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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Por Qual Razão Chris Christie Nunca Será Presidente dos Estados Unidos

DANIEL PIPES

por Daniel Pipes
5 de Agosto de 2011
Original em inglês: Why Chris Christie Will Never Be President of the United States
Tradução: Joseph Skilnik

Chris Christie, governador de Nova Jersey desde 2010, possui qualidades e realizações que atraem as principais correntes conservadoras, advindas de seu estilo direto e de seu impressionante corte de despesas. Como resultado, obteve apoio para disputar a candidatura do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos.

Governador Chris Christie de Nova Jersey.

Mas Christie tem um calcanhar de Aquiles que nos faz parar para pensar.
Ele foi alvo de críticas de colegas conservadores por ter nomeado Sohail Mohammed, um islamista que pretende aplicar a lei islâmica, a Sharia, como juiz do Tribunal Superior do estado. Para saber mais sobre esse caso, consulte o Projeto Investigativo sobre o Terrorismo, "Gov. Christie's Strange Relationship with Radical Islam."

Como resposta, Christie proferiu um discurso veemente em 26 de julho de 2011, no tópico Sharia:

A lei Sharia não tem absolutamente nada a ver com isso [i.e., a nomeação de Sohail Mohammed]. É maluquice. É maluquice. … Quer dizer, esse negócio de lei Sharia é pura bobagem. É pura maluquice. E eu estou cansado de lidar com malucos. Quero dizer, você sabe, é injustificável acusar esse cara de coisas só por causa da sua formação religiosa. [Tirado do vídeo aos 2m43s].

Comentários: (1) São palavras desafiadoras contra colegas conservadores que não serão esquecidas tão facilmente: "esse negócio de lei Sharia é pura bobagem. É pura maluquice. E eu estou cansado de lidar com malucos".

(2) Chamar aqueles que criticam Mohammed de "malucos", que estão "acusando esse cara de coisas só por causa da sua formação religiosa", revela que Christie é um ignorante obstinado, não se trata de formação religiosa no relatório IPT sobre Mohammed e sim sobre atividades políticas.

(3) Ao contrário, Christie obteve hoje o caloroso endosso do Conselho de Relações Americano Islâmicas, cuja filial de Nova Jersey emitiu uma declaração agradecendo e aplaudindo-o, exortando que uma carta de gratidão seja enviada a ele através da página "Entre em contato" do Web site do governador.

(4) Não é uma má ideia contatar Christie: se você reside em Nova Jersey e deseja registrar sua insatisfação, acesse http://www.state.nj.us/governor/contact/.

(5) Embora ainda seja um problema pequeno, a Sharia teve um crescimento muito rápido desde o 11 de setembro, como preocupação para os americanos e deverá continuar assim por muitos anos e décadas vindouras.

(6) Teoricamente, Christie poderia se retratar por esses comentários e dissipar, em muito, os danos que causou a si mesmo. Mas, dada a sua imagem pública, duvido que isso aconteça.

(7) Consequentemente, eu pressuponho que a atitude rigorosamente amigável do tipo Grover Norquist de Christie com respeito aos islamistas, fará com que os conservadores se virem contra ele e diminuam consideravelmente sua possível candidatura a um posto mais alto. (5 de agosto de 2011)

Atualização de 6 de agosto de 2011: Para saber mais sobre a quantiosa resposta aos insultos lançados por Christie, refutando-o ponto a ponto, consulte a excelente análise de 2.500 palavras de Andrew C. McCarthy, colaborador sênior do National Review Institute. Alguns trechos do seu artigo, "Maluquices de Christie: a Sharia não é uma invenção da nossa imaginação":

as apreensões relacionadas à Sharia não podem ser desprezadas como "bobagens". Elas nos ajudam a separar os muçulmanos pró Estados Unidos, que desejamos fortalecer, do meio dos islamistas. Se desprezarmos essas apreensões, acabaremos construindo pontes para as pessoas erradas, como o governo tem feito, resultando em seu repetitivo constrangimento, por duas décadas. É dessa maneira que acabaremos "nos associando" a pessoas como Abdurrahman Alamoudi e Sami al-Arian (ambos condenados em última instância, tendo suas ligações com o terrorismo devidamente expostas), Salam al-Marayati, líder do Comitê Muçulmano de Relações Públicas [sic – deveria ser Conselho] que sustentou que Israel deveria estar no topo da lista dos suspeitos do 11 de setembro e organizações islamistas como o CAIR e a Sociedade Islâmica da América do Norte, que, embora não indiciadas, foram reveladas pelo Departamento de Justiça como coparticipantes de conspiração no caso do apoio financeiro ao Holy Land Foundation.

O governador Christie quer que acreditemos que a oposição ao Sr. Mohammed é puro preconceito: "É injustificável acusar esse cara de coisas só por causa da sua formação religiosa", reclamou contrariado, com severidade, para os repórteres. É uma história que os fãs de Christie adorariam ajudar a cimentar. Não é verdade. Só para esclarecer, Sohail Mohammed não é apenas um advogado. Serviu como membro do conselho administrativo de uma organização islamista, a American Muslim Union.

McCarthy conclui:

as questões sobre a nomeação de Sohail Mohammed pelo Governador Christie e as suas investidas em favor do cliente de Mohammed, Mohammed Qatanani, não têm nada a ver nem com a Sharia nem com as calúnias generalizadas sobre a islamofobia. Trata-se sim, sobre a capacidade de julgamento do governador. Sobre um promotor federal com ambições políticas, que usa da prática de favorecimentos a um grupo de apoio politicamente ativo em detrimento da segurança nacional e do cumprimento das leis de imigração. Sobre a sua decisão de conceder a magistratura de estado a um promotor que foi membro do conselho administrativo, ativo, de uma organização islamista problemática — e que tem a forte inclinação de partir do pressuposto que ações penais anti terror, perfeitamente válidas, são, ao contrário, perseguições anti-muçulmanas. Essas questões não podem ser respondidas com petulância.

Atualização de 27 de setembro de 2011: Aaron Blake do Washington Post revela hoje que a posição de Christie em relação a Sharia não é o seu único desvio dos preceitos conservadores. Isso tudo corrobora com a diminuição da sua possibilidade em se tornar presidente.


Tópicos Relacionados: Muçulmanos nos Estados Unidos, Política dos Estados Unidos

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