conselhos regularmente aplicam a lei islâmica para resolver disputas de negócios, casamento e domésticas, muitos operando em mesquitas. O estudo alerta sobre uma "aduladora" aceitação dos princípios da sharia na lei britânica.
Embora o MCB se apresenta como um órgão islâmico "moderado", este e alguns de seus afiliados simpatizam e possuem ligações com movimentos islamitas no mundo muçulmano, particularmente o Irmandade Muçulmana e o Jammat-e-Islami, um partido paquistanês radical comprometido com o estabelecimento de um estado islâmico no Paquistão governado pela lei da sharia.
Longe de promover o islamismo moderado, o real objetivo do MCB, segundo críticos, é ajudar muçulmanos na Grã-Bretanha se tornarem mais radicais em suas crenças.
Entre outras posições, o MCB acredita que a morte é a penalidade apropriada para apostasia e homossexualismo. O grupo recentemente endossou uma declaração pro-Hamas que pede a jihad contra os judeus e Israel, e perdoa o ataque a tropas britânicas. O MCB também regularmente faz manchetes para boicotar as cerimônias do Dia do Memorial do Holocausto na Grã-Bretanha; está também fazendo campanhas pelo estabelecimento de um alternativo Dia do Memorial do Genocídio que "incorporará tragédias similares".
Outro grupo muçulmano, o Comitê de Relações Públicas Muçulmanas do Reino Unido (MPACUK), tem o objetivo aberto de mobilizar eleitores muçulmanos a afetar o resultado das eleições britânicas. Durante as eleições gerais em 2010, o MPACUK foi essencial em deseleger seis membros do parlamento que foram percebidos como não sendo suficientemente pró-muçulmanos.
Durante as eleições gerais em 2005, o MPACUK lançou uma campanha contra a deputada Lorna Fitzsimons, do Labour. O MPACUK distribuiu um panfleto afirmando que Fitzsimons não tinha feito nada para ajudar os palestinos porque ela era judia. Outro panfleto dizia: "Lorna Fitzsimons é uma ardente sionista e membro do mais poderoso lobby anti-muçulmano do mundo, o lobby de Israel".
Fitzsimons não é judia, e o MPACUK retirou o panfleto mais tarde. Mas o MPACUK obteve sucesso em deseleger Fitzsimons; desde então, muitos deputados britânicos têm se curvado para apascentar eleitores muçulmanos.
O MPACUK recentemente trabalhou com o Channel 4 para produzir um documentário intitulado "Operação Voto Muçulmano". Com o objetivo de pressionar por maior participação de muçulmanos na política britânica, o documentário conta a história de dois ativistas do MPACUK que se dirigiram para o norte da Inglaterra para tomar assentos seguros de muitos "deputados belicistas sionistas".
O website do MPACUK diz que seu trabalho é definido pelo princípio central do anti-sionismo. "O MPACUK se opõe à ideologia política racista do sionismo e objetiva contrabalançar a influência do lobby sionista. A evidência abertamente disponível demonstra uma agenda sionista para dominar o Oriente Médio e empurrar um "'choque de civilizações' entre o Islã e 'O Ocidente'". Nós portanto acreditamos que o anti-sionismo é uma prioridade estratégica para contrabalançar a maior e mais urgente ameaça enfrentando a ummah (a diáspora muçulmana).
Seu website também diz que muçulmanos na Grã-Bretanha devem ser proativamente engajados na mídia mainstream e política como o caminho mais efetivo para "reavivar o fardo (obrigação) da jihad".
Grupos de lobby muçulmano também pressionaram o governo britânico a sancionar o "Ato do Ódio Racial e Religioso", que cria um novo crime: intencionalmente atiçar ódio religioso contra pessoas sob argumentos religiosos. Como previsto, a nova lei estabeleceu novos limites na liberdade de expressão em um país onde a elite politicamente correta rotineiramente procura silenciar a discussão pública sobre o crescente problema da imigração muçulmana.
O crescente poder do lobby muçulmano europeu foi mais recentemente demonstrado peladecisão da União Europeia no meio de dezembro de quietamente abandonar uma nova medida que teria requerido que carnes halal (religiosamente aprovada para muçulmanos) carregassem um rótulo para ajudar consumidores não-muçulmanos identificar suas origens. Com o crescimento exponencial da população muçulmana europeia, milhares de toneladas de carne abatida halal estão agora entrando na cadeia alimentar geral, onde está sendo inconscientemente consumida pela população não-muçulmana.
Ao se curvar a grupos de pressão muçulmanos - tais como o World Halal Forum Europe e oHalal Monitoring Committee -, e tirando o requerimento de etiquetamento halal, a UE está efetivamente estabelecendo a lei da sharia como normativa para a indústria da carne europeia. A polêmica do halal, em que grupos de lobby muçulmanos estão procurando impor os requerimentos do Islã, não apenas em seu próprio povo, mas também no resto da sociedade, ilustra como o crescimento do Islã está influenciando as vidas diárias de centenas de milhões de europeus não-muçulmanos.
Na França, que tem a segunda maior população do continente depois da Alemanha, muitos grupos de lobby islâmicos estão competindo para representar o estimado de 4,1 milhões de muçulmanos do país. O Conselho Francês da Fé Muçulmana (CFCM) serve como o interlocutor oficial com o estado francês na regulação de atividades religiosas muçulmanas, e como tal é o representante de facto de todos os muçulmanos franceses perante o governo nacional. Os outros principais grupos de lobby islâmico são o Comício para Muçulmanos Franceses (RMF), apoiado por Marrocos, e a União de Organizações Islâmicas Francesas (UOIF), próxima à Irmandade Muçulmana.
Na Alemanha, casa da maior população muçulmana em termos absolutos, a poderosa União Turco-Islâmica para Relações Religiosas (DITIB), ela própria um braço da autoridade de relações religiosas do governo turco, obteve sucesso em persuadir a cidade de Colônia a aprovar a construção de uma nova megamesquita. A mesquita futurista abrigará até 4.000 fieis, e terá uma enorme cúpula e minaretes de 55 metros (180 pés), cada qual tão alto como torres comerciais de 18 andares. A mesquita de 4.500 metros quadrados, que tem um preço de 20 milhões de euros (26 milhões de dólares), está sendo financiada por doações de mais de 800 grupos muçulmanos dentro e fora da Alemanha. Críticos do projeto dizem que a mesquita é um esforço deliberado de estragar a paisagem de Colônia, ao tirar a atenção da catedral gótica da cidade, uma paisagem cristã famosa globalmente.
Em meses recentes, grupos de lobby muçulmanos também persuadiram o governo alemão a adaptar o sistema de educação secular da Alemanha para que atenda a preferências islâmicas. O Ministério de Educação da Alemanha, por exemplo, concordou em financiar estudos islâmicos em muitas universidades estatais para treinar líderes de oração muçulmanos e professores religiosos. A ministra da educação da Alemanha, Annette Schavan, diz: "Nós queremos que tantos imãs quanto possíveis sejam educados na Alemanha. Imãs são construtores de ponte entre suas congregações e as comunidades em que suas mesquitas se localizam". Ela declara depois que a Alemanha precisaria de 2.000 imãs e professores se todos os 16 estados oferecessem cursos de Islão.
Por toda a Alemanha, no estado de Rhineland-Palatinate, grupos de lobby muçulmanos estão trabalhando com o Ministério da Cultura para designar aulas pro-islâmicas para escolas públicas. As novas diretrizes recomendam cancelar todas as excursões escolares durante o mês do Ramadã; tomar em conta as sensibilidades de muçulmanos quando planejar estágios e eventos escolares; e passar menos trabalhos escolares durante o Ramadã, porque o jejum pode levar a perda de performance e concentração entre estudantes muçulmanos.
No estado alemão da Baixa Saxônia, o Conselho Central Muçulmano Alemão está pedindo ao Ministério da Educação para incluir o Islã no núcleo curricular de suas escolas, como parte de uma iniciativa politicamente correta para contrabalançar os crescentes sentimentos anti-Islã no país. Em Berlim, o Ministério da Educação, Ciência e Pesquisa recentemente publicou um guia chamado "Islã e a Escola", que dá a professores conselhos práticos em como evitar ofender estudantes muçulmanos.
Na Escandinávia, o Conselho Muçulmano da Suécia, uma organização de grupos islâmicos no país, está pressionando o governo sueco a implementar legislação especial para muçulmanos.

