7 de março de 2011
Presidente Obama evitou pedir a saída do ditador, apesar de notícias sobre ataques contra cidadãos
Aaron Klein
JERUSALÉM, Israel — Enquanto cresce a pressão sobre a Casa Branca para que intervenha para deter a repressão sangrenta de Muamar Kadafi na Líbia, muitos comentaristas têm se perguntado por que Barack Obama tem sido cauteloso em suas críticas ao ditador, depois de o presidente americano ter apoiado com tanto fervor a saída do cargo do aliado americano Hosni Mubarak, no Egito.
Barack Obama com o Rev. Jeremiah Wright |
O ditador líbio também financia e apoia fortemente a entidade Nação do Islamismo* e seu líder, Louis Farrakhan. Obama tem ligações com Farrakhan e seu polêmico grupo.
Até agora, autoridades da Casa Branca têm pedido para que a violência termine, mas têm aparentemente descartado qualquer ação unilateral na Líbia. Apesar de informações sobre Kadafi ter ordenado massacres que teriam matado centenas de civis nos últimos dias, Obama não pediu que Kadafi deixasse o cargo.
A pressão tem aumentado para que Obama adote uma postura mais dura, com o presidente das comissões de relações externas do Congresso e do Senado pedindo que a Casa Branca imponha sobre a Líbia sanções econômicas que foram suspensas em 2004.
Mas Obama tem diversas ligações estreitas com ativistas que têm relações com Kadafi.
Jeremiah Wright, ex-pastor da igreja de longa data de Obama em Chicago, foi com Farrakhan visitar Kadafi, em 1984.
Durante a campanha presidencial de 2008, o próprio Wright observou que a viagem poderia causar problemas para Obama.
Durante a campanha presidencial de 2008, o próprio Wright observou que a viagem poderia causar problemas para Obama.
“Quando os inimigos de Obama descobrirem que em 1984 eu fui a Trípoli visitar [Kadafi] com Farrakhan, muito de seu apoio judaico vai secar mais rápido que uma bola de neve no inferno.”
Farrakhan, amigo e associado próximo de Wright, foi financiado por Kadafi, inclusive com um empréstimo de 5 milhões de dólares, livre de juros, em 1985.
Mais tarde naquele ano, Kadafi falou via satélite na Convenção do Dia do Salvador, realizada por Farrakhan, em Chicago, e segundo as reportagens disse a seus seguidores que estava preparado para dar armas para um exército negro nos Estados Unidos destruir “os brancos dos EUA”.
Em outubro de 1995, Kadafi teria ligado para Farrakhan para parabenizá-lo pelo sucesso da Marcha do Milhão. Diz-se que Kadafi garantiu a Farrakhan que juntos iriam unir suas “capacidades e esforços para realizarem isto.”
Muamar Kadafi |
Kadafi disse que antes de sua aliança com a Nação do Islamismo, seu “confronto com os Estados Unidos era como uma luta contra uma fortaleza a partir do lado de fora.”
Ele afirmou que sua aliança com Farrakhan lhe dá “uma brecha para entrar nesta fortaleza e confrontá-la.”
Farrakhan foi à Líbia para vários outros eventos. Em 1996 ele ganhou o Prêmio Kadafi de Direitos Humanos, que veio com uma recompensa de 250 mil dólares. Farrakhan aceitou o dinheiro, apesar das sanções dos EUA à Líbia.
Obama ligado à Nação do Islamismo
Wright e Obama teriam participado da Marcha do Milhão em Washington, a qual foi liderada por Farrakhan e outros proeminentes líderes negros, tais como Al Sharpton.
O reverendo Willie Barrow, membro da equipe oficial da campanha de Obama para o diálogo religioso e forte aliado político de Obama, é amigo próximo de Farrakhan e um ferrenho apoiador da Nação do Islamismo.
Farrakhan afirmou em uma entrevista de 2002 que se encontrou com Barrow para planejarem suas declarações de princípios para a Nação do Islamismo.
O ativista marxista Cornel West, que é conselheiro de Farrakhan, também havia sido conselheiro da campanha de Obama em 2008 e é um associado próximo de Obama e seu amigo.
Durante o período em que Obama frequentou a Igreja da Trindade Unida, pastoreada por Wright e que segue a polêmica ideologia da Teologia da Libertação Negra, a igreja de Chicago era abertamente aliada a Farrakhan e à Nação do Islamismo.
Wright deu a Farrakhan seu Prêmio da Emancipação de 2007. Farrakhan deu várias palestras como convidado na igreja.
Wright se envolveu em várias iniciativas de Farrakhan e o definiu como “uma das mais importantes vozes dos séculos 20 e 21” durante um discurso nacional para a mídia em abril, para o qual autoridades da Nação do Islamismo foram convidadas.
Obama apareceu pelo menos três vezes na capa da revista Trumpet [A Trombeta], fundada por Wright. A revista, para a qual Obama concedeu uma longa e exclusiva entrevista ano passado, aclama regularmente Farrakhan.
O rosto de Obama apareceu na capa de uma edição de 2006 da Trumpet, juntamente com a imagem de Farrakhan.
Durante a campanha presidencial de 2008, surgiu uma foto de 2004 da esposa de Obama, Michelle, posando com Farrakhan e Barrow, conselheiro de Obama, durante um almoço para mulheres na Rainbow/Push Coalition, na qual Barrow tem o cargo de presidente emérito.
Na foto com Michelle Obama está Khadijah Farrakhan, a esposa de Louis Farrakhan.
Outra ligação de Obama com apoiadores de Farrakhan vem de David Axelrod, o principal estrategista político de Obama.
Embora seja judeu, Axelrod está na comissão de finanças de St. Sabina, a paróquia católica de Chicago liderada pelo polêmico padre Michael Pfleger, um apoiador público de Farrakhan que deu ao líder da Nação do Islamismo oportunidade de falar várias vezes em sua paróquia.
A Arquidiocese de Chicago removeu temporariamente Pfleger de suas responsabilidades em St. Sabina em 2008, depois de um sermão bastante divulgado, feito como convidado da igreja da Trindade, na qual Pfleger afirmou que Hillary Clinton chorou em público porque ela achava que ser branca lhe dava direito à nomeação presidencial democrata.
Pfleger convidou Farrakhan para sua igreja várias vezes, inclusive para um sermão em maio de 2007, que foi a primeira aparição pública de Farrakhan desde que ele anunciou, em 2006, que estava sofrendo de câncer de próstata e estava seriamente doente.
Consta que Pfleger passou horas com o líder da Nação do Islamismo durante sua doença. Pfleger já havia se engajado anteriormente em várias iniciativas de Farrakhan, incluindo um protesto contra o uso de armas em 2007.
Com pesquisa de Brenda J. Elliott
* Nota de Julio Severo: Nação do Islamismo é um movimento político e religioso de militantes negros americanos que mistura islamismo e nacionalismo negro. Eles pregam separação e independência política, econômica e religiosa de toda influência branca dos EUA, criando assim uma nação americana de dominância muçulmana e negra.
Tradução (feita por recomendação e a pedido de Julio Severo): Dextra
Revisado por Julio Severo: www.juliosevero.com
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