18/10/2011 às 14:16
Escrevi um post sobre Cabo Anselmo, que concedeu ontem uma entrevista ao Roda Viva. Pouca gente interessada em realmente entrevistar — uma das funções de um profissional de imprensa, pouco importa quais são as escolhas do entrevistado —, e muitos fazendo aquele ar entre enojado e compungido, para demonstrar que estão do lado certo… A minha preguiça crescia. É claro que os jornalistas eram todos limpinhos. Isso não precisava ser demonstrado com uma espécie de cordão sanitário moral.
Alguém perguntou a Anselmo como tinha sido seu encontro com o terrorista Carlos Lamarca. Eu me ajeitei na poltrona. Enfim, algo de interessante! Sei lá o que aconteceu. O mediador deve ter sido atropelado pelo ponto eletrônico, interrompeu a resposta que mal tinha começado e chamou o intervalo. “Vai retomar de onde parou”, pensei. Mas quê… A coisa ficou pelo caminho. E não foi a única vez em que uma fala foi abortada, cortando, às vezes, a palavra ao meio.
Eu não tenho muita paciência para mitos com menos de dois mil anos e para a “martiriologia”. Uma coisa, no entanto, eu sei. A suposta boa causa das esquerdas, no passado, é a raiz de seus desmandos presentes. Elas só se sentem confortáveis em roubar lanche de criancinha hoje em dia, fazendo disso um “ato político que incomoda os poderosos” (Santo Deus!!!), porque fazem praça de seu falso heroísmo naqueles dias ancestrais. Estivesse naquela cadeira um assassino de esquerda, daqueles que pretendiam construir o “novo homem”, e seria enorme o risco de haver olhares embevecidos.
Sou conservador. Só a vida me enternece. Mantenho distância dos bons assassinos.
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