As demandas incluem: o direito a feriados islâmicos específicos; financiamento público especial para a construção de mesquitas; uma demanda que todos os divórcios entre casais muçulmanos sejam aprovados por um imãs; e que imãs devem ser permitidos ensinar o Islã nas escolas públicas.
À medida que a população muçulmana da Europa cresce, grupos de lobby muçulmanos estão também exercendo significante influência na política europeia para o Oriente Médio, resultando em um notável endurecimento de atitudes europeias para com Israel. Muitos países europeus, por exemplo, ávidos em manter boas relações com comunidades muçulmanas locais, estão preparando o fundamento político para a UE reconhecer um estado palestino, possivelmente já em outubro de 2011, mesmo se negociações para um assentamento permanente entre Israel e a Autoridade Palestina não estejam concluídos - uma ab-rogação total dos acordos de Oslo assinados na ONU.
Em dezembro de 2009, a UE adotou uma resolução que, pela primeira vez, explicitamente pede que Jerusalém se torne a futura capital de um estado palestino. A mudança não somente reflete os esforços da UE em prejulgar o resultado de assuntos reservados a negociações de status permanente, mas em dezembro de 2010, um influente grupo de ex-líderes e oficiais da UE publicaram uma carta urgindo à UE para implementar sanções contra Israel.
A Europa também tem sido o marco zero para uma série de leis anti-Israel que exploram o princípio legal da jurisdição universal para molestar atuais ex-líderes militares e políticos israelenses, com os objetivos duplos de atar as mãos de Israel contra o terror palestino e deslegitimar o estado judeu.
Tal "lawfare" é geralmente ajudado e instigado por grupos de lobby muçulmanos na Europa por meios de apoio logístico e financeiro.
Esta constante demonização de Israel pela burocracia europeia está também afetando as ruas europeias, onde a linha entre críticas válidas contra Israel e antissemitismo está se tornando perigosamente borrada. Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Bielefeld, por exemplo, mostra que mais de 50% dos alemães igualam as políticas de Israel para os palestinos com tratamento nazista dos judeus, e que 68% dos alemães dizem que Israel está empreendendo uma "guerra de extermínio" contra o povo palestino. Em termos da Europa como um todo, uma pesquisa oficial da UE mostra que a maioria dos europeus considera Israel como a maior ameaça à paz mundial.
Outro relatório comissionado pelo Centro de Monitoramento da UE sobre Racismo e Xenofobia (agora chamado de Agência da União Europeia de Direitos Fundamentais) descobriu que imigrantes muçulmanos são em grande parte responsáveis pelo nítido aumento na violência antissemita na Europa.
Previsivelmente, grupos de lobby muçulmanos pressionaram a UE para que esse relatório não fosse divulgado ao público geral.


Texto publicado originalmente no Hudson New York
Tradução: Júlio Lins, editor do blog Mente Conservadora.

FIM DE FÉRIAS

VIVERDENOVO
SEXTA-FEIRA, 28 DE JANEIRO DE 2011

Por Arlindo Montenegro

O jornal francês L'Express publicou em sua edição do dia 19 de Janeiro, uma caricatura da candidata de "extrema direita", lendo o mesmo discurso do candidato de "extrema esquerda". O articulista observa que a caricatura "pode dizer coisas que se fossem escritas seriam escandalosas." O tema é "A ascenção dos neo-populismos". Também se pode dizer: os extremos se tocam, se encontram, se confundem, querem o mesmo poder, para os mesmos fins.



Entre nós o raciocínio político já completamente desfigurado, mobiliza uns velhos gatos pingados e uma parcela ínfima de jovens persistentes na busca do saber, entendimento de si mesmo e curiosidade sobre o significado das coisas. O rol de atitudes afirmativas da liberdade individual consciente e produtiva, foi arquivado pela praxis revolucionária e banido das escolas há muito tempo. O que poderia "escandalizar" virou instituição, rotina.

Os franceses estão começando a experimentar o resultado das políticas do FMI e da globalização da enonomia. Estão começando a notar que União das Repúblicas (não) Socialistas da Europa, a UE que se diz democrática, limita a independência e submete a economia aos banqueiros. Os governantes executam o que dita o G-20, o Clube de Roma, o Grupo Bilderberger, para exterminar as liberdades a médio e longo prazo.

