quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Stella Morabito
The Washington Examiner
O "Ocupe Wall Street" objetiva influenciar a opinião pública projetando a falsa ilusão de uma "crença coletiva" contra mercados livres. Da mesma forma, a maior parte das agendas esquerdistas depende da construção de um falso senso de apoio da opinião pública, especialmente quando a agenda não consegue sobreviver a escrutínio ou debate prolongados.
Mas o sucesso do ativismo esquerdista depende, em grau elevado, no silêncio cotidiano de milhões de indivíduos conservadores. A matriz do politicamente correto construída pelas elites esquerdistas é provavelmente mais efetiva em aplicar ampla pressão social nos conservadores enquanto indivíduos.
Assim, ela isola e desencoraja muitos conservadores de expor suas opiniões para colegas de trabalho, vizinhos, clientes, colegas de classe, e qualquer outra pessoa que esteja efetivamente engajada na vida cotidiana.
Considere esse cenário: o telefone toca enquanto Rush Limbaugh pode ser ouvido ao fundo. O conservador disfarçado desliga o rádio por medo de descobrirem que é um ouvinte.
Ou essa cena: um conservador aquiesce polidamente enquanto um vizinho pontifica opiniões esquerdistas. Ele não corrige a assunção equivocada de seu vizinho de que ele compartilha daquelas opiniões.
Ou essa: um colega de trabalho expressa asco pelo juiz Clarence Thomas, da Suprema Corte dos EUA. Sem nem mesmo questionar a premissa, o conservador simplesmente muda de assunto.
Tamanha reticência em se manifestar contribui para um perigoso efeito reverso de popularidade. Para compreender a mecânica, devemos olhar para a teoria da "falsificação de preferência", um termo cunhado pelo acadêmico Timur Kuran em seu livro "Private Truths, Public Lies", de 1995. Ele a define como "o ato de representar mal os anseios de alguém sob pressões sociais percebidas".
Opinião pública é, na verdade, "uma determinante da vontade das pessoas em revelar seus verdadeiros caracteres", observa Kuran.
Quando falsificamos nossas crenças essenciais em nossa vida cotidiana, o efeito é "a regulação das percepções alheias".
Isso acontece de muitas formas, mas quando você evita falar sinceramente (ou de qualquer forma) quando a ocasião se apresenta, você priva os outros de seu conhecimento e perde a oportunidade de influenciar como as pessoas pensam.
A visão oposta, então, cria raízes mais profundamente porque você também dificultou que pessoas que concordem com você falem abertamente.
De acordo com Kuran, a falsificação de preferência individual tem um efeito de reverberação extremamente poderoso que influencia tanto a forma da opinião pública quanto o processo político.
Uma curiosidade interessante é que o atual czar regulatório do presidente Obama, Cass Sunstein, estudou esse fenômeno com alguma profundidade. Sunstein e Kuran escreveram, em 1999, um artigo para a Stanford Law Review sobre uma teoria correlata, a "cascata de disponibilidade", que eles definem como "um processo de auto-reforço de formação de crença coletiva quando uma percepção expressa catalisa reações que fazem essa percepção parecerem cada vez mais plausíveis através de sua crescente disponibilidade no discurso público".
Ele envolve dois mecanismos: "cascatas de informação", nas quais pessoas desinformadas "baseiam suas próprias crenças na crença aparente de outrem"; e "cascatas de reputação", nas quais adquirir aprovação ou evitar desaprovação social afeta como opiniões pessoas são expressas ou mantidas. Parece familiar?
O processo pode ser muito frágil, de acordo com os autores. Mas ele pode catalisar grandes e imprevisíveis mudanças de opinião pública. O que isso significa é que nenhum conservador deve ficar inerte e esperar que programas de rádio ou think tanks conservadores salvem o dia.
Uma mudança mais positiva na opinião pública vai adquirir força perene somente quando milhares de conservadores -- e, seguindo seu exemplo, outros milhões -- recusarem-se a falsificar suas preferências àqueles com quem convivem diariamente.
Ao serem amigáveis, abordando primeiramente aqueles que gostam deles e confiam neles, muitos conservadores que assumem o risco de desafiar o politicamente correto relatam a agradável surpresa de descobrir pessoas que pensam de maneira semelhante esperando por encorajamento.
Mesmo se isso não acontecer, sair desse isolamento é essencial para desacreditar a caricatura esquerdista dos conservadores e apresentar a face humana do conservadorismo a cada vez mais pessoas.
Líderes conservadores fariam bem ao encorajar e guiar seus muitos seguidores discretos em expor suas opiniões no dia-a-dia. Nós precisamos gerar nossas próprias cascatas de informação.
