seg, 21/03/11 por Equipe Milênio
Walter Wililams parece um jogador de basquete aposentado. Anda com um pouco de dificuldade por causa de uma fratura que sofreu na tíbia há algum tempo. Às vezes, o corpo de quase dois metros de altura parece ficar sem equilibrio, mas a cabeça dele, aos 74 anos, não perdeu nada em agilidade.
Trabalha numa sala confortavel, saudavelmente desorganizada. Em cima de uma estante, a foto com um amigo, Clarence Thomas, o único negro na atual Suprema Corte americana, um juiz que há anos permanece praticamente mudo durante a apresentação de casos.
Williams é um conservador convicto. Acha que pessoas, grupos, países inteiros, têm sucesso exatamente quando enfrentam os maiores obstáculos. A impressão que me deu foi a de que ele defende isso de forma simplista. Sabe que, para populacões inteiras, os obstáculos são desleais ou criminosos. Povos indígenas, no passado e no presente, judeus na Alemanha nazista, ciganos no mundo inteiro, negros nas Américas, árabes na Europa, xiitas entre sunitas, sunitas entre hindus… não faltam exemplos.
A entrevista foi intensa, não simpática. Walter Williams é sólido. Mas como um muro, depois de construído, não muda.
por Luis Fernando Silva Pinto
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