Dentro de alguns dias o revolucionário presidente dos Estados Unidos visitará a nossa revolucionária presidente. Uma caricatura idêntica poderia expressar a intimidade das excelências com a mesma cartilha. Obama vem como mascate para vender seu populismo e firmar a presença colonialista. Talvez conversem sobre o desembarque chinês nas Americas, disseminando a cultura ditatorial da mão de obra escrava, barata, que interessa às mega empresas.

É o maior vendedor das teses da política global, cumprindo ordens dos patrões que o elegeram, num encontro com a titular de uma neo-colônia, para garantir o apoio e a solidariedade, para tranquilizar e quem sabe segredar alguns dos golpes já preparados para o futuro próximo: a queda do dólar como moeda de divisa, uma nova crise e a reorganização do sistema financeiro com nova moeda internacional, para regular quem vai gastar e em que vai gastar para que os "salvadores banqueiros" possam garantir mais lucros.

Outro dia os círculos militares tão "prestigiados" pelos governantes do PT e base conformista, ficaram agitados com o veto dos Estados Unidos a um tratado do Brasil com a Ucrânia, para operar a Base de Lançamentos de Foguetes Espaciais em Alcântara. Eles manda, nóis obedeçe!

Estes círculos militares continuam apanhando da estratégia globalista-socializante da nova ordem mundial que o PT implanta obedientemente. E poucas vozes se fazem ouvir na defesa da importância histórica dos que preservaram o patriotismo e defenderam a nação, tantas vezes. A nova história so destaca os "erros" . Os acertos excepcionais estão sendo "expropriados" para dar lugar à colonização do planeta pelos banqueiros e mega empresas.

Mas temos boas notícias: a nossa Petrobrás está comemorando mais um evento "achativo" de óleo de alta qualidade no Bloco BM-S-9, a 250 quilômetros da costa de Santos. Alí estão alguns dos poços "mais importantes do mundo": o Guará, o Iguaçu e o Carioca. Os construtores, pedreiros, azulejistas, jardineiros já estão se agitando, porque vai haver muita obra para abrigar os diretores e milhares de empregados, que vão atender as operações de terra na mega sede administrativa prometida para a baixada santista.

Mais ainda quando os sócios majoritários da empreitada são a Repsol (que já explora o campo Albacora Leste, na bacia de Campos, RJ) e a chinesa Sinopec que entra com 40% de participação. Lá na Europa estão comemorando com conhaque espanhol. Na China com uisque e no Brasil com um chope das cervejarias controladas pelos americanos, alemães e ingleses. "O petróleo é nosso!"

Os projetos de exploração e produção do maravilhoso óleo (redenção do Brasil) já foram efetuados pela Repsol-Sinopec num contrato de investimento de uma montanha de dólares. O que tem de gente do mundo inteiro explorando o pré-sal(vação) do Brasil... Os americanos são tão rigorosos! Suas plataformas marinhas têm até segurança dos Blackwater.

É uma beleza este país, obediente ao partido, num "tempo de homens-partido", homens partidos... ou capados?

Reino Unido: aulas gays em matemática, geografia e ciências

MENTE CONSERVADORA
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A iniciativa será lançada no mês que vem, como o começo do "Mês da História LGBT" - uma iniciativa para encorajar ensinamento sobre assuntos gays, lésbicos, bissexuais e transsexuais".

Os planos das aulas, espalhados por todo o currículo, serão oferecidos a todas as escolas, que podem escolher se fazem uso ou não deles.

Entretanto, críticos na última noite falaram que a iniciativa era um pobre uso dos recursos públicos que poderiam desviar do ensinamento de assuntos "centrais".

Entre as sugestões estão:

Matemática - ensinar estatística através de dados do censo sobre o número de homossexuais na população, e usar personagens gays em cenários para problemas de matemática.

Design e tecnologia - encorajar alunos a fazer símbolos ligados ao movimento dos direitos gays.

Ciências - estudar espécies animais onde o macho toma um papel de liderança em criar jovens, tais como os pinguins imperadores e cavalos marinhos, e organizar discussões de classe sobre diferentes estruturas familiares, incluindo "pais" do mesmo sexo.

Geografia - examinar a transformação do distrito de Castro, em São Francisco, nos anos 60, de uma área da classe trabalhadora irlandesa ao primeiro "bairro gay", e considerar por que gays se movem do campo para as cidades.

Línguas - usar personagens gays em cenários de papeis principais, e ensinar o "vocabulário LGBT".


Os planos de aula, escritos por professores e apoiados pelo Ministério da Educação, estarão disponíveis para as escolas fazerem o download a partir do site Schools Out.

Para as crianças menores, os planos vão sugerir o uso de imagens de duplas do mesmo sexo e também promover livros tais como "And Tango Makes Three", que é sobre dois pingüins machos criando um jovem pintinho, inspirado por eventos reais no zoológico de Central Park, de Nova York.

A organização Schools Out, que gere o evento de um mês de duração, declara em seu site que o objectivo é "celebrar a vida e as conquistas da comunidade LGBT" e "encorajar todos a ver a diversidade e o pluralismo cultural como forças positivas".

No entanto, Craig Whittaker, deputado do Partido Conservador por Calder Valley e membro do Comitê de Educação, disse: "Isso é um absurdo.

"Professores devem se concentrar no ensino de assuntos centrais, para que nos tornemos os melhores naqueles novamente. Eu não vejo que introduzir temas LGBT dentro daqueles temas irá ajudar.

"Não se trata de ser homofóbico, porque há outros esquemas ao redor do sistema de ensino que apoiam a agenda LGBT".

John O'Connell, da Aliança dos Contribuintes, acrescentou: "Os pais se perguntam se este é o uso correto dos recursos e tempo nestes assuntos, principalmente quando continuamos a ouvir como os orçamentos estão apertados".

Sue Sanders, da Schools Out, defendeu o projeto.

Ela disse: "Essas lições não são grandes lições eloquentes sobre LGBT e nada mais.

"Todos nós estamos tentando fazer é lembrar os professores que as pessoas LGBT são parte da população e você pode incluí-las na maioria das suas aulas quando você está pensando inclusivamente."

