segunda-feira, 25 de abril de 2011
Presidente Dilma Rousseff chegada a Sanya, China Foto Roberto Stuckert-PR |
Qual foi o balanço?
Um jornal econômico ‒ “Valor” 14.4.2011 ‒ o fez em editorial, apontando para uma inquitante conclusão: o Brasil progride para ser uma colônia comercial da China. Só comercial?
Eis as conclusões principais do jornal:
“A parte política pode ter dado alguma esperança à diplomacia brasileira, embora nada garanta.
“Na questão dos direitos humanos, sobre os quais a China não aceita a menor interferência externa, os dois países estabeleceram que fortalecerão consultas bilaterais e ‘promoverão o intercâmbio de experiências e boas práticas’.
“Provavelmente, haverá um fluxo de experiências de mão única, vinda do Brasil, pois a China é uma ditadura de partido único que não aceita os menores indícios de democracia em seu sistema político.
“A ofensiva (chinesa) na África e na América Latina está bem adiantada, e há poucas coisas que desviam os chineses de seu objetivo de obter garantia de acesso a matérias-primas para seu país.
“As relações comerciais com o Brasil guardam a forma da velha dependência colonial: commodities em troca de bens manufaturados.
“A China tornou-se uma ameaça para vastos setores industriais domésticos, com sua moeda e produtos baratos. O governo chinês não gasta um tostão que seja em nome de solidariedades abstratas. A maioria dos investimentos prometidos na viagem de Lula em 2004 não ocorreu.
“Até há pouco, o padrão chinês de investimento no Brasil se caracterizava por baixos aportes em projetos baratos, especialmente na Zona Franca, com larga escala de importação de componentes vindos da China e países da Ásia.
“A promessa da Foxconn de investir US$ 12 bilhões para a produção de displays (telas de computador e tablets) no país, que criaria 100 mil empregos, poderia indicar alguma mudança, mas deve ser vista com desconto. Empresários brasileiros apontam que o valor do investimento está superestimado.
“Os chineses agora avançam rapidamente e, em 2010, foram os maiores investidores do Brasil, com grandes aquisições na área de distribuição de energia, petróleo e minério de ferro.
“Até agora parece pouco interessante aos chineses fabricarem algo além de bens de consumo, para atender a um mercado doméstico em franca ascensão. Boa parte da demanda brasileira é atendida por importações chinesas, favorecidas por um câmbio valorizado.
Presidente Dilma Rousseff cumprimenta presidente
da China, Hu Jintao. foto Roberto Stuckert-PR
“Quanto à abertura de seu próprio mercado, é bom ser realista. O Brasil esperou anos para vender carne suína aos chineses e eles agora prometeram comprar alguma coisa de três frigoríficos brasileiros.
“O governo chinês não deu autorização à Embraer para fabricação de novos jatos porque rivalizava com projetos semelhantes domésticos.
“Segunda potência mundial, a China não tem muitos motivos para fazer algo mais que concessões cosméticas ao Brasil.”
Se as concessões chinesas foram cosméticas, o que dizer das brasileiras ao gigante comunista?
Em qualquer caso, de um lado ou do outro as vantagens todas foram para o socialismo internacional.
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