The Washington Examiner
O "Ocupe Wall Street" objetiva influenciar a opinião pública projetando a falsa ilusão de uma "crença coletiva" contra mercados livres. Da mesma forma, a maior parte das agendas esquerdistas depende da construção de um falso senso de apoio da opinião pública, especialmente quando a agenda não consegue sobreviver a escrutínio ou debate prolongados.
Mas o sucesso do ativismo esquerdista depende, em grau elevado, no silêncio cotidiano de milhões de indivíduos conservadores. A matriz do politicamente correto construída pelas elites esquerdistas é provavelmente mais efetiva em aplicar ampla pressão social nos conservadores enquanto indivíduos.
Assim, ela isola e desencoraja muitos conservadores de expor suas opiniões para colegas de trabalho, vizinhos, clientes, colegas de classe, e qualquer outra pessoa que esteja efetivamente engajada na vida cotidiana.
Considere esse cenário: o telefone toca enquanto Rush Limbaugh pode ser ouvido ao fundo. O conservador disfarçado desliga o rádio por medo de descobrirem que é um ouvinte.
Ou essa cena: um conservador aquiesce polidamente enquanto um vizinho pontifica opiniões esquerdistas. Ele não corrige a assunção equivocada de seu vizinho de que ele compartilha daquelas opiniões.
Ou essa: um colega de trabalho expressa asco pelo juiz Clarence Thomas, da Suprema Corte dos EUA. Sem nem mesmo questionar a premissa, o conservador simplesmente muda de assunto.
Tamanha reticência em se manifestar contribui para um perigoso efeito reverso de popularidade. Para compreender a mecânica, devemos olhar para a teoria da "falsificação de preferência", um termo cunhado pelo acadêmico Timur Kuran em seu livro "Private Truths, Public Lies", de 1995. Ele a define como "o ato de representar mal os anseios de alguém sob pressões sociais percebidas".
Opinião pública é, na verdade, "uma determinante da vontade das pessoas em revelar seus verdadeiros caracteres", observa Kuran.
Quando falsificamos nossas crenças essenciais em nossa vida cotidiana, o efeito é "a regulação das percepções alheias".
Isso acontece de muitas formas, mas quando você evita falar sinceramente (ou de qualquer forma) quando a ocasião se apresenta, você priva os outros de seu conhecimento e perde a oportunidade de influenciar como as pessoas pensam.
A visão oposta, então, cria raízes mais profundamente porque você também dificultou que pessoas que concordem com você falem abertamente.
De acordo com Kuran, a falsificação de preferência individual tem um efeito de reverberação extremamente poderoso que influencia tanto a forma da opinião pública quanto o processo político.
Uma curiosidade interessante é que o atual czar regulatório do presidente Obama, Cass Sunstein, estudou esse fenômeno com alguma profundidade. Sunstein e Kuran escreveram, em 1999, um artigo para a Stanford Law Review sobre uma teoria correlata, a "cascata de disponibilidade", que eles definem como "um processo de auto-reforço de formação de crença coletiva quando uma percepção expressa catalisa reações que fazem essa percepção parecerem cada vez mais plausíveis através de sua crescente disponibilidade no discurso público".
Ele envolve dois mecanismos: "cascatas de informação", nas quais pessoas desinformadas "baseiam suas próprias crenças na crença aparente de outrem"; e "cascatas de reputação", nas quais adquirir aprovação ou evitar desaprovação social afeta como opiniões pessoas são expressas ou mantidas. Parece familiar?
O processo pode ser muito frágil, de acordo com os autores. Mas ele pode catalisar grandes e imprevisíveis mudanças de opinião pública. O que isso significa é que nenhum conservador deve ficar inerte e esperar que programas de rádio ou think tanks conservadores salvem o dia.
Uma mudança mais positiva na opinião pública vai adquirir força perene somente quando milhares de conservadores -- e, seguindo seu exemplo, outros milhões -- recusarem-se a falsificar suas preferências àqueles com quem convivem diariamente.
Ao serem amigáveis, abordando primeiramente aqueles que gostam deles e confiam neles, muitos conservadores que assumem o risco de desafiar o politicamente correto relatam a agradável surpresa de descobrir pessoas que pensam de maneira semelhante esperando por encorajamento.
Mesmo se isso não acontecer, sair desse isolamento é essencial para desacreditar a caricatura esquerdista dos conservadores e apresentar a face humana do conservadorismo a cada vez mais pessoas.
Líderes conservadores fariam bem ao encorajar e guiar seus muitos seguidores discretos em expor suas opiniões no dia-a-dia. Nós precisamos gerar nossas próprias cascatas de informação.
Stella Morabito é escritora freelance do The Washington Examiner sobre sociedade, cultura e educação.
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