David Watkins, um professor envolvido no esquema, disse: "Nós não queremos que os professores comecem a dizer 'Isto é uma aula gay'." Nós só queremos que as lições não ignorem que há pessoas gays e lésbicas que sofrem de problemas e questões.

"Quando você tem um problema de matemática, porque tem que envolver uma família heterossexual ou um namorado e namorada? Por que não dois meninos ou duas meninas?

"Não se trata de ensinar sobre sexo gay, trata-se de imagens e expor crianças à ideia de que existem outros tipos de pessoas lá fora".

Um porta-voz do TDA disse que o financiamento foi garantido no último mês de março e que £20.000 era para ir para os planos de aula, com o restante gasto principalmente no site.

Um porta-voz do Departamento de Educação, acrescentou: "Estes são materiais pedagógicos opcionais. Em última análise, são para os chefes e os professores escolher os recursos pedagógicos mais adequados para ajudar a promover a igualdade e tolerância".

O Mês da História LGBT começou em 2005 e antes se concentrava mais no estudo de proeminentes figuras supostamente homossexuais.

Uma lista em seu sítio inclui Adriano, o imperador romano, Michelangelo, o pintor renascentista, Alan Turing, o matemático, e Will Young, o cantor.

Fonte: Daily Telegraph

O Brasil só dá alegrias às Farc

BLOG DO PIM
SEXTA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2010

[Também publicado no site Mídia Sem Máscara - aqui]

Eu escrevi no Twitter em 28 de abril: “Depois de avisar gentilmente aos bandidos, polícia de Cabral ocupa 5 favelas da Tijuca. Mas: para qual eles foram agora?”. Ninguém questionava ainda o destino dos narcotraficantes após a instalação sem tiros das UPPs. A imprensa aplaudia a tal Pacificação, como se o nome atribuído a uma ação política se convertesse magicamente em realidade. Sete meses e muitos veículos queimados depois, a imprensa continua sendo a porta-voz do governo. Mas, como no aforismo de Karl Krauss: “Há escritores que já conseguem dizer em vinte páginas aquilo para o que às vezes preciso de até duas linhas”.


Eu gosto de escrever em duas linhas. Se resumisse este artigo à equação Farc + PT + Cabral + Traficantes + Usuários = Guerra “do Rio”, com aspas, eu já ampliaria toda a cobertura jornalística. Gabriel O Pensador, num encontro imaginário com o Capitão Nascimento no calçadão, reclama que não é revistando maconheiro que ele “vai achar os grandes bandidos”, afinal “nós somos vítimas da violência estúpida que afeta todo mundo”. Gabriel O Pensador é uma espécie de Arnaldo Jabor do rap. Um integrante do “sistema” revoltado contra o “sistema”. Ele já pode fundar uma ONG com Wagner Moura, Dado Dolabella, Marcelo D2 e Chico Buarque.

O Brasil só dá alegrias às Farc. Dilma – a musa das selvas colombianas – garantiu a Cabral que vai continuar apoiando o estado no combate à violência, assim como faz o governo Lula. Isto significa que continuaremos neutros em relação aos grupos terroristas que fornecem drogas e fuzis aos nossos traficantes. Neutros nas ideias. Neutros nas fronteiras. Neutros no calçadão. Assim como se absteve em votação da ONU contra o apedrejamento de mulheres no Irã, o governo do PT continuará se abstendo (estou de boa vontade) no combate aos nossos 50 mil homicídios por ano. Lula ordenou “que é para atender o Rio de Janeiro naquilo que o Rio precisar”. É como se o Rio fosse outro país, do qual Lula e Dilma respeitassem a soberania.

Em Rondônia, o Exército controla o fluxo de drogas na fronteira, até o dia do mês em que o diesel distribuído para as patrulhas diárias acaba. Isso mesmo: o diesel das patrulhas acaba. Os traficantes (e desmatadores) só precisam esperar até o dia 15 ou 18 de cada mês para abastecer o mercado nacional. Como os traficantes cariocas incendeiam carros, ônibus e vans com garrafas de gasolina, eu sugiro que, num gesto simbólico, a polícia de Cabral também se solidarize com Lula e Dilma, doando todas as garrafas apreendidas para abastecer as patrulhas de Rondônia. Se Lula não bebê-las antes, é possível que os bandidos tenham de esperar até o dia 19.

No Rio de Janeiro, eles nem precisam tanto. Uma parte já convive com as UPPs nas favelas, aonde os “pensadores” vão hoje às compras sem medo. A outra, dispensada, brinca de Coringa pela rua. E há uma terceira, que, diante das novas dificuldades, põe a mão na cabeça: “Ah, não vou ser bandido mais não. Dá muito trabalho!”. Mas essa só existe na imaginação dos nossos “artistas” e “especialistas”. José Mariano Beltrame disse que “prender bandido é importante, apreender droga é importante, mas o mais importante é recuperar o território”. É como dizer que comer é importante, beber é importante, mas o mais importante é recuperar a saúde.

Que ninguém se lembre da criminalidade quando a economia vai bem, já é sintoma de um país doente. Que pacificar não signifique fiscalizar fronteiras e prender bandidos (pequenos e grandes), usando as Forças Armadas para recuperar o território, nem quando uma cidade está em chamas, já é sintoma de um país petista. Eu sempre fico um pouco constrangido de dizer em 6 parágrafos aquilo que eu já disse numa única linha sobre o Brasil de Lula, Dilma e Sérgio Cabral: Fique calmo, companheiro. Você não está seguro, mas o seu dinheiro está.

RAZÕES DE UMA TRAGÉDIA

PERCIVAL PUGGINA

28/01/2011

Foi na pacata Porto Alegre dos anos 60 que ambiente criativo e fascinante do Colégio Estadual Júlio de Castilhos me aproximou da política. Saibam os "trabalhadores em educação", sineteiros, panfletários e fazedores de cabeça de hoje, que naquele tempo, naquele colégio ao menos, com bons mestres, formavam-se cidadãos e preparavam-se líderes para a cena política municipal, estadual e nacional. Havia concursos de oratória, de declamação, de contos, de poesias. Debatiam-se ideias, as disputas eram ideológicas e o grêmio estudantil miniaturizava uma democracia constitucional, com governo, parlamento e um órgão judiciário. Creiam-me: Brasília teria muito a aprender com os rapazes e moças do antigo Julinho. Havia honra, respeito e disciplina.

