EDITORA ECCLESIAE
Autor: Jean Sévillia
Descrição: Durante toda a segunda metade do século XX e início deste século, nenhuma intelectualidade exerceu tanta influência quanto a francesa. Aragon, Sartre, Beauvoir, Foucault, Althusser, Deleuze, Derrida, Barthes, Lacan e inúmeros outros influenciaram as redações de todos os jornais, moldaram os atuais currículos das ciências humanas em todas as universidades do mundo, deram o tom nas discussões e militância políticas e deixaram milhares de admiradores e seguidores. Em suma, influenciaram definitivamente o modo como as classes letradas de todo o mundo enxergam a realidade. Nessas seis décadas, nenhum outro grupo pareceu tão insatisfeito com a sua própria cultura, com as tradições de seu país ou do Ocidente ou com o modo de vida, organização política e econômica ocidentais. Nenhum outro grupo deplorou tanto as mazelas do passado e do presente e lutou tanto por uma revolução que criasse um mundo melhor, mais livre e justo. E, pode parecer estranho, nenhum outro grupo apoiou tão apaixonadamente os maiores déspotas e regimes totalitários surgidos após a Segunda Guerra, tal qual já o fizera grande parte da intelectualidade alemã em relação a Hitler e seu partido nacional-socialista. Stalin, Mao Tsé-tung, Ho Chi Minh, Pol Pot, Fidel Castro e seus respectivos regimes foram todos saudados como redentores e instauradores de uma nova ordem de justiça e liberdade. Quem quer que se opusesse às opiniões dessa intelectualidade era imediatamente rotulado de reacionário, imperialista, capitalista ou obscurantista e reduzido ao silêncio. Hoje, o discurso de autovitimização assumido desde o início por esses intelectuais, a idéia de que toda a sociedade pode ser remodelada pela ação política, de que todo o passado e o presente devam ser julgados com base em um futuro hipotético, é a forma de pensar dominante no mundo moderno. A ação desse grupo ao longo das últimas décadas, seus métodos e o seu domínio quase absoluto da cena intelectual francesa é o que Jean Sévillia denomina “terrorismo intelectual”.
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