Quinta-feira, 29 Abril 2010
Eu sempre tive a ideia, por simples observação da realidade, que não há ninguém mais agarrado ao dinheiro que um comunista; por ser um materialista inveterado, o comuna só vê dinheiro à sua frente. Porém, confesso que foi com surpresa que soube que Karl Marx era um jogador de primeira água na Bolsa de Londres, nos anos de 1860.
Quando o Bloco de Esquerda vier com os argumentos do costume contra a especulação bolsista; quando o partido comunista diabolizar a especulação financeira, vou-me lembrar que o padrasto do socialismo (padrasto, porque o socialismo não tem pai certo) deu o exemplo de como, em política, se pode dizer uma coisa, e fazer outra.
A desculpa de Karl Marx era de que especulava na Bolsa para “aliviar o inimigo do seu dinheiro”. Por um lado, abotoava-se à custa do capitalismo; por outro lado, “aliviava o inimigo do seu dinheiro”. E foi assim que nasceu a mentalidade do comuna: sacar quanto pode e for possível, em nome de uma virtude qualquer. Os actos mais viciosos do comunista são justificados por uma qualquer qualidade virtuosa e sempre subjectiva.
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