Por que estou, meio século passado, a cavoucar neste baú? Porque me perguntaram outro dia, num programa de tevê, quais as minhas expectativas para a legislatura que se instala agora, em 31 de janeiro. E eu, com esta boca que insiste em dizer o que penso, afirmei sem pestanejar, para espanto geral, que a próxima legislatura será pior do que a precedente. Sustentei que não havia qualquer motivo para ser melhor (de vez que o modelo institucional continuava o mesmo) e que sobravam razões para piorar à medida que a sociedade crescentemente se urbanizava, massificava e o padrão cultural do eleitorado decaía. Exemplificando. Nos anos 60, para quem não a conheceu ou esqueceu, a música popular que cativava o país, a MPB, tinha melodia, poesia e elevado valor artístico. E hoje? Hoje nada agrada tanto às massas quanto uma nauseante combinação de ruído, berreiro e baixaria. E todos votam.

Mas voltemos aos anos 60. Durante a semana, sempre que as tarefas escolares me disponibilizavam horários, lá ia eu de bonde para a rua Duque de Caxias, onde ficava a antiga Assembléia Legislativa. Acomodava-me nas galerias de madeira escura, lavrada, e passava horas (isto lhe parecerá incrível, leitor) deliciando-me com os debates parlamentares! Havia tanta inteligência e cultura no plenário que um rapazinho de 16 anos curtia ficar sentado, ouvindo e aprendendo. Enquanto escrevo estas linhas, pensando em referir alguns dos nomes que desfilavam na tribuna, folheio um livro da Editora Síntese que sumariza dados das eleições realizadas no Rio Grande do Sul entre 1945 e 1978. Lendo as nominatas das diversas bancadas naquela legislatura de 1958/62, desisto do intento. Os mais notáveis, os melhores entre os 55 deputados cujas figuras logo me vieram à mente, eram tantos que resultaria enfadonho mencioná-los. Asseguro aos meus leitores que pelo menos quarenta credenciavam-se aos maiores reconhecimentos. Com todos aprendi naquelas tardes de proveito cultural, formação e informação sobre os temas do Estado. E não era diferente a qualidade dos congressistas que representavam o Rio Grande do Sul na recém inaugurada Brasília.

Dois anos depois, meu pai, Adolpho Puggina, viria ocupar assento naquele plenário, onde permaneceria por quatro legislaturas. Já então, a preparação para o vestibular, a faculdade e a necessidade de trabalhar me furtou a rotina da adolescência. No entanto, lembro-me de ouvir meu pai comentando, anos mais tarde, sobre a decadência da formação e dos padrões de conduta que observava nas sucessivas composições dos parlamentos. Disse-me assim: Percival, bem no começo, nas primeiras legislaturas, quando a gente convidava alguém para concorrer na chapa do partido, ouvia-se frequentemente o seguinte: "Ah! deputado, aquilo não é para mim não. É para gente mais preparada, como o senhor, como o fulano e o beltrano". E prosseguiu: "Hoje, quando convidados a concorrer, muitos pensam assim: se até o sicrano está lá, então eu também posso". Inverteu-se o viés do que antes era uma exigência ascendente. E começou a ruína, a tragédia. O que era respeitável precipitou-se no descrédito.

Resumindo esta leitura dos fatos feita com a luneta do tempo: só se veem razões para que vá piorando. Será cada vez menor o número de estadistas na política nacional em virtude de um modelo institucional que repele muitas pessoas com esse perfil, diante de um eleitorado de padrão cultural cadente, massificado e cada vez mais interesseiro. Mas este último aspecto será objeto de outro artigo, na semana que vem.

______________
* Percival Puggina (66) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.

NOTALATINA: Últimas notícias do caso Peña Esclusa e Audiência de Alejandro: juiz estrela adia sentença em mais de 4 horas!

NOTALATINA
SEXTA-FEIRA, 28 DE JANEIRO DE 2011


Olá, amigos,

Saiu o resultado da audiência de Peña Esclusa. Acessem o Notalatina e conheçam o resultado.

Se gostarem divulguem, mas não deixem de citar o link do Notalatina como fonte para me ajudar a acabar com as fraudes.

Fiquem com Deus e até a próxima!

G. Salgueiro
http://notalatina.blogspot.com


Cavaleiro: ontem a Graça Salgueiro escreveu dois artigos sobre o "julgamento" de Alejandro Peña Esclusa. O link do primeiro está aqui, o que está acima é o segundo.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Mais um idiota...

Publicando na primeira página.

Michel Brandoni deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Os “para-políticos” continuam no esquecimento":

Falta pegar o próprio Uribe...

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O país dos sonsos

BLOG DO PIM
QUARTA-FEIRA, 15 DE DEZEMBRO DE 2010

- As pessoas que usam drogas moram na favela?

- Não. Moram aqui em volta da gente.

- Que burras!

Essa foi a conclusão do filho de uma amiga, enquanto assistia na TV à “passeata” de 600 traficantes armados. Ele tem 9 anos. Até outro dia, eu não sabia com que idade uma criança já era mais inteligente que um maconheiro. Eu apostava em 6 anos. E continuo achando que, aos 6, ele teria chegado à mesma conclusão. Quem se atrasou foi a TV.

Minha amiga tem alguns amigos maconheiros, que fumam na frente de crianças. Ela não leva mais os filhos em determinadas festinhas: “Se você compactua com aquilo, como vai proibir?”. Pois é: como? De modo que, pelo bem dos filhos que ainda não tenho, já estou dando limites a certas companhias. Preconceito? Não. Amor de pai. Eu não quero meus filhos nos mesmos círculos de amizades dos colunistas da imprensa.

Guerra “do Rio” suscitou uma porção de apelos ao debate sobre a legalização da maconha. Que um debate tão velho ainda encontre gente entusiasmada com o seu começo, é um sinal do quanto a sonsice se disfarça de bom-mocismo no Brasil. Nelson Motta pediu até um referendo no Rio de Janeiro sobre a venda controlada de maconha “medicinal” (as aspas são dele), o que é o mesmo que pedir para a sociedade aprovar a multiplicação de receitas médicas falsas, como já acontece em 15 estados americanos.

