CT: alguém viu uma bolsa-professor? Uma bolsa-policial? Uma bolsa-bombeiro? Alguém ainda tem coragem de defender a esquerdopatia?
Apelidado de ´bolsa-crack´, programa do Estado vai auxiliar na internação de dependentes químicos de baixa renda
O governo estadual (MG) lançou ontem o cartão Aliança pela Vida, que vai auxiliar famílias de dependentes químicos. O programa, que já ganhou o apelido de ´bolsa-crack´, vai liberar R$ 900 para internações e transporte. Serão beneficiadas famílias com renda mensal menor que dois salários mínimos. O Estado planeja criar também anexos psiquiátricos nos hospitais públicos para os dependentes e pacientes com outros transtornos psiquiátricos.
O cartão, batizado com o mesmo nome do programa de combate às drogas estadual lançado em agosto passado, é um projeto pioneiro no Brasil. "Ele vai permitir a reabilitação de dependentes químicos, principalmente de crack, que são os casos mais graves. Isso evita as internações a longo prazo em clínicas psiquiátricas e reduz o problema da falta de leitos", disse o subsecretário de Políticas Antidrogas, Cloves Benevides.
Atualmente, Minas Gerais possui 3.000 leitos públicos de internação, mas estima-se que seria necessário o dobro. A orientação do governo é que R$ 800, preço médio de internação em uma clínica particular, sejam gastos com a internação. O restante deve ser gasto com o transporte da família até as unidades terapêuticas para as visitas. "A família é muito importante nesse processo de ressocialização. Por isso, criamos esse cartão também para a família", disse o subsecretário.
Dentro de 40 dias, cerca de mil famílias das cidades de Teófilo Otoni, no Vale Mucuri, e Juiz de Fora, na Zona da Mata, serão beneficiadas. A partir do ano que vem, o projeto será expandido para outras cidades mineiras. As famílias terão que se cadastrar em clínicas particulares.
Para o doutor em psicologia e especialista em dependentes químicos Valdir Campos, as internações em unidades terapêuticas são um importante meio de recuperação dos usuários de drogas, sobretudo de crack. "Nesses locais, eles têm um atendimento de reabilitação social, diferente de algumas clínicas psiquiátricas em que eles são tratados apenas com medicamentos", disse Campos.
Sobre os anexos psiquiátricos, o coordenador estadual de Saúde Mental, Paulo Repsold, disse que inicialmente serão criadas enfermarias com leitos para os usuários em hospitais públicos da capital e da região metropolitana. O projeto para a criação dos anexos só deverá ficar pronto no ano que vem, porém ainda não tem previsão para o início das obras.
Reabilitação
Cerca de cem dependentes químicos foram retirados voluntariamente das cracolândias de Belo Horizonte e da região metropolitana neste ano. A abordagem de moradores de rua começou a ser feita na segunda semana de agosto. Eles foram encaminhados a centros de recuperação. O encaminhamento dos usuários ao centros também faz parte do Aliança pela Vida. O programa tem recurso de R$ 70 milhões, frutos de uma parceria dos governos estadual e federal.
SOS Drogas tem ligações recorde
O disque 155 (SOS Drogas), criado para atender quem busca informações ou orientações sobre drogas, registrou um aumento recorde das chamadas nos últimos dois meses. De acordo com o governo do Estado, as ligações apresentaram uma alta de 130 vezes desde a implantação do serviço. Em agosto e setembro, foram registradas 30.354 e 22.099 ligações, respectivamente. Em meses anteriores, a média era de 230 chamadas por mês.
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