Material essencial

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Devemos mesmo salvar a Civilização Ocidental?

BLOG DO MR. X
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Dois posts curiosos (só em inglês, sorry) chamaram a minha atenção, e indicam o derrotismo e desespero que está batendo na maioria dos Ocidentófilos.

O primeiro pergunta: devemos mesmo salvar a Civilização Ocidental? Seu argumento é que, na realidade, a Civilização Ocidental contém em si a semente de sua própria destruição, ou melhor, talvez ela própria é que seja o Mal. Pergunta o autor: não são o marxismo, o nazismo, o relativismo, o feminismo, o homossexualismo, o petismo, a arte moderna, a poesia concretista (ok, essa e o petismo eu que coloquei), o politicamente correto e todos os males da dita modernidade, não são eles todos filhos diletos da mesma Civilização Ocidental? E, ao salvar a Civilização Ocidental, não estamos na verdade propagando e mantendo vivos todos esses males que podem terminar por destruir tudo aquilo que é mais sagrado? Diz nosso pessimista amigo:


[...] todos os atributos abstratos que a Direita Secular quer preservar na Civilização Ocidental são cúmplices do seu declínio: liberdade de escolha - egoísmo; democracia - tirania das massas; liberdade de consciência - perda da religião; filosofia científica - burocracia racional; arte - subversão; liberdade de estilo de vida - inversão moral; tolerância - covardia.

Segundo ele, a Civilização Ocidental é apenas um "processo", e, como tal, não pode ser concretamente salva. Pode-se salvar um povo, um território, uma nação, uma religião, mas não um processo em constante mudança. 

O segundo autor vai ainda mais além. É alguém que não só desistiu de tentar salvar a Civilização, como está mesmo tentandoapressar a sua queda. Seu argumento é que é impossível reformar a sociedade decadente de hoje, sendo assim, porque não acelerar o seu fim? Por exemplo, ajudando a sugar dinheiro do welfare state e assim apressar o colapso econômico e social que se seguirá.

Enquanto defensor do Estado mínimo eu estava constantemente na esperança que algum dia legislaríamos contra o aumento do welfare, warfare e autoritarismo. Como anarquista convertido, agora reconheço que nada disso vai acontecer. Reconheço agora que cada dólar de imposto que pago está apenas sustentando um sistema ilegítimo e moribundo. As mesmas pessoas que eu desprezava por receberem esmolas do governo eram na verdade mais espertas do que eu, pois estão ajudando a demolir o sistema de forma bem mais eficiente do que eu. 

Naturalmente, e em coerência com seus princípios anarco-capitalistas, o autor é um survivalist, que já estocou comida, munição e água e aguarda com impaciência o colapso total. 

Meu problema com esses argumentos é que, além do derrotismo que termina levando ao mesmo local que a esquerda quer nos levar (i.e. o fim da civilização e o caos geral, tudo em nome da utopia), não levam em conta que sempre foi assim. As forças destrutivas sempre estiveram batalhando contra as forças mantenedoras da ordem. E afinal, quando é que foi esse paraíso perdido da Civilização Ocidental, tão chorado por tantos? Foi nos anos 30, quando a Europa se digladiava em guerras fratricidas? Foi no século XIX, antes do fim da escravidão e do voto feminino? Foi antes ou depois dos jacobinos da Revolução Francesa? Foi no Renascimento, quando guerras religiosas aconteciam aqui e ali? Foi na Idade Média, entre a peste negra e a ameaça sarracena? Ora, analise em detalhe qualquer período histório e verá que sempre houve forças negativas tramando contra a vida, a moral, a tradição, a justiça, a harmonia social ou simplesmente lutando pelo Poder Total. Hoje são os utopistas e os globalistas e (de novo) os maometanos, amanhã serão os ultra-ecologistas ou os neonazistas, é a vida. The show must go on.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá internauta

O blog Cavaleiro do Templo não é de forma algum um espaço democrático no sentido que se entende hoje em dia, qual seja, cada um faz o que quiser. É antes de tudo meu "diário aberto", que todos podem ler e os de bem podem participar.

Espero contribuições, perguntas, críticas e colocações sinceras e de boa fé. Do contrário, excluo.

Grande abraço
Cavaleiro do Templo