Ele alegou que “desde as cavernas os humanos buscam substâncias naturais que (...) tirem as dores do corpo e da alma”. É verdade. Esses “humanos” não são fáceis. Desde as cavernas, eles também roubam, estupram e matam. Como “as possíveis ‘soluções’ estariam mais próximas da moderação que da repressão”, vamos pedir aos doutores “um diagnóstico de estresse”, autorizando uma estupradinha básica para aliviar as dores do corpo e da alma. Se alguém esquecer a camisinha, basta chamar Sérgio Cabral: “Quem aqui não teve uma namoradinha que teve que abortar?”.

Enquanto Nelson Motta sugere a hipocrisia como estágio intermediário em nossa volta triunfante ao tempo das cavernas, Cabral nos ameaça com a continuidade da corrupção caso não aceitemos sua ideia: “Então está bom! Então o policial na esquina leva a graninha dele, o médico lá topa fazer o aborto, a gente engravida uma moça” etc. Afinal, somos “humanos”, com fraquezas, abusos e excessos, e só podemos nos tornar responsáveis legalizando e promovendo as nossas irresponsabilidades.

Hoje, conviver com a bebida já infunde nas crianças o desejo precoce de tomar um porre. Amanhã, será muito melhor: elas lerão na escola as histórias de meninos homossexuais que se apaixonam por colegas no banheiro, os recém-lançados gibis de Lula (sem mensalão) e de Che Guevara (sem fuzilamentos); continuarão atrás de Trinidad e Tobago nas provas internacionais; verão mais maconheiros e clínicas de aborto na volta pra casa; e crescerão loucas pra tomar um, fumar um, dar um, dar dois, dar três, sempre mui inspiradas em modelos elevados de conduta moral.

Eu acho natural que apologistas da maconha ou do aborto não vejam, na parte (ou no todo) que lhes compete, qualquer problema nesse mundo encantado, e que, no caso dos maconheiros, continuem fumando na praia de Ipanema e nas festinhas da cidade, mesmo depois da Guerra “do Rio”. A droga é como o esquerdismo: além do crime, estimula a sonsice. E todo pai tem obrigação de proteger os filhos contra um país de sonsos, muito antes que uma criança de 9 anos diga deles:

- Que burros!

Os “para-políticos” continuam no esquecimento

MÍDIA SEM MÁSCARA

Colômbia: "bastam indícios sem provas para condenar uma pessoa". Um sistema judiciário aparelhado por comunistas jogou vários dos ex-aliados de Álvaro Uribe no cárcere, com provas falsas e ridiculamente forjadas.
Há algum tempo era um pavilhão onde se incineravam leprosos, tuberculosos e doentes mentais. As águas negras dos banheiros eram jogadas em uma vala vizinha, de modo que quando o vento soprava do sul ao norte o fedor era insuportável. As celas se enchiam de moscas, mosquitos e pulgas.
Hoje, embora essas condições sanitárias tenham mudado, o pavilhão ERE sul, situado em um confim afastado de La Picota, continua sendo um Estabelecimento de Reclusão Especial (ERE). É uma antiga construção de dois pavimentos, com celas alinhadas ao longo de seus corredores que se abrem em forma de U, em torno ao formoso jardim no meio do qual se levanta uma imagem da Virgem Maria.
Os que nos dias de sol passeiam pelo prado, em torno dos canteiros de flores, vestidos com roupas informais como se estivessem num domingo em uma fazenda de recreio, já não são os leprosos, tuberculosos ou dementes de outros tempos senão ex-parlamentares, ex-ministros, ex-governadores ou funcionários que ocupavam altos cargos no governo do presidente Álvaro Uribe.
Sua retenção ou sua condenação por delitos relacionados com a "para-política" não costumam ser questionados pela opinião pública.
Primeiro, porque são medidas ou sentenças que provêm de juízes ou da própria Corte Suprema de Justiça, cuja autoridade tem sido tradicionalmente respeitada.
Segundo, porque está bem fincada entre os colombianos a certeza de que os "paras", culpados de delitos atrozes, aproveitaram sua presença e poder em muitas regiões do país para dar apoio a certos candidatos e dirigentes políticos. E, finalmente, porque os meios de comunicação, guiados sempre por um afã de furo de reportagem, raras vezes se dão ao trabalho de explorar os fundamentos de denúncias, detenções e condenações.
Esta coalizão de fatores está permitindo entre nós o reino da injustiça. Os que ingressam no Pavilhão ERE de La Picota acabam em pouco tempo afundados no esquecimento. Dá-se como certo que as razões que os mantêm ali, detidos ou cumprindo uma condenação são válidas. Por algum motivo, antigos parlamentares, governadores e funcionários se encontram ali, costumam pensar os colombianos. "Quando o rio soa, leva pedras", dizem. E para cúmulo, os que levam as de perder são os personagens do Pavilhão ERE que insistem em sua inocência. Em compensação, os autores de massacres e crimes que confessam sua culpabilidade acolhendo-se ao disposto na Lei de Justiça e Paz, estão a ponto de ficar em liberdade graças aos rebaixamentos obtidos.
"Nosso Auschvitz"
Muitos destes esquecidos são vítimas da guerra que se produziu entre a Corte Suprema de Justiça e o presidente Uribe; guerra sem quartel, cujo custo para a justiça foi enorme. Estourou em 2006 e teve como causa as tutelas que a Corte Constitucional aceitava e tramitava contra as sentenças da Corte Suprema. Os magistrados desta última esperavam que o presidente apresentasse uma reforma da Constituição capaz de pôr fim a uma situação para eles vexatória e sem precedentes na história judicial do país. O fato é que Uribe permaneceu fiel à vigência da tutela. E aí foi Tróia!
Convertida em inimiga do presidente, a Corte Suprema pôs em sua mira os amigos do Governo. Como conseqüência de presunçosas disposições da Lei de Justiça e Paz, os que acolhem a esta converteram-se para os meios de comunicação, para a Corte e o Ministério Público, em portadores de revelações incontrovertíveis.
Para não perder nesta guerra nenhuma de suas armas, a Corte Suprema se adjudicou a competência de julgar os que não são parlamentares, contrariando o disposto no Artigo 235 da Constituição que só a autoriza a investigar e julgar os membros do Congresso. E, finalmente, mediante a implementação das teorias de imputação objetiva, tornou extensiva aos congressistas ou ex-congressistas julgados e condenados por sua Sala Penal a autoria dos delitos cometidos pelos para-militares, estabelecendo um arbitrário nexo entre o atribuído concerto para delinqüir com fins eleitorais e crimes de lesa-humanidade que são castigados com 40 anos de prisão, sem levar em conta as debilidades probatórias com que se produziram as condenações.
"Para quem não conhece o que estamos vivendo, este pavilhão é nosso Auschvitz", ouvi Álvaro Araújo Castro dizer, poucos dias antes de que uma segunda esquemia cerebral deixasse sua vida pendurada por um fio e fosse transferido a Valledupar, onde permaneceu vários meses no cárcere desta cidade até que, dados os seus problemas de saúde, lhe fosse concedida a casa por cárcere.
Segundo declarou Francisco Santos na véspera de deixar seu cargo de Vice-Presidente, nos processos destes esquecidos o que parece haver desaparecido é a presunção de inocência. "Bastam indícios sem provas para condenar uma pessoa", disse. E esses indícios limitam-se com freqüência a testemunhos de personagens de duvidosa envergadura moral, quando não de reconhecidos delinqüentes que em alguns casos atuam por vingança e em outros, por dinheiro pago às vezes por narco-traficantes ou por rivais políticos de um candidato interessado em tirá-lo do meio mediante uma denúncia. Também há falsos testemunhos de delinqüentes que buscam rebaixar as penas e obter o tratamento privilegiado de "testemunhas protegidas", às vezes com residência no exterior.
Este último foi o caso de Jairo Castillo Peralta, cognome "Pitirri", quando uma declaração sua, somada a outra igualmente falsa de Mancuso, serviu de base para a detenção do ex-senador Mario Uribe Escobar. Chefe de um bando chamado "Os quatro matadores", que assaltava fazendas em Córdoba e sobretudo na região sucrenha de La Mojana, "Pitirri" declarou que como comandante para-militar (que nunca foi) havia mantido com Uribe duas reuniões: uma em Sahagún, Córdoba, e outra em Caucasia, Antioquia, com o objetivo de adquirir em La Mojana terras a baixo preço, graças a seus assaltos e ao assassinato de proprietários. Embora o vice-fiscal de então, Guillermo Mendoza Diago, tenha podido comprovar que Uribe jamais pisou em La Mojana, nem conheceu "Pitirri", nem adquiriu propriedades lá, o fato escandaloso é que hoje o ex-senador e primo do presidente Uribe permanece detido em La Picota, enquanto "Pitirri" conseguiu com suas mentiras ser enviado ao Canadá como testemunha protegida, e vive lá com 43 parentes seus.
Vingança de um chefe "para"
Seguramente a detenção de Mario Uribe obedece hoje a outra denúncia: o de haver-se reunido com Salvatore Mancuso para formalizar um provável acordo eleitoral com ele e com Eleonora Pineda, a fim de obter o apoio dos para-militares nas eleições do Congresso no ano de 2002. A reunião com Mancuso teve lugar, com efeito, porém não antes de tais eleições senão depois, e obedeceu ao desejo do chefe para-militar de fazer chegar a Álvaro Uribe, então o candidato presidencial com maiores opções de triunfo, uma mensagem relacionada com sua possível desmobilização. O que motivou Mancuso para dar, tempos mais tarde, o falso testemunho que mantém Mario Uribe Escobar detido? Algo que serviu de sustentação em muitas outras falsas imputações: a vingança.
Indignado por ter sido transferido de seu agradável confinamento em El Realito à penitenciária de alta segurança de La Ceja, Mancuso, segundo suas próprias palavras, ameaçou desencadear um tsunami político acusando o atual presidente Juan Manuel Santos, Francisco Santos e Mario Uribe de cumplicidade com os paras. As denúncias contra os dois primeiros foram rejeitadas, mas a Corte deu validade à que envolvia o primo do presidente Uribe.
Desde o momento em que toda suposta confissão de um para-militar ou de um delinqüente comum é vista como uma revelação, a vingança obtém quase sempre resultados. O desejo de se vingar de quem o havia denunciado e levado à detenção, moveu Rafael García a dar um falso testemunho contra seu chefe, Jorge Noguera, diretor do DAS. Igual retaliação empurrou o ex-sargento Segundo Guzmán a apresentar o coronel Hernán Mejía Gutiérrez como aliado dos para-militares. Excelente oficial, condecorado em 1999 como o melhor combatente da América, Mejía Gutiérrez havia mandado deter Guzmán, seu subordinado no Batalhão de Valledupar, quando descobriu que este subtraía cartuchos da guarnição para vendê-los aos grupos armados irregulares.
Hoje, graças a seus falsos testemunhos, os dois delinqüentes estão livres e os que os denunciaram e levaram à prisão continuam detidos.
Dinheiro e prebendas movem outras falsas testemunhas. Quando parecia seguro de que, por falta de provas, o ex-senador Álvaro Araújo Castro ia ser declarado inocente pela Juíza Quinta especializada, o testemunho de última hora dado por uma desconhecida chamada Dioselina Ramírez, que nunca apareceu na etapa de investigação, serviu de sustentação para que a Corte o condenasse a nove anos e quatro meses de cárcere, e a uma multa de 3.700 milhões de pesos, depois da juíza arrebatar competência mediante jurisprudência de aplicação retroativa e sem tê-lo julgado.
Em seu depoimento, Dioselina Ramírez afirmou que alguma vez tinha visto Araújo falando com o irmão de um para-militar, mas também sob juramento aceitou que quem havia tido contato com ela, o magistrado auxiliar da Corte Iván Velásquez (acusando penalmente Araújo de ocultação de provas), havia oferecido enviá-la ao exterior como testemunha protegida se desse este depoimento. Não pareceu importar a Velásquez que contra ela estivesse em andamento uma acusação por homicídio pela qual já se esperava sentença. O caso é que, graças a seu frágil testemunho contra Araújo, Dioselina Ramírez encontra-se hoje no Canadá, como "Pitirri", apesar de ter sido condenada por homicídio.
Outras testemunhas falsas às vezes são movidas por adversários pessoais ou políticos de um senador, pois este maligno recurso converteu-se para alguns aspirantes ao Congresso em uma maneira muito eficaz de eliminar adversários com maiores opções que as suas. Sempre há um delinqüente disposto a depor o que se lhe peça por uma soma de dinheiro.
Diálogos que não existiram
Às falsas testemunhas que merecem o crédito de juízes e magistrados, somam-se erros nos processos investigativos. O mais escandaloso de todos levou ao Pavilhão ERE o senador boyacense Ciro Ramírez Pinzón. Ele jamais imaginou que uma simples e desprevenida chamada ao seu telefone celular fosse a sustentação da denúncia de aliança com os para-militares que o sepultaria no cárcere. Um velho amigo seu, odontólogo em Moniquirá, lhe perguntava se podia apresentar-lhe naquele fim de semana a um conhecido interessado em falar com ele. Ramírez não viu naquele pedido nada inquietante.
O que jamais chegou a suspeitar é que tal chamada telefônica havia sido interceptada pela DIJIN, pois o indivíduo que desejava vê-lo era um provável agente dos para-militares. Por certo, o encontro com ele nunca se produziu. Ramírez não chegou a conhecê-lo. E, por conseguinte, jamais chegou a imaginar então que um dia a revista Semana publicaria nove supostas conversações suas com o presumível para-militar, registradas e cedidas à revista pelos serviços de inteligência. Detido no Pavilhão ERE, Ciro teve que esperar dois anos para que os laboratórios de acústica da DIJIN e seus peritos em fonoaudiologia confirmassem que a voz atribuída a ele não era sua. E algo mais grave: a transcrição de tais gravações havia sido adulterada para colocar seu nome, quando este jamais se tinha ouvido nelas. Trata-se, pois, de uma fraude processual cometida pelos investigadores e não advertido nem sancionado pelo Ministério Público.
Nem por isso Ciro Ramírez recobrou sua liberdade. Restava contra ele a denúncia de concerto para delinqüir, agravado com fins de narcotráfico. Tal acusação provinha de um indivíduo a quem, em outro julgamento, um juiz havia qualificado de "mitômano, drogado e alcoólatra". Ramírez nunca o conheceu. Dizia ter escutado um comentário muito comprometedor dos "paras" a propósito do senador. Pois bem: o tribunal encarregado pela Corte para dar uma sentença sobre o suposto nexo de Ramírez com o narcotráfico, acabou desqualificando-o também por obra de 23 inconsistências em seu depoimento. Ramírez foi finalmente absolvido em 29 de dezembro passado, e é muito provável que a Corte Suprema de Justiça faça outro tanto ao dar sua sentença em torno do suposto delito de concerto para delinqüir, pois a testemunha é o mesmo personagem. O grave é que, em virtude de falsas gravações e de um mitômano, um senador honesto permaneceu três anos na cadeia.
A condenação mais escandalosa
O mais grave é que por obra desta espécie de testemunhas, de falsas imputações e de flagrantes desvarios nos processos investigativos, chegou-se a uma condenação tão escandalosa como a que impôs 30 anos de cárcere ao coronel Luis Alfonso Plazas Vega, com base em duas testemunhas.
A primeira delas, subscrita com o falso nome de Édgar Villarreal, provém, na realidade, de um sujeito chamado Édgar Villamil, que na ocasião era cabo em um batalhão de Infantaria baseado em Granada, Meta. Villamil, que nunca compareceu às audiências, afirmou ter sido enviado a Bogotá com um destacamento do mencionado batalhão quando se produziu a tomada do Palácio da Justiça, e de ter sido testemunha de justiçamentos ordenados por Plazas. Agora bem, nunca houve tal destacamento enviado desde Granada e dois militares que se encontravam lá, o coronel Guillermo Valdés e o sargento Alfonso Velásquez, confirmaram que Villamil havia acompanhado os acontecimentos do Palácio da Justiça em Bogotá com eles pela televisão e pelo rádio, naquele lugar do Meta onde prestavam seus serviços.
A outra testemunha também apareceu 22 anos depois dos fatos. Chama-se Tirso Sáenz e encontrava-se na penitenciária de Cómbita, pagando condenações que somam 102 anos de prisão por delitos tais como: homicídio agravado, concerto para delinqüir, falsidade em documento, etc., quando, segundo ele, lhe foram oferecidos benefícios econômicos e carcerários, se fizesse um depoimento contra o coronel Plazas. Sáenz era cabo do Exército quando ocorreram os acontecimentos do Palácio da Justiça, mas naquele momento encontrava-se preso por furto e, por conseguinte, não pôde ser testemunha de nada.
Quem tinha interesse em pagar tais testemunhos? Não é difícil imaginar: por um lado, os narcotraficantes que foram despojados de muitos de seus bens quando Plazas era cabeça da Direção Nacional de Estupefacientes (DNE) e por outro, os advogados comunistas interessados em configurar crimes de Estado para obter, a favor de seus clientes, milionárias indenizações.
Tal é uma dura e muito perigosa realidade que não pode passar por alto. Os casos citados são apenas alguns quantos ao lado de muitos outros que mostram a mesma fragilidade das inculpações, e a parcialidade de juízes e magistrados.
Quaisquer destas escandalosas brechas se advertem no aberrante caso do general Jaime Alberto Uscátegui, no processo seguido ao general Rito Alejo del Río, nos dos ex-governadores Miguel Ángel Bermúdez, Jaime Bravo Motta ou Salvador Arana, e em outros numerosos detidos do Pavilhão ERE que sustentam sua inocência com sólidas razões.
O caso mais extravagante é o do ex-representante por Vaupés, Fabio Arango Torres, condenado a seis anos de prisão por um vídeo que seus adversários políticos fizeram chegar à Corte, no qual uma indígena diz ter recebido vinte mil pesos [1] por um voto a seu favor.
Haverá maneira de que um Ministério Público, finalmente livre das parcialidades e dos litígios que enfrentaram, a Corte Suprema com o presidente Uribe, revise estes casos? Esta esperança surge agora com a chegada da fiscal Viviane Morales. Por outro lado, a Corte já mostra sinais de uma nova atitude ao reconhecer a inocência dos parlamentares do Tolima, Carlos García Orejuela e Pompilio Avendaño.
O urgente hoje por parte do Ministério Público é abrir de novo, com imparcialidade e rigor, processos que hoje parecem semeados de sombras e dúvidas inquietantes. Os esquecidos do Pavilhão ERE assim esperam.


Nota da tradutora:
[1] Vinte mil pesos colombianos correspondem a R$ 20,00 (vinte reais).
Tradução: Graça Salgueiro